Uma Mudança Inesperada escrita por BMontgomery


Capítulo 21
Capítulo 21 - Problema de carro


Notas iniciais do capítulo

Como prometido no capítulo passado, vamos nos divertir um pouco!!!



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CAPÍTULO 21 – PROBLEMA DE CARRO

 

Regina e Archie envolveram-se em uma discussão sobre ela continuar dirigindo seu carro. Ele estava mais que irritado com ela e acabou dizendo que ela era muito individualista, que gostava de fazer tudo sozinha e que nunca queria a ajuda de ninguém.

Regina, por sua vez, ficou chateada com cada palavra que Archie falou. Quem ele pensa que é? Eu não estou doente e ainda posso dirigir o meu carro. Ele quer que eu fique ligando para ele toda vez que eu quiser sair de casa? Isso não vai acontecer, eu sou uma mulher independente, não preciso de ninguém me carregando.

Ela sabia que Archie não estava tão errado quando falava para ela parar de dirigir o carro, mas ela sempre dirigiu com cuidado e agora, mais do que nunca, ela tinha um motivo especial para ser mais cuidadosa. Era fato que a cada dia ficava mais difícil entrar e sair de seu carro e ainda faltavam mais de três meses para as meninas chegarem, ela precisaria de um carro maior.

Dois dias depois, Henry estava na casa de Archie quando Emma foi buscá-lo. Eles estavam conversando quando o telefone de homem mais velho tocou. Para a surpresa e espanto dele, era Regina que estava ligando. Ela ainda estava tão brava com ele que certamente ela nunca voltaria atrás em sua opinião e ligaria para ele, a menos que alguma coisa acontecesse.

Archie atendeu ao telefone. “Regina?”

“Sou eu," Regina falou com uma voz chorosa. "Eu tenho um favor para te pedir.”

“Qualquer coisa, mas primeiro, me escuta. Eu acho que não fui muito justo com você naquele dia-” Archie começou a falar, mas ouviu Regina fungando. “Ei, você está bem? Você está chorando?”

Ela fungou novamente.

“Não! Eu não estou chorando.” Ela disse um pouco irritada.

“Então o que foi? Que favor você precisa?”

Nesse momento, Henry e Emma estavam calados prestando atenção na conversa de Archie.

“Você tem que prometer que não vai rir.” Ela falou.

“Rir? O que foi que aconteceu?” Ele perguntou começando a ficar curioso.

“Promete?”

“Eu prometo.” Ele disse com um sorriso nos lábios.

“E você tem que me prometer que não vai ficar falando eu te avisei.

Ele parou um momento e ficou pensando em mil coisas engraçadas que poderiam ter feito Regina ficar envergonhada.

“Eu prometo.” Henry e Emma ouviram Archie falar e depois só ouviram quando Archie gritou. “O quê?! Onde?” E saiu correndo em direção à porta.

Henry e Emma olharam um para o outro, preocupados e confusos, e correram atrás de Archie pensando que algum problema tinha acontecido com Regina.

“Archie?” Emma conseguiu alcançá-lo quando ele já estava quase saindo do prédio. Ela respirou fundo para recuperar o fôlego e depois perguntou. “O que está acontecendo?”

Só então ele se deu conta que tinha esquecido tudo e deixou os dois para trás sem nenhuma explicação.

“Desculpe-me, Emma.” Ele respirou. “É só que... Regina, ela está-” Ele parou e olhou nos olhos de Emma e Henry, que acabou de alcançá-los. “Vocês me prometem que não vão contar à Regina que eu contei isso a vocês?”

“Prometo.” Os dois responderam em uníssono.

“Ela ficou presa no carro e não consegue sair.” Ele disse um pouco preocupado.

“O quê?!” Emma e Henry gritaram ao mesmo tempo. Archie realmente conseguiu ver de onde Henry havia herdado cada detalhe de suas expressões faciais.

“Onde ela está?” Henry perguntou com os olhos arregalados.

Levou um pouco mais de alguns minutos para que os três avistassem a Mercedes preta da prefeita. Archie desceu do carro amarelo de Emma e correu em direção ao outro carro.

“Regina? Regina?” Archie gritou enquanto se aproximava do carro.

“Eu estou aqui, Archie.” Regina disse, colocando o braço para fora do carro, fazendo-se conhecida.

Ele abriu a porta do carro, enquanto Emma e Henry se aproximavam, e deu uma olhada para Regina, que parecia ter chorado.

“Ah, meu Deus! Você está machucada?” Ele perguntou respirando exasperado.

