Pirando Em 3, 2, 1... escrita por Eica


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Meu Deus! Publiquei essa fic em 2013. Como é possível? Cinco anos para concluir essa fic! Só pode ser brincadeira de mal gosto! Hehe... Enfim, galera, este é o último capítulo. Eu não queria terminar assim, mas depois de cinco anos, acho que todos já estão de saco cheio, né? Obrigada a todos que acompanharam a fic do começo ao fim, e até mesmo agradeço àqueles que desistiram no meio do caminho. Esperar cinco anos pra ver o final... Não sei quem aguenta. Beijos, muitos beijos para vocês e nos vemos por aí!



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Enzo estava certo. Daniel apareceu em Curitiba depois de nossa conversa por telefone. Eu o recebi com a mesma surpresa com que meus pais o receberam, pois nenhum de nós estava esperando sua visita – não sei como ele conseguiu meu endereço. Não me lembro de ter dito para ele onde eu morava. Apesar disso, meus pais ficaram muito contentes com a visita e o receberam com alegria. Eu, apesar de feliz por vê-lo de novo, fiquei também muito nervoso, pois sabia a razão pela qual ele estava conosco.

Almoçamos todos juntos. Minha mãe tagarelou bastante durante o almoço e ainda elogiou Daniel, enaltecendo sua beleza. Comprou um bolo de sobremesa e ficamos ainda um tempo na sala vendo filmes aleatórios na televisão.

Não muito tempo depois, Daniel disse a meus pais que precisava conversar a sós comigo. Sendo assim, fomos ao meu quarto por volta das duas e meia da tarde.

Assim que fechei a porta depois de entrarmos em meu quarto, dei um beijo em Daniel e ao contrário do que eu esperava, ele não me retribuiu com a mesma alegria. Estava bastante sério.

— Pensei que seria mais profissional do que Tomas foi. Não tem que tomar as dores dele.

— Eu não...

— Tomas é muito sentimental e isso só o prejudica. Eu sei que você não é assim. É muito empático, mas não precisa sair da banda para demonstrar isso. Sua empatia por ele é suficiente.

            Fiquei sem saber o que dizer.

— Eu só pensei que... não sei... as coisas fossem melhorar.

            Daniel riu.

— Muito pelo contrário. Só iriam piorar mais. Você gosta de estar na banda? Gosta do que faz?

— Sim.

— Então não tem que sair. Eu não vou aceitar isso. Não quero perder você.

            Comovido, abracei-lhe na cintura. Daniel beijou o topo de minha cabeça. Senti seu perfume e recebi outros beijos. Mais tarde, senti sua mão afagar meu pescoço, e durante um beijo, tremi ao ser acariciado na nuca.

            Excitei-me.

— Senti sua falta também. – confessei, sentindo sua ereção próxima ao meu corpo. – Aqui não, Dani...

            Apesar de meus pedidos, Daniel não parou de me beijar e de me acariciar.

— Meus pais estão no outro cômodo.

— Eu sei.

            Ainda agarrado a mim, Daniel levou-me para perto da parede oposta à da porta e ali me encurralou. Tentei afastá-lo de mim, mas ele me prensou ainda mais contra a parede. Estava muito excitado, e eu também.

— Daniel, é melhor não.

            Ele não me deu ouvidos. Beijou a curva de meu pescoço e acariciou minha nuca. Eu estava ficando doido.

— Eles vão perceber.

            Estávamos excitados demais para parar. Não havia volta. Eu não conseguiria parar com ele do meu lado. Depois de um beijo de língua, Daniel voltou sua atenção ao meu pescoço e com a mão esquerda, enfiou-a por debaixo da minha bermuda. Conseguiu apertar meu pênis com força e dali em diante, começou a roçar sua mão nele. Fiz o mesmo com ele. Até mesmo enfiei minha mão por debaixo de sua cueca quando ele tocou diretamente em meu pênis. Foi neste momento em que as coisas ficaram mais tensas.

            Fiquei de olho na porta enquanto nos estimulávamos com rapidez. Próximo de atingir o clímax, deixei-me levar pelo momento e fiz uma coisa que não pensei que faria dentro da casa de meus pais: abaixei minha bermuda e minha cueca e virei-me de costas para Daniel. Apoiei-me à parede fria de meu quarto e Daniel penetrou-me na mesma hora. Não precisou friccionar duas vezes. Logo que me penetrou, eu já havia gozado na parede. Mas ele precisou friccionar três vezes para chegar lá.

