Meu Querido Meio Irmão - Brutinha escrita por Juliana


Capítulo 82
Capítulo 82




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  — Olha quem vem! – Gil disse em tom de deboche para Mel que chegava e sentava no sofá ao nosso lado.
  — Por que não está com um garoto agora? – Perguntei com uma cara confusa e ela riu.
  — Às vezes as pessoas cansam.
  — Nossa! – u exclamou. 
  — Estou brincando! Mas, e então, o que já aconteceu de bom por aqui?
  — Deixe-me ver... – Comecei – Desde o começo da festa eu já: vi o Bruno beijando outra garota, notei que Dinho e Lia sumiram, tive que segurar vela desses dois – Apontei para Ju e Gil – E só. Impressionante, esta festa está sendo ótima – Ri.
  — Você não está se divertindo, porque não quer. A pista de dança está ali, é só chegar – Mel falou sorrindo.
  — Não estou com ânimo. Não sei, estou preocupada com Fatinha.
  — Ela vai ficar bem. Esperem um pouco, eu estou vendo isso? – Ju perguntou arregalando os olhos.
  — O que? O que? – Perguntei animada – Fatinha está aqui?
  — Não é bem isso... Olhem – Ela apontou para mesa onde tinha as bebidas. Bruno estava conversando com Emily. E, bem, ela não parecia estar muito sóbria.
  — Não acredito! – Falei revoltada. 
  — Calma, eles estão apenas conversando... – Gil falou.
  — Não existe “apenas conversando” no dicionário da Emily, Gil! Que droga, por que ele está fazendo isso?
  — Eles pararam de conversar – Ju disse.
  — Ah, não! Não me diga que eles estão se beijando.
  — Não estão. Olha.
  — Estou com medo de olhar.
  — Eles não estão, Malu! E Bruno está vindo para cá. Vou falar com ele – Mel disse.
  — Não, espera. Eu vou – Falei e me levantei indo me encontrar com ele.

— Que diabos você estava fazendo? – Perguntei indignada. 

  — Como assim? – Bruno perguntou confuso.

  — Você estava falando com a Emily! Por que isso? 

  — Ela era minha amiga antes de tudo isso acontecer. Ela pediu desculpas, eu aceitei.

  — Você aceitou? Aceitou? Eu não acredito! Você realmente acreditou que as intenções dela são boas? O que você tem na cabeça?

  — Você mal a conhece.

  — Conheço o bastante para saber que ela não presta.

  — Não conhece, não. E que mal tem eu falar com ela? Eu falo com você, falo com Mel, Ju e Lia. Ela é mais uma amiga. O que isso tem demais?

  — Acho que você esqueceu alguém nessa lista – Balancei a cabeça negativamente.

  — Quem?

  — Fatinha! – Falei soltando toda a minha raiva e gesticulando – Ou ela não é mais importante para você?

  — Ela não é minha amiga – Ele disse como se fosse natural e eu o olhei com ainda mais raiva, incrédula.

  — Ela não é sua amiga? Ah, agora ela não é mais nada?

  — Não. Ela é mais do que uma amiga pra mim, você e todos sabem.

  Dei uma risada irônica.

  — Claro! Você estava beijando outra garota e ela é mais do que uma amiga, claro, Bruno. Vem cá, o que você sente por ela, em? Pare de brincar com os sentimentos dela, poxa!

  — O que eu sinto por ela não importa mais...

  — Por que não?

  — Porque. Isso. É. Errado. – Ele falou pausadamente como se eu fosse um animal e não conseguisse entender.

  — Errado como?

 — Errado, errado. Ela é minha meia irmã, se não se lembra. Você pode imaginar como a mãe dela reagiria caso soubesse que nós namoramos?
  — É? E você pode imaginar como Fatinha está? Ou melhor, você consegue? Ela chora, Bruno. Todas as noites. Ela mal sai, mal fala com as pessoas. Os olhos dela estão inchados e já não estão mais vermelhos, estão quase roxos. Você sabe o que ela sente por você, sabe que está matando ela por dentro com isso. Por favor, se não quer mais nada com ela, termine logo. Se não, ela vai ficar esperando você por uma eternidade. Não falo por mal, você sabe que eu gosto de você, mas vê-la desse jeito está me deixando maluca. Fatinha sempre foi assim sensível, meiguinha e romântica, mas ela nunca ficou tão mal por um término de relacionamento.
  — Nós não terminamos – Ele falou depois de suspirar. Nessa hora nós já estávamos no pátio, longe de qualquer agito ou distração. Ah, e ela estaria deserta se nós dois não estivéssemos lá.
  — Não? Então você pode me explicar por que estava aos beijos com outra garota?
  — Você não entende, Malu. Não entende o quanto também é difícil para mim – Ele soltou o ar de uma forma pesada e se sentou na grama rala que estava sob nós. Repeti o seu passo e me sentei ao seu lado. A iluminação era fraca há essa hora, então eu não conseguia avaliar muito bem a sua expressão.
  — O que é difícil para você? – Murmurei.


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