Ponto De Paz. escrita por keemi_w


Capítulo 9
Gravata e lutinhas.


Notas iniciais do capítulo

Postando pela minha unica leitora e por ser um desafio para mim mesma :D bjs a todos que lerem.



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- MARINA! – gritou Karen no meu ouvido. – ESTAMOS TENTANDO TE ACORDAR DESDE ÀS 14 HORAS, MAS VOCÊ PARECE QUE ESTÁ MORTA! JÁ SÃO 16 HORAS E SE VOCÊ NÃO QUER IR PARA O BAILE DE HALLOWEEN IGUAL A MURTA-QUE-GEME, QUE DESCANSA EM NEM TANTA PAZ ASSIM, É MELHOR VOCÊ PULAR DESSA CAMA E IR PARA O BANHO, IMEDIATAMENTE!

Cara, que horas eu fui dormir?

Ah é, fiquei tão encucada que acabei indo dormir no sofá do salão comunal. Acordei às 11 horas com o barulho das meninas conversando sobre a noite de hoje – e bunda de garotos - e subi para o dormitório para voltar a dormir.

- Credo – resmunguei coçando o olho. – Que horas vocês acordaram?

Elas morderam o lábio.

- Há quinze minutos.

- Mentiroooooosas. Vocês disseram que estavam em acordando desde às 14 horas. Aposto que ainda não é nem meio dia já que vocês mentem tanto... Se é que vocês se chamam Karen e Rose, né? E são detentas de azkaban!

Elas reviraram os olhos.

- Nós estávamos exagerando quando dissemos que estamos tentando te acordar desde às 14 horas – Rose assumiu. – Mas já são 16 e nem tomamos banho!

Ou seja, nós três tomamos banho juntas. AH, que lindo! Rose bateu na minha bunda no meio do banho, mas esse é um detalhe sórdido.

Porém, entretanto, contudo, todavia... A gente se distraiu fazendo barba de Papai Noel com a espuma do sabonete e quando vimos já eram 17 horas! Saímos correndo do banho, secamos nossos cabelos – houve uma pequena briga para ver quem usaria primeiro, mas superamos as crises -, e eu fui caçar um vestido para eu colocar.

Me arrependi de não ter visto isso antes. A única roupa decente que eu tinha para a noite de hoje era uma saia rendada de cintura alta que ia até um pouco acima do joelho da cor preta, com uma blusa regata também da cor preta. Para improvisar coloquei um cinto prata e também coloquei a saia por cima da blusa. Peguei uma camisa preta meio transparente e joguei por cima enquanto tentava colocar um salto emprestado da Rose.

Cara, por que ser mulher é tão difícil?

E por que Rose tem que calçar 38? Fica largo e caindo em mim. Estou vendo que vou sofrer está noite. Bom, não que haja tanta diferença considerando que calço 36/37, mas mesmo assim era incomodo.

- MARINA, PASSA MAQUIAGEM, VOCÊ TÁ PARECENDO A MORTICIA DA FAMÍLIA ADAMS DE CARA LAVADA, CRIATURA – berrou Karen no banheiro enquanto colocava um brinco.

Karen estava perfeita. Seus cabelos loiros até a altura do cotovelo estava bem repicado e com uma bela chapinha enfeitiçada para funcionar em Hogwarts. Com um vestido colado preto de mangas longas, um salto e muita maquiagem!

Rose já estava mais no estilo bonequinha, estava com uma tiara preta e uma saia um pouco acima dos joelhos bem soltinha preta e uma blusa branca com um bolero preto. Um saltinho e cachos em seus cabelos ruivos.

E eu parecendo uma ogra. Bom, pelo menos era Halloween, então eu tinha o direito de ficar feia se quisesse...

Bom, vocês devem estar pensando que em festas de Halloween em Hogwarts todos iam parecer aterrorizadores. Mas é só um mito já que as meninas querem ficar com os meninos e vice-versa, ou seja, se enfeitam, se arrumam e ficam apresentáveis. Porém, ainda mantém-se de preto para dar um aspecto mais sombrio. Sei lá, não entendo.

- Você está me deixando pior do que já estou, querida Karen – falei irônica enquanto me olhava no espelho.

Eu realmente estava pálida.

Deixei Rose me maquiar e ela fez um bom trabalho, passou uma leve sombra branca nos meus olhos, mas deixou o destaque para o lápis de olho e o rímel que juntos fizeram um trabalho surpreendente. Karen então arrumou meu cabelo. Ele estava metade preso com uma presilha delicada demais para o Halloween, mas deixou as pontas do meu cabelo castanho um pouco menos encaracoladas do que já são com a chapinha. Sim, meu cabelo é inteiro liso e apenas as pontas encaracoladas. Muito suspeito.

O resultado ficou razoável, mas eu estava me sentindo muito diminuída perto de Rose e Karen que estavam deslumbrantes. Apesar de não terem planejado muito o Halloween, tinham roupas bonitas para serem usadas hoje.

- Deixa de ser boba, Mari. Só esses seus olhos azuis já destacam tudo. E você ainda fica toda jeitosa assim... Acho que alguém ficará maluquinho – falou Karen rindo.

Rose a apoiou.

- Posso saber de quem vocês estão falando? – perguntei nervosa.

- Você saberá, Mari – elas responderam. – Mas não pela gente.

Grr.

