Amor Imortal escrita por Lelon Lancaster


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Eu espero que vocês gostem da história. (:



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Era como se o tempo estivesse parado naquele segundo.

Em um momento eu estava sendo sufocada por pessoas em uma apinhada boate de Londres e no segundo seguinte eu olhei avistara um par de olhos estranhamente familiares. Eram olhos grandes e castanhos que me olhavam com certa curiosidade. A pessoa virou-se e foi embora. Decidi segui-lo, ver quem era aquela pessoa. Me espremi entre corpos suados e alguns gordurosos demais e acabei na saída dos fundos. O desconhecido havia ido embora e eu estava na rua fria olhando para o asfalto e tentando reorganizar meus pensamentos. Algo naquele estranho me pareceu familiar, algo me fez segui-lo até aqui e largar Samantha sozinha lá dentro. No momento em que pensei ter visto ele atravessar a rua meu telefone tocou em meu bolso.

   - Ever! Venha já para casa, precisamos conversar. – a voz da minha mãe estava mais séria do que nunca. Isso não era bom.

     Desliguei o celular e entrei na boate procurando por Sam. No momento avistei seus cabelos vermelhos, percebi que ela não estava sozinha. Sua companhia era um cara alto, forte e louro, parecendo ser muito bonito. Deixei apenas uma mensagem em seu celular e dirigi para casa, me preparando para enfrentar a fúria da minha mãe.

Assim que cheguei em casa, percebi que a Ferrari do papai não estava na garagem. Isso significava que ele não estaria aqui para me defender. Depois de um longo momento refletindo sobre o que seria a bronca de hoje, suspirei e sai do carro. Eu estava farta dessas brigas constantes, então tinha decidido que daqui há um ano, quando completarei 18 anos, irei morar no apartamento da Califórnia sozinha. Sem pai, sem mãe, sem broncas.

  Entenda uma coisa antes de ouvir a minha mãe me dando um sermão: Meus pais são importantes advogados e eles não têm tempo para ficar em casa me criando como deveriam, então me dão tudo o que peço e mais um pouco. Quando eu cometo um deslize qualquer, eles têm que deixar uma importante reunião ou viajem para brigar pessoalmente comigo e isso prejudica muito o trabalho deles.

  Eu tenho uma mansão de oito quartos, piscina e tudo mais para mim 24horas por dia e uma governanta que observa tudo o que faço e julga se é correto ou não e conta tudo o que acontece na minha vida para meus pais. Não que eu não goste de sua preocupação, mas eles não precisam saber se eu estou comendo vegetais o suficiente e que à horas vou dormir. Minha mãe fazia a mesma coisa com a minha irmã mais velha, Serena, mas ela apareceu grávida no ano passado e meus pais a isolaram da sociedade “rica” de Londres. Eles compraram um apartamento para ela e o filho dela em Nova York e pediram para que ela nunca mais voltasse. Eu as vezes já pensei em fazer alguma coisa para ser expulsa de casa, mas eu só levo bronca.

   Quando entrei em casa, minha mãe estava na sala de jantar com uma cara muito séria, mas seu olhar era uma mistura de desculpas e preocupação.

  - Ever sente-se – ela gesticulou uma cadeira á sua frente enquanto falava.

  - Como sabe, seu pai e eu não temos tempo para acompanhar sua educação em casa e nós estamos muito preocupados com isso. Você vem apresentando comportamentos que não combinam com você, suas notas estão cada vez mais baixas e.... – percebi que minha mãe queria chorar, mas estava segurando as lágrimas

  - Mãe, me desculpe – falei de cabeça baixa.

  - Eu não terminei. – o olhar de seriedade de minha mãe tinha voltado – Você aparece com  um namorado novo à cada dia e muitas vezes eles dormem aqui. Está quase sendo expulsa da escola que você escolheu estudar e todos já estão comentando a má influência para a comunidade que você é!

   - Então isso tudo é por causa do que seus amigos pensam de mim – a essa altura eu já estava gritando.

   - Não se trata do que eles pensam, mas do que você é. Ever, entenda que nós somos pessoas importantes na sociedade inglesa e você deve se comportar como tal. Não quero você causando mais escândalos, por isso eu e seu pai tomamos um decisão: você estudará,  a partir de agora, na King Prep em Nova York até o fim do ensino médio.

  Pensei que meus olhos saltariam das órbitas. Fiquei um logo tempo em silêncio e por fim falei:

  - Vocês querem me mandar para um colégio interno?

  - É para o seu próprio bem. Lá você conhecerá pessoas novas, lugares novos e talvez até melhore seu comportamento- por um breve momento, eu vi uma centelha de dúvida nos olhos da minha mãe, mas ela se foi rapidamente.

  - Eu não quero ir para lá! Eu sou feliz aqui. Eu vou mudar, eu não vou mais para boates, não namoro mais, se assim preferir. – minha voz era apenas um sussurro.

  - Já está decidido. Você irá amanhã á tarde e as aulas começam na segunda. Sorte sua que irá pegar o começo do ano. – E com isso a minha mãe subiu as escadas e me deixou sozinha na sala.

  

Eu não queria ir. De jeito nenhum. Eu sabia que se eu fosse, acabariam as festas, garotos – não que eu tenha ficado com muitos-, bebidas e Sam. Samantha Striker é minha melhor amiga desde que me entendo por gente. Eu passei muitas coisas com ela. Eu não queria contar para ela, mas parece que minha mãe já tinha feito o serviço. Sam me ligou 10 minutos depois do veredito final me dizendo que eu não podia ir, que ela não sabia o que faria sem mim, mas uma hora depois ela concordou que isso seria o melhor para as duas. Eu voltaria renovada e isso seria bom. Sem festas, sem bebidas, sem boates, sem garotos....

   Eu tive certa dificuldade para dormir, ainda mais depois de chorar litros e pesquisar tudo o que podia sobre King Prep. Eu descobri que era um dos mais conceituados internatos do mundo e que ficava na parte mais isolada de Nova York, no topo de um penhasco assustador. As meninas tinham que usar um uniforme azul marinho e branco constituído de uma saia xadrez, camisa branca, gravata azul e um blazer da mesma cor e não eram aceitos celulares, cigarros e bebidas dentro da instituição.  A coisa mais tolerável dessa escola, se é que pode ser chamada assim, foi que uma vez por mês, eram permitidas saídas em grupo com os professores, é claro.

  Eu iria sentir falta da minha vida aqui em Londres. Eu iria sentir falta da casa só para mim, de todos os dias ver a Sam, dos meus pais, e da liberdade, principalmente da liberdade. Em king Prep eu teria que lidar um alunos mimados, problemáticos e na grande maioria os “certinhos”. Esse definitivamente era o pior tipo de aluno. Aquele que acha que sabe de tudo, que acha que pode mandar em você e que é melhor que você. Eu não tive tempo o suficiente para me preparar psicologicamente para isso e acho que nunca terei.


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Notas finais do capítulo

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