Uma Mudança Inesperada escrita por BMontgomery


Capítulo 24
Capítulo 24 - Eu já te amo


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo! Infelizmente eu sou a pessoa mais suspeita pra falar desse capítulo pois ele é um dos meus favoritos *-* Eu sou muito apaixonada por ele... Então corrammmm...



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CAPÍTULO 24 – EU JÁ TE AMO

 

Uma semana se passou e Regina evitou Archie durante quase toda a semana, mas agora ela não tinha para onde escapar. Ela tinha uma consulta marcada com Dr. Whale e não tinha a menor chance de Archie não participar dessa, ele estava em todas.

Regina estava particularmente irritada com Claire, a mulher estava ficando cada vez mais presente em sua vida e ela não gostava disso. Ela lembrou-se do dia em que Henry chegou animado contando que tinha passeado com Pongo pela cidade, pois Archie estava com um paciente. Até aí tudo bem, o problema foi quando Henry citou o nome da tal paciente. Miss Bennet. Lembrou-se, também, das outras duas vezes que se deparou com a mulher no escritório dele e de como a mulher agiu diferente quando estava na frente dele. Falsa! Regina não podia parar de pensar.

Emma era outra que tirou a última semana em particular para irritar Regina. Ela já tinha tido o prazer de conhecer a tal Miss Bennet, ou Claire, como ela chamava, porém também não gostava muito da mulher. Ela era irritante e prepotente. Regina também era uma dessas mulheres, mas ela era uma irritante suportável, Emma pensava. O problema foi que Henry contou à Emma do passeio com Pongo e da mulher no escritório de Archie e em uma das manhãs que ela gasta com Regina, ela comentou sobre a mulher, porém ganhou uma resposta muito bem dada e irritada de Regina. Ficou óbvio daquele momento em diante que Regina não gostava dela e quando Emma perguntou o porquê, Regina não quis responder. Pronto! Emma tinha uma maneira de irritar Regina facilmente e ela estava adorando isso.

Archie foi até a prefeitura se encontrar com Regina para que os dois pudessem ir juntos à consulta. A viagem de carro foi silenciosa, tudo o que Archie perguntava, Regina respondia simplesmente com um "sim" ou um "não". Os dois únicos jeitos que Archie encontrou de fazer Regina reagir de uma forma diferente foi quando ele falava de Henry ou de seus bebês, porém nem isso foi suficiente para colocar o sorriso que geralmente enfeitava seu rosto com facilidade quando estava com ele nos últimos meses.

Depois de alguns minutos silenciosos de espera, Dr. Whale apareceu chamando os dois ao seu escritório. Regina foi na frente. Dr. Whale a recebeu com um enorme sorriso no rosto e um “Boa tarde, Regina”, mas ela mal esboçou um sorriso. Logo depois, Archie entrou.

“O que ela tem?” Dr. Whale sussurrou para Archie.

“Ela está com raiva de mim, eu acho.” Ele sussurrou de volta, fingindo uma careta e levantando os ombros, depois os dois entraram para encontrar Regina já sentada na cama.

Depois de algumas tentativas frustradas de puxar assunto com ela, Dr. Whale começou a mostrar os bebês na tela ganhando toda a atenção dela. Assim que a imagem começou a se formar, Archie se aproximou, colocando o rosto bem próximo à tela e falou excitado. “Oi, meninas, vocês sentiram minha falta?” E deu um beijo na tela. Obviamente, ele ganhou um revirar de olhos de Regina e um grande sorriso de Dr. Whale.

“Como elas podem sentir sua falta? Você conversa com elas todo santo dia.” Ela falou irritada, ainda sem tirar os olhos da tela. Os dois homens reviraram os olhos e sorriram.

Archie esfregou a manga da camisa na tela, na tentativa de limpar e se afastou um pouco. Havia momentos que ele estava tão concentrado na imagem de suas meninas que Dr. Whale tinha que empurrá-lo para poder ver a tela.

