Frio Da Noite escrita por Zeli Nakamura


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora! Eu tive um bloqueio, mas já voltei!
Não, não abandonei a Fic! Beijos!



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 Passei um certo tempo tentando conviver com meu novo pai, mas ele não se dava bem comigo. Achava-me um lixo, uma má influencia para o filho dele... Já mamãe sempre me achou um tesouro, talvez eu fosse a filha que ela sempre quis ter, mas nunca conseguiu. Já meu irmão adotivo me tratava como irmã mais nova, chegava a me dar bem com ele, afinal, tinha uma certa gratidão pelo mesmo.

 Infelizmente, conviver com meu pai não estava sendo fácil, até mamãe chegar quem cuidava de mim era ele. Mas eu não podia falar um piu, ou apanhava. Não sabia como mamãe aguentava ele, mas, pelo visto, teria que aguenta-lo também, se quisesse permanecer na família.

 Era um final de tarde, e eu estava andando tranqüilamente pela rua como sempre, desta vez acompanhada por meu irmão. Estávamos silenciados, olhando o final da rua. Ele não a conhecia como eu, nossa casa ficava no inicio da rua, na parte rica, mas aonde estávamos indo era diferente. Era a parte pobre, onde as casas tinham uma tintura precária e algumas caiam aos pedaços. Eu conhecia aquele lugar como a palma da minha mão. Mas, para Noan... Era tudo diferente do mundo que ele viveu por tempos. De todo o mundo que ele verdadeiramente conhecia.

 Chegamos ao fim da rua, e mostrei para ele o lugar onde acordei, a uns meses atrás, tremendo de frio, enquanto nevava.

 Se olhassem minhas condições atuais e as daquele dia, não iriam acreditar que, algum dia, já fui uma órfã perdida no mundo. Nunca iriam acreditar que algum dia vivi somente com o teto estrelado que se dispõe a todos.

 Eu espiava ele ás vezes pelo canto do olho. Ele se mantinha com uma expressão neutra, não tinha muito o que expressar em ver toda aquela decadência em um único lugar. Chegamos ao fim da rua e nos sentamos na calçada, olhando para as estrelas, brincando de contá-las, tentando ver quem contava mais rápido.

 - Anne... – Noan finalmente se pronunciou, então olhei para ele. Ele me observava fixamente, tinha um leve sorriso doce, chegava a me deixar bem.

 Notei o que estava acontecendo, então deviei o olhar. Não iria sentir aquela faísca por ele novamente. Não mesmo.

 - Anne! – Ele me chamou de novo, me sacudindo pelos ombros. Fui forçada a olhar para ele, com um leve sorriso fraco. Ele ria, ainda me olhando. A faísca novamente.

- Sim, o que foi? – Falei entre risos, enquanto olhava para ele. Senti uma das mãos do mesmo indo até meu rosto e, em seguida, senti a caricia do mesmo. A mão dele era quente, confortável. Me lembrava o conforto que senti quando acordei de manha em outra vida. Com minha vida mudada de uma noite para a outra. Como tudo se tornou bom. Isso me trazia conforto e esperanças de, um dia, saber quem realmente sou ou fui.

 Nos mantemos em silêncio, com ele acariciando meu rosto lentamente e aquela faísca no ar. Doce faísca. Mas como eu queria que virasse fogo puro.

 - Seus olhos são tão lindos... – Ele falou baixinho, aproximando o rosto do meu lentamente. Senti meu corpo se inclinando para a frente, queria aquilo tanto quanto ele.

 Estava tudo no caminho de dar certo, mas, do inicio da rua, uma luz iluminou nossos rostos. Era papai. Estava nos chamando para entrar.

 Foi por pouco, muito pouco, que não consegui o que realmente queria, o que eu e ele esperávamos a um bom tempo. Um beijo. 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por acompanharem! Espero que gostem! Beijos!



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