Passional escrita por Marina Schinger


Capítulo 1
Capitulo I




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1470, Londres, Inglaterra


Defesa, defesa, ataque e defesa. Eram os meus únicos movimentos naquela hora do dia. O sol do fim da tarde fazia minha pele suar por debaixo daquele longo e maldito vestido que me apertava as costelas e, por causa do mesmo, era difícil me mover para que eu fizesse um ataque digno de defesa do meu adversário.


Adversário este que era o meu irmão mais novo, de 14 anos. Treinávamos para nossa sobrevivência desde que os boatos que mais temíamos finalmente se tornaram realidade. Criaturas da noite vagavam pela nossa aldeia à procura de distração e alimento, vulgo, sangue. Não sangue animal, e sim sangue humano.



Criaturas da noite que definíamos como vampiros. Era o termo certo para nomeá-los, desde que não disséssemos em voz alta, publicamente, e a luz do dia. Era proibido. Pelo menos na minha família, sim. Desde que minha mãe se tornara uma vampira e morrera queimada publicamente, acusada como traidora, meu pai decidiu que eu, já com 18 anos, e meu irmão, deveríamos treinar para que pudéssemos nos defender das aberrações.



Estacas e espadas afiadas eram o que nos protegia, não se não soubéssemos como usá-las, e era exatamente por isso que praticávamos todos os dias, nos fins de tarde, antes do sol se pôr. Eu era capaz de dar alguns golpes, como socos e chutes, entretanto, impossibilitada de fazer tais coisas por causa de minhas vestes. Na minha opinião, era ridículo, no final das contas. Se tínhamos que nos defender, que fosse de forma fácil, e aquele vestido que eu e todas as mulheres éramos obrigadas a usar, não facilitava em nada.


– Parece até que quer perder, irmã - Finnick, meu irmão, disse enquanto batia sua espada na minha com golpes astutos e a derrubava no chão, me deixando apenas com uma estaca; ele deu uma risadinha depois de me ver revirando os olhos.

– Estou sendo gentil - Retruquei, chutando rapidamente, porém com dificuldade, sua espada rumo ao chão. As botas que eu usava eram fortes o suficiente para não me deixarem machucar os pés e tornozelos com cortes.

– Annabeth, você nunca aprende! - Com um movimento rápido, Finnick partiu para cima de mim, me derrubando no chão e pegando a estaca de minha mão, apontando-a em meu peito em seguida.

Em outro caso, se eu fosse uma vampira, estaria morta.

Vampiros morrem com uma estaca no peito, diretamente no coração; decapitação da cabeça, e com a luz do sol, que os faz pegarem fogo. Era por isso que simulávamos lutas, tinha que parecer real para que quando chegasse o momento, estivéssemos prontos.

Fiz uma cara feia para meu irmão, que agora ria, se levantando e estendendo uma de suas mãos para que me ajudasse a levantar.

Resolvemos voltar para a aldeia, já que estávamos em uma distância a ser considerada, e meu pai não gostava quando íamos muito longe, sem contar que estava quase escurecendo. Precisávamos mesmo voltar.

As pessoas já se recolhiam para dentro de suas casas, enquanto outras continuavam a trabalhar, até o último momento do dia, e meu pai era um deles. Ele sorriu quando nos viu, fazendo gestos com as mãos para que nos aproximássemos mais rapidamente.

– Olá, crianças - papai disse sorridente, nos abraçando. - Como foi o treino hoje?

– Annabeth perdeu, como sempre. - Finnick disse, convencido, arrumando a gola de sua camisa.

– Eu deixo você ganhar por ser meu irmão mais novo. - Falei, vendo-o fazer cara feia para mim, enquanto papai ria, balançando a cabeça negativamente. - E o senhor? Como foi o trabalho?

Meu pai era ferreiro, e não só consertava as espadas que precisavam ser consertadas, como também as fazia, e era por isso que sempre estava trabalhando. Desde que as criaturas da noite surgiram, seu trabalho se multiplicara - o que era bom, já que podíamos pagar os impostos que o rei cobrava, assim como tínhamos dinheiro para botar alimento dentro de casa.

