Saímos da casa do Eprhain e fomos para casa do Jake, ou melhor do pai dele, Billy Black. Por um momento eu esqueci toda a história da luta do Orégano e tudo mais, a única coisa que passava pela minha cabeça era “O que será que meu sogro vai achar de mim?”. Billy nos atendeu muito bem e foi muito simpático comigo e estava muito animado com a ideia de ter netos em breve. Ele e Jake conversaram bastante, acho que fazia muito tempo que não se viam.

            Estávamos num agradável “momento família” e eu acabei tendo mais uma maravilhosa surpresa. Nós ouvimos alguém batendo na porta e foi abrindo lentamente.

            – Com licença Bill, mas me disseram que o Jake estava aqui. Era um rapaz novo, deveria ter 15 anos, Jacob deve ter reconhecido ele, pois levantou do sofá indo cumprimentá-lo.

            – Embry, quanto tempo!

            Atrás dele uma moça entrava timidamente. Ela tinha o cabelo bem preto e um pouco mais curto que o meu, seus olhos também eram bem escuros. Mas era notória a nossa semelhança, no formato do rosto e tudo mais, ela só podia ser a Leah. Ficamos nos olhando por um longo tempo, acho que os outros perceberam, pois ficaram em silencio que só foi cortado muito tempo depois pelo Billy.

            – Acho que as garotas precisam conversar. Mas antes acho melhor levar a Kris para se deitar no quarto. Jacob me levou e saiu do quarto me deixando sozinha com Leah. Pude ouvir que na Jake e Embry que voltavam a conversar animadamente, então Leah fechou a porta e ficamos no silencio.

            – Então, você é a Kristen?

            – Sim!

            – Meu pai falou de você antes de morrer...

            – Falou?

            – Sim, ele contou que somos...

            – Irmãs?

            – Ah, você já sabia?

            – Eu descobri há pouco tempo

            – Hum, mas você está tão diferente da última vez que eu te vi.

            – Naquela época eu ainda nem sabia que a suas bonecas eram para brincar e não para arrancar os cabelos e braços. Nós rimos.

            – Verdade, você sempre estragava os brinquedos e a Bella ficava furiosa.

Entramos num “momento nostalgia” lembrando da nossa infância, era bom saber que Leah não me odiava e nossa conversa foi realmente muito agradável.

JAKE P.O.V

            Aproveitei que a Kris estava se divertindo com a nova irmã para ir falar com Alice, nós precisávamos decidir o que faríamos pois logo Michael e seu grupinho de sanguessugas nojentos chegariam e eu não queria que nos pegassem desprevenidos.

            – Alice alguma novidade?

            – Sim, agora eu consigo ver mais nitidamente eles se aproximando, a parte liderada pelo Michael irá chegar pela floresta mais próximo a entrada da reserva, mas também tem a parte liderada pela Victoria que virá pelo mar chegando na praia.

            – Então teremos que dividir nosso grupo em dois!

            – Mas também acho importante uma parcela do grupo ficar guardando a casa, afinal algum vampiro pode escapar das barreiras principais.

            – Bem lembrado Ed, precisamos definir quem ficará protegendo a casa.

            – Se vocês não tiverem alguém qualificado para isso eu estou me oferecendo”

Fui surpreendido com uma voz diferente da das pessoas que estavam naquela sala.

            – Rosalie? O que, como...

            – Eu a chamei Disse Alice respondendo o que provavelmente teria sido minha pergunta.

            – É você me chamou, e eu não estou sozinha! Então entraram na sala uma família grande não só em número, mas também em tamanho, todos muito parecidos com o Emmet.

            – Olá nós somos o Clã Lutz viemos do Canadá... esse deveria ser o patriarca da família.

            – Quando a Alice falou para minha Rose que Kris estava com um problema e precisaria de pessoas dispostas a lutar nós viemos o mais rápido possível, não perdemos uma luta por nada. Disse Emmet rindo sendo acompanhado por todos que vieram com ele.

            – Ótimo, quanto mais gente melhor! Disse Alice por fim e depois começou a dar várias instruções baseadas em suas visões.

Mais tarde quando fui à floresta transmiti todas as informações para os lobos, menos para Leah que ainda estava com a Kris. Quando as encontrei estavam rindo e parecia que haviam feito isso o dia todo, o que era muito bom para ela se distrair, essa história poderia a deixar nervosa o que não seria nada bom nas condições que ela se encontra. Antes de Leah ir embora pedi para que ela ficasse com a Kristen no dia seguinte, e ela concordou. Eu manteria a Kris o mais longe de tudo, seria melhor para ela.

