Passional escrita por Marina Schinger


Capítulo 4
Capítulo IV




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O sol brilhava sobre minha cabeça, e o céu estava azul como nunca estivera naquele ano. Por mais que ainda estivéssemos em meados de novembro, e o clima estivesse frio, o dia nunca parecera tão lindo como aquele.

Eu estava sentada em uma pedra alta, próxima ao castelo, onde eu podia enxergar o belo e grande lago que havia ali. O vento batia levemente em meu rosto, acariciando minha pele; meus olhos observavam o lago, entretanto, meus pensamentos estavam longe dali, assim como estivera nos últimos dias, desde o acontecimento na floresta. Eu não havia voltado para procurar Nicolas mais uma vez, assim como ele também não fizera e, de certa forma, infelizmente, aquilo me deixava decepcionada. Eu me sentia um desânimo absurdo, fazendo com que a vontade que eu tinha de treinar, simplesmente sumisse.

Eu não tinha mais vontade de matar vampiros pelo simples fato de eu estar apaixonada por um.

Senti meus olhos marejarem, inconformada com o que estava acontecendo comigo. Se ao menos eu pudesse escolher como me sentir; se eu pudesse ao menos escolher a quem entregar meu coração.

Enxuguei, com as costas das mãos, as lágrimas que escorriam pelo meu rosto, respirando fundo e contando até dez; me levantei e desci da pedra, seguindo na direção que me levaria até a aldeia, e na qual eu teria que passar em frente ao castelo. O que eu odiava, obviamente.

Passar em frente ao castelo era a mesma coisa de andar com alguma melancia grande na cabeça. Eu parecia um trapo velho perto de todas as pessoas que viviam ali, na classe da nobreza. Minhas vestes eram lixo perto das que elas usavam.

Minha cabeça estava baixa, enquanto eu caminhava rapidamente, a fim de chegar em casa e acabar com aquilo, até que trombei com alguém, que resmungou alguma coisa que não pude ouvir. Obviamente, era daquela classe que eu geralmente evitava, então logo tratei de me apressar e consertar aquilo.

– Oh, me desculpe! Mil perdões... Eu estava distraída e então... Me desculpe, me desculpe...

– Tudo bem! - Uma voz grossa e forte exclamou, com uma risada.

Eu encarei seu rosto jovial, e fiquei encantada. Seus olhos castanhos me olhavam divertidos, enquanto sua boca, pequena e carnuda, trazia um sorriso engraçado e infantil; seu cabelo castanho escuro era curto, mas algumas mechas caíam livremente em sua testa. Devia ter a minha idade, ou talvez um ano a mais. Ele vestia roupas que imaginei serem do castelo, e uma capa vermelha. Franzi as sobrancelhas. Ele, logicamente, vivia no castelo.

– Você... Oh, meu Deus, me desculpe! Me desculpe! Alteza, me desculpe! - Fiz uma reverência assim que vi quem realmente estava diante de mim.

Era o príncipe. Eu havia esbarrado no príncipe. Eu seria punida por aquilo. Meu pai me mataria.

– Céus! Já disse que está tudo bem. Não tem nenhum problema você se esbarrar por aí ou em alguém... - Disse ele, descontraído, cerrando os olhos, ainda com o sorriso no rosto.

– Eu... Oh, me perdoe. - Fiz uma reverência mais uma vez, vendo-o revirar os olhos. - Meu nome é Annabeth Griffiths, Alteza. Me perdoe.

– Tudo bem, garota, não vou te matar porque se esbarrou em mim. Será que pensam que sou tão mal assim? - Ele cruzou os braços, me encarando.

Algumas pessoas passavam nos encarando estranhamente, cochichando umas com as outras. Aquilo logo chegaria aos ouvidos de meu pai, e ele provavelmente me mataria.

– Não você... - Murmurei, sem pensar direito no que eu falava, e logo parei, arregalando os olhos, encarando o príncipe que me olhava de uma forma engraçada. - Desculpe.

– Se pedir desculpa mais uma vez, te levo para a masmorra.

