My Heart Is Bleeding escrita por Mimia R


Capítulo 27
Agora ou Nunca


Notas iniciais do capítulo

Hey! Mais um capítulo. O penúltimo capítulo da fic!! *-* Pois é. Enfim, vamos ver alguns problemas se resolverem e outros aparecerem. A coitada da Joy parece que nunca fica em paz. Kkkkkk' Enfim, espero que vocês gostem. Boa leitura! :DD



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Já fazia mais de uma hora que o Marcus estava desmaiado. Eu ficava só imaginando em como ele devia estar agoniado, sua alma vagando pelo completo nada. Eu estava sentada no chão, com ele deitado em meu colo desde que tinham jogado ele na cela. E nesse tempo todo ninguém apareceu lá na sala. Mas eu sabia que estavam nos vigiando por todos os lados.

 Eu já tinha arrancado as estacas que estavam no corpo do Marcus. Pelo menos ele não tinha sentido a dor, mas os ferimentos não estavam se curando. Devia ser porque ele estava “morto”, só quando ele acordasse é que o processo começaria.

 De repente o Marcus abriu os olhos e começou a ofegar, como se precisasse de ar. Foi exatamente como aconteceu comigo. Ele estava um pouco atordoado e só depois de alguns segundos é que pareceu enxergar que eu estava ali com ele. Ele ficou me olhado e foi se acalmando aos poucos. Eu não falei nada, nem fiz gesto nenhum.

- Que droga foi que aconteceu? – Ele perguntou enquanto se levantava.

 Ele soltou um gemido quando se sentou, por causa dos ferimentos da estaca, que estavam começando a se curar. Ele olhou ao redor onde nós estávamos e se situou. Passou a mão pelo rosto, frustrado ao perceber a situação.

- Mas que merda! – Ele praguejou. Depois gritou: - Que merda!

 Eu continuei calada. Ainda estava sentada ao lado dele, mas eu tinha ficado tensa por algum motivo.

- Eu não acredito que isso aconteceu. – Ele continuou resmungando. – E só por causa da sua burrice! Tudo por sua causa!

 Ele me olhou nos olhos e eu vi raiva e algo mais brilhando. Franzi um pouco a testa.

- Você só faz merda, caçadora! Será que não aprende nunca?

 Eu estava me repreendendo em silêncio por ser tão estúpida. Eu estava super aliviada porque ele estava bem e até porque ele estava ali comigo, mas ele não se importava com nada daquilo. Estava mais preocupado com as burradas que eu fiz.

- Ficar resmungando não vai fazer você escapar do que te aguarda. – Falei.

 Marcus deu uma olhada nas câmeras que nos vigiavam. Depois voltou a olhar para mim.

- Você acha que eu vou morrer aqui por sua causa? De jeito nenhum! Não vai ser tão fácil!

 Eu cerrei o maxilar com raiva.

- Então o que você veio fazer aqui? Você sabia que quando colocasse os pés aqui dentro, estaria fudido.

- Eu vim porque sou um imbecil. – Ele murmurou. Fez uma pausa e depois falou bem baixo: - Não tinha jeito...

 Eu me levantei e fui me sentar no banco. Não falei nada e ele se calou também. Passamos um bom tempo assim. Marcus estava muito tenso e agitado. Ele ficava resmungando baixo e olhava de um lado para o outro. Ele se levantou e depois se sentou novamente. Olhou para uma das câmeras e gritou:

- É falta de educação deixar as visitas entediadas! Se quiserem me trazer um lanchinho eu vou ficar grato!

 - Idiota. – Eu falei. – Não precisa gritar para as câmeras. Eles estão te vendo pelas paredes. Nós temos um público grande aí fora.

 Ele pareceu ouvir pela primeira vez que realmente tinham muitas pessoas próximas a nós, mas que a gente não conseguia ver. Balançou a cabeça concordando.

- Entendi. Paredes espelhadas, muito original.

 Ele voltou sua atenção para mim. Vi um sorriso malicioso surgir em seu rosto. Senti algo se remexer dentro de mim. O Marcus engraçadinho tinha voltado. Ele tinha visto que não ia adiantar ficar resmungando. Tinha que agir. Tinha que provocar. Eu sabia o que ele estava pensando.

- Então vamos dar algo para eles assistirem, não é?! – Ele falou e se sentou ao meu lado.

- Pode parar, Marcus. – Eu sussurrei.

- Ah, qual é. Só porque seus amiguinhos estão vendo você vai ignorar tudo o que a gente passou?

 Ele estava começando a tirar proveito da situação. Ele iria me provocar ao mesmo tempo em que provocava todos os outros. Aquele vampiro era inacreditável mesmo. Ele chegou o rosto perto do meu e eu virei para o outro lado.

