Ponto De Paz. escrita por keemi_w


Capítulo 24
Ponto de Paz.


Notas iniciais do capítulo

Siiim, gente. Pasmem! É o último capítulo!



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1 ano depois.

– Okay, podem ir embora já – falei cansada para Alberto e Marcelo.

Os dois se entreolharam e sorriram.

– James, nunca fique a menos de dois metros de distância da Mari – Alberto disse.

James riu e se afastou um pouco do sofá que estávamos sentados.

– Beijos nem pensar – Marcelo concluiu.

Revirei os olhos entediada e bufei. Levantei-me e comecei a empurrar Alberto e Marcelo para fora do meu apartamento para que eu pudesse ter um fim de semana de descanso ao lado do meu namorado, mas meus irmãos estavam fazendo força para serem chatos. Os dois inventaram de aparecer em minha residência apenas para me encher o saco. Sem motivos maiores.

– Tchau, adeus, até mais – tentei empurrar Alberto com meus braços, mas ele nem se moveu.

– Não queremos ser titios tão cedo – Marcelo cruzou os braços em frente ao peito e fingiu seriedade.

James começou a rir.

– JÁ ENTENDI – gritei nervosa. – Tchau?

– Por que você não quer que a gente fique com vocês? – perguntou Alberto fazendo bico.

– Eu dormi na sua casa junto com o Marcelo de sexta para sábado e vocês passaram a manhã e a tarde de sábado inteiras aqui. Agora sim posso falar um tchau? – perguntei revirando os olhos de novo.

Quando os dois pegam o dia para serem chato eles conseguem. Conseguem muito bem.

Marcelo ia retrucar quando um patrono corpóreo invadiu a sala e todos paralisaram. Era a voz de Claire, esposa de Ivan.

Mari, queria que você fosse uma das primeiras a saber... Eu estou grávida! Não é ótimo? Ivan mandou um beijo para você e para James.

Todos na sala se entreolharam.

– Puts, maninho – começou Alberto. – Teremos que ir lá tomar conta de outro casal.

– Acho que só nós temos juízo nesta família – Marcelo respondeu balançando a cabeça.

Dei risada deles dois. Quem visse essa cena pensaria até que os dois eram comportados.

– Tchau, Mari, confiamos em você – Alberto despediu-se dramaticamente.

– Não siga os exemplos de Claire e Ivan – Marcelo alertou.

Quando os dois saíram pela porta me joguei em cima de James que me abraçou em seu colo.

James estava com seu habitual sorrisinho e cabelo bagunçado, nada novo. Mas como passamos a semana inteira sem nos falarmos o clima de saudade estava maior causando até um brilho em seu olhar.

– Por que você está me abraçando? – perguntei fingindo seriedade. – Eu não gosto de você, Potter.

James riu e me deu um beijo na bochecha.

– É recíproco.

Desde o meu acidente acontecia algo novo dentro de mim em relação a James. Toda a vez que ele me beijava eu ansiava por mais. Seu toque, seu abraço, seu carinho me causavam uma sensação completamente nova.

James, porém, sempre parava antes que tudo começasse a tomar proporções maiores. Ele se demonstrou extremamente cuidadoso ao assunto: passar para o próximo nível.

E a cena voltara a se repetir naquele dia. Os beijos começaram a ficar mais intensos e nossas respirações se misturavam. Podia sentir os braços de James acariciando minhas costas e tirando meu fôlego. Pela primeira vez eu não pensava no que estava fazendo, apenas me entregava.

Porém, James estagnou e se afastou um pouco de mim. Sentei-me ao seu lado e ele se levantou corado.

– Desculpa, Mari... É que é um pouco difícil. Melhor eu ir para casa e volto para cá mais tarde. Tudo bem?

Fiquei boquiaberta. Eu não pedi para ele parar assim de repente!

– Pode ficar, James – eu disse me levantando e ele deu um passo para trás. – Ei, para!

– De jeito nenhum, Marina – ele respondeu. – Eu não vou fazer absolutamente nada que você não queira ou não tenha certeza.

Corei um pouco pela maneira que ele falou comigo.

– Faz muito tempo que eu disse isso – falei.

Okay, eu ainda não estava preparada psicologicamente para avançar o sinal, mas eu queria James. Eu queria ser dele e ele ser meu.