Arregalei os olhos ainda mais, recuando alguns passos, pensando seriamente em fugir. Olhei para os lados, à procura de alguém da aldeia, mas é claro que eu não encontraria ninguém a não ser pessoas ricas.

– Nossa, você acreditou mesmo. - Ouvi a voz do príncipe mais uma vez, e ele logo deu uma risada alta e engraçada, fazendo-me olhá-lo estranho.

– Acreditei. Você é filho do rei. Você faz isso com as pessoas.

Dessa vez, fora ele quem arregalou os olhos, talvez pasmo com o que eu dissera. Eu não estava mentindo, afinal.

– Meu pai faz isso com as pessoas. Não eu. - Ele colocou as mãos na cintura, indignado.

Ele era da realeza. Ele fazia mal as pessoas. Claro que eu estava dizendo a verdade.

– Você é o príncipe Edgard Murray Williams, não é? - Perguntei, já sabendo a resposta, e sabendo que estava desafiando um superior, enquanto ele assentia vagamente com a cabeça. - Pois então, você faz isso com as pessoas.

Arqueei as sobrancelhas, encarando-o. Ele cerrou os olhos, me olhando de cima a baixo, enquanto um sorriso divertido surgia em seus lábios.

– Por favor, me chame de Ed. - Ele se curvou diante de mim, com uma reverência engraçada e desajeitada, jogando sua capa para o lado.

As pessoas agora até paravam para nos olhar, e um constrangimento já surgia dentro de mim. Desde quando o príncipe se curvava diante de uma aldeã?

– Alteza, por favor, pare com isso. - Pedi, desconfortável, olhando para os lados.

– Ora, não lhe levarei para masmorra nenhuma. Você é desafiadora, merece viver! - Ele disse alto e brincalhão, batendo palmas, de forma divertida, que me fez rir timidamente.

– Posso voltar para casa? - Perguntei inocentemente, fazendo uma reverência enquanto Edgard bufava.

– Não sou seu pai para responder se pode ir a algum lugar, garota - Ele abanou as mãos no ar, fazendo uma careta.

– Obrigada, Alteza. - Sorri timidamente, e então corri em direção a aldeia.

Eu dei uma risada durante o caminho. Talvez o príncipe não fosse a pessoa ruim que eu achava que fosse.

Annabeth's P.O.V off


Com uma pedra de ponta fina na mão, eu fazia desenhos estranhos no chão da caverna. Eu estava entediado, e a conversa que eu escutara há alguns dias antes, na floresta, não saía da minha cabeça, da mesma forma que Annabeth também não.





Eu estava cansado de minha vida noturna, e eu sentia falta da luz do sol. E, depois de conhecer Annabeth, eu queria, mais do que queria sangue, sair em pleno dia e ver sua pele diante o sol.







Taquei a pedra que segurava em algum canto da caverna, encostando minha cabeça na parede de pedra e esticando as pernas, com os olhos fechados. Eu sabia exatamente o que fazer para ter Annabeth em meus braços não só durante a noite, mas como também durante o dia. E sabia o que fazer para descobrir tudo o que o rei da França estava tramando.





Eu foquei meus pensamentos em uma só pessoa, transmitindo-a minha energia, fechando os olhos com força, e então a chamei pelo seu nome.


Kawe, Kawe, Kawe... – Eu repetia em voz alta - Kawe, preciso de você. Kawe, me encontre. Kawe, Kawe...

Senti uma pressão em minha cabeça, como se alguém estivesse segurando meu cérebro e o apertando com força e, na mesma velocidade que a pressão veio, ela foi embora, então eu sabia que havia dado certo. Kawe me encontraria.

Kawe era o meu único amigo, desde que eu me tornara no que sou há mais de cem anos. E, assim como eu, também era um vampiro, porém, havia uma grande diferença entre nós. Antes de completar a transição, Kawe era um grande bruxo, com poderes sobrenaturais de uma linhagem de bruxos tão poderosos quanto os vampiros originais, como o Drácula. Entretanto, quando a transição foi completa, Kawe manteve os seus poderes.

Portanto, Kawe era um dos vampiros mais fortes de todo o mundo. Além de ter mais de duzentos anos, podia usar bruxaria.