– Foi bom - Meu pai respondeu, dando de ombros em seguida -, fiz espada nova hoje. - Ele apontou para uma espada que Finnick segurava, enquanto fingia lutar com alguém.

Eu sorri, cruzando os braços.

– Que bom, espero que amanhã o senhor faça mais. - Eu disse sincera, dando-lhe um beijo na bochecha, e seguindo em direção à nossa casa.

Eu ainda tinha que tomar um banho para depois preparar o jantar, o dever da dona-de-casa agora era meu.


Após o jantar, decidimos dormir, já que estávamos cansados, e já se passava das oito da noite. Eu deitei em minha cama, respirando fundo e me sentindo livre por estar sem o vestido que tanto me apertava, e vestindo apenas minhas vestes debaixo e uma camisola que minha mãe costurara para mim quando eu havia completado 16 anos.


Eu sentia falta dela, mais do que imaginei que pudesse sentir. Ela fora acusada de traidora injustamente, já que não havia se tornado uma vampira por vontade própria - foi o que ela me disse antes de ser condenada. Ao invés de matá-la, a criatura da noite havia feito pior, transformando-a. Eu queria me vingar, e matar cada vampiro que aparecesse em minha frente, para que eu pudesse honrar minha mãe. Esses seres abomináveis a haviam tirado-a de mim, e eu não via nada mais justo do que tirar a eternidade de cada um.



Senti meus olhos lacrimejarem um pouco, e um aperto se apossou em meu peito. Eu fechei os olhos, respirando fundo e tentando me acalmar. Já fazia tanto tempo, e eu continuava a sofrer por algo que não tinha mais volta - me vingando ou não, minha mãe nunca mais voltaria.



Mantive os olhos fechados, murmurando alguma música de ninar que minha mãe costumava cantar para mim, até que ouvi um barulho vir do lado de fora da casa. Abri os olhos imediatamente e me sentei na cama na mesma velocidade. Ouvi o mesmo barulho, dessa vez um pouco mais alto, e me levantei, indo até a janela do pequeno cômodo que eu dividia com meu irmão. Não ousei em abri-la, mas fiquei perto o suficiente para que eu pudesse ouvir mais alguma coisa. O mesmo barulho se repetiu, me fazendo dar um pequeno pulo de susto. Respirei fundo, pegando uma estaca que eu deixava em baixo de minha cama e segui em direção à porta de casa. Eu a abri lentamente, tentando fazer o mínimo de barulho possível, e assim que saí, a tranquei atrás de mim. Olhei para os meus dois lados, me certificando que não havia ninguém e fui em direção de onde o barulho viera, um pouco mais a frente de minha casa.


Com um pouco mais de vinte passos, pude perceber a bagunça. Várias coisas jogadas no chão, assim como algumas espadas de meu pai. Senti meu sangue ferver, e peguei uma delas com uma mão, e a estaca na outra, entretanto, no momento em que ergui meus olhos em minha frente, me deparei com uma cena que eu tinha certeza que aterrorizaria os meus sonhos. Eu congelei onde eu estava, prendendo minha respiração, sem saber o que fazer, exatamente.

O corpo de uma mulher estava jogado no chão, já sem vida, enquanto um homem, de costas para mim, estava ajoelhado ao lado dela, limpando a boca com as costas das mãos, ensanguentadas. Meus olhos lacrimejaram mais uma vez naquela noite, e eu olhei para os lados à procura de fuga. O importante era evitar que ele sentisse minha presença, ou que me escutasse. Fui, mais do que lentamente, até a casa que estava do meu lado direito, mais perto de mim, e me encostei na parede do lado de trás, soltando o ar que eu havia prendido, aliviada por ter conseguido me esconder sem que ele me notasse. Eu segurava a espada e a estaca com força em minhas mãos, tentando fazer meu cérebro funcionar para que eu bolasse algum plano de, ou conseguir fugir, ou conseguir matar o vampiro.

