Dama Da Noite escrita por HanyouNee


Capítulo 45
Assassinatos


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo foi demorado de escrever. Fiquei ocupada de manhã, saí durante a tarde e deixei para escrever á noite. Aí vocês veem a demora que é para a lerda aqui conseguir terminar. Essa foi a semana mais fodida que já tive na minha vida, acho que nenhuma supera. De tanto ir para cursos e escola, eu estou me exaurindo. É legal isso.



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–Realmente, ela não está aqui.

–Nem vai estar tão cedo. –A Guardiã surgiu como que do nada, de braços cruzados e séria, sempre na defensiva perto de mim. Não era como se eu fosse ataca-la, então aquilo era desnecessário. –Talvez ela volte para o almoço, mas duvido que isso aconteça, então só à noite.

Abri a janela para sentir a brisa fria da manhã e tentar clarear os pensamentos.

–O que vou fazer o dia todo? –Pergunto, já começando a ficar com tédio. –Não tem graça ficar aqui sem ela. Não tem propósito, motivo nenhum.

–Durma. –Sugeriu simplesmente, dando de ombros.

–Eu poderia fazer isso, mas não consigo mais dormir tanto quanto antes.

–Humanos não dormem dias seguidos. Isso é normal.

–Ser humano é muito chato. Antes eu era mais, mais... bem, era melhor. Agora me sinto um inútil.

–Pense positivo, você sabe cozinhar. Para Avery, só isso já é algo incrível. Você presta para alguma coisa, ao menos.

–Há, engraçado ouvir isso vindo de você. –Debochei, esperando até conseguir sentir a raiva dela pairando no ar, algo quase palpável tamanha sua densidade. Um Guardião inútil era igual á Guardião nenhum, não fazia a menor diferença na vida do seu humano. E Avery com todas as suas habilidades, não precisava mais de Andy para a proteger.

–Seu... –Ela proferiu umas palavras não muito agradáveis de se ouvir. –Quer saber? Espero que tenha um bom dia e que o aproveite... sozinho! –Desapareceu, com um olhar hostil.

–Obrigado, vou tentar. –Respondo, talvez para ninguém , me jogando no sofá com certa melancolia.

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Atravessei a rua distraída, quase sendo atropelada por um carro qualquer. Me, parei para xingar o motorista ou coisa parecida, estava cansada demais para isso. Afinal a bendita Sra. Blackwood estivera me esperando no portão, com um tenebroso sorriso de satisfação por eu ter voltado, e ela tirou seu dia para transformar o meu em uma correria, para arrancar cada pouquinho de energia que eu pudesse ter.

“Será que eu pego o elevador?”, considerei, pensando nisso pela primeira vez em muito tempo. Decidi que não e continuei com minha rotina de subir as escadas, subi bem lentamente, tentando compor uma expressão animada, o que era bem difícil, considerando meu atual estado.

Devagar, vou abrindo a porta. E tão rápido como um raio, uma mão me puxa para dentro, a fecha e sou empurrada contra ela.

–Mas o que... –Exclamei surpresa, antes que ele me beijasse de súbito.

Eu me separei dele, arfando sem fôlego. “Isso também não contribui para a melhora do meu estado, eu acho. Ou talvez contribua e muito.”

–Fazia tempo que eu não era recebida com um entusiasmo desse mas... ah, venha. –O guiei para o sofá, onde me deitei no colo dele. –Estou muito cansada, é isso aí.

Ligo a TV e noto Andy, parecendo se esforçar para não rir. “Que foi?” penso para ela, achando aquilo estranho. “Não dá para acreditar. O cara passa o dia inteiro sozinho, então o deixo fazer o que quiser. Aí você chega, ele toma uma atitude e... você acaba com as expectativas dele. E eu nem precisei fazer nada.”

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–Porque é que você vê isso? –Pergunto, sem entender.

–Assassinos podem ser loucos. –Respondeu, dando de ombros. “Como Andy. Ou será que Andy que é igual a ela?” –Ver o noticiário para mim é como as pessoas normais vendo um seriado ou uma novela. Eu vejo os crimes e tento julgar se o assassino tem algum distúrbio, transtorno, síndrome, problema de personalidade, coisas desse tipo.

Depois de vários crimes não muito agradáveis de se ver e a opinião dela quanto a cada um deles, fico pensando um pouco em como ela consegue ver isso. Se eu pudesse, não deixaria, a protegeria do que existe de ruim no mundo, mas ela me explicou que era para “aperfeiçoar” o trabalho.