Eu era muito sortudo por tê-lo como amigo. Apesar de ele não ser um vampiro considerado mau, eu não gostaria de cruzar seu caminho sendo seu inimigo.

Então, com todos os seus poderes, era onde ele se encaixava no meu plano. Eu queria e precisava sair durante o dia e, caso não quisesse morrer queimado, precisava de Kawe para fazer um feitiço de proteção contra a luz do sol.

Antes de nos separarmos, fizemos um pacto para que pudéssemos nos encontrar quando fosse preciso. Kawe nos enfeitiçou, sendo possível, assim, com apenas pensamentos, um encontrar o outro, como eu havia feito.

Eu esperava que ele não estivesse tão longe, e que me encontrasse ainda naquela noite, para que eu pudesse sair no dia seguinte.

Nicolas' P.O.V off

Eu nunca imaginei que algum dia eu precisaria tanto de alguma distração quanto nas duas últimas semanas, que pareciam ser infinitas. Durante o dia, eu evitava ao máximo deixar minha mente vagar para uma pessoa em questão - ou alguma coisa sobrenatural, como eu poderia também definir Nicolas. Quando o príncipe não trombava comigo - talvez propositalmente - no meu caminho de volta para casa, após alguns longos momentos de reflexão e paz na grande pedra próxima ao castelo, tomando uma boa parte do meu tempo conversando coisas banais e engraçadas, eu estava treinando com meu irmão, Finnick.

E era o que eu fazia naquele momento.

Pensar em Nicolas me fazia sentir um peso tão grande nas costas que, por vezes, eu mesma tinha vontade de me trancar na masmorra. Talvez lá, totalmente sozinha, eu poderia pensar sinceramente nas consequências que apaixonar-se por um vampiro poderia me trazer. Ou melhor, que já estava me trazendo. Enquanto eu treinava para matar um vampiro, eu já não conseguia mais me imaginar fazendo isso.

Desde que conhecera Nicolas, eu já não tinha mais vontade de matar qualquer vampiro que fosse, simplesmente por pensar na ideia de que algum dia, o vampiro morto poderia ser ele.

Uma raiva se apossou dentro de mim, fazendo com que meus golpes com a espada, contra meu irmão, fossem ainda mais estratégicos e impulsivos, dando-me vantagem.

Eu não me conformava com o fato de estar apaixonada por Nicolas, um vampiro. Pior ainda, não me conformava com o fato de estar apaixonada por ele depois de apenas dois encontros, sendo, um deles, quase fatal para mim. Qual era o meu problema, afinal? Se fosse para sofrer de amores, por que eu não poderia sofrer por uma pessoa atualmente viva?

Com um pouco mais de frustração e mais alguns golpes, consegui derrubar meu irmão no chão, prendendo-o entre minhas pernas e apontando a espada para seu peito. Sorri vitoriosa, enquanto enxugava o suor que escorria pela minha pele, apesar do tempo frio e nubloso; o sol mal aparecia, escondido dentre nuvens escuras e carregadas.

Olhei para o céu distraidamente, com as mãos na cintura.

– Vem chuva por aí - Falei calmamente, cerrando os olhos por causa da pouca claridade que vinha do céu.

– Não me importo, perdi para você - Meu irmão disse com um falso tom de tristeza, revirando os olhos em seguida.

Dei uma risada, pulando em suas costas, tomando cuidado para não machucá-lo com a espada.

– Ora, se você não fosse tão maricas, talvez poderia vencer! - Eu o provoquei entre risadas, vendo-o me olhar sobre seu ombro, com um olhar maldoso.

– Vai se arrepender pelo o que disse, minha cara! - Ele disse alto, correndo rapidamente e dando alguns pulos, como se estivesse imitando um cavalo.

– Mais rápido! Precisamos salvar a rainha, ela corre perigo! - Eu brinquei, erguendo a espada para o céu.

Nós gargalhamos, e conforme ele aumentava a velocidade, mais alto ele pulava.

– Estamos chegando, Alteza! - Ele gritou, também erguendo sua espada.

Parecíamos duas crianças, e eu agradeci mentalmente por estarmos consideravelmente afastados da aldeia, quase dentro da floresta.

