Ponto De Paz. escrita por keemi_w


Capítulo 20
Traidor.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas minha inspiração estava muito bloqueada e estava com alguns probleminhas que já estão resolvidos.
Enfim, espero que desta vez haja mais comentários porque a partir de agora a fic terá mais dinamismo!
Por favor, deixem comentário para me motivar.
Obrigada, Gabi e Jade por sempre me elogiarem e me motivarem cada vez mais a escrever!
DESCULPEM MESMO a demora.
Espero que gostem do capítulo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/335512/chapter/20

Impotência. É a pior sensação do mundo.

Ver alguém morrendo na sua frente e você não podendo fazer nada é angustiante.

Victor olhou para mim com os olhos abaixados e eu vi que não poderia fazer mais nada para salvar a linda moça loira em minha frente. Nada.

Ela deveria ter o quê? Vinte anos?

E agora estava na maca, gélida e com os lábios roxos. Sem pulsação. Sem esperanças.

Os enfermeiros no local também ficaram de cabeça baixa enquanto guardavam todos os materiais que utilizamos. E nessa hora percebi que realmente tinha acabado. Uma vida chegou ao final porque não podíamos fazer mais nada.

Afinal, não existe poção, feitiço, remédio, injeção que tire o poder da morte.

Tirei as luvas da minha mão e me dirigi para fora da sala. Caminhei vagarosamente pelos corredores assimilando aqueles momentos anteriores e quando cheguei à recepção para receber ordens do meu chefe ouvi um grito agudo e apavorado. Olhei para os lados rapidamente tentando saber de onde viera.

Um rapaz jogado no chão sendo amparado por alguns familiares que tentavam fazê-lo levantar. Victor tinha os olhos baixos novamente em frente ao rapaz. Victor dera a notícia e eu presenciei uma das cenas mais dolorosas da minha vida.

O moço tinha uns vinte e cinco anos no máximo, cabelo moreno, era forte, bonito e tinha uma aliança de noivado em seu dedo anelar.

Não pude mais aguentar aquela cena, fui correndo para a sala onde os médicos estagiários mais avançados ficavam e tentei me acalmar. Eu deveria estar imaginando que essa profissão também lidava com a morte, mas sempre preferi ignorar o “detalhe”.

Senti uma mão em meu ombro e levantei meu rosto para encarar quem era.

– Sinto muito – Victor disse. – É a sua primeira perda, não?

Suspirei tentando controlar meus batimentos cardíacos.

– É.

– Acontece, Mari – Victor disse sério e me encarando. Apoiei-me na mesa atrás de mim. – É difícil, mas acontece a todo o momento. Nem sempre vamos nos sair bem, mas pense que fizemos de tudo. Demos nosso melhor! – Ele chegou mais perto e meu sinal de alerta piscou. – Apenas não fique martelando esses momentos na sua cabeça, será pior.

Okay, Victor está perigosamente próximo a mim. Acho que ele realmente está tentando com que eu me esqueça da morte de uma paciente e me concentre no beijo que está prestes a me dar.

Virei o rosto rapidamente e me afastei dele. O loiro tinha um brilho estranho no olhar e eu não consegui identificar o que era.

– Relação estritamente profissional, Victor – disse seca indo em direção à porta. – Nem tente.

E então me adiantei pelos corredores.

Naquela noite cheguei tarde em casa após a faculdade porque estava fazendo um trabalho gigantesco que o professor de genética pediu.

Debaixo da porta tinha um jornal bruxo com uma manchete em letras garrafais: “Ataque surpresa ao Ministério”. Abri rapidamente o jornal e me deparei com o depoimento de Lóris que dizia:

“Um grupo de desordeiros tentou invadir nossa biblioteca restrita, com sorte eles foram afastados rapidamente embora um deles tenha atingido meu tornozelo. Espero que não tenhamos mais problemas já que o grupo de seis conseguiu fugir. Não sabemos o amanhã, mas o Ministro está tomando providências.”

O Ministério fora atacado?

Esse grupinho aí não sabe de nada de como invadir locais. Normalmente não se faz isso quando bruxos poderosos estão lá e em pleno horário de funcionamento. Parabéns, vocês são trouxas ao quadrado.

Decidi terminar o trabalho mais tarde e passar na casa de James para saber sobre esse ocorrido em primeira mão. Deixei minha bolsa e meus livros em cima da mesa da sala e apenas peguei um casaco antes de aparatar em frente à casa dele.

Toquei a campainha e o moreno atendeu com o cabelo molhado e bagunçado, uma camisa e uma bermuda bem leves e um cheirinho de sabonete emanando de sua pele.

– Mari? Tudo bem? – ele perguntou surpreso.

– Tudo ótimo, Jay...

Entrei em sua casa e me joguei no sofá mais próximo.

– Quero chocolate quente com marshmallows! – exigi e ele riu. – Mentira, Jay, fiquei sabendo do ataque ao Ministério. Como foi isso? O que eles estão planejando? E qual foi a ameaça que te fizeram que você não quer me contar? Exijo saber tudo.

