Palavras escrita por Frederico Xavier


Capítulo 1
O fim?


Notas iniciais do capítulo

Então, se alguém já leu alguma das minhas outras fics, sabe que eu raramente termino... UHASUHASHUASHUHUSA bom, vou tentar terminar essa...



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Palavras

Aquelas palavras que em vão foram escritas, que eu não deveria ter lido... Um tiro parecia mais fácil de aguentar... Os seus lábios, tremendo, me perguntaram se eu havia lido. Mas era algo retórico... As lágrimas escorrendo em meu rosto molhavam a folha que segurava com pesar...

Enquanto saía do quarto, um choque de ombros empurrou-o para trás, me dando assim, acesso ao nosso quarto, no qual, fazíamos amor, peguei a primeira mala do armário que avistei e juntei minhas roupas...

Aquilo não foi fácil para mim, admito, a dor em seus olhos me mostrou a verdade, a irrefutável verdade de que ele estava sim arrependido... Ele se arrependeu, deveras, muito tarde... Nosso amor já foi forte...

“Senhor Violeiro, porque fizeste isso? Eu te amava tanto”... Parado na porta, com as lágrimas em corredeira, rolando livremente em seu rosto, tornando brilhantes – de uma forma que me cortava o coração – seus lindos olhos castanho escuro... Ele, jurando que não me deixaria sair dali, enxugava os seus olhos, fazendo com que o pouco foco que ainda habitava em sua visão, fosse eu...

Embora sua determinação em me deixar ali, era grande, eu já não estava mais com ele... Meus olhos foram tomando pontos fixos em paredes, móveis, peças de roupas... Fui procurando lugares, onde pudesse perder a atenção e recobrar a sanidade... Eu já havia saído, mas meu físico não acompanhara...

Sem que percebesse, seus braços me envolveram... Sua – notável – altura, que antes me trazia confiança, agora me deixara com medo... Ele beijava meu rosto compulsivamente. Buscava me trazer à vida, não conseguiu... A minha vida, era ele, e ele já não era quem se tornou a minha vida...

Meu rosto – já não tão inerte – voltou-se a ele, que agora, me segurava pelos ombros e me olhava fixo nos olhos. Um longo beijo veio a seguir... Um que nunca havia acontecido com tanto pesar... A bolsa que antes estava em minha mão, jazia no empoeirado chão.

Minha mão, percorrendo seu corpo, se estabilizou em seu quadril, a outra, usava para segurar firme em seu cabelo... Talvez, pela última vez... O meu choro era contínuo, porém, silencioso. Fechados e Apertados, meus olhos vermelhos não queriam se voltar à sua face alva e perfeita... Agora, Molhada das lágrimas que eu mesmo causei...

Interrompi o beijo, abri os olhos e afastei nossos lábios. Encarei sua face, meu olhar para você, era como antes, quando eu era um tolo apaixonado no 1º ano do colegial. Não tinha jeito, eu sempre iria te amar, mesmo você tendo feito... Bem... Aquilo...

Segurando meu rosto, ele abriu um largo sorriso – Nada estava perdido afinal – enquanto me segurava pela nuca, me puxando para um próximo beijo também muito longo... Nossas línguas valsavam, e conforme a música parecia que nos conhecíamos de novo... Ele, meu amor há 25 meses, e eu, o amor da vida dele a pouco mais de 15 meses...

Empurrando-me pouco a pouco, já estava na cama, em baixo de um homem grande, forte, lindo e o amor da minha vida. De quatro, sobre mim, beijou meus lábios e sussurrou no pé do meu ouvido o que me disse quando nos deitamos juntos pela primeira vez... Com a minha – já trêmula – mão em suas grandes, firmes, fortes e macias mãos, sibilou: “Está com medo, meu amor?”

Levantando da cama, lenta e cuidadosamente, saí dos braços do meu amor... Sentei-me na poltrona vermelha que ele me havia dado de presente. Puxei um cigarro da caixa que estava na mesa que estava ao meu lado e observava a rua por entre as arestas da janela... A fumaça se propagou no quarto muito rápido. Enrolado no edredom, abri a janela para que a massa cinza que repousava no ar fosse embora...

