Trapaças: Na Conquista E No Amor escrita por Camila J Pereira


Capítulo 4
Cineminha


Notas iniciais do capítulo

Edward esta tentando uma aproximação.
Ele não perderá nenhuma oportunidade de estar com Bella.
Bella poderia estar também interessada nele?



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Edward



Naquela noite jantei com meus pais, Alice ainda não estava em casa. Tinha saído com o Jasper, não sabia se voltaria logo, mas quis esperar. Queria saber notícias de Bella.

Meus pais ficaram conversando sobre as longas e cansativas reuniões de que estavam participando e dos avanços acadêmicos dos seus alunos. Eles estavam felizes, o que me deixou feliz também.

– E você Edward, como vão as coisas na transportadora?

– Melhor impossível pai. Fechamos mais um novo contrato. Com a livraria Preston.

– Filho que bom! - Minha mãe exultou de felicidade por mim. - A Preston é uma ótima empresa.

– Pretendem ampliar a frota?

– Do jeito que as coisas andam, vamos ser obrigados. - Falei orgulhoso. E nesse momento ouvimos a porta abrir. Logo em seguida Alice aparece na sala.

– Oi para todos! Sua voz era animada como sempre e foi assim que beijou cada um de nós. Planejava ficar a sós com ela o quanto antes para perguntar sobre Bella.

– Como foi o jantar com o Jazz? - Esme perguntou para Alice.

– Ótimo como sempre. Não quisemos abusar porque amanhã vamos sair. - Alice sentou ao meu lado, de frente para nossos pais. - Vamos todos pegar um cineminha amanhã. Eu, Jazz, Rose, Emm, Âng, Eric e Bella. - De repente fiquei muito atento para o discurso dela.

– Bem, parece que falta o...

– Jacob, mãe. - Alice completou e suspirou. - Ele anda trabalhando muito, Bella vai sozinha. - Automaticamente virei meu rosto em direção à minha irmã e sorri. Ela captou o meu sorriso. - Não, não e não.

– Não o quê, filha? - Carlisle perguntou.

– Acho melhor vocês colocarem um pouco de juízo na cabeça do meu irmão. Levantou apressada.

– Do que ela está falando, Edward? - Meu pai ficou ainda mais perdido e a minha mãe também.

– Nada. - Levantei de um salto e peguei Alice pelo cotovelo. - Vamos ter uma conversa lá em cima. Com licença. - Arrastei a minha irmã até o seu quarto. Fechei a porta e me virei para ela. - Então, isso é verdade? - Estava ansioso. Como mágica uma gama de possibilidades à minha frente.

– É sim. Jacob não vai, mas ela disse que iria assim mesmo.

– Isso é magnífico! O destino está agindo a nosso favor. - Sorri abraçando a minha irmã.

– O que pretende fazer?

– Não é óbvio? - Afastei-me dela. - Vou ao cinema amanhã.

– Ed! - Ela choramingou.

– Para com isso e me diz logo pra qual cinema devo ir e qual o horário.

Alice não teve escolha, se ela não o fizesse, Jazz faria então, me deu todas as informações que eu precisava. Desci as escadas projetando o dia de amanhã. Bella e eu em um cinema? Isso parecia fantástico.

Meus pais estavam conversando e quando me viram quase pulando de felicidade perguntaram novamente o que estava acontecendo.

– Ele está louco! - Alice falou descendo as escadas atrás de mim. - Quer conquistar a Bella. - Essa nanica e a sua boca grande.

– Bella? - Os dois falaram e se entreolharam.

– Mas ela não tem namorado? - Minha mãe perguntou.

– Ainda tem. - Respondi.

– Se você ousar magoá-la arrancarei seus os ossos enquanto ainda respira. Ameaçou-me.

– Não vou fazer isso. Bella é especial.

– Acha prudente tentar conquistar uma garota que é comprometida? - Carlisle perguntou tentando me fazer refletir. Já tinha feito isto e a cada momento achava que Bella deveria estar comigo e não com qualquer outro homem.

– Pai, ela não é comprometida. É um namoro. Frágil. Facilmente finito.

