Os lençóis da cama estavam uma bagunça. Emaranhados displicentemente em cima da cama estavam Naruto e Hinata. O cheiro de suor, sexo e um leve aroma floral eram apenas parte da evidencia do que se desenrolara no cômodo na noite anterior.

Peças de roupas estavam espalhadas. Uma calça social negra estava em cima da poltrona, Um sutiã vermelho de renda na maçaneta, uma cueca preta pendurada no abajur, uma calcinha também vermelha e rendada na beirada da cama, uma blusa azul celeste masculina próxima a cortina da janela e um vestido carmesim agarrado precariamente numa prateleira... Os sapatos (um par preto social masculino e o segundo de salto alto de cor nude) estavam em qualquer lugar pelo chão, pareciam que estavam com bastante pressa em se despir. Havia também duas taças em cima do criado mudo e uma pequena garrafinha um pouco mais distante exalando o aroma floral.

De volta em cima da cama tudo o que podia se distinguir era um emaranhado de cabelos azulados e por um momento um ponto dourado também pôde ser distinguido, mas com o movimento das duas pessoas, foi escondido novamente.

O primeiro a acordar foi Naruto e logo removeu suavemente o cabelo azulado do seu rosto, permitindo-se antes inalar o aroma das belas madeixas antes de removê-las completamente. Ele sorriu com as lembranças da noite anterior ainda bem vívida em sua mente. O loiro apertou ainda mais os braços ao redor do corpo feminino ao seu lado.

Hinata se mexeu manhosamente ainda com seu corpo em cima do corpo do marido. Ela não queria acordar, embora o seu corpo protestasse em alguns lugares familiares. A noite anterior pôs um sorriso constrangido no rosto da jovem mulher e um leve rubor em suas bochechas. Ao ver isso Naruto riu suavemente.

—Você ainda cora... E eu adoro isso em você! —Ele disse fazendo um carinho leve no couro cabeludo da esposa.

Mesmo com preguiça, Hinata se levantou rapidamente pegando a sua lingerie e vestindo rapidamente jogando a cueca de Naruto para ele.

—Ah! Bonequinha a visão estava tão boa... —Ele reclamou num ronronar sensual.

Hinata revirou os olhos antes de catar seu vestido e as roupas de Naruto e coloca-las dentro do cesto no banheiro.

—E vai ficar ainda melhor se nosso filho entrar aqui ou um dos empregados... —Ela respondeu bem humorada e um sorriso divertido e provocante no rosto.

Naruto ponderou e logo pulou da cama e pegando seu robe e o da esposa. Hinata riu baixinho uma vez que Naruto a ajudou vestir o seu.

Não demorou muito para um Hikaru de cinco anos entrasse na sala com um largo sorriso no rosto.

—Ohayo gozaimassu Kaa-chan! Ohayo gozaimassu Touchan! —O menino adentrou animado no quarto dos pais sendo recepcionado com sorrisos tão grandes quanto o seu.

—Oi meu amor! —Hinata o abraçou carinhosamente.

—Ohayo Campeão! —Naruto passou a mão pelos cabelos dourados do filho.

—Hoje a vovó e o vovô vão vir, não é? A vovó disse que vai me trazer um caminhão de Raméns e que eu posso comer ramém no café da manhã, no almoço e no jantar com ela! —Hikaru sorriu ainda mais do que Hinata achava que era possível, levando os dois adultos a gargalharem com a citação feliz.

—Ai Hina não vai hoje não! —Naruto disse manhoso.

Hina sorriu, mas continuou a se arrumar para o trabalho.

—Você sabe que eu tenho que ir Naruto-kun. Principalmente por que eu ainda tenho que passar na Ino antes de ir para o hospital. Ela está toda atarefada desde que voltou da lua-de-mel. Mesmo Sakura e Tenten ajudando ela está enlouquecendo. A grife está cada vez maior. Falando nisso ela e Gaara agradeceram a nós pelas três semanas no Brasil em lua-de-mel, eles adoraram a viagem. —Hinata falou rapidamente enquanto colocava algumas coisas dentro da bolsa. Embora ainda não tenha colocado a camisa.

—Eu disse que eles iam gostar. —Naruto disse sorridente. —Mas você não podia ir mais tarde?