- O que foi caçadora? – Ele sussurrou em meu ouvido. – Você ficou chateada pelo que eu disse na outra noite?

 Eu olhei para ele. O rosto dele estava muito próximo, mas eu não ia cair em tentação. Estava furiosa. Não sei como ele podia brincar com algo que tinha realmente mexido comigo, me deixado... magoada.

- Eu não vou mais servir de seu brinquedinho, Marcus. – Falei. – Não vou!

 O sorriso no rosto dele despareceu e ele ficou completamente sério. Ele segurou meu queixo com força, me impedindo de virar o rosto.

- Você é muito burra mesmo, Joy. – Fiquei surpresa ao ouvi-lo me chamar pelo meu apelido.

 Eu não teria resistido ao beijo dele se alguém não tivesse entrado na sala. Marcus soltou meu queixo e se afastou devagar. Nós olhamos para frente e eu me deparei com meus amigos. Tony, Jason, Ally e Erika estavam lá na sala. E eles pareciam apreensivos. Marcus franziu a testa em desconfiava.

- Desculpa interromper. – O Jason falou. – Mas não temos tempo para baboseiras.

 Eu não entendi o que estava acontecendo. A Ally se aproximou da cela e a abriu. Eu e o Marcus nos olhamos ainda confusos, ele mais desconfiado do que nunca.

- O que vocês estão fazendo? – Perguntei com a voz um pouco instável.

- Por mais que isso vá contra os nossos princípios, não podemos deixar que matem você. – Jason falou. – E eles realmente vão fazer isso.

 Eu fiquei surpresa e um pouco chocada. E feliz também. Meu irmão ainda me amava e mesmo que ele nunca conseguisse conviver comigo daquele jeito, ele ainda se importava. Eu nem soube o que falar.

- Joy, nunca poderíamos fazer nada contra você. – A Ally falou. – Nem poderíamos deixar.

 Eu saí da cela e fui em direção a eles. O Marcus continuou lá parado, ainda estava desconfiado. Ele lançava olhares afiados para o Tony principalmente.

- E essas estacas nas mãos de vocês? – Ele perguntou. Eu olhei e vi que eles estavam mesmo segurando estacas.

- Proteção. – O Tony disse. – Não sabíamos como você reagiria.

 Eu percebi que o Tony estava com um pouco de raiva. E o Jason também. Eles ainda odiavam o Marcus e não iriam confiar nele nunca. Eu tinha certeza que eles só não tinham atacado o Marcus ali mesmo, e estavam deixando o ele escapar também porque a Ally tinha conversado com eles. Tinha, pelo menos, tentando explicar. Ela tinha entendido tudo até mesmo antes de eu entender.

- Ei, nós não temos tempo. – A Erika disse. – Os outros vão aparecer aqui a qualquer momento.

- Vocês vão se meter em problemas. – Eu falei. – Podem até ser banidos por isso.

- Não se preocupe. Vamos dar um jeito. – Jason disse.

 Eu ainda não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Meu grupo, meus parceiros, meus amigos, estava me ajudando. Eles não me odiavam. Nós ainda erámos uma família de um jeito ou de outro.

- É melhor a gente agarrar a oportunidade então. – Marcus disse e saiu da cela.

 Tony e Jason agarraram as estacas com mais força, alertas com a proximidade do Marcus. Eu falei antes que algo acontecesse.

- Eu só preciso de uns minutos. Eu sei que as coisas vão ficar... difíceis e... eu não sei se... quando a gente vai voltar a se encontrar.

 Eu olhei para cada um dos meus amigos. Marcus revirou os olhos e saiu da sala. A Erika saiu também, para vigiá-lo, e o Jason os seguiu. Eu fiquei só com a Ally e o Tony. Os dois pareceram ficar constrangidos, e eu também fiquei. Mas não era hora para vacilar.

- Ally. – Falei. – Obrigada.

- Por quê? – Ela perguntou, mas sabia do que eu estava falando.

- Por falar com eles. – Falei e fiz uma pausa. – Por ser minha melhor amiga.

- Eu vi o jeito que você olha pra ele. – Ela disse. – Sem contar que eu te amo, amiga.

 Eu dei um sorriso bobo e balancei a cabeça.

- Você percebeu primeiro que eu. – Falei, me referindo aos meus sentimentos.

- Você sempre foi um pouco desligada para essas coisas. – Ela disse e nós rimos.

- É tudo tão complicado, Ally...

 Tony entrou na conversa.

- Eu entendi essa complicação. – Ele disse. – O problema, Joy, é que nós estávamos presos a uma ilusão. A gente se apegou a uma ideia, um costume, e acabamos... confundindo as coisas. E isso complicou todo o resto.

 Eu balancei a cabeça concordando com ele. Ele continuou:

- Eu te amo, Joy. Mas agora eu vejo que é um outro tipo de amor.