            Assim que havíamos gozado, apoiei meu rosto contra a parede, e Daniel ficou colado em mim, com o rosto ao lado do meu, tentando normalizar a respiração. Abraçou-se em mim, com seu pênis contra meu bumbum. Eu me satisfiz completamente, contudo, estava cheio de medo que meus pais tivessem notado alguma coisa.

            Para a tristeza de minha mãe, Daniel resolveu ir embora no mesmo dia que chegou, levando-me com ele de volta a Sorocaba. Não era minha intenção voltar para lá tão cedo, mas fiquei feliz por Daniel desejar tanto minha volta.

            De noite, já em sua casa, levei minha bagagem ao meu antigo quarto, mas Daniel disse para dividirmos o quarto dele. Sendo assim, dirigi-me até ele. Coloquei meus pertences dentro de seus móveis.

            Daniel estava muito pegajoso comigo. Perguntava a todo o momento se eu queria alguma coisa. Eu estava contente com tudo o que tinha. Não precisava de mais nada. Jantamos rapidamente e depois fomos tomar banho juntos – sim, juntos. A nova banheira de seu quarto ficou pequena demais para nós dois quando resolvemos transar nela também. E de madrugada, por volta das uma e quarenta, deitado em sua cama, Daniel perguntou se podíamos transar de novo. Sorri e disse a ele que podíamos fazer a hora que ele quisesse e quantas vezes ele quisesse.

            Senti-me embaraçado por dizer isso, mas fui um tanto esperto, pois no dia seguinte, mal saímos de sua casa. Transamos antes do café da manhã, antes do almoço e passamos a tarde toda em seu quarto, transando entre uma conversa e outra.

— Acho que vou querer férias de novo. – disse ele.

— Não pode sair de cima de mim?

            Daniel riu.

            Eu estava nu deitado de bruços em sua cama. Daniel estava deitado sobre mim, mas com o peito sobre meu bumbum. Não me lembro como ficamos nesta posição. Não. Acho que me lembro como ficamos. Há pouco havíamos transado. Eu ainda estava sujo depois de ejacular. Daniel deitou em cima de mim e não deixou eu me mexer.

— Quero férias para passar mais tempo com você. Acho que o Michel e o meu irmão não vão se importar de tirarem férias de novo. O que acha?

— Você é o líder da banda. Acho que sua decisão é mais importante. Quero dizer, não vão se importar por isso.

— Assim terei mais tempo para criar coisas novas. Você pode me ajudar também.

— Não acho que minhas ideias sejam tão boas quanto as de vocês. E não digo isso por modéstia ou por qualquer outro motivo. Só não me acho muito criativo.

            Senti Daniel mexer-se e dar-me um beijo molhado no bumbum. Enrubesci.

— Podemos mudar de posição? Meus músculos estão doendo. – pedi.

            Ele deu um risinho. Mesmo com ele debruçado sobre minhas pernas, consegui deitar de costas. Outro erro, pois Daniel tornou a deitar sobre mim, mesmo que meu abdômen estivesse sujo de sêmen. Levantou o rosto para me fitar. Depois apoiou-se nos braços para vir mais perto de meu rosto. Debruçado sobre mim, olhando-me nos olhos, disse:

— Eu queria que tivéssemos ficamos naquela posição.

— Vai querer fazer de novo?

— Vou.

            Olhei para baixo. Seu pênis estava um pouco ereto.

— Pode me dar um tempo? Senão, não vou aproveitar muito.

— Claro.

            Deu-me um beijo e rolou para o lado, deitando de costas no colchão. Ficamos olhando para o teto, enquanto o tempo passava.

— Você chegou a falar com o Tomas?

— Não. Nem o vi mais. Mas ele tem dado muitas declarações na página dele. – respondeu Daniel, calmamente.

— Ah, é. O Enzo chegou a comentar sobre isso.

— Enzo? Ah, seu amigo de Curitiba!

— É.

— Isso me deixa um pouco chateado. Não pensei que ele fosse falar tantas mentiras.

— É, eu também.

— Mas eu conversaria com ele se ele quisesse conversar com a gente de novo. Não é uma coisa que não possa ser resolvida.

            Ficamos em silêncio de novo.

— Vai querer fazer agora? – perguntei, depois de pensar obscenidades.

— Essa conversa me brochou, Emil.

            Quando o olhei seriamente, Daniel gargalhou e veio pra cima de mim.