—Não. Se eu for mais tarde não dará tempo de passar no escritório da Ino. E você sabe que vai ter esse desfile na Itália e eu sou o rosto da marca da Ino. —Ela falou ainda apressada.

Naruto sorriu, mesmo que ainda contrariado.

—O apelido de ‘Boneca de Tókio’ caiu bem em você. —Naruto implicou com ela. Sabia que ela ficava constrangida com o apelido. Como sempre Hinata corou.

—A culpa é sua Naruto-kun, esse apelido acabou pegando. Você sabia que Tenten recebeu uma oferta de uma indústria de brinquedos para fazer bonecas minhas? Kira-A gostou tanto da idéia que até apoiou dizendo que queria patrocinar e divulgar. —Hinata perguntou como se aquela sugestão fosse inconcebível.

—Que legal! Eu quero comprar a primeira! —Naruto falou animado, mas logo em seguida ficou pensativo. —Se bem que eu não quero outros homens babando na minha mulher, mesmo que seja uma boneca dela...

Hinata riu.

—Mas mudando de assunto... O que podemos dar a Hanabi e Konohamaru de presente de casamento. Você sabe que eles vão querer algo grande depois que demos a Ino e Gaara uma viagem de Lua-de-mel ao Brasil. —Hinata agora parecia estar escolhendo entre duas blusas do seu guarda-roupa. Naruto só a admirava deitado na cama.

—Humm... Eu ainda não sei. Mas acho que uma viagem já está manjado. Não gosto de repetir presentes, estava pensando em fazer a despedida de solteiro para os dois. O que acha? Podemos alugar um pequeno hotel só para os convidados e nos dividir em dois grupos meninas e meninos. Assim podemos fazer uma despida legal e saudável. O que acha? —Naruto opinou animado com sua ideia.

Hinata pareceu pensar, mas concordou com a ideia do marido. Provavelmente os dois iriam adorar.

—Acho que eles iriam gostar. —Ela comentou vestindo a blusa escolhida agora se aproximando do seu closet de sapatos.

—Porque eles não gostariam? —Naruto perguntou orgulhoso e exibido.

—Será que devo comentar o presente que você deu ao Iso-kun? Sasuke e Sakura estão doidos pra te matar até hoje. Eles dizem que agora não conseguem fazer Iso-kun dormir, ele quer ficar acordado a noite toda na sala de desenhos que você deu assistindo a uma dos milhares de DVD’s que vieram no pacote. E devo dizer que você exagerou ao colocar um sistema de som e autofalantes daquele. Aquelas músicas irritantes soam pela casa inteira. — Hinata comentou encarando agora uma das centenas de sapatos que ela possuía.

Naruto fez uma careta, mas de repente soltou uma gargalhada.

—Valeu a pena... Ver o Sasuke cantarolando aquelas musiquinhas do filho no meio de uma reunião ou do julgamento é impagável... —Naruto disse entre uma crise de risos. Hinata também riu baixinho ao imaginar a cena.

A morena balançou a cabeça voltando sua atenção aos milhares de pares que tinha em seu closet de sapatos.

—Minha mãe concorda comigo. —Naruto comentou em autodefesa.

Hinata o olhou com descrença.

—Sua mãe também concordou com a sugestão do seu avô de serem internados naquele asilo pervertido quando tiverem a idade mínima pra entrar. Convenhamos que eu, seu pai e sua avó somos os mais normais da família... —Hinata devolveu. Naruto gargalhou com o comentário. Ele riu tanto que quase chorou.

—Você esqueceu-se de comentar que ela também quase estuprou meu pai no escritório central da empresa para tentar provar se meu avô estava certo ou não em dizer que lá era um dos melhores lugares que ele já tinha feito amor com minha avó na vida dele. Ela concordou com ele logo que conseguiu o que queria. A cara do meu pai de assustado quando ele conseguiu fugir dela foi impagável... —Naruto comentou rindo. Logo uma expressão maliciosa foi tomando seu rosto. —Eu acho que eu também quero testar essa teoria...

Hinata deixou cair o Pepe toe azul marinho que segurava e suas bochechas chegaram a um vermelho profundo. Naruto voltou a ri.

