Um relâmpago iluminou o quarto que estava às escuras. Plipper acordou assustado, logo após derrubar um pacote de salgadinho aberto de sua cama totalmente limpa. Olhou para a janela e, ao ouvir o som das gotas batendo contra a janela, suspirou.

— Caralho, foi tudo um sonho — Disse, bocejando — só porque eu tinha curtido aquele cavalo.

Levantou-se e foi até a cozinha, esta que era extremamente bagunçada. Como morava sozinho, Plipper não ligava para o fato de dormir com baratas à sua volta. Sequer tinha cabeça para pensar nisso, diga-se de passagem.

Abriu a geladeira, que tinha manchas de sangue na porta - pois ele se cortava ou ali ou no banheiro, o que lhe viesse na cabeça primeiro - e pegou um suco de morango com catupiry, o seu favorito. Ele até tinha uma alimentação normal, embora não comesse o quanto deveria. Porém nunca conseguiu sair do vício por essa combinação maluca que fez por brincadeira aos 5 anos de idade.

Mas, ao colocá-lo no copo, percebeu que ele estava com cor azul, quando deveria estar verde-limão. Seus olhos, antes quase fechados pelo sono, arregalaram-se.

— Que porra é essa? — Questionou o emo, indignado.

De repente, uma luz dourada saiu daquele suco e voou até o rosto de Plipper, que assustou-se e jogou-se no chão.

— CARALHO, UM MOSQUITO GIGANTE! — ele agarrou um chinelo que estava jogado debaixo de um pedaço de pizza ao seu lado e jogou-o no ar.

— NÃO! EU NÃO SOU MOSQUITO! NÃO ME... — E o então mosquito não pôde terminar pois fora atingido pelo cruel e voador chinelo.

— Ai, morreu. Deve ser outro sonho. — Disse Plipper, que jogou o calçado de volta para a bagunça e foi em direção ao quarto, pensando em suas ilusões.

Mas, em frente à porta, percebeu um brilho com o canto dos olhos e, ao se virar, se deparou com a luz novamente atrás dele.

— CARALHO, MOSQUITOS SÃO MAIS RESISTENTES QUE MEU PULSO!! — Gritou, abrindo a porta desesperadamente e entrando o mais rápido possível - com o suco em mãos, claro.

A luz o seguiu lentamente, enquanto ele se escondeu atrás do travesseiro após colocar o suco em uma mesa ao lado da cama.

— Com medo de uma fada, Plippinho? — Disse ela.

Plipper tirou o travesseiro de sua cabeça e fitou-a com os olhos.

— Plippinho? Que porra é essa? MÃE?!