...depois um barulho quase de um trovão ensurdecedor ecoou me fazendo acordar assustada”.

            Levantei, olhei no relógio era quase meia noite. Minha mãe ainda estava acordada e pelo som que vinha do seu quarto deveria estar assistindo alguma coisa sobre o Michael Jackson. Por incrível que pareça eu ainda lembrava detalhadamente do meu sonho, o que normalmente não acontece. Por curiosidade resolvi ir até a sacada. Fiquei lá debruçada e pensando no nada, até que minha mãe aumentou o volume em uma música e começou a cantar junto “Thriller”, nesse momento eu comecei a ver meu sonho se tornar real.

            Lá em baixo tinha um lobo!

            Mas não parecia ser o mesmo... Esse tinha algo de familiar... Seus olhos eram os mesmos do... “Seria possível?”.

            – Jacob? Sim era ele, só podia ser. Eu não sabia o que fazer... Queria ir ao encontro dele, mas eu estava paralisada. Ele continuou lá imóvel me fitando, mas depois ameaçou sair.

            – Não vá, fique! Disse ainda sem me mover. Ele olhou para traz, mas depois seguiu em frente. “Ótimo e agora?”.

            Mas então ele voltou e estava como humano em cima do meu muro, depois pulou para dentro da sacada do meu lado. Eu o abracei. Sua pele estava bem quente. Eu sempre tinha notado essas coisas diferentes nele, mas não dei muita importância, afinal eles provocavam tanto efeito em mim que nem conseguia pensar direito.

            – Você não está brava comigo? Eu o abracei mais forte.

            – Não, eu não tenho motivos para isso...

            – Mas agora você sabe a verdade, você sabe o que eu sou... E deveria me odiar! “Devia até ser contra a lei odiar um homem desses! E certamente essa lei eu não quebraria nunca!”.

            – Não tem como te odiar!

            – Mas você deveria! Eu não deveria estar aqui! Eu não deveria estar com você! Eu te faço correr um risco muito grande!

            – Qualquer risco valeria apena!

            – Você não sebe o que está dizendo! Nós somos muito imprevisíveis e perigosos! E também atraímos o perigo.

            Continuei abraçando ele e indiferente aos seus temores.

            – Eu me sinto mal por fazer isso com você! Eu posso te fazer alguma coisa ruim a qualquer momento!

            – Jake! – Olhei bem nos seus olhos – Não diga isso! Depois que eu conheci você minha vida adquiriu um sentido! Antes era sempre o tédio, todos os dias! Agora eu estou bem melhor! Eu é que estou em debito com você! Tudo que eu tenho devo a você!

            – Você é que mudou minha vida! Desde quando eu te vi pela primeira vez! Naquele momento parecia que eu tinha encontrado a minha razão! Meu ponto de referência no universo!

            – Eu sinto o mesmo! Então ele se aproximou selando nossos lábios num beijo devorador e apaixonado. Era um daqueles beijos que você poderia sem dúvida colocar na lista dos melhores. Mas foi cortado por uma forte rajada de vento que mesmo com todo o calor que eu estava sentindo me fez estremecer.

            – Acho melhor entrar! Pegou no colo me deitou cama e ficou do meu lado.

Me encostei nos seus ombros ele passou seus braços ao meu redor, ficamos ali juntinhos e conversando sobre essas coisas.

            – Bom, então vampiros também existem?

            – Sim! “Nossa para tudo”.

            – Ei Alice é uma vampira, não é?

Ele apenas ficou quieto, mas agora as coisas faziam sentido: Alice nunca comia, sua pele era fria e absolutamente branca, e sempre parecia saber (ou ver) mais coisas que o comum.

            – E vocês convivem bem?

            – Bom ninguém convive bem com Alice! Ela é muito problemática. Mas ela é diferente dos demais vampiros, não bebe sangue humano! Na verdade, ela me ajuda!

            – Ajuda?

            – Sim! A manter as coisas em ordem, se aumentar muito a quantidade de vampiros ou eles acabarem deixando pistas de sua existência, então devem ser contidos.

            – Hum! Aquilo que eu vi no dia do passeio na floresta era um lobo então?           – Sim era o Paul! Nosso grupo é de cinco, eu, Paul e Sam lobos mais Alice e Petter que são vampiros.

            – O último eu não conheço...

            – Na verdade ele é irmão do Carlisle, ele se transformou a pouco tempo, mas mesmo assim tem um ótimo controle, e ele é médico.

            – Nossa e como vocês conseguem conciliar esses “trabalhos”?

            – Ah não é difícil! As gravações duram apenas alguns períodos, o bom é que viajamos para vários lugares!

            – E você sempre quis ser ator?

            – Sim! Meu pai não queria que eu fosse, só depois que eu me transformei foi que eu descobri o motivo, mas eu vi que seria até bom se eu juntasse as duas coisas, mas eu tive que sair de casa de todo jeito...

            – Nossa! Não soube o que dizer.

            – Bom mais agora é bom você dormir! Disse ele levantando.

            – Ei, onde você vai?

            – É melhor eu ir...

            – A não... Eu disse manhosa.

Ele voltou e me beijou, aquele beijo maravilho, seus lábios quentes e macios invadiam os meus com voracidade, paixão e ao mesmo tempo carinho. Deve ter durado uns minutos, pois quando ele se afastou eu estava completamente sem fôlego.

            – Eu realmente tenho que ir amor, cedo eu terei que embarcar novamente.

            – Ah! Me levantei e me segurei nos seus ombros lhe dando mais um beijo ele agarrou na minha cintura. Ficamos ali por mais um bom tempo, até que ele pulou a sacada e desapareceu.  Fiquei olhando para o vazio. Eu meio que sentia uma dor ao velo ir embora. Depois o que ele disse foi tão lindo “Meu ponto de referência no universo!” Mas na verdade eu também me sentia assim em relação a ele, não conseguia imaginar minha vida a partir de agora sem ele. Eu podia perceber isso agora, o universo gira entorno de um único ponto, e era ele: Jacob Black. Voltei a dormi. Um sono calmo leve e sem sonhos.