– Acha mesmo isso? Não faça nada de que possa se arrepender depois.

– Não farei. Estou apaixonado, pai. Perdidamente apaixonado e não vou sossegar até que ela esteja ao meu lado. - Carlisle encarou-me por alguns segundos e depois suspirou dando-se por vencido ao constatar a minha determinação.

– É a primeira vez que escuto você dizer que está apaixonado.

– Devem levar isto em consideração então. Ele assentiu.




Bella



Dormi super bem à noite e pela manhã continuei deitada na cama, mesmo depois de ter acordado muito tempo antes. Meu celular tocou no criado-mudo e eu o peguei, imaginando quem estaria me ligando uma hora dessas num sábado. Era Rose, tinha que ser algo sério para ela ligar tão cedo.

Quando atendi ao telefone não consegui entender nada. Podiam-se ouvir apenas gritos do outro lado da linha. Havia uma mulher muito histérica ao telefone. Afastei o celular da orelha para não ferir os meus tímpanos. Ela chorava e ria desesperada e eu não entendia nada que ela falava. Depois de alguns minutos quando ela finalmente se acalmou eu entendi.

Meu irmão tinha pedido a sua mão em casamento pela manhã. Ele encomendou um café especial para os dois e flores para ela e então a pediu. Eu fiquei extremamente feliz por eles, realmente foram feitos um para o outro. Logo que eu a parabenizei ela apressou-se para desligar, tinha que dá a notícia para Alice e para as outras pessoas. Só Rose mesmo, mal foi pedida em casamento e já está anunciando para todo mundo. Acho que não deu tempo nem de tomar o café.

Estava decidida a fazer tudo lentamente neste dia. Fiz a minha higiene matinal bem devagar e desci para tomar café com meus avós. Dei a notícia para eles e minutos depois meu irmão liga para falar sobre o acontecimento. Eles ficaram muito felizes pelo neto noivo. Meus pais ligaram para lá e a minha mãe não continha-se de alegria.

Falamos um pouco por telefone, fiquei sabendo das novidades da viagem. Passei o resto da manhã com meus avós, lendo e conversando sobre vários assuntos. Á tarde dirigi-me até minha casa para ver se tudo corria bem por lá e começar a me arrumar para o cinema. Sentia-me confiante como se nada pudesse me abalar. Uma sensação boa me invadia e eu quis curti-la, até o efeito Edward havia passado. Agora pensava que foi por causa da sua beleza que pensei estar atraída.

Fiquei um tempo olhando para as minhas roupas e optei por um vestidinho azul simplório. Já que não tinha meu namorado para impressionar e ficaria sozinha mesmo. Quer dizer, sozinha não, porque me sentia muito a vontade com meus amigos, mas lá no cinema é claro que aconteceriam beijos entre os casais. Sim, eu seria uma vela hoje.

Quando cheguei ao local combinado, dei de cara com Rose, Emm e para a minha grande surpresa... Edward. Um Edward pior do que eu poderia ter imaginado. Ele estava lindo, calça branca e blusa cinza que mostrava bem o seu físico. Desde quando eu prestava tanta atenção para o físico de outro homem? Desde o momento em que ele deu pela primeira vez esse sorriso torto super atraente que ele estava me dando agora.

Quando os alcancei, Rose não permitiu que eu falasse com ninguém, agarrou-me em um abraço e ficou pulando mostrando o anel de noivado. Ela estava muito feliz e orgulhosa. Bem, ele era mesmo muito bonito... O anel, é claro. Sim o anel era bonito, meu irmão tinha bom gosto. Parabenizei-a mais uma vez e meu irmão agarrou-me também num abraço de urso que quase me sufoca.

Por fim, virei para Edward que durante o tempo todo não tinha tirado os seus incríveis olhos verdes de mim. Observei seu rosto com calma, seu nariz reto, seus lábios vermelhos, seu queixo firme, a barba feita. Ele também me observou da mesma maneira e depois cortou o silêncio.

– Bella. - Sua voz saiu clara e precisa. E um sorriso surgiu novamente no canto dos seus lábios.

