Más Intenções - Litor escrita por Mari W


Capítulo 45
Capítulo 45 - Entre Irmãos




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Sal desatou o cinto calmamente e olhou pro irmão, sorrindo. Sal achava que era algum tipo de brincadeira, mas quando percebeu que a expressão séria de Vitor não desapareceria de seu rosto, entendeu que o assunto pedia atenção.

- Me explica essa história. – Disse ele.
- Sal... Todo esse ódio que eu mando pra Lia, tudo que eu falo mal dela... É porque eu gosto dela.
- Vitor, eu já ouvi esse papo antes...
- Mas agora é sério, Sal! Eu não sabia o que era gostar de alguém antes.
- Também já ouvi isso. – Disse Sal, fazendo Vitor bater no painel do carro.
- Sal. Eu to falando sério.  – Sal analisou a situação por alguns segundos.
- Isso é ridículo! – Sal se exaltou um pouco. – Eu vou ceder aos teus caprichos dessa vez, Vitor. Mas se eu tivesse gostando realmente dessa garota, eu quero que saiba que eu não abriria mão assim. Você é meu irmão e eu não quero briga. Eu acho que você só tá com ciúme de terem pego o seu brinquedo.
- Ela não é um brinquedo! – Disse Vitor, gritando. – Ninguém acredita em mim, que m...
- Calma, calma. Mas que droga. Viu, é isso que eu não quero. Briga. – Sal botou o cinto novamente, tentando voltar a calma. – Não se fala mais nisso.
- Certo. – Vitor ficou quieto por uns segundos. – Como você vai dar um fora nela?
- Não acredito que ela seja menina de correr atrás. Acho que ela vai entender a deixa.
- Certo.

Vitor ficou feliz por ter sido informado que precisaria de muletas apenas mais aquela semana, apesar de acreditar que conseguia já andar tranquilamente sem elas. Quando Sal foi buscar ele na aula segunda, acabou passando por uma situação constrangedora. Esperava dentro do carro pelo irmão, quando a porta abriu e ele tirou o cinto para ajudar Vitor a entrar, se supreendeu ao dar de cara com Lia.

- E aí, rapaz.
- Oi, Lia! – Disse ele, dando um beijo no rosto dela. – Como tá?
- Tô bem. O sem noção do seu irmão vai me dar aula de História amanhã... – Disse ela, se jogando no banco do carro. – Eu mal espero a hora de passar nessa matéria, parece tortura ter que fazer aula com ele.
- Imagino. Mas não é pra tanto, né? Não tem porque você odiar tanto ele...
- Não tem porque? Pô, Sal. Você sabe muito bem como o Vitor é. E sabe a gravidade do que ele fez pra mim, sempre me deu razão nisso! Como assim não é pra tanto?
- Ah, Lia, sei lá. Eu acho que ele não tem nada contra você.
- Tá bom, tá bom. Só gosta de me infernizar de graça, não duvido também! Ele é doido.
- É... - Disse Sal, sem jeito.
- Mas então. Ele atrapalhou a gente aquele dia... Quando vamos recuperar aquilo? – Disse ela, sem enrolação.
- Ah, não sei... Ando meio ocupado aí, Lia. Não sei se o Vitor falou mas eu to substituindo ele no hospital desde que o acidente aconteceu. Tô me dando muito bem com a sua mãe, sabia? Eu acho que você devia dar uma chance pra ela, eu só... – Sal tentava fugir do assunto, mas Lia não era boba.
- Que tá pegando, Sal?
- Como assim? – Disse ele, sem conseguir olhar ela nos olhos. Mentia muito mal.
- Você tá mudando de assunto... Tá nervoso aí, nem me olha nos olhos. Eu acho que é meio cedo pra um fora, né?
- Ah, Lia... Não é nada disso, eu... – Sal não sabia o que falar.
- Você não tá mais a fim? Pode falar, não tem problema. – Disse Lia, indiferente.
- Lia, você é incrível, mas...
- Ih, conheço esse papo.
- Não, acho que você não conhece. – Vitor começou a se aproximar do carro, se abaixando no vidro do carona, sem olhar Lia nos olhos.
- E aí. – Disse ele.
- Espera 5 minutinhos sentado aí, Vitor. Preciso falar com ela. – Disse Sal, lançando um olhar tenso para o irmão.
- Tá. – Respondeu Vitor. Sal ligou o carro e começou a ir lentamente em direção à casa de Lia.
- Lia, eu vou ser sincero. Não vou mentir porque isso não é comigo.
- Então fala. – Disse Lia, atenta.
- Lia, meu irmão gosta de você. – Disse ele, estacionando o carro e olhando para Lia, que começou a rir. – Lia, por favor...
- Aonde você quer chegar, Sal? Que piada é essa?
- É sério. Ele não quer que eu saia com você porque ele gosta de você.
- O QUE? Ele te disse isso??
- Ele foi sincero, Lia.
- Você sabe que não, Sal! – Disse ela, nervosa. – Seu irmão só gosta dele mesmo e você sabe disso. Ele tá perdendo um troféu que ele exibia pros outros e você sabe! Se você se perguntar, você acha que eu to mentindo? Seja sincero!
- Você tem um ponto, Lia. Eu sei que ele é difícil. Mas vai que...
- Vai que o caramba, seja homem! – Disse ela, empurrando ele de leve no ombro. – Eu quero sair com você. Entendeu? E se você também quer, dane-se seu irmão.
- Não é bem assim.
- É sim!
- Pra mim, não, Lia. Eu gosto de você, eu queria te conhecer melhor, mas... Eu não quero confusão.
- Mas que droga. – Lia se aquietou um pouco. – Eu vou acabar com a raça dele! – Disse ela, abrindo a porta do carro.
- Não faz besteira, Lia. Pensa bem! – Disse Sal, mas Lia já alcançava a porta.

Sal foi curto e grosso com Vitor na volta pra casa. Deixou bem claro que as coisas com Lia estavam resolvidas e nada mais.
No dia seguinte, Lia conseguiu chegar atrasada na aula, apenas gastou tempo para fuzilar Vitor com os olhos, que ficou sem entender coisa alguma. Ia esperar pra falar com ele no intervalo, mas decidiu falar com Ju primeiro, que incentivou Lia a dar uma dura no motoqueiro.
Antes da primeira tarde do grupo de História, Vitor organizava a sala, já vendo exatamente as dificuldades das 4 alunas que teriam aula com ele. Quando foi juntar os últimos papéis, um soco na mesa fez ele acordar pra realidade.

- Caralho, Lia! Quer me matar de susto?
- Eu quero te matar, a forma não importa.
- O que foi, ein? – Lia o pegou pela camisa, o puxando para o lado e o prensando contra a parede. Sem reação, Vitor apenas não lutou contra.
- Porque você falou pro seu irmão que gosta de mim, idiota?? – Disse ela, ainda o apertando fortemente.


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