Dama Da Noite escrita por HanyouNee


Capítulo 42
Eu Fiz Por Nós


Notas iniciais do capítulo

E aí, meus caros? Mais uma sexta das nossas vidas. Agora que estou de férias, a única coisa que faço é jogar e ver anime. Agora estou acompanhando Strike the Blood, é o terceiro anime dessa temporada que acompanho depois de Kill la Kill e Ore no Nounai. Ainda continuamos com Jean, ao menos no início.



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–Jean, quantas vezes tenho de dizer que esta é minha sala e... Ah, saia já da minha cadeira, droga.

–Certo, certo. –Ele riu, se levantando.

–Sebastian, este é Jean. Jean, Sebastian. Devia tê-los introduzido mais cedo só que parece que estávamos meio ocupados.

–É um prazer. Espero sinceramente que você cuide melhor da minha irmã que o outro cara que veio antes de você. –O garoto apertou a mão de um Sebastian um tanto quanto atônito com tais palavras.

–Jean! –Resmunguei.

–Se precisar de qualquer coisa, por pior que seja... –Continuou ele, me ignorando.

–Jean, cale a boca! –Peguei a primeira coisa que me veio á mão e a joguei nele sem pensar duas vezes.

–Errou, Ave. Melhore a mira na próxima.

–O que é isso? –Sebastian perguntou, tendo pego por reflexo o objeto que joguei, que por acaso é um porta-retratos.

–Só uma foto velha.

–Tem você e Joey, um cara e mais duas garotas que não conheço. Quem são essas outras pessoas, Ave?

–Não sei, não me lembro. É uma foto muito antiga, ainda de quando eu estava no Ensino Fundamental. Me dê aqui, vou coloca-la no lugar.

A parte sobre eu não me lembrar era uma boa de uma mentira. Sim, claro que eu me lembro. O outro garoto é Gabe, mas das duas garotas eu preferia não me recordar tanto.

–Jean, você não quer jantar com a gente?

–Depende. Se você não cozinhar, então eu vou.

–Tudo bem. –Replico, levemente ofendida. –Sebastian é profissional.

–Sério?

–Quase, eu acho. Vamos para casa.

–Hum... Que irmão mais habilidoso eu ganhei.

–Não abuse, certo?

–Ei. Não abuse você. Aposto que ela te faz cozinhar todos os dias, não é?

–Isso não me incomoda.

–Ótimo, Sebastian. Viu só, Jean? Agora cale a boca, você não sabe de nada.

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Avery e seu irmão discutiram por todo o caminho de volta, ás vezes brincando e outras se implicando. Pareciam dois irmãos de verdade. Eu fiquei estupidamente aliviado ao notar que o garoto não tinha nenhum tipo de sentimento romântico por ela. Talvez estivesse sendo meio possessivo, ciumento ou idiota. Ou os três.

Tive quase certeza de que ela o convidara para jantar para que nos conhecêssemos melhor. Certo, aquilo era meio arriscado e eu não achava que podia falar a verdade. “Sou Sebastian Drake, ex-governador da Terra das Sombras. Eu morri e voltei como humano e, bem, aqui estou”.

O que as pessoas normais iriam dizer? Talvez um “Agora fale sério” ou “Haha, você é um cara engraçado”. Eu não entendia direito como Avery conseguiu lidar com aquilo tudo de ir para um mundo paralelo ao seu mas talvez fosse porque ela estava se instruindo nesses assuntos psicológicos. Só que os outros certamente não iam reagir como ela, disso eu tinha absoluta certeza.

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O jantar correu tranquilo após chegarmos discretamente em casa, para não chamar a atenção dos vizinhos. Mas desde então Andy me importunava para que eu a ouvisse.

Deixei os dois conversando na sala em dado momento sob o pretexto de precisar ir ao meu quarto e saí para falar com ela.

–O que foi?

–Ainda faltam oito meses e meio para que o Guardião de Sebastian esteja pronto.

–E? –Pergunto, esperando por mais alguma informação ou um detalhe importante que possa me ajudar ou coisa assim.

–E você só pode ter ficado doida para trazer Jean aqui. Ele vai fazer perguntas.

–Que mal tem isso? –Respondi, sem entender onde ela queria chegar, alarmada daquele jeito.

–Ai, droga. Viu? É por isso que eu sou a Guardiã e você minha protegida. Avery, o que vocês vão responder? As pessoas vão perguntar para Sebastian: de onde você veio? Onde você nasceu? Como vocês se conheceram?

–Calma, Andy. –A segurei pelos ombros. –Não sei como, mas vamos conseguir. Temos de conseguir. Eu não vou desistir depois de ter chegado até aqui e não deixarei que as coisas deem errado.