– Edward. - Respondi da mesma maneira e ele deu-me um beijo no rosto. Pude sentir o cheiro do seu perfume misturado com a colônia de barbear.

– Não sabia que viria.

– Vim te salvar. Ele suspirou.

– E qual perigo eu corro?

– De ficar conhecida como a maior segura vela da história. - Eu tive que rir dessa.

– Eu sobreviveria, mas obrigada de qualquer maneira.

– Faço isso com prazer. - Por que ele tem que ser tão sexy? - Serei uma ótima companhia. Eu juro.

– Obrigada. - Emmet pigarreou ao meu lado e olhou para Edward que devolveu o seu olhar e eles pareciam conversar assim. Eu não entendi nada, mas fiquei vermelha.

Logo depois disso, Alice e Jasper chegaram quase ao mesmo tempo em que Ângela chegava com o Eric. Rose mostrou novamente seu anel para elas enquanto os garotos se apresentavam para o Eric. Lice parecia uma pipoca pulando de felicidade pela amiga. Depois que a sessão euforia acabou compramos nossos ingressos para a próxima sessão, uma comédia romântica e muitos mantimentos para comermos durante o filme.

Ficamos sentados assim: Eric na parede, Âng, Rose e Emm. Sentei atrás de Eric, Ed ao meu lado, Jazz e Alice. Eu e Ed quase morremos de rir o pior é que ás vezes nós ríamos sem mesmo haver graça e todos pediam que ficássemos quietos. Emm lá na frente lançava uns olhares estranhos para nós dois, mas eu ignorei e Ed também.

Nunca imaginei que iria rir tanto assistindo a um filme com Edward. Porém, houve um momento bastante tenso. Faz parte de todo filme de comédia romântica um momento mais calmo e sentimental e foi nesse momento quando estávamos sérios que o clima mudou.

Edward debruçou-se por cima do braço da cadeira, deixando o seu próprio braço em cima dele. Minha mão direita estava sobre o joelho direito e não sei se foi algo natural ou não, mas a mão dele deslizou tocando a minha suavemente. Droga! Eu estremeci com o toque suave.

Senti seus dedos gelados sobre os meus e por um momento eu não me mexi e nem ele, mas depois ele começou a fazer movimentos circulares com as pontas dos dedos na minha mão. Aquilo estava estranho, porque sentia-me totalmente confortável com o gesto, mas algo na minha consciência gritava para que eu me afastasse. Tomei coragem para encará-lo e ver se aquilo estava passando dos limites da amizade.

Edward não olhou para mim de imediato, ficou encarando a grande tela sem parecer importar-se comigo. Talvez fosse coisa da minha grande cabeça doente. Edward sabia que eu tinha namorado e eu sou irmã do amigo dele. Provavelmente ele gostaria da minha amizade e eu fico aqui formulando teorias bizarras.

Mas olhando para o seu rosto sob a penumbra do ambiente, dei-me conta de qual perfeito o seu rosto é. Mais uma vez peguei-me analisando as suas formas, as grossas sobrancelhas, o pescoço com a pele branca e... Ele olhou para mim e sobressaltei-me. Forcei-me para continuar olhando para ele, afinal não estava fazendo nada demais.

Mesmo que eu quisesse desviar do seu olhar, seus olhos prenderam os meus novamente. Fitava-me como se estivesse à frente de algo extraordinário e seus olhos desceram até meu nariz, depois até meus lábios e sem perceber acabei entreabrindo-os. Soltei o ar que prendi esse tempo todo e sua mão pressionou a minha e por um momento perdi a noção dos meus atos. Só percebia que Edward estava ainda mais próximo de mim, seu rosto a poucos centímetros do meu e então despertei com a gargalhada geral e afastei-me dele, soltando também a minha mão. Encarei a tela a minha frente sentindo o olhar de Edward em mim ainda.

Meu coração disparou. O que foi isso afinal? Íamos nos beijar? Não, não íamos. Foi impressão minha. Só pode ter sido, ele não iria fazer uma coisa dessas. Tudo que ele não faria sozinho eu estava... Fora de mim. Carente, com saudades do meu moreno. Oh! Eu sou quase uma adultera! Fechei os olhos por um momento e quando abri vi pela minha visão periférica que ele estava olhando para frente também.

