Arya

Bem... Antes de começarmos, deixe eu me apresentar: Meu nome é Arya Spenc, tenho 14 anos e moro em Portland. Eu levo uma vida normal por aqui... 

Quanto a minha vida na escola, é... Eu não sou muito popular, mais... Tenho a minha fama. 

Meus dois melhores amigos são: Jeremy e a Diuly. Eu os conheci no verão passado, quando eu e minha mãe nos mudamos de Las Vegas pra cá depois que eu fui expulsa da minha antiga escola. Mais, eu não quero falar sobre isso.

Entrei na Georgia School no meio do ano passado. Lá é bem legal. Ainda não fui expulsa.

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Acordei durante a noite. Tive um pesadelo como de costume. Olhei no relógio: 4:00. Me virei e tentei dormir de novo. Sem sucesso. Então eu levantei, fui até a minha escrivaninha e peguei meu caderno de desenhos e meu Ipod; e fui desenhar ouvindo um pouco de música. Me distrai totalmente com isso, e quando olhei novamente no relógio já eram 5:15. Eu teria que acordar as 7 pra poder ir pra escola. Primeiro dia de aula.

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Acordei com o despertador tocando. Hora de levantar. Fui até o banheiro, escovei os dentes, coloquei a calça, o all star e a camisa da escola. Me olhei no espelho. Meu Deus, eu estava horrível. Eu estava parecendo um zumbi, mais eu não tinha tempo pra isso. Desci as escadas correndo. Minha cabeça estava explodindo, então, sem que minha mãe visse, peguei o remédio dela e tomei. 

Ouvi passos na escada. Era minha mãe.

— Bom dia querida!

— Bom dia mãe.

— Ó querida... Você está péssima... - ela disse como se realmente se importasse.

— É, eu sei. 

— Está doente? - disse ela colocando a mão na minha testa.

— Não. Eu estou bem - tirei a mão dela de mim - Foi só uma noite ruim.

— Pesadelos?

— Sim, mais eu não quero falar sobre isso ok !? - peguei um copo de leite.

— Ok.- ela sabia que não ia adiantar me pressionar- Eu fiz panquecas, estão no microondas.

— Tudo bem... Já está indo?

— Sim filha. Eu tenho que estar no trabalho cedo hoje.

— Hum...- novidade

— Thau querida. Até a noite.

— Thau.

Terminei meu leite. Abri o microondas, e fitei as panquecas por uns segundos. Decidi não come-las, não estava com fome. Abri e geladeira e peguei um energético. É, eu ia precisar. Então eu subi pra terminar de me arrumar. Quando eu já ia pegando a mochila na minha cama. Eu ouço um barulho na minha janela. Ela estava aberta.

Chequei lá em baixo e não tinha ninguém. Bem, devia ter sido só o vento. Pensei.

—Arya...- um sussurro 

— Ai, Jeremy! - eu quase pulei pela janela - cara, você me assustou!-Jeremy foi a primeira pessoa a falar comigo quando eu entrei na escola. E desde então nós somos amigos... Algumas pessoas até acham que ele é meu namorado, ele não é. E eu acho que ele gosta de Diuly e ela dele. Só que eles não admitem. 

— É, eu percebi! - riu

— Hey, isso não tem graça. Eu te pedi pra você para de me assustar. Você sabe como eu ando assustada ultimamente.

— Foi mal!

— Será que você não poderia entrar pela porta como um ser humano normal?

— Ai não ia ter graça...

— E nem sustos!

Ficamos em silencio por alguns segundos.

— Ok... - suspirei - Sua mãe sabe que você está aqui?

— Claro que não! Você sabe como ela te ama! - Rimos juntos. 

A mãe dele me odiava. Dizia que eu era um péssimo exemplo pro filho dela. Sinceramente eu não sei por que. Será que ela sabe que ele sabe invadir casas pela janela do segundo andar? Eu não ensinei isso a ele.

— Suponho que você não tenha tomado café da manhã né!? 

— Ér... - revirei os olhos.

— Desça pra cozinha. Tem umas panquecas no microondas. Pode comer. Minha mãe fez pra mim mas eu não to afim.

— Beleza - ele disse já na escada.

Peguei meu celular, que eu não usava muito, só pra musicas e urgencias, já que toda vez que eu usava o celular eu me metia em encrenca. Não sei porque. 

Estranho... Não tinha sms da Diuly, ela sempre me mandava sms de manhã. Mas... Eu não tinha tempo pra isso. 

Desci a escada correndo, passei na cozinha, puxei Jeremy pela mochila em suas costas e ele deixou uma panqueca cair no chão. Eu nem me dei o trabalho de voltar e pegar, já que meu cachorro ia comer mesmo.

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Já na escola, o sinal já havia tocado, corremos tão desnorteados pra nossa sala, que Jeremy acabou trombando com um garoto, e papéis voaram por toda parte. Eu o levantei e gritei pro garoto:

— Me desculpe. Desculpe mesmo. Foi mal.

O nosso primeiro horário era com a Sra. Sellms, professora de biologia/ciências. Ela é assustadora. E deve me odiar , pois ela me olha com um olhar de que a qualquer momento eu vou levantar e moer o cérebro dela. Mulher maluca!

Assim que sentamos em nossos lugares ( no fundo, ao lado da janela, meu lugar favorito); ela chegou. Com a mesma expressão de sempre ela me olhos pelo canto do olho.

— Bom dia alunos! - Ela disse

Todos responderam menos eu. Depois de alguns segundos observando a sala, ela me olhou e disse:

— Bom dia senhorita Spenc!- como era possível? essa mulher me perseguia só pode. Com tantos alunos dizendo "bom dia" ela reparou que eu não disse nada!

— Bom dia Sra. Sellms - respondi

Enquanto ela ia falando sobre a aula de hoje... Eu comecei a olhar pela janela. E avistei uma flor laranja. Fiquei olhando ela por um tempo e entrei em "transe" eu fazia muito isso. De repente veio um vento e levou algumas pétalas com sigo. E eu as segui com o olhar, até desaparecerem do meu campo de visão. Isso me fez sair do transe. E voltar a realidade. Lembrei que a cor preferida de Diuly era laranja. 

Percebi que ela não estava na sala de aula. Ela sumiu.

Fiquei pensando o que poderia ter acontecido com ela durante toda a aula. Assim que o sinal tocou eu sai. Peguei meu celular e fui num lugar bem afastado do tumulto de alunos. E liguei pra ela. Caiu na caixa postal.

— Diuly, assim que ler esse recado me liga. Por favor, eu estou muito preocupada com você... O que aconteceu? Me liga. Thau.

Desliguei o celular e fui pro meu armário pegar o material da próxima aula. 

Mais... O que será que aconteceu com a Diuly?