–Mitchell nunca disse o que ia acontecer depois de tornar Sebastian humano. Tudo pode ser pior do que você imagina.

–Eu nunca falei que acreditava em destino, ainda mais naquelas profecias, aquelas coisas que Mitchell tem com o futuro.

–Mas então... Porque você acreditou nele?

–Tambem não disse que acreditei nele. –Eu sorri ante a confusão dela.

–Avery, por favor, pare com esses rodeios idiotas e me explique logo o que você está querendo dizer.

–Não fiz aquelas coisas todas por acreditar em Mitchell ou no destino. Eu fiz por mim e por Sebastian. Fiz porque acreditei em mim mesma e que nós dois daríamos certo.

–Então...

–Você é minha Guardiã ou não é, afinal? Entenda, sua loira lerda.

–Há, se você soubesse o quanto essa sua cabecinha é confusa e difícil de decifrar não ficaria assim.

–Bem, não posso fazer nada. –Dei de ombros, rindo. Ela nem sequer protestou quanto a eu chama-la de loira, estranho. Penso que deve ter se habituado. –Mas me diga, por qual motivo oito meses e meio até o Guardião de Sebastian estar okay?

–Na verdade eram nove, mas ele já é humano há duas semanas. E porque você acha que os bebês demoram todo esse tempo para nascer? Eles precisam se desenvolver e seus Guardiões precisam estar prontos para protegê-los de tudo.

–Proteger um bebê do que? Morrer afogado com leite? Bater a cabeça? Certo que isso seria bem ruim de acontecer, mas as mães já não fazem isso?

–Você não tem a mínima ideia do que me fazia passar.

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Ela pareceu surpresa ao me ver tirando a mesa do jantar, já que é uma atividade que ela sempre se dispõe a fazer, mas logo depois sua expressão voltou ao normal. Vasculhou a sala, pensativa.

–Cadê o Jean?

–Foi embora. Falou que já estava tarde e que ele estava cansado.

–Ah, ótimo. Então posso dormir. Foi um dia bem cansativo mesmo.

–Não vai me ajudar?

–Acho que você consegue sozinho.

–Vou querer ser recompensado por minha prestação de serviços.

–Hum. –Ela apenas resmunga, se jogando no sofá para esperar para ver o que eu queria.

Considerando tudo que acontecera durante o dia e o nível de desconfiança de Andy, aquilo não era muito provável. Mas decidi que não custava nada tentar.

–Posso dormir com você hoje? –Pedi.

Ela ergueu as sobrancelhas, tendo sido surpreendida pela minha pergunta. Abriu os olhos e se sentou, me fitando.

–Claro que...

–Não. –Andy se materializou entre nós dois, séria e de braços cruzados, mas não é como se ela pudesse ter uma postura ameaçadora daquele jeito.

–Droga. Porque é que você não vai fazer alguma coisa mais importante do que ficar nos interrompendo? –Ela reclama.

–Já passaram muito tempo juntos hoje. –Cara, desde quando tem um limite de tempo? Além do mais, estamos morando no mesmo lugar, passamos praticamente todo o tempo juntos. –E também não pensem que não sei o que vocês fizeram.

Eu e Avery trocamos um rápido olhar de entendimento, á desrespeito do que ela falava. Logo estávamos segurando uma Andy zangada e imobilizada no chão. Ou eu não consigo ver os benefícios de se ter um Guardião ou é essa aqui que interfere muito.

–Me soltem. –Ela lutava para se livrar de nós. –Vocês não podem fazer isso.

–Boa noite, Sebastian. –Avery sorriu maliciosamente, se inclinando por cima da Guardiã para se demorar me beijando.

Soltei Andy, meio surpreso. Ela se levantou logo depois e as duas foram para o quarto, com Avery se divertindo enquanto levava uma bronca. Ela me olhou por cima do ombro e sorri quando a luz é apagada.

Caí no sofá, feliz por ter ao menos ganho um beijo de boa noite. Não era o que eu queria, mas já estava de bom tamanho, por enquanto. Hoje não consegui, mas não é por isso que vou desistir. Só tenho de arrumar um jeito de dobrar a Guardiã.


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Notas finais do capítulo

Detalhes, detalhes quase imperceptíveis, eu amo meter isso no meio da história. Hoje vou comentar sobre isso, para não deixar passar em branco, então: espero que tenham notado o porta-retratos que Avery deliberadamente atirou em uma tentativa de acertar Jean. Na foto que ele guarda, encontram-se Avery, Joey, Gabe e mais duas garotas, até esse momento desconhecidas. Isso é importante, acreditem.
Devo avisá-los de que nessas férias eu deixarei meu notebook em casa, então isso quer dizer nada de capítulos, o que significa que os vejo ano que vem :3



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