Speechless escrita por AngelCharlie


Capítulo 2
For Reasons Unkown - Parte 1




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Pansy x Hermione. “O quão doloroso pode ser escrever sobre os sentimentos de alguém?”

***

"Há infinitas formas de começar essa história, e eu tentei conhecer cada uma delas. O que, é claro, fui incapaz. Então comecei da segundo forma mais clichê possível.

Obrigada, Minerva.

***

"O mês de setembro nunca foi tão desprezado. Desde a morte de Cedric Diggory no Torneio Tribruxo e a alegação de Harry Potter, dizendo que o Lord das Trevas havia voltado, o mundo bruxo não era mais o mesmo.

Pessoas se trancafiavam em casa como se elas fossem seguras. Não eram. Embora o Ministério da Magia fizesse questão publicar em toda edição do Profeta Diário que Potter era uma fraude, alguns bruxos (a maioria, para ser sincera) acreditavam na volta do Lord. E se não acreditavam, não podiam negar que algo estava acontecendo.

Logo no embarque para o Expresso, eu a encontrei. Não foi aquele encontro bobo de contos, um esbarrão entre os corredores. Foi rápido e insano. Eu estava aguardando Draco, quando ela atravessou a plataforma. Flagrei o momento exato, a ultrapassagem, a expressão ansiosa, o jeito que correu para encontrar seus amigos. Lembro de ter observado por alguns minutos, inconscientemente, até Blásio tocar meu ombro e desviar minha atenção.

Ela parecia perdida. E eu não deveria estar prestando atenção em uma grifinória sangue ruim."

Minerva pausou a leitura, a teste levemente franzida ao reler as últimas palavras. Seus ombros pesaram, um sentimento de culpa ocupava o peito. Ela decidiu que, por ora, seria melhor continuar a leitura em um outro momento. Levantou, caminhando até a cama, apenas para puxar o cobertor e deitar-se.

Sua noite se resumiu em uma palavra. Pesadelos.

XxX

Os primeiros raios de sol foram recebidos com bufos de indignação causados por uma noite mal dormida. O fato era que cada vez que a diretora conseguia ceder ao sono, sua mente era preenchida por imagens de uma mulher caindo, olhos arregalados, gritos.

Por Merlin, ela parecia Potter. Não que a comparação fosse engraçada, mas Minerva riu.

Então, sangue, cortes, pescoço.

XxX

O pio da corujo soou por toda sala, e as sobrancelhas da professaram se ergueram, enquanto sua boca se contraiu. Os alunos, afobados, encaravam-se, esperando o destinatário da carta.

A coruja tão branca quanto a neve, largou a carta em cima da mesa da Professora McGonagall, e rodopiando sobre a cabeça dos alunos, deixou a sala pela janela.

Minerva olhou para seus alunos, o óculos deslizando pelo nariz, deixando seu olhar mais severo, se é que fosse possível. Ela girou o corpo, encarando a carta, e suspirou.

Como ela ousa? Eu estou em sala de aula!

Suas mãos tremeram ao pegar a carta, rasgando o papel com um pouco de pressa. Ela podia ouvir o riso de Pansy, só de imaginar a expressão que causaria.

No papel, apenas duas palavras.

Não desista.

XxX

"Eram três da manhã de sábado, e uma semana de aula havia se completado. Eu não conseguia dormir, e você conhece a minha insônia. Obviamente, eu vesti um moletom e vaguei pelos corredores de Hogwarts. Essa estranha e péssima mania, que era tão óbvia e eu sinceramente não entendia como ninguém fazia isso também.

Digo, medo de se apanhado? É tão ridículo.

Existia algo tranquilizador na madrugada. O modo como os sons são mais definidos, como o ar frio é aconchegante, como é vazio e completo ao mesmo tempo.

Com o tempo, aprendi que eu não era a única a pensar assim."


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