Dr. Whale e Regina tinham a mesma opinião sobre Archie. Ele mudava completamente quando estava dentro da sala de ultrassom vendo suas meninas. Em todas as consultas ele estava extremamente excitado, mas era engraçado como ele podia passar de um cara pulando e gritando para um cara chorando em apenas alguns segundos. Parecia que ele era o único sendo inundado por hormônios.

Depois de limpar a barriga de Regina, o médico chamou os dois para sentarem para que ele pudesse falar sobre os resultados dos exames, como sempre faziam.

“Parabéns, Regina, você está completando o quinto mês de gravidez.” Dr. Whale disse animando. “Como você já me falou, o peso extra já está incomodando suas costas. O ideal é usar sapatos baixos. Evite ficar sentada ou deitada por longos períodos de tempo.”

“Você diz isso por que não é você que está cansada o tempo todo.” Ela respondeu.

“Ok. Vou falar delas então. Seus bebês têm períodos de sono e alerta alternados, que podem ou não coincidir com os da irmã. Como elas ainda estão com muito espaço para se mover, chutar e virar cambalhotas,” Ele disse sorrindo. “É possível que você comece a ver seu abdome se mover.” 

Archie quase não pôde se controlar de alegria. Ele mal podia esperar que essa hora chegasse. Ele já era capaz de sentir as meninas se moverem bastante, mas ele não via a hora de poder gravar esses movimentos. Esse seria seu novo hobby, pobre Regina.

“Regina, nós ainda não conversamos sobre o tipo de parto que você quer fazer. Como os resultados dos seus exames estão indo muito bem, se você quiser tentar um parto normal-”

“Você está louco? Eu não vou ter dois bebês saindo pela minha vagina!” Ela respondeu rapidamente, arregalando os olhos ao falar.

“Mas nem conversamos sobre isso, Regi-” Archie começou a falar, mas logo foi interrompido.

“Não temos o que conversar, nada de parto normal.” Ela falou sem dar brecha para novas discussões.

Observando a interação entre o casal, Whale interrompeu e começou a falar os benefícios de cada parto. No caso de Regina, ele falou que uma cesariana só seria necessária se alguma coisa desse errado durante o trabalho de parto ou dependendo da posição dos bebês, mas isso era algo que também poderia ser manobrado.

Archie já havia feito sua lição de casa, ele sabia quase tudo sobre os diferentes tipos de parto para gêmeos. Ele tinha pesquisado isso na internet e estava convencido de que o parto mais saudável era o normal. Convencer Regina seria outra história.

“Você pode pensar bem nas possibilidades, Regina," Whale falou. "E depois você me fal-”

“Eu já pensei. Esse é um assunto resolvido, Dr. Whale. Não haverá nenhum parto normal.” Ela falou seriamente.

“Mas Regina, é o melhor tipo de parto para elas e-” Archie começou a falar na tentativa de convencer Regina, mas nem conseguiu terminar a frase.

“Bem, eu não acho que é você que está carregando esses dois bebês e muito menos é você que vai ter que empurrá-los pela sua vagina.” Ela falou calmamente, sem perder a classe e o tom desafiador e autoritário. “Esses bebês não vão nascer de parto normal. Fim de papo.” Acabou. Archie soube naquele mesmo instante que havia perdido essa parada e nada nesse mundo convenceria Regina do contrário. Nada. “Tenha uma boa tarde, Dr. Whale.” Ela disse se levantando da cadeira e caminhando em direção à porta.

“Boa tarde, Regina.” O médico falou e olhou para Archie, que pegou os exames e saiu correndo atrás da mulher, somente sendo capaz de alcançá-la quase na saída do hospital.

“Regina! Regina! Calma, nós precisamos conversar.” O homem disse correndo até ela e agarrando um de seus braços, puxando-a para que ela pudesse olhar para ele.

“Me solta, Archie. Não temos nada para conversar.” Ela disse se desvencilhando das mãos dele.

Ele não podia entender porque ela estava com raiva dele. Ele não fez nada de errado e mesmo assim, ela passou a última semana inteira fugindo dele e ele tinha que admitir que estava sentindo falta dela.

