I Wish For True Love escrita por Mills
A garota entrou pela janela e fechou a mesma. Apoiou-se no vidro gelado do inverno que estava por vir. Abaixou o rosto e lembrou-se do seu maravilhoso dia... Longe de Daniel. Um sorriso tímido apossou-se de seus lábios. A mini prefeita ficou vermelha de vergonha e um grito gelado quebrou a magia do momento.
- Regina Mills! - Cora entrara apressada no quarto, acendendo a luz. - Onde esteve a tarde inteira?! - A mulher gritava descontroladamente. Deu alguns passos e parou de frente para Regina.
- E-eu... - Como Cora podia saber que ela esteve fora? Até aquela hora? - Na escola.
Os joelhos da garota cederam devida a pressão, ela ajoelhou-se no chão. A mão de Cora acertara perfeitamente no centro da bochecha da filha. Os cinco dedos ficariam vermelhos no rosto delicado de Regina.
- Não minta para mim! - A mulher continuava gritando. Regina levou ambas as mãos onde sua mãe havia acertado. Fechou os olhos e só o que sentia era dor. Não ousou se mexer. Foi a pior opção. Cora segurou os cabelos compridos da garota e o puxou para que ambas olhassem nos olhos. - Onde esteve a tarde? Toda. - A mulher cuspiu a última palavra como se fosse uma grande delito não estar em casa de tarde. Regina a olhou com os olhos cheios de lágrimas. Não pela dor que ela sentia, fisicamente, naquele momento. Mas, por saber que sua mãe estava desesperada o suficiente para mais uma vez se afogar nas bebidas e, por não ter força de vontade para se segurar e não descontar tudo em Regina.
- Estive com Emma e seus amigos.
- Ah! Aqueles bêbados! - Cora riu desdenhosa. Não satisfeita em soltar Regina, a mulher a empurrou contra o chão no qual a mesma estava ajoelhada. Saiu as pressas do quarto da garota batendo a porta com força.
A mini prefeita permaneceu imóvel durante um tempo até finalmente se sentar no chão. A garota chorou baixinho por longos minutos.
A noite foi caindo e as luzes da própria casa iam se apagando. Isso significava "Sem jantar Regina". A garota se acostumara a isso. Fora difícil no começo, mas, não era mais. Seu rosto ardia em chamas e sua cabeça latejava. Passou os longos dedos pela bochecha e onde Cora havia deixado sua marca, estava em "alto-relevo". Regina suspirou e se levantou, olhou no relógio e marcava pouco mais de nove horas.
A mini prefeita andou novamente até a janela e saiu pela mesma, sentou-se no telhado. Uma chuva fina umideceu seus cabelos, rosto e roupas. A garota não se importou. Só conseguia sentir pena de Cora.
* * *
A luz da manhã penetrou pelas pálpebras de Regina e a garota acordou. Havia dormido no telhado na noite anterior. Entrou pelo mesmo lugar que havia saído e tomou um banho rápido. Ainda não eram seis horas quando Regina saiu do banheiro. Arrumou a mochila e vestiu uma calça jeans, colocou uma blusa qualquer e pegou um suéter que amarrou na cintura. Desceu as escadas com a mochila no ombro e desceu as escadas da mansão de sua mãe.
Jogou a mochila em qualquer canto da cozinha e pegou uma maçã. A comeu calmamente enquanto a manhã passava.
- Regina? Já está de pé? - Cora parecia surpresa e... De fato estava.
- Sim. Já levantei e já estou pronta. - A garota ainda comia a maçã quando a mãe entrou na cozinha e tropeçou na mochila da mini prefeita. Aquilo era devastador. Regina havia vacilado. Cora havia dito várias e várias vezes para que a garota não deixasse as coisas no chão que qualquer um podia cair.
