Trapaças: Na Conquista E No Amor escrita por Camila J Pereira


Capítulo 43
Plano C


Notas iniciais do capítulo

Exatamente, quem leu o titulo deve estar em expectativa.
Edward executará o plano C e este não tem comparação com os outros, porque este é um plano de vingança e não para conquistar a garota que ama.
Então...segurem o fôlego e boa leitura!



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Edward

- Certo Jazz, amanhã continuaremos com isso. Temos que mandar alguém dar uma olhada nos novos caminhões antes de realmente comprá-los. - Falei guardando alguns papéis na gaveta sob a minha mesa e levantando apressadamente. Queria sair logo para ver Bella.

- Amanhã falarei com os rapazes. Vai tudo dar certo. - Jazz confirmou e eu assenti. Enfim estávamos aumentando a frota.

- Agora tenho que ir. Farei uma surpresa a minha namorada ocupada. Acredita que ela está novamente sozinha no escritório hoje? - Jazz riu.

- Quem diria que você se apaixonaria tão loucamente e que se transformaria em um namorado tão dedicado.

- Nem eu mesmo acreditaria se me contassem a algum tempo atrás. Por ela, eu faria tudo...

- Eu estou orgulhoso, por isso e por você ter esquecido o Black. Que bom que viu que não valeria a pena uma vingança. - Parei já em pé olhando-o. Ele estava enganado, eu não havia esquecido nem por um minuto. - Não vai me dizer que...

- Jamais esquecerei. Ele não sabe o que eu sou capaz de fazer quando pisam em meu calo. - A minha animação tinha ido completamente embora dando lugar ao meu rancor. Black iria me pagar por ter se metido no meu namoro com Bella.

- Edward.... Vingança não é uma boa conselheira.

- Ele merece uma lição Jasper, mas este momento não falarei sobre isso. Estou indo ver Bella e não pretendo pensar no Black agora. - Jazz encarou-me por alguns instantes, preocupado. Ele estava temeroso, Jasper sabia que eu faria algo para acabar com o Black e ele termia por mim.

Peguei o meu carro e tentei de todas as formas esquecer o Black um pouco. Lembrei então do final de semana que passei com Bella na casa de seus avós antes do casamento de Emmet. Foi um belo final de semana em família e eu me sentia tão bem entre eles que pareciam meus próprios avós. Eu tinha uma afinidade tremenda com Katherine, nos entendiamos apenas com um olhar e vi que Bella percebeu. Mas o plano que iria executar para ajudar Reneé estava me deixando com medo. Se desse errado o meu relacionamento com Bella poderia ir para os ares e isso era a última coisa que eu queria.

Naquela semana voltei a fumar como um desesperado no corredor da morte. A minha ansiedade estava visível, eu sabia, mas não conseguia de forma alguma me manter mais controlado. Um dia enquanto estava na varanda fumando Bella me abordou, perguntando o que estava se passando. Dissimulei, é claro, mas ela estava cada vez melhor em se tratando de ver através de meus pretextos. Ela era incrível. Eu apenas a enrolei com uma boa noite de amor. Isso seria fundamental porque no dia seguinte seria o jantar com Charlie e Reneé... Eu apenas falei que o jantar seria com o pai dela. Teria que me preparar para o momento da descoberta dela.

Bella ficou uma ferra ao ver Reneé parada na porta e ela mal acreditou quando nos cumprimentamos educadamente. Ri ao lembrar a carinha de brava que ela fez, aquele beicinho lindo fazendo bico é a coisa mais linda, suspirei.

Pensei que não iria conseguir convencê-la de permanecer no jantar, mas Bella deu-nos uma chance. Tinha pensado em manter o ambiente bem descontraído, família mesmo, para que ela se sensibilizasse, mas enquanto eu e Charlie conversávamos, Bella se mantinha distante fazendo com que Reneé se mantivesse assim também. Meu coração parou quando Reneé sugeriu que elas duas permanecessem na cozinha dando conta da louça. E fiquei apreensivo quando Bella mostrou resistência, foi preciso à interferência de Charlie, mas ela cedeu.

No sofá, Charlie e eu tentávamos disfarçar, mas estávamos preocupados. Não se podia ouvir nenhum ruído vindo da cozinha. Não sabíamos se isso era bom ou ruim. Minutos depois nós dois estávamos sorrindo ao vê-las entrando na sala abraçadas como deveria ser. Meu coração ficou aliviado por pelo menos isso estar resolvido.