“Regina,” Ele chamou com mais calma dessa vez, parando na frente da mulher. “Eu juro que eu não sei por que você está agindo desse jeito comigo. Se você está com raiva por que eu fiz alguma coisa, por favor me diga, eu prometo que vou tentar não fazer de novo, mas isso...” Ele jogou as mãos no ar em sinal de derrota. “Isso não está certo... eu... eu senti sua falta a semana inteira.” Ele admitiu.

Regina estava olhando para ele, os olhos cheios de lágrimas não derramadas. Ela estava com raiva dele, ela queria gritar com ele, mas ela não sabia o porquê. Ela poderia dar meia volta e ir pra casa, se trancar lá e apenas ficar com raiva, mas ela não queria mais isso. Ela não quer estar sozinha e não quer estar com raiva. Talvez ela devesse dar uma chance para si mesma, uma chance de talvez, talvez ser feliz e não estar brava.

Ela também tinha sentido falta dele durante toda a semana. Mesmo o evitando, ela se odiava por passar o dia pensando nele ou olhando para o celular para ver se tinha alguma nova mensagem ou ligação perdida dele. Suspirando um pouco e ainda tentando impedir as lágrimas de descerem, ela deu um passo para frente e o abraçou.

Ele ainda estava esperando que ela gritasse com ele, mas, ultimamente, desde que Regina ficou grávida, abraçá-lo parecia um jeito que ela tinha de deixar a raiva esvair-se e ele não podia reclamar, ele amava tê-la em seus braços. Ele envolveu seus braços ao redor dela, fazendo círculos suaves em suas costas enquanto ela chorava com seu rosto escondido na curva do seu pescoço.

Nenhum dos dois perceberam que estavam no meio da rua e se perceberam, eles não se importaram. Depois de um tempo, quando Archie percebeu que Regina estava mais calma ele sussurrou em seu ouvido.

“Agora nós podemos conversar?”

Ela se afastou um pouco dele, não querendo perder o contato reconfortante, olhou nos olhos dele e assentiu calmamente.

“Ok, então. Você quer ir para sua casa?” Ele perguntou.

“Eu tenho que buscar a Perdita, ela está com Ruby.” Regina falou.

“E eu tenho que buscar o Pongo. Nós vamos pegá-los e depois vamos para a sua casa e nós vamos conversar, ok?” Ele disse calmamente. Regina sabia que Archie não estava fazendo uma pergunta, mas ele tinha um jeito tão suave de falar com ela e de olhar para ela que ela não poderia nem ficar zangada. Ela apenas assentiu.

Eles pegaram os dois cachorros, Archie comprou algumas coisas que ele sabia que Regina gostava de comer e depois foram para a casa dela.

Depois de entrarem e comerem, Archie percebeu que Regina estava fugindo do assunto. Ele sabia que ela era uma mulher forte, mas ele passou a perceber que muitas vezes ela tendia a fugir quando não se sentia confortável em alguma situação. Ele não deixaria isso acontecer dessa vez.

Eles ainda estavam na cozinha, ele estava terminando de lavar os pratos enquanto ela estava escondida em um pote de sorvete.

“Naquela noite... que você estava lá em casa, na noite em que Henry apareceu lá... eu disse, eu te disse que te amava,” Ele começou, gaguejando um pouco, mas decidido. “E depois disso você sumiu, você passou a semana inteira fugindo de mim, Regina. Eu não quero te pressionar, mas eu só...” Ele estava ficando frustrado. Ele amava essa mulher e droga, essa mulher também o amava, não é tão difícil assim. “Droga, Regina. Eu sei que eu te amo e por mais que você diga que não, eu sei que você sente algo por mim também. Eu sei que não posso te oferecer a vida de Rainha que você merece, eu sei que não sou nenhum Rei e nem faço parte da realeza, mas eu te amo mais do que tudo e isso está me consumindo.”

