CAPÍTULO QUATRO

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Bonnie estava sentada á mesa tomando café, junto de Destiny e Robert, que conversavam atentamente sobre os ocorridos do dia anterior na cidade vizinha. Mas pelo pouco que Bonnie ouviu e prestou atenção á conversa, o Sr Rupert havia aceitado o acordo de Destiny sobre as terras, que sempre fora propriedade dos Parker por direito.

– E como foi o jantar ontem? – Robert tomava um gole de seu café.

– Foi maravilhoso, como sempre querido – a avó sorria entusiasmada.

– E você filha, está gostado de ter voltado?

– Bem... – Bonnie sorriu – Acho que sim, talvez tenha sido uma boa escolha passar o verão aqui!

– Fico contente com isso – Robert fitou á filha.

– E vocês não imaginam como eu estou feliz de ter vocês aqui comigo esse verão – Destiny abastecia sua xícara com mais café – Sabe querida... – ela voltou se para Bonnie – Você poderia ir ao açougue para mim, é uns três quarteirões, e você sabe como meus pés não são tão novos quanto os seus.

– Mas... - ela olhou para a avó sem reação, não queria andar três quarteirões, não hoje – Meu pai poderia ir – ela fitou a avó – Ele é homem, entende de carne, e além do mais está de carro, não é mesmo pai? – Bonnie olhou para o pai, esperando um olhar positivo.

– Nem pense nisso moçinha – ele espreguiçou-se sobre a cadeira – A viagem que eu fiz ontem pode ser curta, mas estou morto de cansaço – ele sorriu para a filha – Quem sabe da próxima vez!

– Pai – Bonnie tentou protestar, mas o olhar de seu pai fez com que a mesma parasse no mesmo momento.

– Bom querida, vou deixar o dinheiro ali na mesinha da frente - Destiny levantou-se, em direção ao pote de dinheiro que ficava sobre o balcão da cozinha - Vou deixá-lo junto com o papel do que é para trazer – a avó saiu em busca de algum papel, deixando apenas pai e filha na mesa.

– Soube que você viu Ben ontem á noite – ele olhou para filha – Quer conversar sobre isso?

– Eu adoraria, mas tenho que ir ao açougue, se lembra? – Bonnie levantou-se da mesa.

– Você sabe que não pode fugir para sempre filha?

– Eu sei - ela se preparava para partir da cozinha – Obrigada, por se importar comigo! – ela sorriu.

– Faz parte do meu trabalho de pai, se lembra? – ambos riram, e Bonnie saiu em direção à sala em busca de Destiny.

– Aqui está tudo anotado o que eu quero que você traga, entendido?- Destiny estendeu o papel com as anotações para Bonnie.

– Entendido senhora sargentão! – Destiny riu sobre a brincadeira da neta.

– É bom vê lá sorrir desse jeito – ela fitou Bonnie – Talvez, eu deva suspeitar que Ben seja a causa de tanta alegria!

– Talvez – a garota sorriu timidamente – Três quarteirões certos?

– Isso mesmo querida!

Bonnie despediu se da avó, e caminhou para fora da casa. Enquanto caminhava pensava em quanto havia sido bom rever Ben, e pegou se pensando no belo garoto varias vezes.

– Hey Bonnie! – ela olhou, e viu Peter do outro lado da rua acenando, e logo a atravessando, e indo de encontro com a garota.

– Peter, como está? – ela o abraçou.

– Bem e você?

– Ótima

– Onde está indo?

– Açougue – ela procurava com olhos, algum sinal do açougue.

– Você está perdida Bonnie? – ele tentou conter uma risada.

– O QUE? Eu? Perdida? Claro que não! – ele riu da reação da garota – Parece que sim.

– Vem comigo, eu sei o caminho.

Peter mostrou o açougue para Bonnie, e fez questão de se certificar que ela entendera o caminho.

– Então, Bonnie eu estava pensando – ele fitou o chão - Gostaria de sair um dia desses comigo? – ela sorriu.

– É claro que sim – havia empolgação na voz de Bonnie – Onde?

– Tem um restaurante aqui perto, se chama Bocks Block, é o melhor da cidade!

– Parece mesmo bom! – ela disse ao ver o entusiasmo no rosto do belo rapaz – Sabe, amanhã não irei fazer nada, que tal um jantar?

– Seria perfeito, que tal ás 20h?

– Combinado então – ela sorriu.

– Precisa de ajuda para levar as sacolas? – ele disse olhando as sacolas que Bonnie carregava.

– Não precisa – ela fitou as sacolas – Não quero incomodar!

– De maneira nenhuma! – ele se aproximou pegando algumas sacolas que a garota levava.

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O relógio velho e madeirado do Bocks Block batia ás 19h30. Peter estava sentado á espera de Bonnie. Dali dois rapazes o olhavam pela varanda do restaurante.

– Será que o jardineiro conseguiu levar um bolo Luke? – Ben gargalhou junto do amigo.

– Eu não sei Ben, mas juro que pago pra ver – Luke bebeu mais um gole da cerveja que estava á mesa – Que tal uma aposta?

– Aposta? Sobre o que? – dali eles viram a sombra de Derek se aproximar. – Pelo jeito a Parker deu um fora no jardineiro! – Um jovem alto e moreno, aproximou se dos dois amigos, jogando o cigarro que fumava no canteiro da rua.

– Como assim a Parker? – Ben o indagou curioso.

– Hoje cedo, eu estava passeando por ai, e vi a sua adorada amiguinha conversando com o jardineiro ali, e chamando-a para jantar – Ben fechou o sorriso que trazia em seu rosto.