Dias depois nossas famílias estavam reunidas pela primeira vez no casamento do meu amigo e cunhado Emmet. Foi um dia perfeito, me senti em paz como sempre ao lado dela e de sua família. Em dado momento prometi em um sussurro em seu ouvido que logo seríamos nós os noivos.

O mês passou rapidamente, mas mesmo os dias felizes ao lado de Bella não me fez esquecer que eu tinha que dar uma lição no Black. Nem mesmo a boa vontade de Reneé em me tratar bem, nem isso me fazia esquecer.

Nesse momento já estava perto do escritório de Bella e antes de estacionar o carro vi o carro do Black saindo em disparada. O que...? Parei perplexo tentando entender o que aquele miserável estava fazendo ali. Não acreditava na coragem daquele cara de pau em estar atrás da minha namorada depois de tudo.

Estacionei de qualquer jeito e entrei correndo no prédio. Apertei o botão do elevado, mas não tive paciência de esperá-lo, subi correndo pelas escadas. Vi que a porta do escritório dela estava aberta, isso era incomum e não tive como não ficar apreensivo. Entrei chamando por ela, mas não houve resposta. Vi a sua bolsa e algumas outras coisas espalhadas pelo chão. Senti meu coração disparar e uma veia martelava em minha têmpora. Voltei pelo caminho que fiz até o térreo correndo ainda mais. Procurei o porteiro e o interceptei.

- Boa tarde amigo. Por favor, pode me dizer se Isabella Swan saiu do prédio?

- Isabella... Sim. - Ele pareceu pensar. - Ela saiu e não faz muito tempo. - O que aconteceu? Para onde Bella teria ido?

- Obrigado. - Voei até meu carro e segui cantando pneus para a casa dela, mesmo sem saber ao certo se ela teria ido para lá. Se aquele miserável tivesse feito alguma coisa com ela eu o mataria.

Disquei para a casa dela desesperado, mas ninguém atendia. Voltei a discar mais duas vezes e nada. Joguei meu celular no outro banco e continuei acelerando. Logo estava na frente da casa dela e tocava a campainha. Bella abriu a porta em seguida e eu mal continha a minha raiva e meu desespero.

- O que aconteceu em seu escritório? - As palavras saíram com dificuldade já que não conseguia nem abrir meus lábios de tanta raiva que sentia do Black. Bella apenas arfou e abriu a boca parecendo surpresa. - O que aconteceu, Bella? - Repeti sem paciência. - Vi aquele miserável saindo do seu escritório, logo em seguida vejo tudo abandonado lá. O que aconteceu?

- Você... Esteve lá? - Sua voz saiu falha e as suas sobrancelhas estavam parcialmente arqueadas e unidas... Estava com medo. - Queria me fazer uma surpresa? - Suspirei impaciente com a débil tentativa de prolongar a resposta.

- Bella! - Chamei-lhe a atenção com a voz um pouco elevada.

- O que? Está gritando comigo? Eu não vou admitir isso.

- Pára! Fala de uma vez o que que quero saber ou terei que arrancar daquele idiota? Por que deixou a porta do escritório aberta? Por que suas coisas estavam espalhadas no chão? Por que deixou a sua bolsa lá?

- Fica calmo. - Ela pediu.

- Fala. - Exige.

- Jacob esteve lá. Ele bebeu, pelo menos senti o cheiro forte de álcool vindo dele. - Continuou agitada.

- Está tentando justificar? - Não acreditei.

- Não! É claro que não. Edward, ele está fora de si. Por favor não se meta em confusão, não faça nada.

- O que ele fez?

Bella ficou ainda mais agitada e virou-se, me deixando parado na porta. Eu a fechei e a segui até a sala.

- Não vai me dizer? - Parei em sua frente. - Bella! - Segurei-a pelos pulsos.

- Ai. - Ela gemeu e se contraiu de dor, imediatamente afrouxei as minhas mãos.

- Desculpe. - Lamentei ter apertado forte. Não queria machucá-la.

- Não foi sua culpa. - Ergui seu pulso esquerdo e vi uma mancha roxa naquela região.