“Eu só estou... presa,” Ela respondeu de dentro do veículo. “Só me tira daqui.”

“Tudo bem,” Ele respondeu quando passou uma de suas mãos em sua cintura e a ajudou a sair do carro. “Você tem certeza que está bem?” Ele perguntou novamente, ainda preocupado.

“Tenho.” Ela respondeu e Henry correu para abraçá-la.

Só então ela percebeu a presença de Henry e Emma, que estavam assistindo à cena que acabara de acontecer. Ela passou os braços ao redor de Henry, depois ela olhou para Archie e deu um murro em seu braço.

“Ai!” Ele gritou e olhou confuso, esfregando o local onde Regina havia  acabado de bater.

“É impossível você ficar de boca calada?”

“Eles estavam comigo, Regina, como você queria que eu saísse correndo e não falasse nada?” Ele falou.

“Você está bem?” Henry perguntou, se afastando de Regina o suficiente para olhá-la nos olhos.

“Sim.” Ela respondeu.

“Elas estão bem?” Archie perguntou olhando para Regina.

“Sim”.

“Regina, eu sinto muito... sinto muito por... por antes e por te pressionar.” Archie começou a falar, assim que Henry saiu dos braços de Regina.

Ela abanou a cabeça, sabendo que ela estava parcialmente errada. “Não, Archie. Eu sinto muito que às vezes eu não me importo com o que você diz, desculpe-me.”

Ela disse e se jogou nos braços dele, abraçando-o. Ele envolveu seus braços ao redor dela e nenhum dos dois se importou com quem estava assistindo à cena.

Emma e Henry assistiram calados quando Regina se jogou nos braços de Archie. Ambos caíram na risada quando Emma deu um leve empurrão nos ombros de Henry, piscando para ele e chamando-o, silenciosamente, para irem para o carro.

Regina se afastou e encontrou Henry à alguns metros de distância conversando com Emma, que surpreendentemente não havia falado nada.

Emma levou Henry para casa e Archie levou Regina. No caminho para a mansão Archie não se conteve e teve que comentar.

“Como você conseguiu ficar presa no carro?” Ele perguntou, tentando esconder o sorriso.

“Eu não sei, eu estou tão grande que não consegui sair." Ela respondeu distraidamente. "Eu ach-”

“Eu deveria ter tirado uma foto, você perdeu a sua cara!” Ele respondeu e não conseguiu mais controlar a risada.

“Não foi engraçado!” Ela olhou seriamente para ele.

“Bem, foi um pouco engraçado, você tem que admitir."

Ela apenas bufou irritada e virou o rosto para a janela do carro.

Assim que eles chegaram à mansão, Archie desceu do carro e correu para ajudá-la a descer. Ela negou a ajuda e fez isso sozinha, com muito esforço, mas ela conseguiu. Teimosa, Archie pensou com um sorriso enorme.

Ele entregou as chaves do carro, então eles se despediram e ele foi embora.

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Já era por volta de 2 da manhã. Regina teve mais um desses pesadelos e ela não conseguiu voltar a dormir. Ela estava exausta, mas toda vez que ela fechava os olhos, as imagens sufocantes de seu último pesadelo invadiam sua mente e as lágrimas voltavam a cair. Fazia mais de uma hora que ela estava se revirando, em vão, na cama.

Cansada, ela se levantou, vestiu uma roupa, pegou seu casaco e colocou a coleira em Perdita. Ela não aguentava mais ficar naquela casa sozinha.

Ela saiu da casa e andou em direção ao seu carro, mas logo desistiu da ideia de dirigir assim que se lembrou do que aconteceu apenas algumas horas atrás. Whale diz que andar é muito importante, então vamos caminhar, ela pensou. Ela se sentou na praça e deixou o choro tomar conta dela. Aquele pesadelo, assim como os outros, a tinha assustado. Alguns minutos depois, ela não pôde controlar a estranha sensação de que alguém a estava observando.

Com um pouco de medo, ela decidiu ir para o único lugar que ela sabia que não se sentiria sozinha.

Archie.

Ele provavelmente estava dormindo, mas ele já havia se acostumado com Regina aparecendo à sua porta durante as madrugadas, até o dia em que eles brigaram.

Eu deveria ligar antes, ela pensou e enfiou a mão em seu casaco na tentativa de alcançar o telefone. Droga! O celular ficou em sua casa. Ela andou um pouco mais rápido e depois de poucos minutos ela estava em frente à porta de Archie. No entanto, antes de bater, ela limpou seu rosto na tentativa de esconder os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar.