            No fim de semana, Michel e Niko vieram para a casa de Daniel para um churrasco e receberam a notícia das férias com bastante entusiasmo.

— Minha mãe vai ter que colocar dentadura. Sabe o quanto isso me deixa contente? – comentou Michel, quando estávamos reunidos no quintal.

— Saber que sua mãe vai ter que colocar dentadura te deixa feliz? – sacaneou Niko.

— Não, imbecil. As férias me deixam feliz porque assim vou poder acompanha-la ao dentista. Gosto muito da minha mãe.

            Rimos.

            Desde que descobri que Niko gostava de mim, alguma coisa havia mudado em meu comportamento e eu tentei não ser tão óbvio em relação a isso. Todavia, eu era o único idiota que mudara meu jeito de ser diante dele, pois nem mesmo ele ou Daniel haviam mudado depois que a bomba explodiu.

            Vi Niko e Michel nos três dias que se seguiram e depois ambos sumiram, já que, com nossas férias, ambos tiveram a oportunidade de curtirem os dias de folga da forma como achavam mais conveniente.

            Durante um sábado frio e de vento gelado, Daniel e eu nos aventuramos pela cidade. Fomos à loja Gallery Rock no centro da cidade, para ver se havia alguma camiseta interessante para comprar. Vi algumas do Iron Maiden e comecei a procurar alguma do meu tamanho. Ao olhar à minha volta, Daniel havia sumido. Continuei procurando por uma camiseta do meu tamanho. De repente, percebi que dois rapazes, próximos a outro cabideiro da loja, estavam olhando para mim.

            Fingi não ter visto, mas aparentemente eles queriam que eu os notasse. Olhei novamente para eles. Eles, de sorrisos no rosto, se aproximaram.

— Licença. Você é de alguma banda? – perguntou-me o mais alto deles.

            Sem jeito, falei que sim.

— É do Opera’, não é? O Tecladista? – perguntou-me o outro, cheirando a bala de menta.

— Sou. – respondi, sentindo-me estranho.

            Era a primeira vez que me reconheciam.

— É o Emil?

— Sim.

— Nossa! A gente viu você entrando na loja e não achamos que fosse de verdade! – disse o outro, rindo.

— Tudo certo, cara?

            Aquele que cheirava menta estendeu a mão para mim. Apertei-a educadamente. Fiquei contente por ter sido reconhecido e pelos rapazes demonstrarem tanta alegria ao me verem.

— Você mora na cidade? Eu não sabia que morava aqui. – disse o rapaz que se apresentou como Felipe.

— É, acho que a banda toda ainda mora aqui. – disse o outro, que disse se chamar Andrei.

— Não tem problema se eu tirar uma foto com você?

— Não! Claro que não!

            Tirei foto com Felipe e depois com o Andrei.

— A gente é fã da banda desde a época da Mila. – disse Felipe.

— Desde o começo, então. – disse.

— Sim. Desde o começo. A gente foi num show de São Paulo. Deu pra gente ir. Foi bem maneiro.

            Riram.

            Continuaram conversando comigo. Achei a situação engraçada e muito interessante. Tinha que aproveitar o momento. Eu sabia como era ser fã, mas não sabia como era estar desse lado nesta situação. Fui bastante simpático com eles, pois estavam sendo muito simpáticos comigo, me elogiando bastante e dizendo o quanto gostavam da banda. Quando percebi que Daniel não aparecia nunca, procurei-o rapidamente com o olhar e dei-me conta de que ele estava do outro lado da loja, vendo alguma coisa.

            Indiquei-o aos meninos.

— O Daniel também está aqui.

            Eles olharam para trás.

— Ah, é! Já falamos com ele. – disse Andrei.

— Já? Nossa! Eu nem reparei!

— Queríamos falar com você. Eu queria. – disse Felipe, dando-me um sorriso estranho.

            Fitei-o demoradamente, tentando compreender o que quisera dizer. Andrei estava sorrindo para o amigo, cujas bochechas estavam vermelhas e os olhos estavam brilhando. Eles estavam rindo demais. Andrei parecia tentar fazer o amigo falar alguma coisa e eu logo notei o que estava acontecendo.

            Lancei um olhar na direção de Daniel, e para minha sorte, ele fizera o mesmo. Quis fazer um sinal com a mão, para que ele se aproximasse, mas não tinha como ser sutil. Então voltei minha atenção às camisetas do Iron Maiden, enquanto os meninos continuavam ao meu lado tagarelando. Achei uma camiseta do meu tamanho e quando fui procurar Daniel com o olhar de novo, vi-o se aproximando de nós.