- O que foi isso? - Olhei para ela já suspeitando. Ergui o seu outro pulso, ela tentou retirá-los de minhas mãos, mas eu a detive. O outro não estava apenas um pouco avermelhado. - Ele fez isso?

- Edward, me escute, por favor. - Ela implorou.

- Vamos para a delegacia agora! Você vai prestar queixa contra esse desgraçado!

- Não!

- Não?! Ele te machucou e poderia ter sido ainda pior.

- Jacob está sem rumo e desesperado.

- Isso foi perigoso. – Ignorei a tentantiva dela de me comover. - Aquele desgraçado merece uma surra e merece ser preso.  E se ele tentar de novo?

- Por favor, amor... - Bella tocou em meu rosto com suas mãos frias e trêmulas. - Deixemos como está.

- Você deve estar brincando.

- Não estou. - Ao analisar seu rosto percebi que ela estava mesmo falando sério.

- Se importa tanto assim com ele? - Falei sentindo aquela dor familiar no peito.

- Só me entristece vê-lo infeliz.

- Que se dane!

- Edward, por favor. - Seus dedos tocaram levemente meus lábios me repreendendo. - Por favor. - Pediu novamente antes de selar nossos lábios com um beijo doce.

- Eu quero matá-lo. - Ela me beijou novamente. - Se ele não for preso eu o mato. - Bella deu-me um selinho mais longo.

- Não fala bobagens. - Falou ao interromper nosso beijo e me olhar nos olhos. Eu levei a minha mão até a sua nuca e deixei meus dedos entrarem em seus cabelos segurando-os firme e a outra mão em sua cintura.

- Se ele tocar novamente em você, eu o mato. - Falei sério e a vi estremecer em meus braços. Ela tinha acreditado e era mesmo para acreditar. Antes que ela falasse alguma coisa, beijei-a novamente, mas agora não foi apenas um toque carinhoso de lábios, mas um beijo profundo e exploratório que a fez gemer.

- Meninos... - Ouvi a voz de Reneé e nos separamos.

- Oi, mãe. - Bella foi a primeira a responder.

- Oi, Reneé. - Ela tinha acabado de entrar e beijava Bella, depois ela se virou para mim e fez o mesmo.

- Que carinhas são essas?

- Nada. - Bella respondeu rápido. E não pude deixar de soltar uma risada perversa e irônica. – Reneé olhou de mim para Bella, notando que as coisas não estavam boas. – Edward está com mau humor hoje.

- Tenho motivos legítimos.

- Não começa, meu amor. - Bella pediu.

- Não, não vou começar, se quer assim. - Falei com um falso sorriso nos lábios. Reneé ficou me olhando sem entender nada.

- Vamos jantar juntos? - Ela mudou de assunto.

- Na verdade, estou sem fome, e já estou indo.

- Já vai embora? - Percebi que Bella viu como sempre o que vinha por trás da minha resposta. Eu queria ir embora para resolver essa questão.

- Já.

- Fica um pouco mais. - Traduzindo: Quero manter você sob minha vigília.

- Hoje não querida. - Sorri amarelo.

- Mas... - Eu a beijei para calá-la.

- Te ligo mais tarde. - Dei um beijo no rosto de Reneé. - Até mais.

- Até mais. - Reneé respondeu.

Sai da casa de Bella determinado a acabar com a raça daquele idiota, por ter tentado machucá-la. Ela pediu para deixar como está, mas isso era impossível. Eu tinha que pelo menos nesse momento extravasar a raiva que eu sentia.

Ainda me lembrava do endereço do desgraçado. Afinal fui buscar a Vic no apartamento dele depois do flagra que Bella deu neles. Quando cheguei no prédio não sabia bem o que fazer, não poderia simplesmente entrar, com certeza ele não me receberia. Para a minha sorte e total azar dele, enquanto eu estava considerando o que fazer vi seu carro aparecer ao olhar pelo retrovisor. Sai do meu carro rapidamente e me mantive na frente do seu para pará-lo. O Black buzinou repetidas vezes para que eu saísse da frente.

- Sai do carro, desgraçado! Saí e vamos resolver isso! - Gritei raivoso. Ele enfim saiu e eu avancei nele. Foram três socos seguidos, estava cego de raiva e queria mesmo matá-lo.