Depois de um ou dois minutos, lá estava ele com os olhos cansados, tentando ajustar seus óculos apenas para encontrar Regina do outro lado da porta. Assim que ele conseguiu focar sua visão na mulher à sua frente, ele logo percebeu que ela estava chorando.

“Regina? O que aconteceu? Você está bem? Porque você está chorando?” Archie começou a fazer um monte de perguntas, olhando extremamente preocupado.

A única reação que Regina teve foi de abraçá-lo. Ela passou suas mãos ao redor dele e o segurou com força, como se ele fosse levar a sua dor embora, os seus medos. Ela estava agindo como uma criança boba, que se apegava facilmente às pessoas e deixava que elas vissem suas fraquezas. Isso era exatamente o que sua mãe lhe diria se visse essa cena.

A personificação da fraqueza.

Mas hoje isso não importava, nem que por apenas um momento, Regina só queria se sentir segura e amada e era exatamente isso que ela estava sentindo agora nos braços de Archie. Essa sensação fez com que ela começasse a chorar novamente.

“Regina, você precisa me falar o que aconteceu, por que você está chorando?” Ele perguntou novamente quando sentiu a mulher em seus braços soluçando.

Ela não se mexeu e ele apenas a deixou chorar um pouco mais. Depois de algum tempo, ela se afastou um pouco dele e ele fechou a porta, olhando preocupado.

“Então? O que foi que aconteceu?” Ele queria receber uma resposta.

“Não foi nada, Archie,” Ela tentou dar seu melhor sorriso, mas não conseguiu enganá-lo. “Eu acho que são esses malditos hormônios e eu estou tão cansada, mas não consigo dormir.” Ela tentou imediatamente mudar de assunto. Ela não precisava que ele se preocupasse com seus pesadelos também.

“Você aparece no meio da noite, sozinha, com os olhos vermelhos e inchados e me diz que são os hormônios? Desculpe-me, Regina, mas eu não acredito em você.” Ele disse um pouco mais sério.

“Você pode não acreditar, mas é o que é.” Ela disse rispidamente. Assim que ela percebeu o olhar desapontado que Archie lhe deu, ela voltou atrás. “Desculpe-me, Archie, eu só... eu não quero falar sobre isso.” Ela disse a ele e lhe deu um olhar entristecido. “Por favor?”

Ele assentiu. Ele queria saber do que se tratavam essas visitas no meio da noite, alguma coisa a estava incomodando, mas ela insistia em não compartilhar isso, seja lá o que for, com ele. Ele pensou em insistir novamente, mas ele não queria aborrecê-la.

“Então? O que vamos fazer hoje?” Ele perguntou, tentando quebrar o silêncio desconfortável que se estabeleceu entre eles.

Regina apenas sorriu.

“Eu não sei, Archie. Nós podemos assistir a um filme.” Ela sugeriu.

Ele assentiu e andou até o quarto para pegar cobertores e travesseiros. Ele pegou, também, alguns filmes para ela escolher.

Ele estava sentado no sofá com Regina logo ao seu lado. Ela estava com as pernas sobre um puff e em suas costas estavam alguns travesseiros, um cobertor envolvia os dois. Eles estavam tão próximo um do outro. Eles gostavam dessa sensação, embora não admitissem isso para ninguém.

Fazia mais de meia hora que o filme tinha começado e Regina estava começando a ficar com sono. De vez em quando ela bocejava ou abria os olhos de repente, apenas para perceber que tinha adormecido no ombro de Archie. Quando ela estava quase dormindo, suas meninas decidiram acordar.

Regina começou a massagear a barriga enquanto Archie esqueceu totalmente do filme e voltou toda sua atenção para a barriga de Regina. Elas estavam muito agitadas, como sempre estavam durante a madrugada. Regina só queria dormir um pouco, mas ela sabia que as meninas, agora acordadas, demorariam muito para voltarem a dormir. Era assim quase todas as noites.

“A Isabella é a mais calma, mas quando ela acorda primeiro, não demora muito para Lillian acordar também.” Regina disse, sabendo que o homem ao seu lado era totalmente sedento por qualquer curiosidade ou novidade sobre elas.

“Quem é essa?” Ele disse colocando a mão onde pôde sentir alguns movimentos.

“Essa é a Isabella.” Ela sorriu.

Cerca de vinte minutos depois, Regina ainda não tinha conseguido acalmá-las, pelo contrário, elas só estavam ficando mais agitadas. Percebendo que Regina estava muito cansada, Archie colocou as duas mãos sobre a barriga dela, massageando-a, e começou a sussurrar.