Hinata tacou um dos pés do sapato nele e Naruto se esquivou, mas passou a rir ainda mais.

De repente Kushina adentrou o quarto espalhafatosamente. O horror na sua face assustou o jovem casal que logo ficaram atentos a jovem senhora.

Logo Minato também adentrou o quarto carregando o neto nos braços, sendo seguidos por Fugaku. Pareciam que ambos tinha visto um fantasma.

Um silêncio impregnado em medo, incerteza e suspense preencheu a sala. O desespero era evidente no rosto dos mais velhos e a confusão e preocupação no rosto dos mais novos. Só Hikaru que permanecia alheio segurando animado um prato de lámen.

—O que houve? —A voz de Naruto era como uma faca afiada cortando a tensão. Era como se uma corrente de ar passasse pela constante de ar rarefeito.

Kushina criou coragem e respondeu.

—Obito fugiu... —Ela lançou num sussurro.

O mundo de Naruto caiu.

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O pen drive se encaixava no notebook. O nervoso para ver a mensagem que Obito deixou para Naruto parecia deixar a sala fria como uma nevasca no Alaska. Era como se uma corrente de ar abaixo de zero passasse demoradamente pelo cômodo enrolando-se cuidadosamente em cada componente que ali estava.

A apreensão e nervosismo foram substituídos pelo medo assim que o pesadelo apareceu na tela.

—Se você estiver vendo essa gravação Namikase, saiba que eu já estou bem longe do país. Não sinta saudade. Eu vou voltar! Apenas preciso de um tempo para montar minhas novas jogadas. Que tal uma revanche? —O moreno estava bem mais barbudo e descuidado. Um aparente ponto de loucura habitava seu rosto. O homem genial tinha sido quebrado e o psicopata estava exposto do lado de fora.

Obito deixou escapar uma risada psicótica. Logo se recuperando continuou.

—Como se você tivesse escolha... —De repente seu bom humor acabou e o ódio preencheu o homem. Era como se outra pessoa tivesse tomado o lugar daquele maluco. Um homem frio, sanguinário e vingativo era quem estava atrás das câmeras. Agora a voz que soava era mordaz. —Saiba que seu filho, sua mulher, seus pais... Eles não são nem a metade das suas preocupações. Eu vou destruir a sua vida parte por parte. Acabar com tudo o que você criou e dessa vez eu vou conquistar o mundo. Você relaxou muito desde que me condenaram a prisão perpétua. Você devia saber que eu conseguiria fugir daqui. Você devia saber que eu só vou desistir quando eu tiver tudo o que eu quero. Nós vamos jogar de novo Namikase, e dessa vez eu vou vencer. Lembre-se: Eu vou voltar!

No final do recado uma série de imagens de Óbito apareceu na tela. Ele sendo torturado, preso, ameaçado, no final de cada seção de fotos parecia que o rosto do homem estava desfigurado, mas o sorriso arrogante sempre estava evidente como se ele se divertisse com isso.

Depois imagens de Naruto e família no dia-a-dia apareciam. Eles andando, trabalhando, comendo, se distraindo... Obito queria que eles soubessem que estavam sendo viagiados.

No fim apareceu uma lista de nomes com um seguinte título no início: “Pessoas que eu já matei depois que fugi :”. Era uma lista enorme para horror dos ocupantes.

E bem no final do vídeo com letras grandes e garrafais apenas duas frases apareciam. Uma frase que mais que aterrorizou a todos, os deixou em estado de torpor, sem reação. Duas frases que abalou e amedrontou até mesmo o chefe da segurança nacional, mesmo que o recado não tenha sido diretamente pra ele:

...

...

O jogo nunca acaba!

Eu sempre voltarei!

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Fim...

Ou será o começo?

“Uma história, mesmo que seja uma Estória nunca possuiu um final. Uma ligação continua a outra até que muda, mas não possui um fim. Os fatos continuam numa linha sem fim. Interminável, infinita. Eu como simples narradora onisciente me permiti narrar os fatos antes expostos e encerrei minha narrativa, mas um fim nunca existirá enquanto, nós, seres humanos, habitarmos a linda, majestosa e reino de sonhos em construção, amada Terra.

Gabriella Soares,

A autora.”