Finalmente chegaram ao palácio, ela deixou Sebastian para trás, subiu os degraus correndo e abriu as pesadas portas de pedra. O cara sentado no trono, como uma expressão entediada idêntica a de Sebastian, se virou. Ela fez uma mesura e sorriu.

Segundos depois, os monstros chegam, urrando ofensas para Avery. Jay se levanta e passa a mão pelos cabelos curto-espetados e escuros. As ofensas contra ela param.

–Impressionante, srta...

–Van Peur. Avery van Peur.

–Sim, srta. van Peur. É um prazer conhecê-la. Mas agora. –A mão dele desliza para a espada presa no cinto. –como resolveremos essa confusão?

–Luta! Luta! Luta! –Os monstros berram, clamando por sangue.

–Claro. –Ela tira sua espada.

Jay sorri, a analisando com olhos escuros.

–Ah não. Eu não poderia lutar com uma dama. Eu e Drake lutaremos.

–Bem, vamos lá. –Ele pega a espada dela. –Mas, se eu vencer, você a deixa passar.

–Sim, concordo. Você parece cansada, Srta. Van Peur, sente-se. –Ele indicou o trono. – e assista uma luta entre cavalheiros.

Avery se acomodou no trono, notando que estava exausta. Aproximadamente dois dias sem dormir e caminhando. Ela fechou os olhos, ouvindo o barulho das espadas. Esperava que os dois não se matassem.

Todo o barulho ficou abafado. Dormiu.

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Ela ainda estava sonolenta, abriu os olhos devagar. O que viu a fez questionar se Sebastian não gostava mesmo dos irmãos. Ele e Jay estavam os dois sentados no chão, conversando e rindo. Eles se pareciam um pouco. Naquele momento, eram uma verdadeira família.

Se Avery tivesse se prendido só aquilo, seria uma cena bonita. Mas ela observou alguns detalhes. A camisa branca de Jay estava picotada e as mangas arregaçadas. Sebastian não estava nada bom. E eles estavam sentados no meio de poças de sangue. Uma pessoa normal nunca poderia perder tanto sangue e continuar vivo, mas nenhum dos dois eram normais. Até a cor do sangue deles era anormal, um preto e outro com um brilho azulado.

Ela bocejou bem alto para mostrar que estava acordada e eles a olharam, se levantando.

–Quem ganhou? –Perguntou, se levantando também.

Jay apenas riu e olhou para o irmão.

–Você melhorou, mas ainda não ganha de mim. Está determinado a fazer com que ela continue viva. Então, os deixarei ir. –Ele joga uma pedra azul e brilhante para Sebastian. – Mas vão logo, antes que eu mude de idéia. E sabe o que vai acontecer quando ela encontrar Mitchell. Desista.

–Não farei isso.

–Muito bem então, apenas vão andando logo. –Jay dá uma risada jovial, pisca para Drake e o empurra. Pega sua espada e sai andando.

Infelizmente, Jay era forte, e empurra Sebastian bem na direção de Avery. Os dois caem e ela de repente percebe como ele era pesado. Mas pela primeira vez, ela tem a chance de olhá-lo diretamente nos olhos. Estavam muito perto, tanto que o cabelo dele caia em seu rosto. Avery não conseguia raciocinar, ela estava ruborizando.

–Saia de cima de mim. –Consegue dizer, com uma voz sufocada.

–Claro. Desculpe.

Ela guarda sua espada e eles se preparam para a próxima viagem. O coração dela batia como louco ao saírem do reino de Jay.

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Maldito Seja seu irmão! Definitivamente, Sebastian preferia ter morrido lutando com ele ao ter contado suas suspeitas. Pelo menos, ele tinha certeza de que se fosse morto, Jay se encarregaria de fazer com que a humana chegasse a salvo em seu mundo.

Ele poderia ter sido morto com relativa facilidade pelo irmão, mas este sabia que havia algo por trás daquela “boa ação”. Nenhum dos cinco simplesmente saia ajudando humanas por aí.

Como ele fora idiota! Aquela estúpida piscadela, ele deveria ter adivinhado mas caiu direitinho no truque de Jay. Quando ele cometera o erro de olhar nos olhos castanhos dela, não pode deixar de sentir algo se agitando em seu peito. E não pode evitar notar que ela estava muito corada.