Beifong escrita por Aiwei


Capítulo 4
4 Anos - Toupeira Texugo (parte 1)


Notas iniciais do capítulo

Coloquei 4 anos, mas na verdade ela tem quase 5. Que nem no capítulo anterior.
Esse capítulo é sobre quando a Toph encontra a toupeira texugo pela primeira vez (apareceu no episodio 13 livro 3: fogo de A:TLA)
Dividi em duas partes porque estava grande demais. Então... Aí está!
(Detalhe: A Toph não VÊ completamente pelos pés, mas ela já tem uma idéia de onde vêm as vibrações e de alguns movimentos das pessoas ao redor também)



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Toph, sentada no chão do quarto, cantarolava uma música sobre as quatro estações, que Kori vinha cantando para ela nos últimos dias. Em suas mãos, uma espada de madeira, que depois de tanto insistir ela finalmente ganhou. E depois que ganhou, nunca mais parou de “lutar” com cada guarda que passava. Quando estava sozinha (raramente) ela ficava na porta do quarto esperando algum guarda passar para atacá-lo, e quando estava com alguém, ela lutava com a perna da pessoa.

Naquele momento, estava sozinha no quarto esperando que Kori voltasse. Mas estava demorando demais. Toph já estava ficando inquieta, balançando a espada de um lado para o outro. Pensou em sair do quarto atrás de Kori, mas ela pediu – como sempre – que ficasse ali. “Só que das outras vezes ela não demorou tanto”, pensou Toph. Então decidiu sair atrás dela.

Ou quem sabe atrás de Lao? Ele já prometera lutar com Toph tantas vezes. Então era isso que ia fazer!

Toph seguiu lentamente para o quarto dos pais, prestando atenção nos sons em volta para saber se vinha alguém. Embora não pudesse ver, ela sabia exatamente o caminho para o quarto de Lao e Poppy. Ela só precisava botar a mão na parede direita do corredor e seguir até a segunda porta a partir do seu quarto.

Mas ao chegar na porta do quarto, sentiu uma agitação lá dentro. Ficou do lado de fora, encostada na parece. Fez silêncio, ouvindo o que os pais falavam. Pelo jeito era uma discussão, e das feias.

–Poppy, você não vai parar de chamar essas curandeiras nunca?

–Oh, não. Sabe que é necessário.

–Não, eu sei que é necessário pra você, não pra mim, e nem pra Toph.

–Como pode dizer isso? Mas é claro que é necessário pra ela!

–E por que?

–Oras, Lao. Porque a menina é cega!

–Sim, e daí?

–E daí? Quer que ela continue cega pro resto da vida?

–Pra mim isso não importa. Ela é minha filha! Mas você, Poppy, parece que só vai tratá-la como ela merece se ela deixar de ser cega!

–Mas é claro que não! Eu dou comida, roupa, brinquedos...

–Mas não dá amor! Ela é uma criança, tudo que quer é a atenção dos pais, que por sinal, somos nós.

–Ah, não me diga.

–É melhor eu dizer, parece que até isso você ignora.

–Eu não ignoro isso! Chamo todas essas curandeiras porque quero o melhor pra Toph!

–E qual é o melhor pra ela? Passar horas com dezenas de dominadoras de água diferentes pra no final não ter efeito algum? Pra mim isso se chama “falta de tempo”, pra você se chama “o melhor pra ela”?

–Você não sabe o que está falando.

–Você não sabe o que está fazendo.

–Lao, não percebe o quanto esse problema vai atrapalhar a vida dela?

–Não vejo problema algum na Toph.

–Ela é a única descendente dessa parte da família Beifong – Poppy o ignorou por completo.

–E daí?

–E daí? Isso quer dizer que é ela quem vai te substituir.

–Aonde quer chegar?

–Não entende, Lao? Ela vai representar Gaoling no Reino da Terra futuramente! Vai ter que viajar e cuidar de negócios e... E ler! Assinar papéis, re—

–É, eu sei.

–Então!

Então eu continuo achando que você tem que parar com isso. Sou eu quem ela vai substituir, não você. E eu posso dizer que não há nada nela que a impeça de ficar no meu lugar.

–Nada a não ser um certo problema com olhos...

–Poppy, por favor. Você está sendo infantil.

–Infantil? Eu estou sendo realista!

