(POV Violetta)
  Eu estava no meu quarto dando uns ajustes em uma nova canção quando escutei meu pai me chamando lá da sala. Pelo jeito, ele já tinha terminado sua conversa particular com a Angie, Ramalho e Olga.

Não entendo porque ele quer falar do mesmo assunto só que em particular comigo. Não sou mais criança, acho que posso participar de uma conversa com adultos, sendo que o assunto é exatamente o mesmo.
 

Quando finalmente entrei no escritório do papai, Angie - que tinha recentemente se casaco com meu pai - passou por mim um pouco pálida, dando tapinhas nas minhas costas, assim como Olga e Ramalho que pareciam assustados.
 

Me sentei na cadeira um pouco receosa. Estava com medo do que poderia ter acontecido para eles terem saído daquele jeito.

- Oque aconteceu? - Perguntei.

Meu pai parecia não saber como me dizer seja lá oque for que ele queria me contar. Mas eu torcia para que ele não estivesse querendo sair do país e me levar junto.

- Não sei como te dizer.

- Não vamos nos mudar, vamos?

- Não, não... não é isso.
 

Me mexi desconfortavelmente na cadeira, esperando meu pai continuar a falar.

- Escuta, filha. Quando você tinha um ano, eu e sua mãe tivemos uma briga muito séria e nos separamos por um tempo.
-

Não estou entendendo nada. Oque está querendo me contar? - Perguntei, impaciente e com medo do que ele poderia querer dizer.

 Ele olhou para os papéis em sua mesa, pegou um deles. Parecia um papel de carta, e tinha um envelope rasgado ao lado. Consegui ver um texto escrito com uma letra fina e desengonçada.

- Você tem uma irmã.

 Meu cerébro se embaralhou, e senti minha garganta se fechar. Não conseguia falar, a voz não saía.

- Uma oque? - Perguntei, minha voz saiu mais alta do que eu queria, mas não me importei.

 Oque ele estava falando não fazia sentido nenhum.