-Chegamos. –Ele disse, parando na frente de uma parede. –Agora, vire para lá, você não pode ver isso.

Ela virou, contrariada. E ficou imaginando o que ele estaria fazendo. Com toda certeza, era algo para abrir aquela “passagem secreta”.

-Venha. Já estamos fora do reino. –Chamou.

Viu a mesma paisagem de quando chegara naquele lugar: névoa, névoa e mais névoa.

-Para onde vamos agora?

-Ah, podemos ir por estes quatro caminhos. –Ele apontou lugares diferentes na névoa. –Para onde quer ir primeiro?

-Qual é o melhor? –Ela precisava saber em qual teria mais chance de sobreviver e sair.

-Conhecendo os “soberanos” de cada. Eu diria...nenhum.

Ela começou a andar para um rumo e ele a seguiu.

-Opção número três. Aí vamos nós.

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De jeito nenhum Sebastian poderia dizer para aquela humana o que os aguardava no fim daqueles caminhos. Ela ficaria aterrorizada. Ele a estava levando para a morte certa.

Mas era a melhor maneira de ela sobreviver. Ele precisava conseguir a aprovação dos outros quatro, então ela sairia ilesa. Já ele talvez fosse castigado depois.

Conhecendo seus irmãos, ele poderia conseguir. Era bem melhor do que manda-la aos Guardiões, quem sabe o que eles fariam depois de calcular os erros daquela humana. Ela poderia ir da morte certa para a morte eterna.

Ele não poderia deixar ela morrer. Prometera, e promessa é dívida. Tinha de cumprir com sua palavra.

Melhor pensar em um plano antes de encontrar Nick.

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Aquilo era muito chato. Para passar o tempo, Avery decidiu pensar em sua vida antes de chegar ali.

Bem, ela estava junto de seus amigos curtindo as férias em uma casa de verão. Tudo corria muito bem e seus dias estavam sendo divertidos.

Eles a estariam procurando. Principalmente Joey, ele estaria preocupado. Se lembrou da última vez que conversaram...

-Então, sobre o que quer falar? –Sebastian interrompeu seus pensamentos.

-Sobre nada. –Agora ela ficara nervosa pela interrupção brusca.

-Vamos, me fale sobre sua vida. Como ela é?

-Está deteriorando. Graças a você. E esse lugar.

-E como ela era antes de deteriorar?

“Meu Deus, que cara mais irritante!” pensou.

-Era chata. –Respondeu friamente.

-Hum...ok, acho que entendi. Não quer conversar, tudo bem.

Novamente, ela deixou seus pensamentos vagarem para Joey. Ele e Sebastian eram totalmente diferentes. Joey era, para ela, o típico surfista californiano, mesmo sem nunca ter ao menos pisado na Califórnia.

Sebastian era o oposto.

Ela olhou para ele. Ás vezes, poderia jurar que ele tremeluzira, como se fosse desaparecer, mas continuava ali. Ele estava sério, e nem uma vez olhara para ela depois de tentar conversar.

-Vamos parar.

-Porque?

-Estou cansada. Você pode não precisar parar para descansar, mas eu preciso.

Avery não sabia o que estava fazendo. Mas decidiu parar assim mesmo. Se sentou na névoa, tomou a mochila de Sebastian e se deitou, a usando como travesseiro.

-Boa noite. –Disse, se virando de lado.

Em um segundo, dormiu.

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Ela estava ficando irritada de verdade. Não sabia se as sombras poderiam dormir ou se ele estava só fingindo.

-Levanta! –Ela o cutucou com a ponta do sapato.

Nem se mexeu. Se sombras pudessem dormir mesmo, parece que tem um sono bem pesado. Mas isso não interessava, Avery estava muito zangada.

-Levanta! –Cutucou mais forte. –Levantaaaa!! Levanta! –Ela deu um forte chute nele.

-Aiii. –Agora ele apertava a barriga, com um gemido. –O que é?!

-Vamos continuar.

Ele ficou de pé, mas de repente mudou de postura, atento, rígido. Ela já ia perguntar o que era...

-Tem algo vindo. E é algo grande.

Puxou sua espada da bainha, fazendo um barulho metálico. Ela só escutava sons abafados e não via muita coisa. Insegura, deu um passo para trás.

-Ora, ora, ora. Se não é Sebastian Drake. –Disse uma voz grave.

-Não olhe. –Ele sussurrou. Ela se deu conta de que eles estavam de costas um para o outro. Mas olhar era uma necessidade. Virou a cabeça.

Horrível. Era um animal horrível. Peludo, preto, com olhos amarelos, dentes afiados e muito grande, quase do tamanho dela. A espada tremeu na sua mão, mas ela continuou levantada.

-Só me entregue a humana e o deixo ir. –A coisa falou, com sua voz estrondosa. –Eu só quero provar.

Sebastian não respondeu. Ela percebeu que ele se mantinha entre ela e o animal. O silêncio agora a assustava, ela queria fazer algo.

-Não.

-Como é, Drake?! Então, só tenho de te tirar do caminho, e terei a humana para mim. –Aparentou dar um leve sorriso, mas Avery não teve tanto tempo para descobrir, o animal partiu para o ataque.