Descemos e ficamos esperando Alvo, James, Mason e William também descerem.

- Oi, meninas – cumprimentou Mason quando desceu na companhia de William e Alvo. – O James está tendo uns problemas com a gravata e pediu para você – apontou para mim – ir lá ajuda-lo.

Como sempre...

James sempre tem problemas com a gravata.

- Por que não o ajudou? – perguntei a Mason.

Ele corou e abraçou Rose e Karen pelos ombros.

- Estamos indo nessa, Mari! – falou cínico e todos saíram rindo.

Subi as escadas do dormitório masculino e finalmente encontrei o que pertence aos garotos. Abri a porta e me deparei com James de cabelos bagunçados e molhados se olhando no espelho.

- Oi, Jay – falei envergonhada.

Quando cheguei mais perto dele pude sentir seu cheirinho de sabonete após o banho e fechei os olhos para aprecia-lo.

SE CONTROLA, MARINA. O que está acontecendo com você, garota?

- Oi, Mari – James respondeu me despertando.

Ele mexia e remexia na gravata, mas nunca acertava. E eu, como tenho três irmãos mais velhos, aprendi muitos truques de gravatas. Fui ajuda-lo.

- Você não aprende nunca – falei rindo.

- Acho que nunca vou aprender – respondeu.

Sorri e dei o primeiro passo para arrumar sua gravata.

Comecei a utilizar as técnicas que meu pai sempre usava em meus irmãos – e um dia, em um momento de loucura minha do qual eu me vesti de homem, utilizou em mim também – para ajuda-lo.

- E aí, por que está tão arrumada assim? – perguntou desconfiado. – Vai acompanhada de alguém?

- Se eu te disser que para ficar simples assim já foi a maior guerra, você acreditaria? E sim, vou acompanhada de meus melhores amigos.

- Bom, essa guerra valeu a pena. Fazia tempo que não te via tão arrumada assim, Mari.

- Vou considerar isso um: Você já é toda linda, mas com esse modelito ficou estupenda – respondi ironicamente, mas sorrindo.

Ele desviou o olhar com um sorriso nos lábios e eu acabei de arrumar sua gravata.

- Pronto, agora você também está à minha altura de lindeza – respondi dando uma piscadinha marota de brincadeira.

- Não, senhorita – ele respondeu cordialmente. - Nunca um mísero homem poderá ser comparado à beleza de uma delicada dama.

- Só que eu não sou delicada.

- Tem razão.

Dei um tapa em seu ombro.

- Era para você fazer a social e dizer que sou tão delicada quanto uma flor ao desabrochar.

- Você é tão delicada quanto um elefante em uma loja de cristais, Mari – respondeu sinceramente. – Mas considere que se você fosse delicadinha não teria a mínima graça ser teu amigo. E considere isso um elogio.

Fingi ainda estar brava, embora eu não estivesse ligando nem um pouco. Afinal, a partir do momento que você liga para as coisas que James diz, você está ferrado e não vai viver em paz consigo mesmo.

- Não faz bico, você fica feia – falou cruzando os braços no peito.

- Feio é você – respondi ainda fazendo bico.

- Sim, eu sou, mas você fica razoável quando está sem bico.

James então chegou mais perto de mim e me abraçou. Com sua mão colocou minha cabeça em seu ombro e disse:

- Já passou, tá? A pressão já acabou, fica tranquila.

Não resisti ao drama que ele estava fazendo e comecei a gargalhar.

Ele também começou a rir e colocou a mão no joelho para se apoiar em meio às risadas. Com isso, me joguei em suas costas, mesmo estando de saia. Ele se assustou e ergueu o corpo quase me fazendo cair, quando se recuperou, deu voltas em torno de si mesmo para me deixar tonta e me derrubou em sua cama. Porém, não fui a única a ficar tonta e ele caiu ao meu lado.

- Besta – xinguei-o.

- Idiota – me elogiou de volta.

Nós rimos e ele se virou para mim.

- A saia não tá muito curta, não, Marina? – perguntou parecendo meu irmão mais velho.

- Não vai começar, né, James? – perguntei ficando irritada e me levantei. – Já disse que odeio quando você critica o tamanho das minhas roupas como se eu estivesse vulgar.

- Lógico que você não está vulgar – respondeu sentando na cama. – Mas os garotos acham que isso é um convite para deitarem com você, assuma.

- Minhas pernas não vão se abrir para qualquer um, não – falei nervosa. – E você sabe muito bem dos meus princípios morais. Se algum menino vier de gracinha eu não vou dar mole, James. E você tem completa consciência disso.

Ele ficou envergonhado por termos essa conversa de novo, a última foi ano passado e ele se sentiu desconfortável também. Mas eu tinha que esclarecer que não era uma vadia.

- Desculpe, mas quero o melhor para você – falou ainda com a expressão séria.

Fiquei mal por ter sido tão dura com ele e me sentei para abraça-lo. Coloquei minha cabeça em seu peito e tive que fechar os olhos para sentir melhor o carinho que ele fazia em meu cabelo.

Eu não sabia o que estava acontecendo, mas aquilo que estava sentindo não era a mesma coisa que eu sentia há um tempo atrás.

Agora tudo aparecia em proporções maiores. Cada local que ele me tocava ficava registrado na memória e eu sempre acabava lembrando disso antes de dormir.

Acho que tem algo muito errado acontecendo por aqui. 


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