Love, Love, Love. escrita por Ravenous Wolf


Capítulo 1
Unique.




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O chão era frio e duro, mas por algum motivo ele parecia mais confortável do que a cama arrumada e macia. Seu rosto tocava o piso frio, e aquele toque parecia transmitir uma mensagem de paz para seu corpo. Uma paz falsa. Artificial.

Seus pais ainda discutiam na sala.

Ela podia ouvir ambos gritando. `` Não terei uma filha sapata!!``, a voz do seu pai parecia ferir seus ouvidos e atravessar a porta do quarto, como se o som fossem milhares de touros despedaçando seu canto de paz. `` Eu te disse, avisei, ela sempre se vestiu como homem!``, por algum motivo a voz da sua mãe era mais dolorosa do que a do pai.

-Aquele cabelo curto!- A voz do pai gritava.

Sempre teve jeito de homem.- Sua mãe dizia.

A janela do seu quarto era muito convidativa. Por que ficar ali?. Podia correr para os braços de quem lhe entendia. Para os braços de quem amava.

Seu corpo magro e andrógino se colocou em direção ao espaço livre de fora do lado de fora do seu quarto. Tudo bem, era o segundo andar. Podia morrer se acabasse caindo, ou quebraria alguma coisa.

-Que se foda. – Sua voz mostrava uma coragem que talvez faltasse para suas pernas.

Quando suas pernas finalmente obedeceram seu comando de sair daquele lugar infernal, seu pai apareceu abrindo a porta com brutalidade.

- Não vai fugir sua anomalia. – A voz dele era fria como aço, e também parecia cortar como tal.

Ela olhou para o rosto do pai uma última vez. O rosto do homem que um dia lhe chamou de princesa e lhe deu muitos sorrisos era de puro ódio. Os olhos claros da garota ficaram cheios pelas lágrimas, ela era uma anomalia?.

Seus corpo tomou impulso em direção ao grosso galho de árvore. Conseguiu agarrar-se nele e desceu com velocidade para o chão. Seus pés mal tocaram no chão duro e já se colocavam a correr depressa. Seu pai ainda lhe xingava.

A rua estava vazia e a noite parecia cobrir seus passos com sua escuridão. Será que Mary iria para que ambas pudessem fugir daquela maldita cidade?.

Uma voz maldosa lhe confidenciava que a resposta de seu amor seria negativa.

Era melhor que fosse sozinha. Seu destino era incerto.

A menina continuou correndo até chegar no muro baixo que pertencia a casa de Mary. Joane pulou o muro e seguiu para o jardim, a janela do quarto de Mary estava aberta e dali se podia ver uma luminosidade. Joane fez seu pio de coruja, que era o sinal para que Mary soubesse que ela estava lhe chamando. A luz do quarto se apagou e Joane esperou um pouco, logo depois, sua amada passava pela porta dos fundos e vinha lhe abraçar.

Joane tentou apertar com todas as forças o corpo que estava ali em seus braços. A menina de cabelos dourados chamada Mary lhe deu um beijo longo que logo acalmou seus ânimos.

- O que eles disseram? - Mary perguntou.

-Reagiram pior do que eu poderia imaginar. Eu fugi pela janela. – Joane acariciava o lábio inferior de Mary com seus dedos.

Mary começou a chorar baixinho e apertou Joane em um forte abraço.

- O que vai fazer?. – Mary lhe fitava com os olhos claros da cor do mar.

- Vou embora.

- Não pode Jo. – Mary lhe apertava ainda mais.

- Sim, eu posso. – Joane fitava Mary, os olhos castanho-escuros fitavam os olhos azuis. – Não poderia é pedir para que viesse comigo.

Mary ficou calada enquanto chorava e agarrava a blusa de Joane com uma das mãos. Ela estava tornando aquilo mais complicado do que pensou que seria.

- ``Não deve... – Mary falava com uma voz cortada pelo pranto.

- Mas posso.`` – Joane completou a frase que era sua marca registrada. Depois de levantar o rosto de Mary e lhe dar um último beijo, ela finalmente se afastou e pulou o muro. Não sem antes olhar para seu amor e sorrir.

O resto foi um longo caminho para ela.

Depois de ir para a estrada e pegar carona em uma carroça velha. Enquanto ela se mexia com a tremedeira do carro, Joane prometeu que um dia iria voltar para sua amada.

E naquela noite. As estrelas escutaram seu pedido.


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Notas finais do capítulo

Minha primeira fic yuri.Gostei de escrever e espero que tenha gostado de ler.



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