–Chamar quinhentas curandeiras pra tentar consertar uma coisa que já nasceu com a Toph é ser realista??

–Pelo menos eu estou fazendo alguma coisa.

–É, tem razão. Está fazendo, tudo, tudo, menos tratando ela como sua filha.

–Ah, você prefere que eu apenas deixe a Toph ser cega e pronto?

–É isso que eu estou tentando dizer!

–Você não entende que eu não posso simplesmente não fazer nada?

–Não, eu não entendo – ele aumentou o tom de voz – não pode simplesmente aceitar que ela é assim e não vai mudar?

–Eu aceito, mas—

–Você só vai ser capaz de amá-la se ela não for cega, é isso??

–É, TALVEZ SEJA ISSO.

Um barulho vindo da porta os interrompeu.

Os dois pararam para olhar o que era. Bem a tempo de ver a pequena Toph sair correndo com as mãos no rosto.

–Viu o que você fez?? – antes de sair atrás da filha, Lao ainda parou para esfregar na cara de Poppy que estava certo. Já do lado de fora, ele tentou fazer a filha parar – Toph, volta aqui!

–Não! Vocês me odeiam!

–Não odiamos não, vamos conversar!

–Eu ouvi tudo!

Lao conseguiu alcançá-la e a parou pegando-a no colo.

Mas algo o surpreendeu.

Toph fez um movimento com o braço, como se estivesse dando um soco pra cima, e uma enorme pedra saiu do chão atingindo Lao, que imediatamente a soltou.

Tanto Lao quanto Poppy quanto os guardas que passavam ficaram boquiabertos. Toph mal parou por dois segundos e voltou a correr.

–Ela é uma dominadora... – Lao sussurrou para si mesmo.

Enquanto tentavam absorver a informação, Toph fugia, sem bater em uma única parede, o que deixava os guardas ainda mais impressionados. Como podia uma garotinha cega de quatro anos usar dominação de terra no pai, fugir de dezenas de guardas e não esbarrar em nada nem em ninguém? Sem contar que ela usava aquele vestido que mal deixava alguém se mexer.

Poucos segundos depois, estava fora de casa.

E, sabe-se lá como, ela saiu da propriedade dos Beifongs.


Dentro de casa...


–Ela é uma dominadora...

–Lao, levanta e faz alguma coisa!

–Eu acabei de ser atingido por dominação de terra. Faz alguma coisa você!

–Você é o pai!

–Você devia dizer isso na hora de chamar as curandeiras.

–Para de reclamar e vai logo atrás dela.

–Guardas! – Lao chamou qualquer pessoa que estivesse por perto. Três homens com a roupa verde dos Beifongs apareceram – a Toph foi correndo pra lá. Vão atrás dela!

–Ahn... Não quer ajuda, senhor? – um deles perguntou, reparando que Lao esfregava a barriga onde havia sido atingido.

–ATRÁS DELA!

Os guardas entraram no corredor que Lao apontou. Poppy passou com passos curtos e rápidos ao seu lado enquanto ele se levantava e ia atrás dos guardas.

Do lado de fora da casa, Lao passou os olhos por tudo para ter pelo menos uma idéia de onde Toph estava, mas nem sinal dela. Então deu a volta na casa e no jardim. De novo, nada. Estava começando a se desesperar.

Ao voltar para a porta da casa, encontrou Poppy falando com o mordomo.

–GUARDAS – gritou Lao – quero que procurem-na em volta da propriedade e nas proximidades. Não deixem de checar um só lugar. Ela não deve estar longe.


Perto dali...


Toph correu sem parar quando saiu pelos portões laterais da casa, ainda chorando. Por um descuido dos guardas, estavam abertos naquele momento, e por falta de atenção, Toph passou sem eles verem. Se Lao descobrisse isso...

Ela seguiu no meio das árvores, sem parar de correr um segundo sequer. Não muito longe de casa, Toph entrou em uma caverna. Mas não era uma caverna por cima da terra, com pedras empilhadas ou dentro de uma montanha. Era dentro da terra, como se fosse um túnel feito por alguém. Não sabia exatamente onde estava entrando, mas só queria se esconder de Poppy.

Toph desceu... Desceu... Quando estava longe o suficiente para que ninguém a encontrasse, ela finalmente parou de correr e sentou no chão, ofegante.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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