Caminhos.. escrita por Pepe Poynter


Capítulo 8
Instantes.


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap para vocês ^^'



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O Hugo largou a faculdade, não vai mais a reuniões de família, não ri, não brinca com a filha. Quando Laila nasceu, ele ficou feliz, sempre quis ter uma menina, mas nem isso pode apagar o rancor e a culpa que sentia. Certa vez, num discussão, ele chegou a quase me culpar pelo acidente, mas não completou a frase “Se eu não tivesse saído naquele dia...” ele disse. Sabia que estava sendo injusto. 
Me sinto sozinha. É raro chegar em casa e encontrar o Hugo, ele normalmente está na casa dos pais, no quarto do Bruno ou no parquinho perto da piscina. Mas algumas vezes ele vai até o playground do prédio, e fica no balanço olhando para o nada. Sempre que chego e não o encontro saio correndo e ligando para os pais dele e a Daniela até encontrá-lo. Temos uma babá em tempo integral, porque passo o dia na faculdade e o Hugo não é responsável pela Laila. 
Bom...não sei explicar o quanto eu sinto, por tudo. Me pergunto por que continuo com esse casamento, meu pais me dizem para eu me separar, os pais dele me dizem para me separar e até mesmo a Daniela. Mas eu não posso, alguns momentos posso ver aquele sorriso doce em seus lábios, o mesmo sorriso que fez eu me apaixonar há dez anos. Vivo esperando esses raros momentos onde o Hugo volta a ser quem eu conheci. 

– Hugo! Me aproximei frustrada. O que faz aqui? É tão difícil não sumir? Pelo menos dessa vez. Amanhã a Laila faz dois anos, e faz uma hora que estou te procurando. Me sentei desesperada por qualquer palavra dele que me fizesse não me arrepender de ainda suportar aquilo. Mas ele sequer me olhou. Hugo. O chamei com a voz baixa.
– bonitas as estrelas, não? Ele olhava deslumbrado para o céu, parecendo não se importar comigo. 
– Hugo. Olha pra mim. Virei seu rosto para mim, delicadamente. Uma lágrima caiu dos meus olhos e meu coração apertou. Eu juro que o vi, ele está lá, em seus olhos, o meu Guga. Com o mesmo sorriso carinhoso da primeira vez que nos vimos. Abri um sorriso e acariciei seu queixo. 
Hugo – acho que o Bruno ia gostar dessa noite. Ela está bem fresca. Lembra quando ele fazia você balançá-lo até seus braços ficarem doendo? Ele sorria, mas já não era mais ele. Voltara aos tempos de antes do acidente, negando a realidade.
Sorri. Me levantei, e curvei, até que meus olhos encontrassem os dele. “Lembro sim” eu disse, respondendo a pergunta que me fizera. O olhei em seus olhos mais ternamente que pude e dei no canto de sua boca um beijo. Queria muito que ele voltasse a compartilhar a mesma realidade que eu. E naquele prevê beijo depositei todo esse sentimento.

Uma das noites em que cheguei da faculdade e saí como louca atrás dele, e o encontrei se balançando calmamente no balanço.


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