Hermione P.O.V

Se tivessem me dito, no dia em que entrei naquele trem pela primeira vez, que eu iria me apaixonar e namorar aquele ruivo desastrado e irritante, acho que eu teria saído gritando que a pessoa era maluca. Mas cá estou eu, sentada no pé de uma arvore, vendo o sol se pondo com o meu namorado ruivo.

_ Estava pensando... Que tal darmos uma coruja para Gina? – perguntou ele acariciando meu cabelo. O aniversário da minha cunhada era amanhã e nós, tecnicamente, estávamos comemorando com ela. Pelo menos é isso que Molly acha.

_ Acho bom... Assim ela tem como trocar cartas com o Harry quando voltarmos às aulas. – concordei, já que Harry se recusava terminantemente a ter outra coruja, dizendo que Edwiges seria sempre única – Mas será que ela não se importará de ser um presente dos dois?

_ Nós somos um casal Mione. – lembrou ele e eu sorri. Adoro quando ele fala assim – E além do que, Gina não liga muito para presentes. Harry, por exemplo, não comprou nada para ela.

Mordi a boca para não dizer nada, porque Harry já estava presenteando Gina, no Largo Grimmauld, de uma maneira que Rony não iria gostar. Meu namorado acredita que os dois estão tendo apenas um jantar à luz de velas, e minha sogra que eles estão conosco em um restaurante em Londres.

_ Que horas vamos voltar para a sua casa? – perguntei depois de um tempo, enquanto observávamos a lua brilhando acima da Casa dos Gritos, local onde estávamos.

_ Na verdade não vamos. Harry avisou mamãe que ficaríamos no Largo Grimmauld. E não sei você, mas não quero ouvir o que ele e minha irmã estão fazendo por lá. – o encarei chocada e ele riu – Sério mesmo que você acha que eu sou ingênuo a esse ponto Mione? De achar que ele ia só fazer um jantar românico?

_ Na verdade estou surpresa com sua maturidade... Achei que você ia surtar quando soubesse. – admiti e ele deu de ombros.

_ Harry ama Gina mais que qualquer coisa no mundo, assim como eu te amo. – disse ele simplesmente, me aquecendo por dentro – Eu sei que eles são para sempre, então aceito. O que não quer dizer que não esteja tendo um certo ciúmes, porque é minha irmãzinha.

_ Então onde vamos dormir? – perguntei rindo – Aqui, como na época em que estávamos viajando?

_ Bom, podemos ir ao Caldeirão Furado se você quiser, mas eu trouxe a barraca. – disse ele e meus olhos brilharam. Apesar de tudo, sentia falta da barraca, quando ele voltou para mim, dizendo ter ouvido minha voz.

_ Podemos dormir na barraca, por favor. – pedi com um biquinho e ele sorriu, concordando e se levantando para armar a barraca. Logo ela estava de pé e ele me olhava temeroso – O que foi Rony?

_ Entra e vê... – pediu ele, se afastando da entrada. O encarei por alguns instantes, antes de caminhar até a entrada e puxar a porta. Ao entrar me maravilhei.

A barraca estava bem diferente do que outrora, com as beliches substituídas por mesas de madeira cheias de velas. No centro, uma cama de almofadas, toda enfeitada com pétalas.

Encarei Rony boquiaberta e vi que ele observava os pés, as orelhas em tom escarlate.

_ O que isso quer dizer? – perguntei com a voz divertida e ele corou ainda mais.

_ Bom... Eu e Harry tivemos a ideia juntos e fomos conversar um com o outro. – disse ele rindo – Não sei qual dos dois teve um chilique maior, porque ele te considera uma irmã. – sorri da doçura do meu amigo – Por fim fomos falar com Gui e Carlinhos, mas eles pensam que só eu estava planejando isso. Acho que eles não seriam tão legais com Harry.

_ E eles te disseram o que fazer? – perguntei e ele corou novamente.

_ Eles nos deram algumas ideias de romantismo... Na verdade, nos ajudaram a por nossas ideias em prática, já que é bem difícil driblar mamãe. – explicou ele ainda envergonhado – Mas Mione, não quero que você faça nada que não esteja pronta. É só que... Você e Gina voltarão a Hogwarts no fim do mês, eu começarei a trabalhar na loja com George e Harry estará afundado em coisas do Ministério para resolver sobre o fim da guerra... Então eu simplesmente pensei que...

_ Que era hora de darmos o próximo passo? – perguntei e ele concordou.

_ Eu sei que nós estamos juntos há relativamente pouco tempo, mas...

_ Parece muito mais? – ele concordou – Porque é muito mais Rony... Nossa história já tem uns sete anos.

Ele riu, aquele riso lindo que ele tem, e me encarou. Eu mordi a boca nervosamente e ele afundou a mão nos bolsos, começando a se balançar no lugar.

_ E porque você pensou na barraca? – perguntei – Na verdade, como você sabia que eu escolheria dormir aqui?

_ Porque eu te conheço Mione, você gosta de lugares conhecidos. – disse ele e eu concordei – Nós passamos muitas coisas nessa barraca. E bom, esse lugar tem várias lembranças. Você se lembra no terceiro ano, a primeira vez que viemos a casa dos gritos?

_ Eu perguntei se você queria chegar mais perto da casa e você entendeu que era mais perto de mim e corou que nem um louco. – lembrei e nós dois rimos, antes de voltarmos a ficar sérios – E agora Ron? Você quer chegar mais perto?

_ Eu quero. – disse ele sorrindo – Mas não sei muito bem o que fazer agora... Essa parte Gui e Carlinhos não poderiam explicar.

_ Bom, nos livros, tudo sempre começar com um beijo. – eu disse sorrindo – Que tal você me beijar?

Eu já havia lido todos os livros que se há para ler sobre o assunto, para que no dia em que acontecesse, eu soubesse o que fazer. Mas depois de todos esses anos eu já devia saber que os livros não ensinam tudo.

Quando tudo acabou, estávamos ali, frente e frente, eu e ele, nos encarando como duas crianças de onze anos que acabaram de se conhecer, mas também como dois jovens adultos de dezoito anos, que se amam e se conhecem melhor que ninguém.

_ Fiz tudo certo sabe-tudo? – perguntou ele rindo e eu revirei os olhos.

_ Acho que posso te dar uma boa nota, mas ainda pode melhorar. – brinquei e ele fez bico – Brincadeira Ron... E você? O que achou?

_ Não sei bem o que esperava, mas foi bom. – disse ele simplesmente, acariciando meu rosto – Mas agora eu quero dormir, ou então não acordaremos amanhã para chegar em casa para o café da manhã.

Eu ri concordando e ele me puxou para me abraçar, beijando o topo da minha cabeça.

_ Boa noite minha linda. – sussurrou.

_ Boa noite meu cenoura. – brinquei e ele me abraçou mais, e assim nós dois adormecemos.