Prazer, meu nome é ana. Mas não somente ana, porque minha mãe não se contentaria em me dar menos de dois nomes, já que ela mesma se chama maria helena, meu nome é ana carolina ananda. Não combina nada, não é bonito, não é peculiar, mas eu consegui me acostumar em meus 17 anos. Dito isso, já posso começar com a minha vida. Eu tenho alguns tópicos a desenvolver.

Estou cursando o 3º ano de uma escola na rua de trás da minha casa, perto mesmo, como virar a esquina e pronto, cheguei, onde conheço todos e acho que todos também me conhecem.

Meu pai e minha mãe são sempre muito atenciosos em seu todo e eu não sei se consigo ser tão comunicativa quanto eles esperam que eu seja, tipo contar todos os meninos que eu estou a fim ou que quiseram ficar comigo, porque não sinto que devo realmente compartilhar esse tipo de coisa com eles. Dona maria helena é diarista, apenas pra não ficar parada, já que Seu Hercules era o CEO de uma empresa de finanças onde eu faço estágio. De qualquer forma, minha mãe sempre me pergunta sobre os mais diversos assuntos - me desconcertando as vezes - e me explica coisas que eu possa futuramente precisar saber, sem eu precisar passar pelo embaraço de perguntar.

Que tipo de perguntas? As clássicas de uma virgem. Isso mesmo, eu ainda não achei o menino ideal para finalmente deixar ele me invadir. Eu acho de fato a coisa toda uma nojeira, duas pessoas suadas, se esfregando e um negocio entrando e saindo... Blerg. Não sei como todas as minhas amigas insistem em me arrumar peguetes. Todas, menos a sarah, que também é virgem, mas tem 21 anos. Ela sim me entende. Por isso adoro a minha gordinha do coração.

Sobre o resto da minha família, meus dois tios maternos moram em São Paulo com suas mulheres e alguns dos meus primos, minha tia paterna mora em Campo Grande, e meus tios paternos moram em Vitória. Todas capitais maravilhosas, lindas e incrivelmente movimentadas. E eu vim parar aqui, em tramandaí, litoral do rio grande do sul na casa da minha falecida vó Olinda, que deixou pro meu pai uma pequena herança.

O trabalho dele, segundo ele mesmo, pode perfeitamente ser desenvolvido daqui, mesmo ele tendo que viajar duas vezes por semana para são paulo ou rio de janeiro encontrar com algum caso internacional, a maior parte das suas reuniões ele pede pra ser transferida pra porto alegre, apenas umas 3 horas daqui. Eu cansei de insistir para irmos pra lá, pra ele gastar menos de gasolina todos os dias, mas ele nem sequer prestou atenção no que eu disse, eu acho. O tempo que ele passa em casa, fica enfiado no escritório em um dos antigos quartos de hospede da pousada caseira.

Nem sempre é bom morar em cidades pequenas, também por esse fato, mas não tem absolutamente nada pra fazer aqui. Pra falar a verdade, as vezes saio com algumas meninas pra comer sorvete, mas odeio sorvete. Dizem que sou magra por isso. Tenho muita dificuldade em comprar roupas, as vezes compro até de crianças ou faço retoques nas que compro por ficarem frouxas de mais, fora as minhas saias que são sempre curtas. Já cheguei a tirar três palmos de cada lado de uma blusa pra ela ficar do meu tamanho. Tocando nesse assunto, eu sou magérrima perto de meninas da minha idade. Não é que eu não tenha corpo - porque não tenho mesmo, odeio ele em seu inteiro - mas eu preciso perder mais alguns quilos para me sentir bem. Eu tenho certeza de que estão todos mentindo pra mim, eu estou sim enormemente gorda.

Eu sei que estou!