Eu olhei para os lados, e assim que voltei meus olhos para frente, ameacei a gritar, porém uma mão forte tapou minha boca, me impedindo. Tentei me desvencilhar e atacar com a espada e estaca, o que também não deu certo, já que assim que ousei a enfiar a espada em sua barriga, o vampiro não teve dificuldade em tira-la de minha mão, jogando-a longe, e fazendo o mesmo com a estaca. Senti meus joelhos fraquejarem e meu corpo começar a tremer; lágrimas grossas escorreram de meus olhos, molhando meu rosto e a mão daquela criatura à minha frente, me encarando intensamente, me analisando. Como um leão analisa sua presa.

Aquele era o meu fim.


Annabeth's P.O.V off



Meus olhos analisavam atentamente a criatura à minha frente. Seu cabelo longo preso em uma trança, deixando a vista cada detalhe de seu rosto, que agora estava todo encharcado graças às lágrimas que insistiam em cair de seus grandes olhos verdes, que estavam arregalados. Eu teria vontade de rir daquela cena se eu não estivesse tão encantado. Minha mão ainda tapava sua boca, e não sairia dali tão cedo, a última coisa que eu queria era chamar atenção, e com aquela garota, os holofotes estariam todos em mim.




Desde que ela saíra de sua casa, eu já havia sentido sua presença - na verdade, o seu cheiro. Oh, e que cheiro. Eu sentia minhas presas roçarem em meus lábios, e sabia que meus olhos estavam vermelhos o suficiente para que eu a amedrontasse. Muita tolice da parte dela achar que eu não saberia que ela estava ali - qualquer um vampiro saberia. Assim como qualquer humano saberia que não teria como escapar.






Eu sabia que era hora de reagir, fazer alguma coisa. Mordê-la, matá-la, qualquer coisa. Entretanto, meus olhos continuavam fixos em seu rosto, que estava contorcido por medo. Por um breve momento, me senti mesmo uma aberração; uma aberração por amedrontar uma criatura tão encantadora como aquela.






Deixei de olhar seu rosto para que eu pudesse analisar todo o resto de seu corpo, que estava coberto por vestimentas íntimas e uma camisola comprida, e seus pés estavam descalços, o que me fez rir. Não era muito inteligente sair por aí com aquelas roupas, sem nenhum sapato no pé, sabendo que teria que correr para fugir caso encontrasse criaturas como eu.



Analisei mais uma vez o seu corpo, parando os olhos em seu busto, que mexia conforme sua respiração descompassada, me deixando fascinado e alheio ao mundo durante alguns segundos, mas logo me recuperei, voltando a encarar seu rosto, que ainda continha uma expressão de puro medo.

– Posso te deixar viver se você prometer não gritar - Eu sussurrei, como se a contasse um segredo.

Vi que mais lágrimas se formaram em seus olhos e eu revirei os meus, irritado. Pelo o que eu podia ver, ela era jovem, no mínimo 17 anos. O que era quase a minha idade como humano, que era 20. Ter aparência física de 20 anos para sempre não é para qualquer um, e é claro que eu me sentia privilegiado, apesar de algumas desvantagens, claro. Me lembrar, também, de que na verdade eu tinha 115 anos, não era nada legal. Mas eu não me importava, afinal.

O que me importava, naquele momento, era a garota que continuava chorando como uma criancinha, e aquilo estava me irritando profundamente. Respirei fundo e desnecessariamente, já que eu não precisava respirar.

– Escute, estou te dando uma escolha - Eu falei, afrouxando a mão em sua boca, sem tirar do lugar, entretanto -, você pode não gritar e viver, ou você pode gritar e morrer. Aposto que nunca nenhum outro vampiro te deu essa escolha, deu? - Sorri como se estivesse animado, arqueando as sobrancelhas.

Ela não respondeu, e minha paciência estava se esgotando.

– Você não me respondeu. - Revirei os olhos, a fim de mostrar o quão impaciente eu estava. - Você quer viver, linda?

Ela balançou a cabeça positivamente, ainda com os olhos arregalados.

