My Heart Is Bleeding escrita por Mimia R


Capítulo 2
Vida de Caçadora


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo você vão presenciar uma caçada. Aos poucos vão conhecendo melhor os personagens e seus relacionamentos. Eu não quero ficar enrolando, quero escrever uma fic mais direta. Por isso alguns podem achar um pouco rápido o desenvolvimento da estória. Mas mesmo assim, espero que gostem! :DD



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Nós vamos para a rua mais uma vez. Temos mais vampiros para matar. Devagar a gente chega lá, eu sei. Mas a verdade é que eu tenho pressa. Pressa e gana de exterminar cada uma dessas criaturas. Não é fácil. Mas é um belo exercício. Eu tenho que ver o lado positivo do meu trabalho também, não é?!

Coloquei meu coturno e finalizei meu modelito. Tudo bem, eu não ligo para moda e nem entendo nada sobre isso. Estou vestindo uma calça jeans e uma blusinha regata branca. Só isso. Mas vamos pular essa parte sem importância.

Eu peguei duas estacas, além da minha original que foi a minha primeira. Eu nunca deixo ela para trás. Sempre arranco de volta do corpo do defunto que eu mato. Por quê? Eu não sei. Talvez por ser o único objeto de valor emocional que eu prezo. Foi meu pai quem me deu.

Saí do meu quarto. Quer dizer, meu quase quarto. Eu divido com o meu irmão. Pode ser complicado uma moça de 18 anos dividir o quarto com o irmão de 21. E é. Mas ele passa mais tempo no quarto da namorada. Só que mesmo assim ele vive brigando comigo porque eu sujo o quarto todo de madeira, fazendo estacas. Tenho que tirar um tempo para fazer uma limpeza. Talvez no dia do aniversário dele eu dê esse presente.

Fui para a sala principal e encontrei meu grupo todo já reunido. Antes que você pense que nós moramos numa casa muito grande e legal, deixa eu acabar com essa ilusão. A casa não é tão grande quanto você imagina. Sabe as cabanas que eu comentei antes? Não moramos mais nelas. O Estaca de Sangue comprou um condomínio inteiro só para os caçadores morarem. Cada grupo vive numa casa, até muito boa. E temos caçadores de guardas por todo lado, prontos para matar qualquer vampiro que tente invadir.

Todos ali me esperavam. Quando entrei e me juntei a eles, o Tony deu um sorriso para mim. Ele é lindo e o sorriso dele sempre me deixou um pouco nervosa. Eu retribuí o sorriso e olhei para todos os outros.

– Todos prontos? – Eu perguntei.

Eles assentiram e colocaram a mão em suas estacas.

– Jason, você repassou o plano? – Eu perguntei para o meu irmão.

– Sim, tudo certo. Cada um já sabe o que fazer.

– Ótimo. Alguém precisa revisar alguma coisa ou tem alguma dúvida?

Eu olhei diretamente para a minha melhor amiga, a Ally. Ela apenas balançou a cabeça em negativa. Eu dei um pequeno e leve sorriso. A Ally é muito tímida e quase sempre tem dúvidas sobre o lugar dela nos planos. Às vezes ela improvisa, o que é arriscado, mas no fim acaba dando certo. Ela é uma pessoa delicada e que não gosta nada desse trabalho. Mas mesmo assim, ela se dedica muito pela memória de seus pais, e é uma ótima caçadora.

– Então podemos ir. – Eu disse e todos foram saindo.

Olhei para os lados para ver se não esqueci nada e fui atrás do grupo. Mas uma mão segurou a minha por trás, me fazendo parar. Um leve sorriso surgiu em meus lábios. Eu parei de andar, mas não me virei. Senti o hálito dele perto do meu ouvido.

– Antes de ir, eu queria ter perguntar uma coisa. – Tony falou com a voz baixa.

– Você ficou com alguma dúvida? – Eu perguntei, mas sabia que não era sobre a caçada.

– Não exatamente. – Ele disse. – É que eu...

– Joyce.

Uma voz apareceu na sala. Tony se afastou de mim. Eu me virei para ele, que sorriu novamente. Ele sussurrou um depois e saiu. Voltei minha atenção para a única pessoa do grupo que não me chama pelo meu apelido, que é a namorada do meu irmão, a Erika. Nós não nos damos muito bem, mas tentamos pelo meu irmão. Então nossa relação é um pouco tensa.

– Eu me esqueci de te pedir uma nova estaca. – Ela disse.

Eu concordei com a cabeça e acabei dando uma das que eu estava levando. Ela pegou e enfiou em sua bota.

– Obrigada.

– De nada.

Nós duas andamos até o grupo, que já estava na portaria do condomínio. Pedi para que abrissem os portões e nós saímos em direção a mais uma caçada.

No caminho, meu irmão veio para o meu lado e apertou a minha mão. Eu sorri para ele. Querendo ou não, nós nunca nos acostumamos com essa vida. A gente nunca sabe se, ao passar daqueles portões, voltaremos. Então ficamos um pouco nervosos.

A noite estava fria. Chegamos numa rua principal e começamos a colocar o plano em prática. Nos dividimos em duplas e um trio. Eu fiquei com o Tony, meu irmão com a namorada, a Ally ficou com mais dois de nós e outra dupla se formou. Eu olhei para a minha amiga e vi me observando junto ao Tony. Quando ela percebeu que eu estava olhando, deu um sorriso e seguiu sua direção. Eu franzi a testa e me senti um pouco culpada porque eu sabia que ela sentia alguma coisa pelo Tony, mesmo sem ela nunca falar sobre o assunto. Eu olhei para ele que estava ao meu lado e nós seguimos o nosso rumo.

