Não sei se é sonho ou pesadelo.

Uma densa neblina cerra meus olhos abertos.

Desesperada... Corro violando aquele lugar...

Meus olhos se adaptam para ver o que tem do outro lado.

E descubro apenas o “nada”.

Avalio a minha inquietude...

Preciso descobrir o que há além.

Da fumaça fantasmagórica.

Das nuances de uma sombra...

Que não consigo definir.

Talvez, o desconhecido nem seja tão novo.

Nem o apavorante se faça tão medonho.

Devo esperar só mais um momento?

Aliviada suspiro e pouco a pouco...

A claridade revela o que estava escondido.

Meu coração palpita de esperança.

Há natureza por trás das folhas e flores silvestres.

E desejo que meu interior seja assim...

Belo como as pétalas que recebem

O orvalho salpicante de saber.

E me pergunto:

Como posso sentir-me tão completa?

Enfim, o teu perfume te denuncia.

E tua doce presença inebriante.

Invade minha quimera vespertina.

Se estive perdida no mundo dos inocentes...

Agora me encontro desperta.

Alerta para a dura realidade.

Mas... Feliz por viver.

Meus lábios sorriem me denunciando.

Sinto o frescor e o gosto de menta na boca.

Em teus braços chegam...

As doces manhãs de todas as estações.

E em tua companhia...

O amor não mais secreto,

De toda minha vida.