– Marina... – ele suspirou. – Pode deixar. Já tivemos essa conversa um milhão de vezes. Juro que volto aqui de noite.

James deu um passo a frente e me deu um beijo na testa como se estivesse com medo de me tocar. Depois foi embora.

Joguei-me no sofá completamente frustrada pelo simples motivo de não saber o que queria.

E quando James voltou à noite nós apenas conversamos sobre assuntos variados, como se fossemos amigos. Foi bom ter um momento menos tenso ao seu lado, mas eu não queria toda aquela distância. Não mesmo.

Quando meu moreno se despediu de mim com um beijo rápido fui dormir logo para que meus pensamentos não se tornassem mais confusos do que já estavam.

***

– Eu sabia! – disse à Claire. – Você com aquela carinha de gato de botas quando foi me visitar no hospital entregou os pontos!

Claire sorriu radiante e abraçou Ivan pela cintura.

– É... Eu tinha desconfiado, mas só soube mesmo no dia que te enviei o patrono – a loira respondeu.

– E eu fiquei sabendo depois de todo mundo! – Ivan protestou fingindo estar bravo. – Ninguém me contou nada, dona Claire.

Sorri feliz pela conquista dos dois e por um momento minha mente viajou para o futuro. James e eu casados e com um filhinho para cuidar. Tratei de afastar esse tipo de devaneio, ainda faltava muito tempo.

Ou não.

James e eu tínhamos uma renda fixa e boa, se decidíssemos nos casar não haveria tanto com o que se preocupar.

Okay, Marina. Foco! Vocês estão namorando há apenas um ano.

Claire se dirigiu à mesa onde meus pais estavam conversando sobre a novidade da família: um netinho. Ivan e eu nos encaramos por um segundo e eu me lancei sobre seu pescoço o abraçando com força.

Ivan é meu irmão mais velho, meu porto seguro, meu amigo, meu companheiro, meu aconselhador, meu xodó. Quando ele se casou fiquei extremamente triste por ele me deixar (apesar de apoiar sua decisão) e agora ele tomando esse passo importantíssimo na vida me fez sentir distante dele de novo.

– Eu te amo, Ivan – eu sussurrei com lágrimas nos olhos.

Meu irmão me abraçou mais forte me tirando do chão.

– Você, Mari, sempre vai ser a minha irmãzinha. Eu te amo infinitamente – ele respondeu e me colocou no chão. – E, sim, fui eu que roubei seu gameboy quando éramos pequenos, mas coloquei a culpa no Alberto porque era mais fácil de você acreditar.

Caímos na gargalhada. Na época eu briguei muito com o Alberto e passei quase duas semanas sem falar com ele, mas agora isso é motivo de risada principalmente porque desde pequeno havia a distinção entre o certinho responsável, Ivan, e os bagunceiros espalhafatosos, Alberto e Marcelo.

Senti saudades da minha infância.

– Vou demorar muito para te perdoar – respondi ficando séria novamente. – 3, 2, 1... Okay, eu te perdoo.

Ivan riu.

– Acho que demorou muito – ele respondeu. – Bobona.

Mostrei a língua e Ivan despenteou meu cabelo. Fomos ao encontro do restante da minha família e apesar de estarmos todos juntos eu senti falta de alguém. Senti falta de James, alguém que já se tornara minha família mesmo não sendo de sangue. Então me lembrei do que ocorrera na noite anterior e engoli em seco.

Sentei-me ao lado de papai, na sala de Ivan, e o abracei.

– Você está bem, meu amor? – ele perguntou.

– Claro que estou, papai – respondi e sorri aliviada por estar ao lado do homem que mais me passa segurança do mundo inteiro.

Depois de todos cumprimentarem o casal pelo bebê, decidimos ir para a casa dos meus pais comer algo porque minha mãe disse que era melhor para a Claire não ter tanto trabalho. Aparatamos em frente ao jardim dos meus pais e eu notei uma movimentação estranha da parte da minha família.

Eles me deixaram caminhar na frente, sozinha. Olhei para trás e todos estavam conversando, então deixei para lá e abri a porta da sala. Quase pulei de susto ao ver tantas cabeleiras ruivas no mesmo recinto.

Fechei os olhos. Eu estava indo para a casa dos meus pais e acabo n’A Toca. Como assim?

Porém, logo entendo tudo quando James sai do meio de sua família e se ajoelha na minha frente.