– Vai gritar? - Perguntei em um tom ameaçador, enquanto ela balançava a cabeça negativamente. - Ótimo. Já sabe o que acontece se gritar, não sabe? No três deixo você respirar livremente, certo? Nem pense em sair correndo. - Cerrei os olhos, encarando-a de perto. - 1...2... - Fiz uma pausa, sorrindo maldosamente. - 3.

Assim que tirei minha mão de sua boca, vi que ela se esforçava para não gritar, entretanto nem ao menos tentou correr. Imaginei que fosse por causa de sua tremedeira. Continuei observando-a, duvidando de que eu me cansaria de fazê-lo.

Seus olhos estavam fixados nos meus, e eu tive certeza que era por causa de seu medo de que qualquer reação sua fosse me fazer reagir também, de modo que eu a matasse. Eu não a mataria, entretanto. Se eu fosse fazer isso, já teria o feito no momento em que senti seu cheiro.

Seus olhos, todavia, me fizeram congelar por dentro, me fazendo pensar por um segundo se sua morte valeria a pena, e obviamente cheguei à conclusão de que não, não valeria. Pensei em perguntar seu nome, ma seria em vão, já que ela não me diria. Eu precisava falar alguma coisa; alguma coisa que a fizesse se acalmar e que a fizesse ter certeza de que eu não a mataria. Mas alguma coisa dentro de mim me dizia de que eu deveria mantê-la com medo - eu era uma aberração, um ser abominável, desprezível e feito para infernizar e amedrontar as pessoas ao meu redor. Não seria diferente com aquela garota, nem com qualquer outra pessoa que pudesse me encantar com apenas um olhar, assim como ela fizera.

Sendo assim, então, envolvi uma das minhas mãos em seu pescoço, sentindo sua pulsação acelerar, fazendo com que minha sede de sangue, sempre insaciável, tomasse conta de todo o meu corpo. Engoli em seco, mantendo o controle.

– Sabe... - Eu comecei a falar, sussurrando, apertando um pouco minha mão em seu pescoço - Não foi muito inteligente de sua parte sair por aí durante a noite. - Deslizei meus olhos por todo o seu corpo, sentindo um sorriso malicioso formar em meus lábios - Ainda mais com essas vestes.

Ela tentou se soltar, mas seus movimentos só fizeram com que eu apertasse ainda mais minha mão em seu pescoço. Sua respiração estava acelerada e falha, e seus olhos estavam avermelhados por conta de todo seu choro que, finalmente, havia cessado. Era engraçado como os humanos agiam diante da morte; era como eu podia me definir, não era? A morte. Eu era destinado a matar qualquer um que cruzasse meu caminho e se, involuntariamente, oferecesse como meu alimento. O que eu podia fazer, afinal? Os humanos praticamente gritavam por minha espécie, não tinham consciência de que cada vez mais que tentassem nos matar, eram eles que acabavam dentro de uma cova. Andar por aí durante a noite com uma estaca na mão, assim como essa garota, era uma ideia muito mal formada. Se ela achava mesmo que teria conseguido escapar ou ao menos me matar, era porque era tão ingênua quanto uma criança.

Com o tempo, desde que me transformara em vampiro, eu me tornei imbatível. Nenhum humano que se achava superior à mim conseguia me matar. Nenhum caçador, nenhum soldado. Ninguém. Eu era forte e inteligente o suficiente para ter a cabeça de qualquer um deles. Claro que havia aquelas vezes de que eu ficava por um fio, mas eu sempre conseguia inverter as situações. Sempre. Eu confiava em minhas habilidades, e era isso o que me mantinha vivo. Quero dizer, era isso o que me mantinha morto-vivo.

– Oh, que modos os meus, não? - Falei enquanto balançava a cabeça negativamente. - Estava tão entediado com sua choradeira que nem tive tempo de me apresentar! - Eu afastei minha mão de seu pescoço, cruzando-a junto com a outra atrás de meu corpo, passando a andar, lentamente, de um lado para o outro. - Me perdoe por isso, senhorita. Meu nome é Nicolas Bonaventure - Fiz uma reverência exagerada.

Assim que ergui meu corpo novamente para encará-la, ajeitei o colarinho de minha camisa, enquanto seus olhos seguiam cada movimento que eu fazia, talvez preparando-se para qualquer ataque que eu pudesse fazer.