“Ei, minhas princesinhas, eu vejo que vocês gostam de ficar acordadas de madrugada. Nós vamos ter que mudar isso assim que vocês nascerem.” Ele começou e Regina não conseguiu conter o sorriso que preencheu seus lábios. “Vocês tem que deixar a mamãe dormir um pouco,” Ele disse e olhou extremamente sorridente para Regina quando ele sentiu os movimentos em direção à sua mão com um pouco mais de força. “É isso mesmo. Sou eu, o papai.” E deixou alguns beijos na barriga dela enquanto continuava sussurrando. “Eu mal posso esperar para conhecer vocês, meninas. Vocês são nossas princesas. Agora, vocês vão dormir.”

Archie não precisou de muitos minutos para fazer as meninas se acalmarem. A voz dele as tranquilizava, Regina podia sentir isso. Quando Henry falava com as meninas, elas ficavam muito mais ativas, mas quando era ele elas ficavam quietas.

“Como você consegue isso?” Regina perguntou sorrindo para Archie.

“O quê?” Ele perguntou genuinamente confuso.

“Isso. Elas ficam tão calmas com você. Às vezes eu levo a madrugada inteira para fazê-las pegar no sono e você só precisa conversar alguns minutos com elas que elas se acalmam e voltam a dormir.” Ela explicou.

“Eu não sei... Elas já respeitam o papai.” Ele disse orgulhoso, recebendo um sorriso de Regina.

Um silêncio confortável se estabeleceu entre eles e Archie interrompeu, sentindo a necessidade de conversar sobre a briga que eles tiveram alguns dias atrás.

“Regina, eu... eu sinto muito. Sinto muito por... por antes e por te pressionar e-”

“Na verdade você estava certo, Archie,” Regina o interrompeu. “Eu sinto muito por ser tão cabeça dura, é só que-” Ela respirou fundo, mas foi cortada por Archie.

“Não, Regina. Eu me refiro a tudo, o jeito como tenho agido em relação a você. Eu sei que você nunca faria nada que pudesse prejudicar nossas filhas e eu sei que você pode muito bem se proteger sozinha, melhor do que eu,” Nesse momento, Regina suspirou. Ela não havia contado a ele sobre sua magia, ou melhor, a falta dela. Ela estava perdendo sua magia com os dias e apenas Emma sabia disso. Se Archie soubesse, sem sombra de dúvidas, ele iria pirar. “Porque você tem magia... é só que... eu quero que nossas filhas saibam que eu não sou igual aos meus pais,” Regina olhou extremamente confusa para ele, mas ele continuou. “Eu só quero que elas saibam que eu fui um bom pai, que lhes deu um lar de verdade, que eu as amei de verdade e que eu me importo com elas.” Ele disse seriamente, uma pequena lágrima caiu de seus olhos e Regina percebeu.

“Por que você não me disse isso antes?” Ela olhou para ele um pouco mais séria.

“Eu... eu pensei que você não entenderia.”

Ela pensou durante alguns segundos.

“E eu acho que não entendo. Eu sei que você não é igual aos seus pais, Archie,” Ela disse seriamente olhando para ele. “Você é amoroso, educado e já se importa tanto com elas. Você vai ser o melhor pai que elas poderiam ter, eu tenho certeza disso.” Ela falou.

Ele passou algum tempo repetindo as últimas palavras de Regina em sua mente.

Droga!

Ele havia se apaixonado por ela, ele se apaixonou pela prefeita de Storybrooke, ele se apaixonou pela Rainha Má. Espera! Ela não era mais a Rainha Má, ela era apenas Regina, a mãe de suas filhas e ele estava perdidamente apaixonado por ela. Como ele não percebeu isso antes? Ele queria tê-la em seus braços, consolá-la, beijá-la, amá-la. Ele queria criar suas filhas junto com ela, todos os dias. Ele, então, percebeu que queria dormir ao lado dela e amanhecer com o cheiro dela invadindo sua consciência.

Regina estava encarando Archie, depois do que ela falou, ele apenas ficou olhando em seus olhos. Fazia alguns minutos que ele estava assim, apenas olhando além dela. Ela sabia que ele estava pensando em algo, mas não sabia o quê exatamente. Ela poderia passar horas olhando para aqueles olhos verdes à sua frente. As suas sobrancelhas ruivas, seus lábios rosados. Ela queria decorar cada linha de expressão em seu rosto. Ambos estavam perdidos em pensamentos. Eles não sabiam quanto tempo havia passado, mas eles não conseguiam quebrar a conexão que se estabelecera entre eles.