Ele se equilibrou no carro e senti o cheiro forte de álcool vindo dele. Não iria mais bater nele, não enquanto estivesse alcoolizado.

- O que fez com Bella não ficará assim. Eu vou acabar com a sua vida. - Black me olhou, mas não expressou nenhuma reação. Ele apenas tentava estancar com a mão o sangue que saia do seu supercílio.

Senti meu celular vibrar em meu bolso, antes de me virar e voltar para o meu carro, percebi muitas pessoas em volta nos olhando assustadas e curiosas. Entrei em meu carro e um plano se formava em minha mente. Ignorei o celular e segui para a casa de uma pessoa que julgava me ajudar nessa. Durante o caminho o meu celular tocou algumas outras vezes, mas eu não queria falar com ninguém agora, não queria se persuadido a não executar meu plano.

Toquei a campainha da casa que a algum tempo não visitava. Logo um rosto conhecido surgiu a minha frente. Pareceu surpreso, mas depois se alegrou dando um sorriso e me abraçando.

- Por favor, entre cara. - Drew um amigo de faculdade que costumava a andar comigo, Jazz e Emm.

- Desculpe aparecer sem avisar. - Falei já entrando.

- Sente-se, por favor. Cerveja? - Ele me ofereceu.

- Sim, por favor. - Sentei e aceitei a cerveja, eu precisava de algo para relaxar nesse momento.

- E então, pensei que demoraria mais para nos ver já que os vi no casamento do Emmet. Normalmente é assim. Uma vez por ano que nos vemos? - Ele trouxe duas latas e me ofereceu uma que peguei logo.

- Isso porque você é muito ocupado. - Ele riu.

- Sou eu o muito ocupado? Tudo bem, então. - Abrimos nossas latas e sorrimos. - Qual o problema? Parece tenso. - Ele sentou a minha frente.

- Preciso de um favor. - Falei sério.

- Fale, eu devo muito a você. Me ajudou muito durante a faculdade, tanto nos estudos quanto nas confusões que me metia. - Ele riu lembrando e eu também.

- Preciso de uma quantidade de drogas. - Drew ficou paralisado olhando para mim sem dizer nada. - Pode me ajudar?

- Espera um pouco. - Ele ergueu as mãos para que eu desse um tempo no que eu falava. - Para quê?

- Não é para mim, preciso de drogas para... Quero acabar com a carreira de uma pessoa. - Desabafei.

- Wow! - Drew riu e deu um longo gole em sua cerveja, eu fiz o mesmo. - Isso é grave, Edward.

- Eu sei. Por favor, preciso disso e preciso de uma pessoa disposta a fazer um serviço.

- Eu não uso mais... - Ele riu novamente. - Não como antes... Conheço algumas pessoas, sei onde conseguir o que você quer, mas vou precisar de grana pra isso.

- Isso não é problema.

- Tem mulher no meio disso, não é? É a irmã do Emmet?

- Quero vingança.

- O ex dela. - Ele concluiu.

- Quero acabar com ele.

- Será como você deseja, amigo. - Ele falou sombrio.

Meia hora depois sai da casa do Drew com o plano quase todo esquematizado, eu poria um fim em tudo o que o Black tinha. Bella não queira denuncia-lo, mas se eu tivesse sorte ele seria preso, mas se não... O resultado de qualquer forma seria proveitoso.

Estava exausto quando cheguei em casa, minha cabeça estava pesada. Precisava fumar e dormir um pouco, mas quando abri a porta de casa, levei um susto. Um vulto estava em pé na sala na penumbra da noite. Acendi a luz para ver quem era.

- Onde você se meteu? - A sua voz tremula denunciava o seu nervosismo.

- Fui pensar um pouco.

- Não vem com essa! - Bella se aproximou tentando decifrar a minha fisionomia. - Liguei desesperadamente para você. Nem o Emmet, nem Jasper, nem a sua irmã sabiam onde você estava.

- Fica calma, não fiz nada de mais e estou aqui agora. - Aproximei-me dela e acariciei seus braços, reconfortando-a. Ela me abraçou apertado e retribui.

- Fiquei preocupada.

- Shiii, estou aqui. - Acariciei seus cabelos. - Vamos dormir um pouco, é disso que precisamos agora.