Finnick ainda corria e falava besteiras, me fazendo chorar de rir, até que ouvimos um pigarro vindo da floresta. Meu irmão parou de correr subitamente, e olhamos, ao mesmo tempo, na direção que o som vinha, e então senti meu queixo cair, enquanto eu arregalava os olhos, quase fazendo-os saírem de órbita.

– Com licença - Aquela voz suave e grossa disse calmamente, enquanto seu corpo esguio, vestido por calça e botas pretas e uma camisa cinza com babados na gola e mangas, caminhava lentamente até nós. -, é por essa direção que fica a aldeia?

Nicolas tinha um sorriso discreto no rosto, percebendo meu choque; seu cabelo estava casualmente desgrenhado, deixando algumas mechas caírem sobre a testa que mantinha-se franzida. Seus olhos azuis estavam escuros e sombrios e, qualquer um que o encarasse diretamente, saberia que aquela imensidão traria problemas.

– Oh, sim, por esse caminho - Meu irmão respondeu, sorrindo abertamente para Nicolas, que agradeceu com uma breve reverência.

Meus olhos não deixaram a figura em minha frente em momento algum, e meu queixo parecia que tocaria o chão a qualquer momento. Finnick, que estava ao meu lado, me encarou estranho, como se perguntasse o por que de eu estar daquela forma. Eu apenas respirei fundo, tentando trazer meu controle de volta.

– Se não for incômodo e se não houver problema, eu gostaria de acompanhar esta bela dama - Nicolas propôs, olhando para meu irmão sugestivamente, que deu de ombros em seguida.

– Tudo bem, já estávamos voltando, mesmo. - Ele disse, reverenciado-se - Vou indo na frente. Não demore, Annabeth, sabe como papai é. - Me repreendeu, olhando-me com as sobrancelhas arqueadas.

Eu assenti vagamente, encarando-o incrédula. Desde quando meu irmão me deixava sozinha com um estranho?

– Olá, doce Annabeth - Nicolas sussurrou próximo ao meu ouvido, assustando-me.

Voltei a olhá-lo. Nossos rostos estavam a um palmo de distância, e aquilo fazia com que minha respiração se acelerasse.

– C-como v-você... C-como... - Gaguejei debilmente, recuando um passo, mas Nicolas me acompanhou, dando um passo para frente, mantendo-nos na mesma distância de antes.

– Como estou aqui em plena luz do dia? - Ele completou minha pergunta, com um sorriso divertido nos lábios. Balancei a cabeça positivamente.

Era impossível, não era? Um vampiro não morria imediatamente quando exposto ao sol? O que poderia explicar aquilo, então? Talvez Nicolas fosse um outro tipo de vampiro. Talvez ele nem ao menos fosse um vampiro e estava apenas me enganando. E se ele fosse um lobisomem? Papai contara uma vez que lobisomens costumavam a vagar pela noite e também durante o dia, à procura de abrigo e também comida - os humanos. Eram semelhantes aos vampiros, no final das contas, a diferença era que vampiros não vagavam por aí durante o dia. Então, o que Nicolas fazia ali, parado bem diante de mim, em plena luz do dia?

– Simples - Disse ele, cruzando as mãos atrás de seu corpo, pendendo a cabeça para o lado -, não é de sua conta e, mesmo que fosse, eu não contaria. Eu teria que te matar se você soubesse. - Sussurrou sombrio, cerrando os olhos, ainda com um sorriso nos lábios.

– Que eu morra sabendo, então! - Retruquei, cruzando os braços.

Seu sorriso alargou-se, e então ele segurou uma de minhas mãos entre as suas, que eram gélidas.

– Ora, Annabeth, não fará diferença. O importante é que agora posso visitar-lhe durante os dias. - Ele acariciou as costas de minha mão com o polegar, arrancando-me um suspiro.

– Não quero sua visita - Eu menti descaradamente, encarando nossas mãos juntas. Era um contraste forte; sua pele era branca como leite, e a minha tinha um leve tom bronzeado por causa dos dias em que treinava abaixo do sol.