James riu e se sentou ao meu lado passando o braço pelos meus ombros.

– Você quer mesmo falar sobre assuntos chatos? – ele perguntou com uma voz manhosa e fez biquinho.

– Quero, James, é um assunto sério – falei tentando controlar meu impulso de beijá-lo e cruzei os braços. – Vai me contar ou terei que ficar sabendo tudo pelo Profeta Diário? “Ministério é Atacado”, “Potter se machuca”, “Lóris é uma vadia”, “James Potter morre após ameaças”...

– Como você é exagerada! – ele sorriu marotamente. – Okay, curiosa, vou contar. Uns seis homens apareceram por lá com a intenção de pegar um livro na seção restrita da biblioteca, onde estão aqueles livros que deveriam ser queimados por conter magia negra, mas o Ministro é muito bunda mole para tomar essa decisão. Então, os carinhas me enviaram uma carta falando: “Deixe-me passar pelos portões da entrada restrita da biblioteca ou você se arrependerá amargamente!”. Fala sério, como alguém pode ter medo desse tipo tão estúpido de ameaças? E hoje eles tentaram atacar de novo, mas como sou fortão eles nem tiveram chances.

Estreitei os olhos e dei um tapa no ombro de James que com certeza tinha resumido para caramba a história inteira e dando um ar mais cômico.

Como aguentar esse ser? Google. Pesquisar.

– Mas por que eles foram ameaçar você? – perguntei. – Tem gente no grupo mil vezes mais vulnerável. Pelo menos a Lóris, qual é? Ela é uma garota! Por mais que seja inteligente e habilidosa, a força de seis garotos é incomparável!

– Marina, eu sou o mais gostoso de lá.

– E daí?

– Sei lá, acho que isso poderia ajudar em alguma coisa seu raciocínio nada lógico.

Revirei os olhos contendo o riso.

Como eu amo esse egocêntrico!

– Promete que vai se cuidar, Jay? – perguntei me virando para ele. – Porque você é doido para se meter em encrenca, né? Quero você são e salvo! Ah, e beijável também porque não seria nada legal ficar toda torta para te beijar em uma maca e depois ficar com dor nas costas. Conto com a sua colaboração.

James riu e bagunçou seu cabelo mais do que já estava bagunçado.

– O que eu faço com você, Marina? Sério, você é a pior!

Nós gargalhamos e quando nossas barrigas começaram a doer, James se recompôs e foi até a bancada da cozinha preparar um chocolate quente com marshmallows. Fui atrás dele e o abracei pelas costas.

– É sério, Jay, se cuida.

– É lógico que vou me cuidar, Mari – ele respondeu mais sério. – E se não der certo eu tenho uma medibruxa profissional para me curar.

Um medibruxa de meia tigela (gírias da vovó) que deixou uma paciente morrer.

Eu fiquei na casa de James até às duas da manhã e não contei a ele sobre Victor quase ter me beijado depois de perder minha primeira paciente. Na verdade eu também queria esquecer aquela cena, mas no dia seguinte fui ao trabalho e me deparei com um bilhete em cima do meu cappuccino.

“Desculpe-me por ontem. Nosso relacionamento será estritamente profissional.”

Pelo menos ele entendeu o recado.

Sorri satisfeita por não ter que me dar ao trabalho de fazer mais coisas em relação a isso e voltei a minha rotina. Atendi a um garoto muito fofo que tinha diabetes e estava fazendo exames de rotina. Ele parecia nutrir uma certa paranoia por chocolates porque quando acabei os exames Bethany apareceu na sala com seu perfume de cacau e o garoto quase pirou querendo pular em cima da minha amiga pensando que tinha chocolate.

E mesmo que ela tivesse não poderia dar a um diabético. Dãr.

Estava rindo comigo mesma enquanto me preparava para ir para faculdade depois do trabalho. Tirei meu jaleco e coloquei dentro da bolsa, peguei apenas um cappuccino rapidamente antes de começar a carregar meus livros pesados. Já estava no quarto período da faculdade e cada dia era uma novidade. Como eu adorava aquela rotina.

Estava chovendo, por isso peguei um guarda-chuva da Bethany emprestado e tentei equilibrar minha bolsa pesada e cheia com alguns livros grossos na mão enquanto abria um guarda-chuva. Nota: sem molhar a mim ou os livros.

Quando finalmente consegui e estava indo em direção a um dos becos que eu uso para aparatar já que o hospital em que trabalho fica perto de um bairro trouxa (ainda irei trabalhar no St. Mungus). O beco é bem pequeno, mas quando me virei para entrar nele senti uma mão segurando a minha boca e derrubei livros e guarda chuva no chão tentando me soltar do apertão.

Quem me segurava era bem forte, porque por mais força que eu fizesse ele continuava me pressionando cada vez mais.

– Shh, não irei te machucar.

E, infelizmente, eu conhecia essa voz.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por ler e volte mais vezes.
Qtal um review para deixar a keemi mais feliz? weee
quem quiser me seguir no instagram: @laasmile
Um beijão e até a próxima! (que será semana que vem!!)