KRISTEN P.O.V

            A manhã seguinte começou muito diferente, o sol brilhava lá fora o que era muito raro de acontecer na “terra das nuvens e da chuva”. Depois do café da manhã Leah apareceu trazendo vários álbuns de fotos antigas. Passamos o falando sobre elas eu quase não notei que o Jake ficou forra o dia todo. Quando ele voltou estava com uma cara de muito preocupado. Eu sabia exatamente o motivo, amanhã o Orégano chegaria e ele não estava vindo para ser um amigável tempero de pizza. Lembrar disso não me deixou dormir direito eu me sentia mal, e tudo piorou quando amanheceu.  

            Eu estava realmente com medo do que poderia acontecer hoje, os resultados de uma luta sempre erram desastrosos, e se o pior acontecesse do meu lado eu jamais me perdoaria, pois se acontecesse alguma coisa com as pessoas que eu gosto seria minha culpa, e eu não sei se conseguiria viver lidando com isso. Esses pensamentos me fizeram sentir-me enjoada, e não apenas isso, meus ossos doíam e eu me sentia quente.

            – Bom dia Kris! Tudo bem com você? Disse Jacob entrando no quarto, eu nem tinha o visto sair, deveria ter acordado muito cedo.  

            – Sim! Eu menti tentando parecer o melhor possível.

            – Você parece meio... Disse colocando a mão em meu rosto, certamente deve ter percebido que eu estava com febre.

            – Caramba! Ele exclamou assustado, Leah apareceu para ver o que estava acontecendo. Eles me olhavam como se u tivesse uma doença mortal e contagiosa. Pela troca de olhares tensos só poderia estar acontecendo uma coisa: Eu estava me transformando!

Depois disso tudo aconteceu tão rápido Rosalie entrou no quarto dizendo que eles estavam chegando e era para o Jake tomar o seu posto. Ele dizia que não podia ir por minha causa que eu estava correndo um grande risco, ela e Leah o convenceram de que ele era mais útil lutando do que ficando aqui. Ele se despediu de mim de mim se desculpando por não ficar e prometendo voltar, então beijou minha testa e saiu. Eu não pude dizer nada, eu sentia tantas dores que minha voz não conseguiu receber o comando de sair. Rosalie também veio falar comigo:

            – Lembra-se a muito tempo num dia que você me assistia jogar vôlei e eu te salvei de uma bola e depois disse que quando os vampirões viessem te atacar eu não ia te proteger? Assenti afirmativamente com a cabeça.

            – Então eu menti! Agora eu vou lá pegar aquele babaca e fazer tempero com aquele maldito Orégano! Eu sorri da melhor maneira que pude então ela saiu apressadamente do quarto.

            As ondas de dores estavam mais fortes e intensas. Leah disse alguma sobre chamar ajuda e depois voltou com Dr. Petter. Ele me olhou rapidamente e disse:

            – A única chance de os bebês sobreviverem é se fizermos um parto agora! Leah, me traga toalhas, água quente e uma tesoura afiada. Ela saiu correndo buscar. 

            Eu não conseguia prestar muita atenção no que o médico dizia e fazia, meu corpo estava praticamente pagando fogo, a dor que aumentava a cada segundo e sentia como se estivessem quebrando cada um de meus ossos. Ao mesmo tempo meu corpo começo a sentir contrações. Já não sabia mais quanto tempo eu iria aguentar isso, meu corpo estava se transformando, se os bebes não nascerem logo... eu não quero nem imaginar.

ALICE P.O.V

            Eu podia vê-los chegando, e não eram as visões da minha cabeça, eles realmente estavam muito perto. Nós estávamos todos a postos esperando eles atravessarem a divisa para atacarmos. Então eles passaram, sem demora partimos para cima, o choque fez bastante barulho. Conseguimos atingi-los sem nos ferir, mas aquele era só o primeiro grupo, ainda viria mais deles. Rapidamente acendemos as fogueiras Charlie e Heidi cuidaram de fazem todos virarem cinzas.