Voltei a andar de um lado para o outro, às vezes olhando para o chão, e outras olhando para o rosto da garota, que continuava encostada firmemente contra a parede da casa, respirando pesadamente e se segurando para não gritar. Eu estava me divertindo, no final das contas, mas infelizmente teria de ir embora em algum momento. Haveria tempo, ainda, pelas minhas contas, não se passava da meia noite. Eu poderia levá-la em algum lugar longe da aldeia e trazê-la de volta antes do amanhecer. Ou eu poderia apenas ficar ali, apenas fazendo... Nada.

Decidi que a primeira opção era uma boa escolha.

– Devo perguntar o seu nome ou você me dirá por vontade própria? - Perguntei, franzindo a testa enquanto parava em sua frente mais uma vez.

Ela não disse nada, apenas comprimiu os lábios e forçou ainda mais o corpo contra a parede. Eu revirei os olhos, coçando o queixo em seguida.

– Vamos lá, gentileza gera gentileza. Fui gentil com você, não te matei... - Gesticulei com as mãos, estalando os dedos - Ainda. - Ela arregalou os olhos, respirando descompassadamente. Eu dei uma risadinha debochada. - Claro que se for uma boa menina e falar quando eu quero que fale, talvez eu não te mate.

A garota manteve a boca fechada, balançando a cabeça rápida e negativamente; eu fechei os olhos por um momento, e me arrependi no segundo seguinte, assim que senti um soco em minha mandíbula, me fazendo cambalear para trás por ter sido pego desprevenido.

Ela correu para a direção contrária de que eu havia vindo, agora com uma tocha em uma das mãos, que devia ter pego de alguma casa, do lado de fora. Ela corria rapidamente, já longe o suficiente de mim, e ainda assim eu conseguia sentir seu cheiro e ouvir sua respiração ofegante. Dei uma risada baixa, esperando até que ela achasse que já estaria livre de minhas garras, e então corri em sua direção.

Corri com toda a velocidade que um vampiro era capaz de correr. Uma velocidade que nenhum humano, e nenhum outro animal, seria capaz de correr. Eu a ultrapassei, fazendo com que uma ultrajada de vento passasse por ela, a assustando; depois eu voltei para atrás dela, fazendo a mesma ultrajada de vento mais uma vez. Repeti o mesmo ato mais algumas vezes até que ela parasse de correr.

Já parada, quase próxima à floresta que acobertava toda a aldeia e o reino, ela segurava a tocha com as duas mãos, com força o suficiente para não deixá-la cair. Eu parei em frente a ela, com quase um metro de distância, entretanto.

A tocha em suas mãos agora estava apontada em minha direção, e a postura de seu corpo era de auto-defesa.

– Fique longe de mim! - Ela finalmente disse, com a voz aguda e falha.

Eu sorri maldosamente, dando alguns passos em sua direção, ao mesmo tempo em que ela recuava.

– Belo soco - Comentei distraidamente, encarando minhas unhas.

Indiferença costumava irritar as pessoas.

– Mais um passo e eu coloco fogo em você - Ela ameaçou hesitante, e vi que seus olhos se encheram de lágrimas mais uma vez.

Abri os braços, ainda sorrindo, e dei mais dois passos, estando agora bem em frente à ela. A garota tentou me acertar com a tocha, e eu desviei. E de novo, de novo, e de novo.

– Desista! - Eu falei entre risos, enquanto ela me atacava mais uma vez com a tocha, e mais uma vez eu desviei. - Senhorita, tochas não são o seu forte.

Ela grunhiu, soltando a tocha, e se posicionando para lutar. Eu arqueei as sobrancelhas, surpreso. Uma humana querer lutar com um vampiro não é nada comum.

Ela sabia que eu era cem vezes mais forte do que ela, e ainda assim se oferecera para lutar. Era bom saber, afinal, de que algumas pessoas ainda tinham esperança.

Eu dei de ombros, fazendo uma reverência mais uma vez, dando à entender que era hora de ela partir para cima.


Nicolas' P.O.V off



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