Chegamos numa praça. Estava deserta e escura. Um lugar ideal para um encontro de vampiros. Eu e o Tony subimos numa árvore e ficamos sentados nos galhos observando. Sempre que podíamos íamos para aquela árvore.

Essa coisa de caçar vampiros pode levar uma noite inteira. Também é necessário paciência. Às vezes eles nem aparecem. Nós não podemos nos distrair com nada. É claro que nessas caçadas, ficar com o Tony, sentados numa árvore, entediados, de vez em quando a gente acabava se distraindo.

Senti os dedos dele tocarem meu braço.

– Você não está com frio? - Ele sussurrou. Não podemos chamar atenção.

– Um pouco. – Respondi.

Ali estava escuro, não dava para enxergar direito o rosto dele. Mas parecia que ele estava sorrindo. Isso fez eu sentir um frio na barriga.

O Tony é um cara incrível. Ele é inteligente, ele é dedicado, ele é atencioso. Se não fosse o fato de ele ser um dos melhores caçadores de vampiros que eu já vi, ele poderia ser um verdadeiro príncipe encantado para qualquer garota. Na verdade, isso fazia dele o príncipe perfeito para mim.

– O que você ia perguntar naquela hora? – Eu lembrei.

Eu conversava com ele, mas meus olhos estavam sempre voltados para baixo, para a praça. Ainda nem sinal de vampiros. Ele também não olhava para mim.

– Você quer sair comigo?

Sem conseguir evitar, me virei para ele e franzia a testa. Que tipo de pergunta era aquela?

– Sair com você? – Eu indaguei surpresa.

– É. Você sabe, ter um encontro... – Ele falou.

Eu voltei minha atenção para baixo. Um minuto depois eu soltei um riso abafado.

– Ei, não é pra rir. É só dizer que sim. – Ele falou, mas percebi que ele também estava rindo.

– A gente se conhece desde sempre. Por que a gente precisaria ter um encontro?

– Joy, é por isso mesmo. Eu nunca te levei para lugar nenhum. Quero te levar num encontro, ter um momento mais romântico com você...

Eu fiquei calada. Alguns segundos depois ele falou novamente.

– Nós temos esse rolo desde sempre. E você sabe que eu gosto de você. Muito mais do você imagina. Eu quero... oficializar as coisas entre nós.

Meu coração acelerou. Não sei se foi pelo que o Tony disse, ou pelo vampiro que tinha acabado de aparecer lá em baixo. Eu fiz um gesto para o Tony se calar e ele viu o vampiro também. Uma vampira na verdade. Eu senti o Tony se mexer ao meu lado. Ele ficou de pé no galho e eu assenti com a cabeça.

Em um salto ele pulou da árvore e parou ao lado da vampira. Ela se assustou e recuou. Falou alguma coisa, eu não consegui ouvir. Ela soltou um som que indicava choque.

Ah, acho que eu me esqueci de comentar. Todos nós caçadores temos uma tatuagem no pulso de uma estaca com uma cruz vermelha no meio. Acho que a vampira viu a do Tony e se deu conta de que estava ferrada.

Ela recuou mais um passo, o Tony sempre em seu encalço. Não dava pra dizer exatamente qual a idade dela, mas parecia ser nova. Seria uma tacada fácil, o Tony daria conta sozinho.

Ele tirou a estaca de dentro da roupa. A vampira se posicionou em modo de defesa. Acho que o Tony estava rindo. Ele caminhou em direção à menina. Ela pulou para atacá-lo, mas deu para ver como ela não sabia o que estava fazendo. Com muita facilidade o Tony desviou.

A vampira estava com raiva, mas principalmente com medo. Ela atacou novamente, mas dessa vez o Tony conseguiu agarrá-la. Ela se debateu, ficou desesperada. Ele falou alguma coisa e estava pronto para dar o golpe.

Nesse momento eu senti uma mão tocar meu braço e fui empurrada. Não sei como fui tão rápida, mas consegui agarrar um galho e fiquei pendurada. Tony viu minha situação e nesse momento de distração a vampira conseguiu se soltar e começou a correr.

– Joy! – Ele gritou.

– Vai atrás dela! – Eu gritei de volta.

Tony já estava começando a subir na árvore.

– Vai atrás dela! Eu consigo me virar aqui! – Eu gritei novamente.

Ele parou um momento e ficou olhando para mim. Ele ficou na dúvida. Eu fiz um impulso para ver se conseguia subir. Não dava. Mas consegui colocar um pé em outro galho e isso enganou o Tony, ele pensou que eu tinha conseguido subir.

– Você não pode deixá-la escapar! – Eu falei. Um segundo depois não vi mais ele.

Eu tentei subir novamente, mas não consegui. O único jeito era me soltar e cair no chão. Se eu estivesse numa posição adequada, eu pularia dali sem problemas. Mas pendurada do jeito que estava, eu ia acabar me machucando feio. Fiquei indagando comigo mesma, quando olhei para cima e vi a pessoa que tinha me empurrado.

Ou melhor, o vampiro.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Gostaram? Tem alguma crítica? Pode falar! Mandem reviews por favor! Eu preciso de incentivo. E quero saber o que vocês acham! Quero leitores!! Falem, falem, falem!! :DD