Um mês depois

Eram apenas sete da manhã e os raios já apareciam por trás das cortinas do quarto. A chuva caia sobre as janelas como se pedisse licença para entrar. O ambiente era frio e Kate encolhera-se surpresa, ela procurou o quente que emanava do seu corpo, a proteção que apenas encontrava nos seus braços.

Fazia, precisamente naquele dia, um mês que ela tinha acordado da operação. Aos poucos ia recuperando a força e segundo os especialistas Kate estava livre.

Ela rodou para poder olhar o rosto dele. Rick dormia pacificamente enquanto Kate plantava leves beijos sobre o seu tronco chegando finalmente ao queixo.

-Hum – gemeu de satisfação – bom dia!

- Bom dia dorminhoco. – Rick beijou-a levemente, mas Kate não perdeu a oportunidade para aprofundar o momento. Hoje eles partiriam para os Hamptons onde passariam duas semanas.

- Que horas são?

- Cerca de sete! - Kate respondeu sem abandonar as caríceas.

- Grrr, ainda é cedo. – Ela sorriu para o comentário.

- Precisamos nos preparar, antes de sairmos ainda queria falar com a Lanie! – Ele concordou levemente com a cabeça. – Vou tomar banho! – Kate abandonou o lugar ao lado do namorado, mas antes de chegar à porta falou de novo – Não vens? – Para aquela pergunta ele tinha apenas uma resposta fosse em que momento fosse.

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- Eih Lanie! - Quando a médica legista se voltou e reparou na morena à porta logo correu para a abraçar!

- Eih Girl – Kate sorriu com o entusiasmo da amiga – Então menina, como estás?

- Estou bem Lanie, muito bem até!

- Bom saber que o menino escritor te trata bem. – A detetive corou perante o comentário, todavia tal inibição não a impediu de rapidamente responder.

- É homem escritor Lanie, definitivamente homem escritor!

- Pronto, se tu o dizes, mas como estão as coisas entre vocês depois de tudo?

- Ainda há fragilidades Lanie, não vou mentir. Por vezes sinto que me trata como uma boneca de porcelana, parece ter medo de me partir, mas depois penso e se fosse ao contrário provavelmente reagiria da mesma maneira – Lanie assentiu com a cabeça em compreensão – É tudo tão estranhamente novo, como se de repente tudo o que conhecia e sabia até hoje já não servisse para nada. Odeio sentir-me assim, dependente e tão fortemente ligada a alguém.

- Oh Kate, ele ama-te mais do que qualquer coisa no mundo e não há nada que consiga mudar isso. Percebo os teus medos e inseguranças, porém, posso garantir-te que aquele homem que está em casa à tua espera neste momento jamais te magoaria intencionalmente.

- Eu sei disso Lanie, e também sei que o amo de volta mais do que pensei que fosse possível amar alguém e é tudo isso que temo. Exatamente por essa razão receio que tudo possa ir embora quando menos esperar.

- Não há ninguém, nem mesmo Rick, que te possa mostrar o quanto ele te ama, porque por muito que diga nunca é igual ao que realmente se sente, mas Kate, ele já saltou na frente de várias balas por ti, vocês já enfrentaram a morte juntos mais de uma vez e todos ao vosso redor já perceberam que vocês são perfeitos um para o outro. – Lanie aproximou-se da amiga e colocou a mão no seu ombro reconfortando-a. – Sei que não posso fazer todos esses medos desaparecer só tu mesma o consegues basta confiares nele.

- Eu confio nele Lanie, mais do que em qualquer outra pessoa!

- Sabes esse sentimento que tens precisamente agora que estás longe dele, esse medo que quando chegares ele não estará à tua espera porque talvez não te ame o suficiente. Talvez a confiança que tens nele não seja bem a confiança necessária.

- Não Lanie, não tenho medo que ele lá não esteja, ou que não me ame o suficiente, eu tenho medo é de quando lá chegar ele perceba que talvez eu não sou o amo o suficiente.

- Ele não vai desistir de vocês assim tão facilmente!

- Eu sei que não, lá no fundo eu sei que não!

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- Kate, estás pronta? – Ela saiu do escritório a correr e rapidamente o beijou.

- Obrigado por seres o homem da minha vida! – ele sorriu amplamente.

- Obrigado por me deixares! – Ela abraçou-o de novo, pegaram as malas e fizeram o seu caminho para longe de NYC.