Respirei fundo colocando uma mão no coração e a outra praticamente escondendo o meu rosto na direção dele. Edward remexeu-se inquieto ao meu lado. Ele pegou a mão que mantinha no rosto e a beijou, depois a colocou sobre a minha perna e deu um tapinha.

– Esta perdendo o filme. - Disse simplesmente. - O que há? Esta desatenta, Bella.

Olhei para ele como se ele fosse um ser de outro universo. Eu tive um sonho bizarro e não sabia que peguei no sono? Ele estava agindo normalmente e começou a rir novamente do filme. Pois é, Bella. Você pirou. Aos poucos voltei a minha atenção novamente ao filme e consegui dar alguma risada ainda. Estava sentindo-me estranha, uma idiota. Edward não estava dando em cima de mim, eu é que estava maluca.

– Achei o filme muito engraçado. - Ele disse quando estávamos saindo do cinema ainda vermelho de rir eu deveria estar parecida com ele, feito tomate.

– Eu adorei. - Aprovei. Conversamos um pouco sobre o filme até que Jasper se manifestou:

– Então vamos para a boate agora ou querem comer algo antes? - Jazz perguntou para todos.

– Mais do que comemos? - Perguntei lembrando-me de todas as coisas que tínhamos comprado e que havia desaparecido durante o filme.

– Podemos ir direto para a boate, qualquer coisa comemos alguns petiscos lá mesmo.- Alice sugeriu.

– Então vamos. - Ed me pegou pela mão e eu senti uma eletricidade pelo corpo novamente. Levou-me assim até o carro. - Entre. - Abriu a porta e esperou que eu entrasse, depois foi para o banco do motorista e seguimos até a boate.

No carro Ed conversou pouco e mal deu um sorriso, parecia estar tendo uma conversa íntima, achei estranho depois de toda aquela euforia no cinema, mas o respeitei. Quando chegamos à boate meu irmão foi para o seu escritório que ficava no andar de cima ver como andavam as coisas. Nós procuramos uma mesa no fundo e sentamos o lugar já estava cheia àquela hora.

– Que pena que o Jacob não pôde vir. - Ângela falou ao meu lado.

– Também acho, mas não faltarão oportunidades. - Remendei. Virei para meu outro lado e Ed estava calado apenas bebendo o seu drinque. Levantei uma sobrancelha e alfinetei. - E você, não vai à caça hoje? - Ele parou o copo no ar e me olhou sério.

– Quer se livrar de mim por acaso? - Disse ácido demais para o meu comentário inofensivo.

– Não. Apenas te liberando de passar a noite toda ao meu lado. Você pode se divertir á vontade.

– Eu estou me divertindo muito. - Ele pousou o copo na mesa com uma cara muito séria contradizendo as suas palavras.

– Não parece. - Eu ri. - Não entendo. A poucos minutos você estava vermelho de tanto rir e agora...- Eu fiz um gesto vago.

– Pensamentos... - Ele foi ainda mais vago.

– Pensamentos? - Ele assentiu. - Que tipo de pensamentos? - Ele pegou o copo.

– Nada bons. - Bebeu todo o líquido do copo, baixou- o na mesa e não deixei de ficar apreensiva por ele.

– Melhor deixar esse tipo de pensamento para lá. - Ele colocou um braço atrás da minha cadeira e o outro na mesa inclinando o corpo em minha direção, fazendo com que nos aproximássemos muito.

– Me diga como. - Sua voz era sensual e fiquei um pouco tonta com a sua proximidade.

– Podemos começar dançando. - Disse fingindo não notar o clima que pairava no ar. Ele me encarou por um momento e depois deu seu sorriso torto.

– Eu vou para o inferno mesmo, então tenho que aproveitar. Vamos para a pista. - Edward pegou-me pela mão e tomamos nossa posição na pista. Não sabia sobre o quê ele estava falando, mas deixei para lá, afinal, estava maluca mesmo.




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