CAPÍTULO OITO

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De seu quarto Bonnie já conseguia ouvir os burburinhos de conversas misturados com o barulho do som que estava sintonizado na rádio local, toda essa mescla de barulhos vinha diretamente do jardim, a onde estava acontecendo o jantar da senhora Parker. Bonnie fitava a si própria no espelho, e tentava refletir sobre ser certo ou errado. Devido ao modo de como agiu diante de Peter. Ela não dissera a verdade sobre Ben á Peter a fim de evitar um futuro desentendimento entre ambos, isso era de longe o que a garota queria. Mas por outro lado, ela sabia que estava errado mentir para Peter, ele não merecia isso, pois desde que chegou a cidade, ele a tratou muito bem. Porém ela pegava-se pensando agora como contaria a verdade da verdade para Peter, como chegaria e diria que ela havia mentido, e que não ficou ocupada com a avó e sim com Ben naquela noite.

– Quem diria que Towbridge me traria tanta dor de cabeça! – Bonnie beliscou de leve suas bochechas a fim de dar um pouco de cor ao rosto que está pálido demais.

– Está muito bonita filha! – Robert encostou-se na porta.

– Obrigada – ela sorriu fitando o pai pelo espelho – Você também não está nada mal!

– Nada mal? – ele cruzou os braços – Isso seria um elogio talvez?

– Claro que é pai! – ela sorriu para Robert.

– Sendo assim, obrigado! – ele sorriu – Já está pronta?

– Estou

– Então venha, vamos descer! – ele estendeu a mão para a filha, que a segurou no mesmo instante.

Sentado em uma das mesas ali presente no jardim dos Parker. Peter observava atentamente cada movimento que Ben dava desde que o garoto chegara com os amigos. Porém Ben já havia percebido o modo como Peter o olhava, e ele não se sentia nada a vontade com os olhos de Peter o encarando á todo momento.

– Você pode por favor tirar esse sorriso macabro do rosto Peter! – Charlie dizia sentado ao lado do amigo, e preocupado com que Peter estava pretendendo fazer.

– Que sorriso macabro? – Peter dizia sem ao mesmo dar atenção a conversa de Charlie.

– Se você disfarçar mais um pouco, ele não irá descobrir! Vai por mim Peter! - Charlie soou irônico.

– Esse é o ponto Charlie! – ele olhou o amigo – Eu quero que ele perceba isso!

– Mas para que? – Charlie o questionou.

– Para nada! – Peter voltou sua atenção de volta á Ben.

– Não quero nem saber e muito menos fazer parte do que você esta tramando senhor Turner! – Charlie levantou-se da mesa – Vou pegar algo para beber, você quer?

– Não, obrigado!

Peter ainda mantinha os olhos intactos á Ben. Que por sua vez, estava totalmente curioso e irritado com o modo de agir de Peter. Decidido a descobrir tal motivo, o mesmo levantou-se e deixou os amigos para trás indo em direção a mesa de Peter. Ele o encarou por um momento vendo o sorriso do Turner brotar mais uma vez em seu rosto.

– Posso sentar aqui? – Ben disse, ao notar a mesa vazia.

– Claro! Será uma honra! – Peter ironizou.

– Percebi que você não parava de olhar para minha mesa, bem onde eu estava sentado! – Ben dizia, enquanto se acomodava na cadeira que ficava de frente para Peter – E sabe, fiquei me questionando – ele fitou Peter – Você deve estar com sérios problemas ou você está perdidamente apaixonado por mim! E esse amor está tão forte que você não consegue ficar longe de mim nem por um segundo! – ele tentou zombar de Peter – Acertei Peter?

– Na verdade Ben, eu descobri algo muito interessante! – Peter disse calmamente.

– É! Tipo o que? – Ben cruzou os braços, e bocejou mostrando tédio a fim de irritar Peter.

– Algo que envolve você, eu a Bonnie e um jantar, sabe? – Ben o encarou no mesmo instante.

– Não sei do que você está falando! – Ben tentou disfarçar, e ameaçou sair da mesa.

– Se você quiser, eu posso explicar para todo mundo aqui presente nesta linda festa? – Ben voltou-se a sentar na cadeira – Assim está bem melhor!

– Quem lhe contou? – Ben o indagou.

– Isso não interessa agora! – Peter fitou Ben – O que interessa agora é que...

– Chega de papinho jardineiro! – Ben disse serio – Aonde você quer chegar com isso?

– Ops, jardineiro não! – Peter sorriu e apoio os braços á mesa – Peter, por favor! – ele olhou para Ben o encarando frente a frente – E seja mais educado da próxima vez Ben! Pois estamos em um ambiente cheio de pessoas que nós conhecemos!

– Então esse é o seu jogo não é? – Ben achou que tivesse entendido – Pena que esse jogo, eu jogo á muito tempo! – ele sorriu – Você irá-me chantagear com isso, para ter algo em troca, ou você irá fazer um teatrinho aqui mesmo e contar sobre o jantar para todos aqui presente! Acertei?

– Eu contar? – Peter fez negativo com o dedo indicador – Não! – ele sorriu ao notar novamente a expressão seria de Ben – Por que eu iria contar se você mesmo pode contar!

