Ao entrar no quarto, Paulina e Piedade se olharam, e as duas tiveram a certeza de estarem pensando a mesma coisa. Chorando, Paulina disse o nome de Piedade e correu pro colo dela chorando como criança no colo da mãe.

Talvez, será que essa historia já tem um final

Não sei porque eu te sinto tão distante de mim

Gostaria de tentar de novo,

talvez seja tarde, nada possa fazer

– Se acalme minha filha! – dizia ela, pacientemente, acariciando os cabelos de Paulina

Aos poucos, Paulina foi parando de chorar.

– Eu não sei o que fazer... Lupita desse jeito, Carlos Daniel distante de mim e de tudo... aonde eu errei? – perguntou

– Em lugar nenhum, minha filha. Você é melhor esposa do mundo, e a mãe mais dedicada que eu já conheci. O problema está no próprio Carlos Daniel... ingrato, e equivocado. Mas quando ele perceber a besteira que está fazendo, sofrerá mais que ninguém... quanto a Guadalupe... converse com ela. Sei que só está fazendo isso para chamar atenção do pai. Explique que está fazendo errado, e sei que ela entenderá. Não se apavore! – aconselhou

Ficaram horas e horas conversando... até que Paulina acaba adormecendo por lá mesmo, junto com Piedade. 

Pouco depois, o relógio apontava 2:00 da manhã, e Paulina acorda, pondo-se a pensar em tudo. Desde o que estava acontecendo, até que retrocedeu a noite de seu casamento... sua primeira noite...

mas não posso crer que o tempo que ficamos juntos,

talvez se desgastou

19 anos atrás...

Após a festa, eles seguiram para um hotel. Assim que a porta do elevador abriu, Carlos Daniel pegou Paulina no colo, e a levou até o quarto. Quando chegou na porta, a colocou no chão novamente e sussurou pra ela:

– Feche os olhos! 

Ela obedeceu.

Ele abriu a porta, pegou na mão dela e a conduziu até o quarto. 

– Continue assim, só abra quando eu mandar.

Fechou a porta, e continuou conduzindo ela por mais alguns instantes.

– Pronto, agora pode abrir! 

Ao abrir os olhos, ela se deparou com uma cama com lençóis vermelhos, cheia de pétalas de rosas, que faziam caminho até a mesma. Com duas taças e um champanhe do lado, o quarto era iluminado apenas a luz de velas. Ela emocionada, disse:

– É lindo! 

– Fico feliz que tenha gostado. Mandei que preparassem tudo pensando em você! – afirmou, a beijando em seguida.

– Te amo! – devolveu o beijo – vou me trocar! – se dirigiu ao banheiro

Minutos depois, ela voltou trajando apenas uma camisola branca.

– Está linda! – afirmou, observando cada sinueta de Paulina. Se levantou e a beijou. Um beijo calmo, que foi se intensificando aos poucos, se tornando ardente. Louco de desejo, Carlos Daniel conduziu Paulina até a cama, a deitando calmamente, ficando por cima dela, sem parar de beija-lá. Desceu a mão até sua perna, e tirou sua camisola. Em seguida, ficou descamisado. Quando Paulina se deu conta, ele ia tirar seu sutiã. Assustada, ela o afastou.

– O que foi, meu amor? Fiz algo que você não gostou? – perguntou ele, assustado

– Não é isso – ela se sentou, tentando achar palavras – É que... Carlos Daniel eu...

– Você... o que? – ele perguntou, confuso

Ela decidiu dizer de uma vez.

– Carlos Daniel eu sou virgem! Pronto, falei! – disse, ficando vermelha em seguida.

– Você é virgem? – perguntou ele, surpreso. Nunca imaginara que uma mulher bonita e inteligente como ela ainda fosse virgem.

– Sim, eu sou... – não sabia aonde enfiar a cara – te decepcionei? 

Ele sorriu.

– Claro que não. Muito pelo contrário. Só te faz ainda mais digna aos meus olhos. Serei o primeiro e único. Te amo – a beijou – nervosa? Se não quiser, não precisa... – ela o cortou:

– Um pouco, mas confio em você. Quero ser só sua, Carlos Daniel. Eu te amo! – disse, sorrindo.

– Prometo que vai ser a noite mais linda da sua vida! – disse e a beijou carinhosamente, a deitando novamente na cama.