Angel escrita por Dayane Alves de Oliveira


Capítulo 41
Capítulo 41




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Seguindo o pensamento de Raphael, no dia seguinte ela continuou gentil e educada. Durante o café da manhã se controlou muito bem para não se render as provocações de Natália, que agora que sabia a verdade , insistia mais ferozmente.

Na escola, a mesma coisa. Ficou atenta á todas as aulas. E mesmo com os boatos sobre ela, não entrou em nenhuma confusão.

Quando finalmente Raphael á encontrou na loja (Maria havia permitido que ele fosse lá durante o intervalo dela), se sentiu ela mesma. Não chegaram a nenhuma conclusão do que fazer, se enfrentavam tudo de uma vez ou se esperavam para ver se a vó acreditaria na mudança da neta e á atribuía á Raphael.

Mas quem disse que precisavam de conclusões? Eles queriam ficar juntos, e era que isso que importava no momento. Se era certo ou errado, isso eles resolviam depois. O que contava agora, é que ele á queria, e ela precisava de seu carinho. De seus braços fortes para segura-la, de suas mãos quentes, do seu colo para se deitar. Dos concelhos. De saber que ele a fazia forte. Do seu beijo apaixonante. Da certeza que ele estaria lá por ela.

Mas ela sempre tinha que voltar ao trabalho, e assim os dias foram passando. Podiam ficar juntos até certo ponto, mas depois tinham que se separar, e lidar com a falta que um fazia ao outro.

Num dia qualquer, umas semanas depois, Raphael ligou para ela para fazer um pedido especial:

-Me encontra na cachoeira.

-Sabe que não posso.

-Mata aula amanhã.

-Fora de questão. Sou da sala da Natália esqueceu?

-Pede uma folga pra Maria então.

-Ela não vai deixar, já é boa demais deixando você vir aqui.

-Por favor.

-Por que tanta insistência?

-Preciso te mostrar uma coisa.

-O que?

-Você vai ver. Até amanhã. Tchau, beijo.

-Beijo.

Ela já ia inventando uma história para Maria, mas acabou contando a verdade e Maria concedeu a folga, desde que ela compensasse a falta depois.

Na tarde seguinte, como combinado, ela foi encontra-lo na cachoeira. Ao chegar, ficou parada observando ele na agua. Estava flutuando, de olhos fechados, como que dormindo. Angélica ficou imaginando no que ele estaria pensando, e Raphael abriu os olhos e á mandou entrar.

Ela sorriu, tirou a roupa e mergulhou;

-Ai! Nunca me acostumo com a agua gelada. –Disse ela já tremendo.

-Relaxa. –Disse ele rindo. –Presta atenção no que eu vou fazer. –Ele á pegou no colo.

-O que é isso? –Perguntou ela assustada.

-Faz o que eu disser. Relaxa o corpo. –Disse ele á fazendo se deitar sobre a agua.

-Hã?

-Vai! Respira fundo... relaxe o corpo... não pense em nada.

Ela fez tudo o que ele disse, mas acabou afundando quando ele levemente á soltou.

-Angélica! –Gritou ele fingindo estar com raiva.

-O que você está fazendo?

-Tudo de novo. Vai! –Ele á pegou no colo e fez tudo de novo. –Quando nadamos, controlamos a agua. Mas para flutuar precisamos meio que entende-la. Não é a força que conta, e sim o equilíbrio.

Ela gostou disso, respirou fundo e finalmente deixando a mente livre, conseguiu flutuar sobre a agua quando ele á soltou.

-Você entendeu? –Perguntou ele. Ela se levantou e disse:

-Mais ou menos.

-Sua vó é a agua. Mas é com você que está a escolha de flutuar ou afundar.

-Força e equilíbrio... –Disse ela pensativa.

-Ela tem a força. Se você quiser medir forças com ela não vai conseguir. O jeito é ter equilíbrio. E ficar sobre ela.

-Eu posso ser mais forte que ela.

-Não pode.

-Claro que posso. –Disse ela emburrada.

Ele respirou fundo e á puxou. Á envolveu com seus braços e á prendeu junto ao seu corpo.

-Me solta! –Gritou ela.

-Não!

-Para como isso! –Disse ela tentando desesperadamente se soltar, lutando impacientemente para que ele á libertasse, mas em vão. Ela se debatia o quanto podia, mas Raphael não a á soltou, até ela já estar cansada o suficiente:

-Viu?

-O que? –Respondeu ela ofegante.

-É a mesma coisa com a sua vó. Você acha que pode vencê-la, mas não pode. Ela sempre vai ser mais forte.

-E o que eu faço então?

-Ache o ponto de equilíbrio.

-Mas eu já melhorei bastante esses últimos dias.

-Eu sei. Mas vai precisar de mais daqui pra frente.

-Ta bom... Posso tentar de novo então? Acho que sei um bom ponto de equilíbrio mestre Raphael.

-Qual?

-Um muito bom... –Ela nadou até ele e o beijou.

Assim aproveitam a tarde juntos na cachoeira, estavam morrendo de saudades um do outro. Mas os momentos juntos pareciam que passavam tão rápido, que logo começaram a se imaginar passando o resto da vida juntos. Aliás, o resto não, mas toda a vida, que não teria graça se não fosse juntos.

E mais uma semana se passou. Fora os encontros com Raphael, Angélica estava entediada com toda essa história de fazer tudo certo como se fosse Natália. Mas assim como Natália, sabia que era tudo um disfarce, mas ao receber um elogio, entendeu por que a prima fazia aquilo: era mais fácil. Afinal, é preciso coragem para ser quem é, e aguentar as consequências disso. Mas fazer o certo também tinha seu lado bom, uma comodidade e conforto de que ela precisava.


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