            Por um instante, senti-o sério e depois vi que ele sorrira para os rapazes.

— Achei um cinto. – disse ele.

— A gente já vai indo. Foi muito legal ver vocês, caras. – disse Andrei.

— Valeu!

            Felipe tocou no meu ombro e foi-se embora com o amigo. Respirei aliviado enquanto via-os descer a calçada da rua. Olhei para Daniel.

— Eu acho que ele estava...

— Ele estava.

— Você viu?

— Vi.

            Mesmo com um sorriso no rosto, Daniel parecia sério por dentro. Deu uma rápida olhada nas camisetas do Iron e depois disse que iria pagar o cinto. Levei minha camiseta ao caixa e também paguei minha compra. Saímos da loja em silêncio. Fomos até o estacionamento onde Daniel havia deixado o carro.

            Fiquei confuso. Fiquei preocupado. Antes de entrarmos na loja, Daniel estava bastante tagarela e contente. E depois fechou a cara. Tentou mascarar o descontentamento, mas não foi bem-sucedido.

— Ficou bravo comigo? – perguntei, assim que chegamos em sua casa.

— Não, por que?

— Eu não devia ter dado atenção a eles?

— São nossos fãs. Não podemos deixar de falar com eles. Eu não pediria isso pra você.

— Você parece ter ficado irritado, só isso.

— Não. Você ficou muito feliz de falar com eles.

            Subimos até o primeiro andar da casa, para levarmos nossa compra ao seu quarto.

— Não foi o que eu perguntei. Quero dizer, não foi o que eu sugeri. Eu sugeri que você ficou irritado. – falei, tirando a camiseta da sacola.

— Mas eu respondi que não fiquei. Eu não fiquei irritado. – disse Daniel, guardando o cinto novo no guarda-roupa.

— Tirando o fato de que ele estava flertando comigo, - falei, ganhando sua inteira atenção. – você sempre fala com seus fãs, por que eu não falaria com os meus também?

— Mas eu disse que você pode falar com seus fãs. Você deve falar com eles.

— E por que você não parece contente com isso?

            Depois de fechar a porta do guarda-roupa, olhou-me seriamente.

— Quem poderia ficar contente vendo o próprio namorado ser objeto de flerte na sua frente?

            Ele me desarmou. Passou por mim e foi ao banheiro.

— Vou ter que me acostumar com isso. Você é bonito, Emil.

            Daniel saiu do banheiro. Nos encaramos.

— Me desculpe. – disse.

            Ele riu.

— Desculpar-se pelo que? Por ter nascido bonito?

— Não, é só que... eu percebi tarde demais que ele estava flertando. Senão, teria feito ele parar.

            Daniel tornou a rir.

— Não, não teria não. Você é educado demais. E vou ter que me acostumar com isso também.

            Recebi um beijo dele.

            Duas semanas depois do início de nossas férias, por volta do meio dia de um sábado ensolarado, havia trocado de roupa para sair para almoçar fora com Daniel. Eu já estava pronto, sentado no sofá da sala vendo qualquer coisa na televisão, apenas esperando ele se arrumar, quando ouvi a campainha tocar. Levantei-me do sofá e corri até o jardim da frente com a chave do portão na mão.

— Já vai! – gritei, quando a pessoa tocou a campainha de novo.

            Abri o portão. Encontrei uma pessoa parada em frente a mim, com uma mochila de couro transversal pendurada num dos ombros. Era um rapaz de pele muito clara, olhos azuis e cabelos curtos e castanhos. Julguei que a face dele estava avermelhada por conta dos raios de sol. Vestia uma camiseta listrada, calça e botas.

— Daniil. – pronunciou ele, de olhar esperançoso.

            Eu estava paralisado, pois sabia perfeitamente bem quem era o rapaz que estava diante de mim. Ele me fizera sofrer por muito tempo. E eu o odiava sem ao menos tê-lo conhecido. Eu o odiava por um motivo bastante mesquinho.

— Daniil? – perguntou, quando eu não disse nada.

            Meu coração contraiu-se e eu senti medo e não havia como sair daquela situação. Não havia como escondê-lo. Não havia como ignorá-lo. Em pouco tempo, Daniel descobriria que Sasha estava ali...


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