Bella não perguntou mais nada, ficamos abraçados por um tempo infinito, nos acariciando. Demoramos de pegar no sono, mas só me lembro de ter acordado um pouco atrasado no dia seguinte.

Bella

Edward pareceu não ter feito nada de mais mesmo e eu resolvi deixar tudo como estava. Demoramos em dormir naquele dia e acordamos atrasados para o trabalho. Resolvi também trocar meu número, Edward achou sensato, assim Jacob não me importunaria mais.

Os dias passaram e minha preocupação ficava mais sem sentido a cada dia, afinal Edward não parecia mais disposto a cometer algum tipo de loucura contra o Jacob. Não tive mais notícias dele, nem mesmo por minha mãe. Talvez ele tivesse se arrependido e com vergonha, o que o fez me deixar em paz finalmente. Isso bom porque não sabia o que Edward seria capaz se ele se aproximasse de mim novamente.

Uma semana passou e as meninas queriam sair. Rose estava radiante como a nova senhora Swan. Angela parecia sonhadora demais, desejosa de também se casar e Alice já fazia planos para um casamento fictício. Era sempre muito divertido ficar com elas e eu adorava as meninas.

Enquanto tomávamos nosso sorvete caminhávamos pela orla e passamos por uma banca de revistas. Paramos diante dela e corremos os olhos pelas notícias das capas das revistas. Ao passar por um jornal prestei mais atenção ao ver a foto de Jacob. Não era a notícia da capa, mas estava em um quadrado menor. Peguei rapidamente o jornal e abri na página indicada da matéria.

Estaquei ao ler os relatos contidos ali. Não era possível, não podia ser verdade. Jacob não teria feito isso consigo mesmo. Ele estaria tão sem rumo assim? Senti meus olhos encheram de lágrimas, me entristecia saber disso tudo.

- Bella o que foi? - Alice percebendo o meu estado ficou junto a mim abraçando-me.

- Jacob... - Mostrei o jornal a ela que leu a matéria e a medida de fazia isso arregalava os olhos.

- Caramba... - Foi tudo o que ela pode dizer.

- O que foi meninas? - Rose perguntou.

- Jacob foi detido ao ser encontrado com drogas. - Alice falou por mim.

- O quê? - Angela perguntou.

- Aqui tá dizendo que ele estava realizando um trabalho em uma boate e ele foi pego com drogas, tinha extasy e maconha e ele parecia estar drogado no momento da abordagem.

- Jacob envolvido com drogas? - Eu não podia acreditar.

- Infelizmente Bella, qualquer um pode se envolver. É fácil e rápido. - Alice falou.

- Ele precisa de ajuda. - Falei me sentindo na obrigação de ajudá-lo de alguma forma.

- Tá louca? - Rose quase gritou. - Isso não tem nada a ver com você e nesses casos é melhor você ficar longe.

- Além do mais meu irmão não permitiria que se aproximasse dele. - Alice continuou.

- Jacob já te fez muito mal, Bella. O melhor é esquecer ele. - Angela disse.

Mesmo com as tentativas das meninas me distraírem, nosso passeio não foi mais o mesmo. Estava pensando em como Jacob estaria. Se ele já tinha sido liberado, o porquê dele se envolver com isso. Estava mesmo preocupada com ele.

Embora não estivesse animada, resolvi ir com todos para a boate do Emmet. Antes de ir, ao chegar em casa, falei com Reneé sobre o ocorrido e ela ficou surpresa e decepcionada. Não falamos nada para o Charlie, mas sabíamos que ele logo saberia.

À noite Alice me liga dizendo que não iria mais a boate. Eu estranhei porque ela foi a que mais estava animada como sempre, ela usou a desculpa da cólica, mas mesmo assim fiquei com pé atrás. Minutos depois Edward aparece para me levar. Ele parecia nervoso e preocupado.

- O que foi? - Perguntei já no carro.

- Alice ligou para você? - Perguntou desconfiado.

- Sim, por quê?

- E... O que ela disse?

- Vocês brigaram? – Imaginei uma possível discurssão entre os irmãos, já que Alice cancelou a sua ida a boate e ele estava estranho.

- Sim. - Ele hesitou. - O que ela disse?

- Nada, só que não estava se sentindo bem e que não iria para a boate. O que aconteceu entre vocês?

- Prefiro não falar sobre isso agora.

