Um olhar perdido,
De um alguém que ficou só,
O desespero come seus órgãos,
Em seu rosto, 
Um espelho vazio,
Refletido por seus olhos,
As lembranças correm.

"Para onde vais menina órfã?
Não tens mais um colo de pai,
Não tens mais um amor de mãe."
Gritam-lhe suas entranhas:

Nunca mais amor,
Nunca mais carinho,
Nunca mais algo que seja verdadeiro,
Pois tudo que conhecia como verdade,
Hoje desceu ao túmulo.

"Tantos rostos me rodeiam,
Tantas palavras sussurradas em meu ouvido,
Tantos tapinhas nas costas,
E pena muda."

Mas mesmo que todos do mundo lhe rodeassem,
A solidão não te abandonaria,
Pois solidão não tem haver apenas com um estado de corpo,
Sempre se estará só,
Se não houver um amor que te une em espírito.

Nunca mais,
Nunca mais,
Uma eterna noite,
Até que lhe tragam a luz do dia...