Más Intenções - Litor escrita por Mari W


Capítulo 62
Capítulo 62 - Só Por Uma Noite




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Vitor continuava a dar abraços em todos, sempre voltando os olhos para Lia e Lucas. Lia tremia da cabeça aos pés, não conseguia nem se mover com o choque que era ver Vitor ali, no Rio, simplesmente tinha perdido toda a esperança de que ele fosse voltar algum dia.

- Me tira daqui. – Ela disse para Lucas, ainda olhando Vitor.
- É sério? – Ele disse. – Você vai dar esse gostinho pra ele?
- Isso não pode estar acontecendo. – Lia olhou para Lucas. – O que eu faço?
- Finge que tá tudo bem.
- Não dá!
- Tá, eu te tiro daqui. Vamos por esse canto. – Disse ele, a puxando pela mão. Lia fez um esforço para continuar olhando pra baixo enquanto saia de fininho com Lucas. Quando olhou pra trás e viu que ninguém a seguia, começou a andar mais devagar com Lucas e respirar fundo.
- Que que foi isso? – Ela disse.
- Meu pior pesadelo se tornando realidade. – Disse Lucas, suspirando.
- Como assim, porque ele voltou? Será que aconteceu algo com a mãe dele? Eu queria saber...
- Depois você pergunta pra Fatinha. Vamos lá pra casa, não dá pra passar ali na frente e te largar em casa. Tudo vai ficar bem. – Disse ele, passando a mão no rosto de Lia.

Depois de todo mundo dar as boas vindas para Vitor, Fatinha continuou com ele, do lado de fora.

- Ela fugiu. – Disse Vitor.
- É, era de se esperar. Eu disse que era melhor eu preparar ela.
- Sei lá, Fatinha. Ela ia me evitar igual, eu acho...
- É... Eu acho que sim.
- Quem é aquele cara?
- Desculpa não ter te contado, mas ela tá de rolinho com esse gato... – Ela disse, recebendo um olhar torto de Vitor. – Esse garoto. Não é nada sério, Vitor. Eu acho.
- Tudo bem. Vamos ver...

Pela noite, Lia voltou ao seu apartamento junto de Lucas. Fatinha, que olhava pela janela do hostel, subiu para o apartamento de Lia logo em seguida, batendo na porta com urgência.

- Lia... Onde você tava?
- Onde você acha? Como ele ousa chegar assim, mas que droga!
- A gente precisa conversar. – Disse Fatinha, olhando para Lucas, como indireta.
- Tudo bem, só vim largar a Lia aqui. Vou pra casa. – Ele se voltou à Lia. – Fica bem, tá? Me liga qualquer coisa, qualquer hora. – Disse ele, dando um beijo no rosto de Lia e saindo.
- O que houve? – Perguntou Lia.
- Sua mãe tá aí?
- Não, tá de plantão. Pode falar.
- Lia... Eu sabia que ele ia voltar.
- Você o que?? – Ela disse, se alterando.
- Calma. Eu não sabia se ia ser bom ou ruim eu te avisar. Mas que droga, Fatinha. É óbvio que você devia ter me falado! O que você acha que ia acontecer? Que eu ia pular no colo dele, a gente ia se beijar e tudo ia ficar lindo?
- Mais ou menos.
- Ai, Fatinha!
- Você sabe que ele quer conversar.
- Peraí, peraí. Eu já vi esse filme antes. Ah, tá, o Dinho. Sério, o que eu fiz pra merecer?
- Lia, uma conversa, vai.
- Antes, você me diz o que tá acontecendo.
- Tá... – Ela disse, se sentando. – Senta. – Lia se sentou de frente para Fatinha. – A mãe dele morreu, há uns 6 meses.
- Que droga. – Disse Lia, passando a mão no rosto.
- É. Ele decidiu esperar pra se estabilizar e voltar. Ele é outra pessoa Lia, mas num sentido bom.
- Não me importa. Se ele mudou, porque não ligou?
- Ele fez mais que isso! Ele voltou, cara. Por você. Ele fez vestibular de novo, passou de novo. Vai ficar no Rio.
- Mas que droga! Deixa eu adivinhar, vai estudar na nossa faculdade.
- Bingo.
- Ótimo. Se ele acha que as coisas vão ser fáceis, ele tá... – Lia foi interrompida por uma batida na porta.
- Eu falei pra ele esperar o sinal, que droga. – Disse Fatinha.
- É ele?
- Sim. Boa sorte. – Disse Fatinha, abrindo a porta e fugindo.

Vitor ficou parado na porta, sem conseguir olhar nos olhos de Lia.

- Tá esperando um convite pra entrar? – Ela disse, olhando pro chão.
- Sim.
- Entra logo.

Vitor entrou, de cabeça baixa, encarando o chão. Manteve uma distância segura de Lia, esperando alguma reação. Lia sentia o cheiro dele tomar conta do ar novamente, e como se em uma fração de segundo, tudo voltou à cabeça dela. Ela mal acreditava que conseguia ficar parada ali, devido à saudade interminável que tinha de tocar Vitor. E agora ele estava ali, e a última coisa que ela queria era que ele pensasse que estava tudo bem, apesar de que a única vontade dela era de não pensar e nada e apenas se aproximar mais.

- Eu sei que seria muito óbvio eu pedir desculpas. – Ele falou, quebrando o silêncio. – Mas vamos fazer assim... Por um minuto, só um minuto... Eu te abraço, porque eu tô morrendo de saudades, e depois a gente finge que esse minuto nunca aconteceu e você briga comigo. Dá pra ser? Por favor?

Lia não respondeu. Vitor mal havia terminado a frase e ela foi ao encontro dele, o abraçando forte. Vitor não pode evitar um sorriso ao sentir, finalmente, Lia tão perto dele. Vitor beijou o rosto de Lia, enquanto ela se escondia no pescoço dele, passando a mão em seu cabelo.
Do nada, Lia se separou e deu um tapa forte no rosto de Vitor.

- Você tinha que ter ligado, seu idiota!
- Isso doeu, Lia! – Disse Vitor, botando a mão em cima de onde Lia havia dado o tapa.
- Que bom. Que ótimo! – Os dois ficaram em silêncio por algum tempo, se olhando.
- Você tá com aquele garoto? – Ele perguntou, sério.
- O que te interessa?
- Me interessa porque eu tô aqui por você.
- Ah, Vitor, por favor. – Vitor se aproximou, mesmo com a rejeição de Lia, sendo movido pela vontade. – Vitor, não faz isso. – Ela olhava bem pra ele.
- Dá pra gente transformar o minuto em uma noite, só?
- Vitor...

E quando Lia percebeu, Vitor estava a agarrando com força, dando um beijo como se fosse o primeiro, e ela correspondendo como se fosse a última coisa que fazia na vida.


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Notas finais do capítulo

Até amanhã, pro último capítulo dessa fanfic que me deu tanta alegria )): Beijo, pessoal!