– O que? – Ben gargalhou – Acha mesmo que eu irei contar! – Peter o fitou.

– Você não tem escolha ou você conta para Bonnie ou eu conto para todo mundo aqui presente! – Peter sorriu – Você escolhe apenas Bonnie fica sabendo a verdade, ou a cidade inteira sabe! Pois você sabe que as fofocas correm rápidas por aqui! – Peter o encarou - E então qual vai ser?

– Você não seria capaz de contar á todos?

– Quer pagar para ver Ben? – Peter ameaçou levantar-se

– Não! – Ben o impediu de seguir em frente – Está bem eu conto, só que não hoje!

– Você tem até amanhã! – Peter sorriu, enquanto Ben mantinha se preocupado, e com vontade de bater em Derek e Luke por não manterem a língua dentro da boca.

– Está tudo bem por aqui? – os dois voltaram à atenção para a voz feminina que vinha até eles.

– Não estaria melhor! – Peter respondeu ao notar que a voz se tratava de Bonnie.

– Não sabia que vocês eram amigos! – Bonnie disse ao perceber o clima tenso que se exalava da mesa.

– E não somos! – Ben disse levantando-se – Depois conversamos Bonnie!

– Claro! Está tudo bem? –ela disse ao notar a expressão preocupada que Ben ainda mantinha.

– Está! – ele sorriu tentando disfarçar – E você?

– Tudo bem! – ela disse, vendo Ben voltar para mesa aonde Derek e Luke permaneciam – Peter podemos conversar?

– Sim, sente-se aqui! – Peter afastou a cadeira ao seu lado para a garota sentar.

– Obrigado! – ela disse sentando-se – Na verdade, eu queria pedir desculpas pelo modo como tratei você àquela tarde, não foi certo! – Peter a olhou confuso, não entendera aonde Bonnie queria chegar – Eu estava errada, e ainda estou, e sei que você merece uma explicação!

– Você já se explicou Bonnie! – Peter tentou ser educado.

– Eu sei, mas é ai que está o problema! – ela o fitou – Eu não disse a verdade quando contei que tinha ficado com a minha avó!

– Como assim? – ele a olhou confuso.

– Naquela noite o Ben apareceu quando eu estava saindo para encontra você – ela parou e fitou as próprias mãos – E ele pediu para eu não deixá-lo novamente, mas uma parte de mim queria ir até o restaurante e encontrar você! – ela voltou á olhar para Peter – Mas vê-lo ali novamente depois de todos esses anos.

– Bonnie... – Peter tentou achar as palavras certas para dizer para a garota – Está tudo bem! – agora ele tinha mais do que certeza que Bonnie não sabia sobre a armação de Ben, e que o seu plano daria mais do que certo.

– Não! Não está! – ela fitou Peter – Eu não deveria ter mentido, foi errado! – ela fitou as mãos novamente, e Peter a segurou pelo queixo fazendo com que ela olhasse no fundo de seus belos olhos azul.

– Eu já disse que está tudo bem! – ele sorriu – Você não acredita em mim?

– Acredito! – ela continuava a encarar os seus olhos – É que ainda me sinto culpada por ter mentido!

– Pois não deveria! – ele tocou em uma das mãos da garota – Venha!

– Para onde? – ela perguntou enquanto levantava-se junto de Peter.

– Você aceitar dançar comigo mais uma vez? – ele sorriu.

– Mas é claro que sim!

Peter á levou para aonde alguns casais de senhores dançavam, junto da senhora e do senhor Johnson, que pareciam especialmente felizes está noite. Peter notou Charlie conversando com a filha mais nova dos Johnson, Sarah, que tinha a mesma idade do garoto. Já na pequena pista improvisada, os dois divertiam-se e brincavam enquanto dançavam. E dali junto de Bonnie, Peter viu o olhar de Ben furioso ao notar a alegria presente no rosto da bela garota.

O jantar da senhora Parker foi definitivamente um sucesso. Não havia sobrado nenhuma comida para se contar historia. E todos os convidados saíram satisfeitos da festa. No jardim permaneciam Robert, Bonnie e Peter, que ajudava os Parker a arrumar as cadeiras e mesas de volta para a garagem. Destiny havia subido de volta para o quarto, pois estava cansada demais para ajudá-los já que havia cuidado de todos os preparativos da noite. Ao terminar de ajudá-los Peter despediu-se de Bonnie e Robert. Como sua mãe havia indo embora mais cedo, restou á ele ter de ir embora a pé para casa. Enquanto caminhava, ele observava o céu que permanecia todo iluminado com as estrelas que brilhavam. Sentiu um calafrio percorrer-lhe a espinha. Olhou á sua volta a fim de encontrar alguém, mas a única coisa que conseguiu notar foi um par de olhos em um galho que brilhavam com as luzes que refletiam do poste, ao aproximar-se percebeu que tratava de um gato todo espreguiçado no galho da pequena árvore. Porém ao virar a esquina, o loiro deparou-se com três indivíduos ali parados, dois encostados á parede, e outro apoiado ao carro.

– Ora, Ora, quem nós encontramos por aqui Ben!