–Avery. –Digo, olhando as horas. –Você não quer que eu prepare o... Ah, ela já dormiu.

–Seu idiota. Ela se esforçou muito hoje. –A Guardiã diz, aparecendo de repente atrás do sofá.

–É mesmo. Eu fiquei tão perdido entre o noticiário e meus pensamentos que nem percebi quando ela parou de comentar.

–Leve ela para a cama.

–Que?!

–Shh, vai acordar ela. Anda, você consegue, não é?

–Consigo, mas... Por quê?

–Por quê? Ai meu Deus. –Ela revirou os olhos, impaciente. –Quer que eu diga mesmo? Leve logo.

–Tudo bem, calma.

–Idiota lerdo, não faz mais que sua obrigação... –Ouvi ela resmungando.

Peguei Avery com delicadeza e ela se aninhou contra mim, como uma criança. Depois de tê-la posto na cama e a coberto, afasto sua franja e lhe dou um beijo de boa noite.

–Durma você também. –Andy apagou a luz e fechou a porta do quarto, nos deixando sós no escuro.

Avery se virou na cama e me puxou para perto, de modo que eu não tive muita escolha a não ser me virar com ela. Passou meu braço por cima de si e apertava minha mão de leve, talvez pensando que eu era o cobertor. Mas se pensou ou não, pouco me importa agora. Dormir abraçando-a é bom.

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Na manhã seguinte, acordei com Andy me cutucando de forma insistente, ela não queria que eu chegasse atrasada. Saí rápido só para que o dia anterior se repetisse, com uma pequena diferença chamada Payne.

–Onde está aquele garoto do outro dia? Quero desafia-lo.

–Sebastian? Jean? –Pergunto confusa, pois ele mudara de assunto drasticamente durante nossa habitual conversa.

–Não, não o jovem senhor Jean. O outro.

–É bem provável que você não vá encontrar-se com ele outra vez.

–Qual o problema? A Rainha Malvada não permite que ele venha aqui?

Rainha Malvada era como ele se referia á Sra. Blackwood, acho que por ela não ter uma cara muito amigável. Payne sabia que ela era muito rígida quando o assunto dizia respeito ás regras.

–Isso mesmo. –Respondo, para ver se consigo fazer com que ele desista dessa ideia.

–Ah, aquela maldita velha. Mas se é assim, só o que tenho que fazer é pedir a permissão dela, então tudo bem, certo?

–Claro. –Claro que não.

Assim que chego em casa e abro a porta, encontro Sebastian vendo as notícias e vou logo avisando:

–Você precisa voltar a treinar com a espada.

–Por qual motivo?

–Payne parece decidido a te desafiar.

–Hum, aquele velho...

Ele estreitou os olhos e pude jurar que vi certa rivalidade neles, o que achei um tanto quanto estranho, mas não quis continuar falando sobre aquilo.

–Quem foi morto hoje?

–Ninguém.

–Sério? Nossa, parece até um milagre.

–Não teve assassinato, estão falando sobre um suicídio. Venha ver, a polícia está averiguando os acontecidos.

–Para mim, não parece que foi suicídio. –Digo indo me sentar ao lado dele enquanto observo o repórter discorrer sobre as informações obtidas, me pondo a par da situação. –Está muito estranho.

–Sim. –Concorda, pensativo. A expressão concentrada dele era tão engraçada que eu ri. Ele me olhou e sorriu, então...

–Está tarde. Você tem que ir dormir, Avery.

–Que? Ah, é. Certo. Dormir, eu sei. Já estou indo, espera só um pouquinho.

–Você também não jantou. –Seguiu ela, como se não tivesse ouvido nada do que falei. –Melhor fazer isso, não pode pular as refeições, não é algo...

–Andy! –Dissemos juntos.

–Seria muito bom que você ficasse um ou dois minutos calada, okay? –Completo.

–Droga, parece que só fico segurando vela aqui. –Resmungou, desaparecendo.


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Notas finais do capítulo

Cientificamente comprovado que crianças que perderam os pais e foram deixadas em orfanatos ou instituições similares tendem a desenvolver psicopatia quando elas são deixadas antes dos 3 anos. Interessante, não? Isso que dá eu ficar lendo sobre desenvolvimento de personalidade. Espero que eu não morra ou provoque a morte de ninguém até a semana que vem...



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