            Por mais que eu tentasse não conseguia localizar o Michael, mas vi que era Victoria que estava dando as ordens a os vampiros resolvi tentar encontrá-la para eliminá-la. Fui atrás dela seguida de Edward, no caminho um segundo grupo resolveu atacar, nos corríamos e acertávamos os “recém-nascidos” ao mesmo tempo. Encontrei a ruiva em cima de uma grande rocha que tinha vista para o centro da reserva, ela ficou surpresa ao me ver, aproveitei para atacá-la, ela não reagiu, foi como se ela esperasse por algo, eu só entendi quando ela gritou pedindo ajuda a Michael, que não respondeu apenas fugiu saindo de seu esconderijo em uma arvore. Ed tentou alcançá-lo, mas foi pego por três vampiros, que ele derrotou com a ajuda de Paul.

KRISTEN P.O.V

            Leah tinha voltado com os materiais que o doutor tinha pedido. Ele disse que agora tudo dependia de mim eu precisava respirar e fazer força, mas toda essa tensão e as dores estavam me deixando atordoada e por isso não conseguia fazer nada. Leah ficava repetindo “respira” pausadamente para mim fazer isso e segurava a minha mão e eu apertava a dela na esperança que as dores diminuíssem.

Eu podia ouvir o barulho de metal sendo rasgado que vinha lá de fora, que era acompanhado de um cheiro de cabelo queimado, isso deveria ser dos vampiros sendo mortos, eu apenas torcia para que não fosse nenhum dos nossos.

            – Kris! Concentre-se! Estamos quase lá. Disse Petter me tirando do transe.

Voltei ao foco, e fiz o melhor que eu pude, as dores ficam cada vez mais impossíveis, mas eu me mantinha firme.

            Então alguma coisa bateu no telhado, meu corpo começou a ferver, como se estivesse respondendo a algum estimulo. Minhas articulações latejavam e aquela dor que parecia que eu tinha quebrado todos os meus ossos ao mesmo tempo aumentava e ainda tinha as contrações, tudo isso misturado com uma queimação por todo o corpo.

            – Oh não, a transformação começou! Disse Leah com voz desesperada.

Percebi que essa era minha última chance de ter meus bebes, reuni todas as minhas ultimas forças. Eu gritei! Mas o som do choro de criança que veio logo em seguida foi mais alto.

ROSALIE P.O.V

            Eu e Jake estávamos guardando os arredores da casa, nenhum ser vivo, ou morto como é o caso, passava por nós.  O terceiro grupo apareceu e começou a atacar, ele era mais numeroso que os outros, mas estávamos dando conta, afinal eles não tinham preparam nenhum para uma luta.

            Então eu senti um cheiro familiar, era o maldito do Orégano eu fiquei em alerta preparada para atacar no menor sinal de movimento dele. Os segundos que ele levou para fazer alguma coisa pareceram horas. Eu esperava que ele tentasse passar por mim para que eu pudesse dar uma lição nele.  Mas Jake foi mais rápido, ele conseguiu prever que o Michael não atacaria por entre nós, o safado tentou pelo telhado, mas foi impedido pelo grande lobo marrom, eles começaram a lutar, Jacob acertava vários golpes derrubando o orégano várias vezes, já ele não conseguia acertar o lobo, apenas o ar. Michael tentou correr, mas Jake lhe mordeu o pescoço e o lançou para o chão.

KRISTEN P.O.V

            Eu tinha completado a transformação e as crianças estavam bem, mas meu instinto dizia que tinha alguma coisa errada e que o perigo estava rondando.

Sai da casa a tempo de ver o baque do corpo de Orégano no chão, nem perdi meu tempo com ele, pois Rose daria conta do recado, apenas corri para acertar o vampiro que estava atrás do Jake. Mesmo sem nenhuma técnica consegui atingi-lo derrubando ele do telhado e caindo com as patas em cima dele perfurando com as minhas garras.

ROSALIE P.O.V

            Com ele caído ao meu lado não perdi tempo e o ataquei, arranquei sua cabeça e a lancei na fogueira, mas inda assim pude ver a sua última expressão: a cara da derrota e do desespero e aquele olhar implorando por misericórdia.

Os outros vampiros pararam de atacar, come se algum encanto que os dominava tivesse sido quebrado com a morte do Michael. Os que se renderam foram mantidos pelo nosso grupo afinal todo mundo merece uma segunda chance. O clã do Emmet se responsabilizou de cuidar deles para transformar eles em “vampiros melhores”.