- Eu sei. Eu te amo também. – Falei e sorri. – Como um amigo. Um grande amigo de uma vida inteira.

 Ele deu um daqueles belos sorrisos dele e concordou com a cabeça.

- Demoramos um pouco para perceber. – Ele disse e nós rimos.

- É... – Concordei e nos calamos.

 Depois eu olhei para a Ally. Ela parecia muito envergonhada. Eu fui até ela e a abracei. Ela começou a chorar. O Tony abraçou a nós duas. Ficamos assim por um instante. Eu não sabia quando iria poder ver meus amigos de novo. Queria aproveitar cada segundo.

- Acho que é melhor eu ir. – Falei.

 Eles concordaram. O Tony segurou na mão da Ally e eles sorriam um para o outro. Eu sorri também. A Erika e o Jason apareceram na sala. Eu fui até a garota e olhei em seus olhos.

- Cuida dele. – Falei me referindo ao Jason. Ela deu um aceno e um leve sorriso.

 Eu me aproximei do Jason e sem dizer nenhuma palavra o abracei apertado. Ele não me soltava e nem eu queria soltá-lo também.

- Você sempre vai ser minha irmãzinha. – Ele sussurrou. - Espero que saiba o que está fazendo. Não quero que nada te machuque. E aquele cara... – Ele disse em relação ao Marcus. – Eu não entendo, mas também não vou julgar. Sua vida mudou completamente, não é...

 Percebi que ele estava chorando. E para minha grande surpresa, senti lágrimas escorrendo pelo meu rosto também.

- Eu te amo, irmão. – Gaguejei. – Te amo demais.

- Eu te amo muito, irmã.

 Nos separamos e eu dei uma última olhada para todos eles. As lágrimas pararam de escorrer e eu saí da sala e me encontrei com o Marcus no fim do corredor. Eu tinha certeza que ele tinha ouvido tudo, mas não era o momento para falarmos ainda.

- Você sabe sair daqui? – Ele perguntou.

 Eu enxuguei as poucas lágrimas do meu rosto e dei um sorriso confiante.

- De olhos fechados. – Falei.

 Conseguimos sair bem fácil. O Jason tinha desarmado todos os alarmes, então não teve problemas. Em poucos minutos estávamos na rua. Eu comecei a andar em direção ao covil, mas o Marcus me parou.

- Não vamos pra lá. – Ele disse. – Está perto demais de amanhecer, vamos ficar aqui por perto mesmo.

 Eu não discordei. Então andamos um pouco até que chegamos a um motel. Eu revirei os olhos.

- Um motel, sério? – Falei.

 Ele não falou nada, nem deu sorriso algum. Pediu um quarto, pegamos a chave e entramos. O lugar era bem básico, tinha uma cama redonda com lençóis vermelhos. Tinha um banheiro com hidromassagem. Tinham também alguns espelhos espalhados pelo quarto. E as luzes davam um ar romântico ao local. Eu fiquei em pé por um tempo, depois deixei de besteira e me sentei na cama. Marcus trancou a porta, mas ficou parado lá.

- Seus problemas ainda não acabaram.  – Ele falou.

 Eu franzi a testa sem entender. Ele deu um passo para perto de mim.

- Eu não fui atrás de vocês só para salvá-la, que é o que você pensa. Eu recebi ordens, de cima.

 Eu franzi a testa.

- Você causou alguns problemas que chamou atenção dos mais poderosos, caçadora. E como você é responsabilidade minha, eles me mandaram resolver o problema.

 Ele foi chegando mais perto de mim. Quando ele estava ao meu lado, ele me pegou pelos pulsos e me levantou. Meu corpo se colou ao dele Marcus colocou a mão atrás de sua calça e pegou algo. Eu fiquei rígida quando vi que era uma estaca. Na verdade, era a minha estaca original. Aquela que, há muito tempo atrás, eu tinha cravado na perna dele. Engoli em seco.

- Marcus... – Tentei falar, mas ele não deixou.

 Muito rápido ele me virou e eu fiquei de costas para ele, ainda bem coloca em seu corpo.

- Eu tenho que te matar, caçadora. – Ele sussurrou, os lábios colados em minha orelha.

 Eu quase arfei ao ouvi-lo dizer aquilo. Arregalei um pouco os olhos. Com uma mão ele prendeu meus braços entre meu corpo e o seu, e com a outra ele posicionou a estaca em meu peito.


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Notas finais do capítulo

O.M.G. O que acharam? E esse final? Me digam tudo! A fic está chegando no fim e eu preciso saber que valeu a pena, preciso saber se vocês realmente gostaram ou não. Ainda tem mais um capítulo, mas não custa nada deixar um REVIEW AQUI!!! :DD