Ela passou uma de suas mãos sobre a dele, acariciando sua mão e eles entrelaçaram seus dedos, desejando nunca perder esse precioso contato. Depois, os olhos de Regina voltaram a encarar os de Archie. Nem por um momento Archie havia tirado seus olhos de Regina.

Lentamente, ele levantou a mão que não estava entrelaçada aos dedos dela e com as costas da mão deixou seus dedos correrem pelo rosto suave e macio dela. Ela estremeceu ao toque. Ele era delicado, suave, preocupado e ela quase poderia dizer que amor fluía por esse toque. Ela fechou os olhos e se permitiu sentir. Sua respiração estava trêmula. Com os olhos ainda fechados, ela pôde sentir Archie passando os dedos sobre suas sobrancelhas, seus olhos fechados, seu nariz, seu queixo. Uma vontade súbita de chorar tomou conta dela, ela nunca havia se sentido tão amada como estava sentindo agora, não depois de Daniel. Archie continuou traçando seus dedos sobre o rosto dela, como se quisesse decorar cada milímetro da pele dela, cada marca de expressão. Então, ele passou seus dedos suavemente sobre os seus lábios. Uma lágrima caiu de seus olhos ainda fechados e fez caminho por toda sua bochecha e se perdeu no canto dos lábios.

Archie estava tão envolvido nesse momento que nada poderia tirar sua atenção. A maciez de sua pela, a delicadeza de seus traços, seus lábios. Ele viu quando uma lágrima caiu de seus olhos e ele sabia o que aquela lágrima significava. Ele sentia a necessidade de beijá-la, de consolá-la. Delicadamente, ele depositou um beijo em sua bochecha, exatamente onde a lágrima havia deixado seu rastro.

Ela não se moveu.

Ele soltou a mão que estava entrelaçada com a de Regina, então envolveu as bochechas dela com suas mãos. Ela ainda não tinha se movido. Delicadamente, ele se aproximou mais dela e continuou a olhá-la. Nesse instante, mais lágrimas fizeram seu caminho pela bochecha dela. Ele passou a beijar suas lágrimas, deixando um rastro de beijos apaixonados, porém extremamente suaves sobre suas bochechas. Depois de algum tempo, ele beijou o canto de seus lábios.

Sentindo a respiração trêmula de Regina, ele olhou preocupado por um instante, mas ela ainda estava com os olhos fechados. Ela não havia se mexido desde quando eles entrelaçaram seus dedos. Ele passou a acariciar seu rosto com as pontas de seus dedos e deixou um beijo delicado dessa vez sobre seus lábios. Ele parou e fechou os olhos. Ele poderia passar a madrugada inteira assim e ele descobriu que era exatamente isso o que ele queria. Ainda sentindo a respiração dele tão próxima, ela se inclinou e beijou seus lábios. Eles não precisavam fazer nada, o contato foi suficiente para mostrar o carinho, o respeito, o cuidado e, além de tudo o que eles esperavam, o amor.

O beijo durou menos do que ambos queriam e precisavam, mas a necessidade de ar foi maior. Os dois estavam com os olhos fechados e agora tinham as testas coladas. Respirações trêmulas. Lágrimas. Alegria.

“Eu sei que eu não deveria falar isso, mas eu te amo.” Archie sussurrou e beijou a ponta do nariz de Regina.

Ela não falou nada. Archie esperava por isso, mas ainda assim ficou entristecido. Ele sabia que não poderia e nem deveria esperar nada em troca dela.

Quando ele havia desistido de obter qualquer tipo de resposta em troca, ela o beijou novamente. Outro beijo apaixonado, suave, delicado. E, novamente, os dois estavam perdidos no sabor dos lábios um do outro. Regina interrompeu o beijo e colocou sua cabeça no peito de Archie, ouvindo as batidas do seu coração, relaxando no movimento de sobe e desce que seu peito estava fazendo. Archie ficou lá apenas saboreando o cheiro dos cabelos dela e aproveitando essa proximidade. Ele passou o braço ao redor dela, puxando-a para mais perto dele e a outra mão repousou em seu estômago.

Dessa maneira, eles ficaram em silêncio. Após alguns minutos, o aperto de Regina afrouxou totalmente e Archie percebeu que ela havia dormido em seus braços. Não querendo acordá-la, ele desligou a televisão e aconchegou-a mais sobre ele. Ele queria protegê-la, amá-la. Ele só queria que esse momento não acabasse nunca. Dessa maneira, ele também adormeceu.


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Notas finais do capítulo

E aí???????/ O que vocês acharam??? Eu to curiosa!!!!

O próximo vai ser um pouquinho tenso, mas não temam! haha



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