Regina estava sem palavras. Ela estava segurando uma colher de sorvete em sua mão, mas ele já estava começando a derreter. Ele me ama. Ele me ama. Ele disse que me ama. Eu já sabia disso, mas ELE ME AMA! A mente dela estava correndo descontroladamente. Ela queria correr e se jogar em seus braços e dizer que também o amava, mas ela não tinha essa força. Não agora. Seu corpo não estava obedecendo à sua mente muito menos ao seu coração.

Depois do desabafo de Archie, ele viu que ela ainda estava imóvel. Ele não podia ler suas emoções, ele não sabia o que ela estava pensando ou se ela estava ao menos pensando em alguma coisa. Na verdade, ele não sabia nem se ela tinha ouvido o que ele tinha dito, mas ele não podia perder essa oportunidade de falar como ele se sentia em relação a ela. Ele foi tomado por uma coragem que nem ele mesmo sabia que tinha. Ele só queria falar tudo o que ele estava sentindo, falar que ele a amava, que a queria, que ele queria estar com ela e com as meninas o tempo todo.

Ele se aproximou dela, sendo seguido por seus olhos e continuou falando.

“Eu quero estar com você, Regina. Eu te amo, eu te amo tanto e não é só por causa das nossas meninas, mas você me ensinou a te amar nesses últimos meses. Você me deixou entrar e perceber o quão linda você é. Como você é divertida, inteligente e carinhosa quando você ama alguém. Eu só quero estar com você e eu tenho medo, na verdade, eu estou aterrorizado, por que eu nunca me senti assim antes, por ninguém. Eu só sei que você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Você vai me dar um presente...” Ele suspirou, seus olhos começaram a brilhar quando as lágrimas começaram a cair. Ele estava olhando Regina nos olhos, bem perto dela, falando cada palavra com cada batida do seu coração. “Dois presentes,” Ele corrigiu. “os melhores presentes que eu poderia ganhar e eu nem mereço isso. Eu amo quando você está em meus braços, eu amo como sua pele é macia, eu amo quando eu beijo você. Eu quero isso todo dia, eu quero você todo dia. Eu quero poder acordar e te ver ao meu lado, por que eu te amo, Regina. Eu quero andar de mãos dadas com você, eu quero te levar para jantar, só nós dois, e eu quero que você queira isso também.”

Regina nunca tinha ouvido essas coisas, não com tamanha intensidade e sinceridade.

Maldito inseto.

Ela se levantou de sua cadeira e o abraçou, seus olhos e bochechas molhados pelas lágrimas.

“Eu sinto muito... eu sinto muito, Archie. Eu não mereço você. Eu sou má, eu não mereço você.”

“Como você pode dizer isso? Eu sou o único que não mereço você, Regina.” Ele interrompeu.

“Não, Archie. Você é maravilhoso, você é amoroso e educado e carinhoso, você é gentil e eu sou o contrário disso tudo.”

“Não, você não é,” Ele insistiu. “eu só estou te pedindo uma chance. Dá-me uma chance e eu vou fazer você me amar, você vai ver que pode me amar.”

“Eu já te amo.” Ela sussurrou.

O coração de Archie quase explodiu ao som dessas palavras. Ele deve ter entendido errado. Ela acabou de dizer que me ama, ela JÁ me ama. Ele olhou para ela um pouco confuso, será que ele tinha entendido certo? A dúvida foi embora assim que ela sorriu para ele. Um sorriso enorme e um pouco envergonhado, mas o sorriso mais belo que ele já tinha visto.

Ele a puxou para um beijo gentil, como tudo sempre foi entre eles. Eles não precisavam de mais palavras. Eles tinham chegado a uma conclusão que apenas eles dois poderiam entender. Eles poderiam se dar uma chance. Uma chance de amar, de ser feliz e de se tornarem uma família.

Eles queriam aproveitar os braços um do outro, os beijos um do outro, o tempo perdido. Eles não queriam se separar agora, e eles não se separaram.

Archie não voltou para casa naquela noite.


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Notas finais do capítulo

E ae????????? O que vocês acharam? Preciso de comentários, quero saber a opinião de vocês...



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