– Não minta para mim. - Repreendeu-me, me encarando com os olhos instigados. - Sei quando está dizendo a verdade, assim como também sei quando está mentindo e, nesse momento, a segunda opção é que se encaixa.

– Como pode saber? Você mal me conhece.

– Sei o que está pensando. Posso ler todos os seus pensamentos.

Eu arregalei os olhos, sentindo minhas bochechas corarem violentamente.

– O quê?! - Gritei, recuando três longos passos. Nicolas permaneceu onde estava dessa vez.

– Brincadeira, não posso ler seu pensamentos, mas bem que eu gostaria. - Ele disse distraidamente, enquanto dava algumas risadas.

Eu bufei, irritada, virando-me de costas para ele e começando a andar. Não perderia meu tempo com aquele verme.

– O que foi? Achei que soubesse que vampiros não podem ler mentes. - Ele parou em minha frente sem que eu ao menos percebesse.

– Você está bem aqui em minha frente sob a luz do sol, não seria uma surpresa se também pudesse ler pensamentos alheios! - Me exaltei, colocando uma das mãos na cintura, e apontando-o a espada com a outra.

Nicolas abaixou a espada com a ponta de seu dedo indicador, encarando-me com as sobrancelhas arqueadas.

– Calminha, querida, não é nada demais. Não vou ler seus pensamentos.

– Ótimo!

Ele cruzou os braços sobre seu peitoral, sorrindo sincero.

– Você é bem temperamental. - Seus olhos me analisaram dos pés à cabeça, me fazendo sentir minhas bochechas esquentarem. - Eu gosto disso.

– Não me importo.

– Importa sim. - Disse ele, convicto e cheio de pose. - E falando em se importar, vamos ao que realmente importa. - Arqueei as sobrancelhas, confusa. - Tenho uma proposta.

Fiz uma careta, já sabendo que não viria coisa boa a seguir.

– Que tipo de proposta?

– Vamos entrar no castelo. Hoje à noite. - Não foi uma pergunta, e então eu o olhei com desdém.

Ele achava mesmo que eu invadiria o castelo?

– O que te faz pensar que eu invadiria o castelo com você?

– Primeiro: vai ser divertido. - Ele levantou o polegar. - Segundo: todo mundo já quis ou quer entrar no castelo. - Seu dedo indicador subiu, sendo apontado em minha direção. - E terceiro: você vai estar comigo. - Levantou seu dedo médio, com um sorriso convencido no rosto.

Eu revirei os olhos, levando em consideração seus argumentos. Poderia mesmo ser divertido e, realmente, eu sempre tive vontade de saber o que havia dentro do castelo. O terceiro argumento é que me deixava hesitante, mas extasiada ao mesmo tempo.

– Eu não posso... Meu pai não me deixa sair à noite... - Argumentei, encolhendo os lábios.

– Ele não precisa saber. - Nicolas disse em tom de obviedade, me encarando seriamente. - Por favor, vá comigo.

– Eu não sei... Se nos verem, vão cortar nossas cabeças.

– Não vão nos ver, e se acontecer, eu não vou permitir que façam nada com você. - Ele disse sério, se aproximando de mim mais uma vez. - Eu prometo.

– Eu...

– Por favor, Annabeth. - Insistiu, com os olhos cravados nos meus.

Eu suspirei, derrotada.

– Tudo bem, eu vou.

Vi um sorriso lindo se formar em seu rosto, me fazendo sorrir involuntariamente.

– Me espere perto do lago quando todos da aldeia estiverem em suas respectivas casas. Não demore. - Aproximou seu rosto do meu e me deu um beijo demorado na bochecha assim que terminou de falar, sumindo em seguida, menos de um segundo, como um vulto.

Fiquei parada encarando o vazio que Nicolas preenchia segundos atrás, absorta no que acabara de acontecer. Levei uma das minhas mãos até a bochecha que Nicolas beijara, tocando-a com a ponta dos dedos.

Um sorriso sincero se formou em meus lábios, e uma felicidade instantânea me preencheu.

Eu não me importaria de invadir o castelo. Eu não me importaria com nada desde que Nicolas estivesse comigo.


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