- Quantas vezes já não lhe disse? - A mãe gritou. Dessa vez, o relógio já havia batido seis da manhã. Cora agarrou o pulso da garota e a mesma, deixou a própria maçã cair. - Não se deixa as coisas no chão desse jeito. - As unhas da mulher encravaram-se de um certo modo que estava fazendo o braço da menina sangrar. A mini prefeita não estava afim de suportar nada que viesse de sua mãe hoje, portanto, puxou o braço de encontro ao corpo. Deixando que, as unhas de Cora deixassem a mostra uma ferida coberta de sangue.
A garota pegou a mochila e sem dizer mais nada, saiu às pressas de casa. Parou de chofre na porta. Daniel não estava no banco. Ele sempre, sempre estava no banco. Regina engoliu a própria saliva e caminhou calmamente até a escola, onde, a primeira pessoa que encontrou foi Emma.
- Bom dia Gina. - A garota loira sorriu.
- Bom dia Emma. - Regina não estava querendo conversar muito naquele momento e a "amiga" percebeu. Essa última notara algo estranho na morena. Ela não estava com seu casaco de sempre, quer dizer, não estava com casaco nenhum. Preocupada, olhou instintivamente para a cintura de Regina. O casaco estava ali. "Que estranho" a loira pensou.
O decorrer do dia fora cansativo para a morena, sentou-se na última cadeira bem longe de Daniel e, quando o garoto chegou perto, enfiou o próprio corpo no casaco e por pouco, o namorado não vira seu pulso que ainda tinha vestígios de sangue.
- Bom dia Gina. - Ele estava de pé e ela sentada em sua carteira.
- Bom dia. - Ela se levantou para ficarem da mesma altura.
- Está tudo bem? - Ele perguntou preocupado. - O que foi?
- Tá... Tá tudo bem. Não aconteceu nada. - Ela tentou sorrir mas não conseguiu.
- Entendi... Desculpe não ter ido hoje na sua ca(...).
- Daniel, chega. - Regina o cortou. - Podemos parar de teatrinho. Eu sei que você não gosta de mim tanto assim e, tanto faz. Não precisa mais fingir. Êh - ela fingiu comemoração - pode voltar para quem você realmente gosta agora.
- Do que você está falando? - Ele estava confuso.
- Eu sei que você gosta da Ashley. Sempre vi como você olha para ela. E, tudo bem. Estou te dando a chance de pode falar com ela.
- Ou seja... Você tá terminando comigo? - A garota deu de ombros.
- É bem por aí. - Ela mexeu os lábios devagar.
- Sempre achei que fosse acontecer ao contrário. - Ela deu de ombros de novo.
- Eu também. - Sua resposta era sincera. - Agora, vai. - Ela apontou para o lugar dele, agora vazio.
Aquelas palavras a machucavam mais do que qualquer coisa que Cora pudesse fazer contra ela.
- Você sabe que eu não gosto da Ashley, não é? - Ele perguntou alguns minutos antes de andar até o seu lugar.
- Sim, eu sei. - Ela sussurrou assim que ele se afastou o suficiente para não ouvi-la. - Sim, eu sei. - Mordeu o lábio e sentou-se de novo.
- Gina, tá tudo bem? Aconteceu mesmo o que eu ouvi? Você terminou com o Daniel? - A loira sentou-se na cadeira ao lado da de Regina.
-Sim, tá tudo bem. Sim, aconteceu. Sim, terminei. - Ela respondeu debilmente.
- Por que?
- Porque sim. - Ela não podia dizer para Emma que gostava de Jefferson.
Elas ficaram em silêncio durante um tempo.
- Posso te perguntar uma coisa? - A loira tomou coragem e indagou o que queria perguntar desde a hora da entrada.
- Pergunta.
- Regina, - com o chamado, a morena olhou a loira nos olhos. - Por que seu braço está machucado?
Instintivamente, Regina puxou as mangas do casaco para baixo.
- V-você viu? - Ela estava surpresa. - Ok, eu te conto, mas, você tem de prometer que não vai contar a ninguém. E, não posso te contar aqui. Tem que ser longe de tudo e de todos. Tá bem?
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