- Mas irá falar. - Cobrei, mas Edward não falou mais nada.

- Leu os jornais hoje? - Perguntei mudando de assunto.

- Sim.

- Jacob foi detido. - Vi os nós dos dedos dele ficarem mais tensos sobre o volante.

- Ele teve o que mereceu. - Falou agressivo.

- Não consigo entender... Jacob com drogas?

- Ele não presta Bella. Você não vê? Ele tentou arruinar o nosso namoro, ele tentou atacar você. Não sei por que ainda tenta defendê-lo. Jacob Black merecia ser preso muito antes e merecia muito mais do que isso! - Ele gritava enquanto dirigia.

- Eu só... - balbuciei.

- O quê? Não consegue acreditar que seu ex-namoradinho não era perfeito?

- Eu sei que as pessoas não são perfeitas e você não precisa gritar.

- Desculpe... Estou tenso. Alice... - Ele balançou a cabeça. - Por favor, deixe o Black para trás, ele é passado. - Edward pegou a minha mão e a levou até seus lábios.

Não disse mais nada. A falta de controle de Edward revelava que o que houve com Alice foi sério. Encontramos com Emmet, Rose, Eric e Angela na boate, mas o clima não era o dos melhores. Estava duplamente preocupada agora e curiosa. O fato de que Jacob havia sido preso me intrigava e a briga de Edward com Alice me deixava apreensiva, era quase como se eu estivesse prevendo algo ruim.

Minutos depois que chegamos, Eric dançava com Angela e Edward fora para o escritório com Emmet, de alguma maneira sabia que não seria nada bom deixá-los sozinhos. Estava bastante desconfiada no momento. Disse para Rose que subiria para trazê-los de volta, no que ela concordou.

Bati na porta antes de entrar eles pareciam sérios ao conversar. Param quando me viram entrar. Parei atrás de Edward e abaixei abraçando-o por trás.

- Oi. - Falei em seu ouvido. - Porque não voltamos para baixo e aproveitamos a noite? Você também Emmet.

- Por que escondeu o ocorrido em seu escritório? - Emmet olhava para mim com sobrancelhas arqueadas.

- Do que está falando?

- Edward acabou de me contar.

- Ele não deveria ter contado nada. - Olhei para ele que apenas olhava para Emmet sem desviar.

- Iria esconder para sempre?

- Não foi tão grave. - Encarei Edward furiosa e o soltei ficando ereta atrás dele.

- Não foi tão grave? – Repetiu incrédulo.

- Edward você não deveria ter feito isso. Agora será outro querendo vingança. - Eu o acusei.

- Porque esta tentando protegê-lo? - Ele reagiu virando para trás para me encarar.

- Não o estou protegendo. Só não quero que você e nem o Emmet se metam em problemas. E mais do que isso quero esquecer tudo. - Ele me encarou perplexo. Sem me dizer nada levantou, passou por mim e seguiu até a porta.

- Aonde vai Edward? - Perguntei assustada.

- Respirar. - Foi seco.

Ele saiu sem olhar para trás. Olhei para Emmet pedindo clemência.

- Por favor, não faça nada e não o incentive. Isso já foi longe demais. Quero que se mantenham longe de problemas. Jacob não voltou a me procurar. Paramos por aqui, certo?

- Bella, não peça isso.

- Emmet, conversamos depois. - Virei e desci as escadas procurando por Edward.

Não o encontrei dentro da boate então fui para a parte externa da frente. Ele estava em um canto fumando parecendo nervoso. Ele chutou uma latinha com fúria fazendo um barulho enorme na rua. Aproximei-me dele e toquei seu ombro delicadamente. Edward virou para mim e vi seus olhos sombrios. As sobrancelhas unidas, parecia cansado.

- Isso ainda vai te matar. - Peguei o seu cigarro dos lábios e o joguei no chão, pisando em cima depois para apagá-lo.

- Você vai me matar se continuar defendendo aquele cara. - Eu o abracei e senti seus braços devolvendo o abraço.

- Desculpe. - Falei em seu peito. - Não quero que me entenda mal, não quero defendê-lo, quero proteger você e meu irmão. Já notei que você gosta de briga tanto quanto o Emmet e isso pode acabar de maneira péssima.

- Tudo bem, vamos esquecer por hora. - Ele falou meigo e eu acreditei.


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