Não conseguia acreditar no que estava acontecendo e não conseguia demonstrar reação a não ser chorar.

– Mari? – James me chamou com um tom de voz alto. – Eu espero que não esteja me dando um fora, a minha e a sua família estão assistindo tudo.

Tive que dar risada.

– Fora? Mas você não me perguntou nada – respondi totalmente envergonhada.

– Eu sabia que você ia dar um jeito de fugir da situação, mocinha – ele respondeu e acariciou minha mão com o polegar. – Mari, você quer casar comigo?

Joguei-me em seu pescoço e sussurrei várias vezes que queria e que o amava. Simplesmente porque era isso que eu sentia. Eu o queria. Como o queria!

Pode parecer precipitado, pode parecer tardio. Pode parecer insano ou pode parecer uma atitude friamente calculada. Pode parecer inusitado ou muito óbvio para alguns. Mas posso afirmar uma coisa: Depois de tudo que James e eu passamos, depois de tantas histórias, tantas brincadeiras, piadas, brigas, choros, conversas, conselhos e depois de uma longa e duradoura amizade começamos um namoro com tanta confiança, amor e devoção que a única loucura seria adiar esse tão sonhado momento.

Obrigada, James Potter, por me fazer uma mulher muito melhor.

James e eu nos casamos no finalzinho do mesmo ano, foi um dos dias mais especiais da minha vida inteira (e nunca vou esquecer da Rose quase caindo quando entrava de madrinha). Foi um dia marcante em nossas vidas, foi o marco de um novo ciclo.

Até Alberto e Marcelo choraram nesse dia. Eles foram me cumprimentar com tanto carinho e emoção que eu não queria mais sair do abraço acolhedor dos dois.

Papai e mamãe me disseram coisas tão lindas que me fizeram soluçar igual uma criancinha.

Bethany e Kelly, apesar da nossa amizade ser mais recente do que com a Rose e a Karen, foram as melhores pessoas para me auxiliar no casamento e acertar tudo que eu não tive tempo. Além de serem responsáveis por um lugarzinho do meu coração estar preenchido pelo amor delas.

Karen e Rose... Elas foram incríveis. Fizeram tudo por mim e mais um pouco. E apesar de ainda não conseguirmos nos ver com tanta frequência quanto gostaríamos ainda conseguíamos nos encontrar pelo menos uma vez a cada duas semanas.

A família Weasley foi a responsável por uma das partes mais importantes e trabalhosas: O local do casamento. Assim como o casamento de Gui e Fleur o meu também foi n’A Toca, porém ao ar livre e de dia. Eu nunca vou conseguir agradecer o suficiente por tudo que eles fizeram por mim.

Antes de passar pelo tapete vermelho dei mais uma checada em mim. Meu cabelo estava solto e com leves cachos nas pontas. Também tinha uma espécie de tiara branca e fina, mas não cobria minha franja. Meu vestido é tomara que caia e bem acinturado, no seu comprimento havia várias camadas do mesmo tecido que trazia uma imagem diferente do que o convencional. Meus olhos estavam com pouquíssima sombra, mas bem marcados com delineador, lápis de olho e muita máscara para cílios. Minha boca foi preenchida com um batom rosa bebê muito lindo. Eu me sentia linda. E confiante.

Ao som da marcha nupcial foi a minha deixa. Comecei a caminhar de braços dados ao meu pai que tinha os olhos cheios d’água. Os meus também estavam assim.

Porém, não pensei em mais nada enquanto caminhava até James que sorria alegremente. Pude ver seus olhos um pouco brilhantes demais. Os convidados nos olhavam com carinho no olhar e eu me senti quente por dentro. Preenchida por uma sensação que nunca havia sentido antes.

– Eu te amo – papai sussurrou em meu ouvido e depois me deu um beijo na testa.

– Eu te amo mais – respondi sorrindo.

James veio até mim e segurou minha mão com força.

Eu nem percebi o tempo passar, só me concentrava na eterna ligação que existirá entre James e eu.

Diferentemente de todo o meu namoro que tive dúvidas, tive três pés atrás, agora eu tinha uma certeza. Absoluta.

– Sim – James disse sorrindo e colocou a aliança em meu dedo.

– Sim – respondi deixando algumas lágrimas caírem.

Fim.


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Notas finais do capítulo

Quem aí tá ansioso para o epílogo? o/