Meus ossos estremeciam de vez em quando... Minha pele se lembrava de seu toque, queria sua respiração quente... Minha mão não se contentava em esfregar meus braços contraídos para esquentar-me daquele frio. Ela queria afagar os longos e negros cabelos do meu amado... Meus olhos se voltaram a ele...

Dormindo na imensa cama que compramos, ele parecia inquieto me procurando com os braços, claro, enquanto dormia, então era obviamente algo inerte, subsidiado em seu subconsciente... Levantei-me, sentei na beira da cama, olhava agora suas pernas... Brancas, com negros fios que tanto me seduziam...

Fui gradativamente me aproximando até que me deitei novamente... Ao seu lado, minha cabeça repousava. Meus olhos apreciavam cada detalhe, cada linha, cada expressão que marcava seu rosto... Uma lágrima correu pelo meu rosto ao lembrar o que eu havia lido e o que ele havia feito comigo...

Eu caí em um profundo sono... Ao seu lado adormeci... O sono não me era um companheiro fiel... Com o sol já machucando meus olhos, acordei protegendo a visão da grande estrela que já estava brilhando no céu...

O dia estava irritantemente lindo... Odiava o céu azul, pássaros cantando e dia claro... Eu adoro a chuva, os relâmpagos, para dormir, pensar, escrever, cantar, compor... A chuva é uma ótima companheira, sempre... Mas o sol... Após retomar o foco de minha visão, percebi também outro sentido: audição. Uma melodia linda vinha da sala ao lado... E olhando para o lado, vi um bilhete, uma xícara de café e uma rosa vermelha, a minha preferida...

“O café está quente, cuidado para não queimar a boca... Porque você não vem aqui para fora? Estou te esperando...”

A torta Caligrafia condenava o dono... Coloquei minha melhor veste e saí para a varanda do segundo andar, onde ele estava me esperando... O caminho do nosso quarto até lá estava forrado com pétalas brancas de rosas. A melodia que eu ouvia vindo do quarto, foi deixada para trás, mas ainda conseguia ouvir resquícios da minha música preferida e inevitavelmente, a “nossa” música...

Na varanda, com a luz brilhando em seus olhos, e também sendo refletida em seus lábios vermelhos e umedecidos pelo último gole de café, só com uma veste, estava ele, me olhando, me analisando, me amando... Seus olhos tinham brilho, mas também estavam inchados, o conhecia melhor do que ninguém, e ele tinham chorado a noite toda depois que eu acordei para fumar aquele cigarro...

Sentei-me na poltrona do lado dele, dei um gole no café amargo e olhei em seus olhos, e de mãos já dadas, sentados um do lado do outro, olhávamos os pássaros no céu e ríamos de tudo... Nós não resolvemos tudo na cama... Não somos um casal sem graça, mas como você pode ver... O amor foi mais forte do que tudo...

O que havia naquela folha? Bom, nada de mais... Nada comparado ao nosso sentimento... Lutamos tanto, contra tantos, só para ficar juntos e agora? Deixaria um simples erro nos separar para todo o sempre? Deixá-lo-ia cair na mão de outra garota que iria fazer de seu coração um ninho de baratas e ratos? Não, eu o protegeria, assim como ele me protege, assim como ele me ama, eu o amaria...

Sua mão acariciava a minha... Sua alma amava a minha... Sua voz, em silêncio, cantava com a minha... O resto do dia anterior estava no andar de baixo, eu iria cuidar de tudo logo... Eu só quero que esse momento não acabe... Só quero que os beijos dele se repitam em meus lábios... Um “talvez”, um “quem sabe”... Respostas assim determinavam o momento...

“Eu te amo...” – Eu disse...

“Eu também te amo, minha princesa...” – Retrucou...

Tudo estava bem afinal.


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Notas finais do capítulo

Aulas de biologia, química, sociologia e filosofia tem um potencial monster de alimentar minha imaginação e trazer a vocês uma história... Geralmente as mesmas começam em alguma dessas aulas ^.^



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