– É, parece que o galanteador aqui, perdeu, e pro jardineiro! – Luke gargalhou, bebendo mais um gole da cerveja – Quem diria em Ben?

– Isso não vai ficar assim! – Ben exclamou para si próprio.

– Do que você está falando? – Derek sentou se ao lado de Luke.

– Uma aposta? – Ben bateu com as duas mãos sobre a mesa.

– Sobre? – Luke ergueu uma das sobrancelhas.

– De que a Parker vai dar um fora no jardineiro hoje – Ben sorriu malicioso.

– Pelo o que eu vi hoje mais cedo, você vai perder essa aposta.

– Mas ai que você se engana – ele olhou para Peter – Você sabe que ninguém resiste aos meus encantos, quem dirá a Parker – seu sorriso malicioso apareceu mais forte dessa vez.

– Esse é o meu garoto! – Luke gargalhou.

– Com licença, pois o Sr Galanteador aqui tem um trabalho a fazer! – ele bebeu um gole da cerveja que estava á mesa – Ah, e façam bom proveito da cara de coitado do pobre Peter quando a Parker não vier – ele deu as costas e saiu rumo á casa de Bonnie.

Ben mantinha se encostado sobre o poste de luz do outro lado da rua. Ele viu Bonnie sair pela porta - “é agora ou nunca” ele pensou consigo, dando em seu rosto um sorriso vitorioso.

– Hey Bonnie! – ele á chamou, e ela virou se rumo á voz rouca – Espere ai – ele correu ate a garota.

– Ben, o que faz aqui? - ela o fitava curioso.

– Podemos conversar?

– Não pode ser depois, ou outro dia? – ela perguntou, o encarando.

– Você não quer conversar comigo Bonnie? – Ben fazia certo drama, para amolecer o coração da garota.

– Não é isso Ben... – ela olhou em seu relógio – Eu preciso ir, tenho um compromisso, e estou atrasada – ela olhou os olhos do garoto – Eu sinto muito Ben, me desculpe – ela virou se, mas a voz de Ben a interrompeu de seguir em frente.

– Sempre foi assim, e sempre será não é mesmo Bonnie? - ela o fitou confusa

– Do que você está falando? – ela ergueu uma das sobrancelhas

– Você sempre me deixa, sempre! Por algo ou alguém – dessa vez Ben deixara seu coração, falar por si – Foi assim da primeira vez, e continua sendo depois desses anos, não é mesmo?

– Não! – ela disse em forma de protesto.

– Então, prove para mim!– ele viu a garota olhar o relógio confusa – E fique comigo ao invés de ir novamente – Ben sabia que havia conseguido o que queria, só bastava agora a garota dizer que sim.

– Está bem – ele sorriu mais uma vez, agora com o ar de vitoria que exalava de seus pulmões – O que queria conversar comigo?

– É... – ele a fitou, pensando sobre algum assunto e simplesmente inventou o primeiro que veio á sua cabeça – Minha mãe, como sempre.

Conforme Ben tentava ocupar o tempo de Bonnie, fazendo com que a garota acreditasse que sua mãe e ele haviam tido uma briga feia da qual nunca acontecera antes. A garota tentava dar alguns conselhos, que afinal seriam inúteis á Bem. O mesmo ria se por dentro, pensando na cara de Peter esperando pela garota que não chegaria.

Enquanto isso no Bocks Block. Peter olhava atentamente a cada movimento do relógio, á espera de Bonnie. Dali ele notara duas pessoas que o observava do lado de fora do bar, ele firmou as vistas e percebeu que se tratava de Luke e Derek. Peter nunca teve nada contra os dois rapazes, mas, os mesmos adoravam implicar com qualquer um daquela cidade, e tudo ficava pior quando Ben voltava. O relógio anunciou nove horas, ele tomou coragem e levantou se da mesa, a fim de voltar para casa.

– Ora, Ora veja quem está por aqui Derek – a voz de Luke sobressaiu ao ambiente.

– Parece que alguém aqui levou um belo de um fora – Derek zombou – Pobre jardineiro! – Ele disse zombando e enfatizando lentamente a palavra “jardineiro”. Os punhos de Peter serraram no mesmo instante, e o impulso foi maior, ele soltou o punho sobre o belo rosto de Derek, acertando bem em seu nariz, fazendo com que o mesmo caísse ao chão.

– Jardineiro idiota! – Luke correu ao auxílio do amigo, e Peter viu o momento perfeito para sair pela rua afora.

– VOCÊ IRÁ ME PAGAR CARO, JARDINEIRO INFELIZ! – Derek ainda mantinha se caído no chão e gritava enquanto Peter desaparecia entre as ruas.

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Ben caminhava lentamente ate o Bocks Block, com um sorriso vitorioso nos lábios. Quando viu Peter correndo desesperado, ele apenas gargalhou ao ver o garoto daquele modo. Ao aproximar se da varanda do bar, ele viu Derek sentado com um pano sobre seu rosto.

– Parece que houve uma briga aqui – Ben riu com tal cena.

– Aquele, ah, jardineiro – Derek resmungava, pois a dor do soco ainda ardia sobre seu rosto.

– O que? – Ben arregalou os olhos – Peter fez isso, agora to entendendo por que o vi correndo.

– Você o viu? – Luke disse sentando sobre uma das cadeiras – E você não fez nada?

– Eu ia fazer o que? – Ben o fitou – Não sabia que Derek havia apanhado dele!

– Ele me pegou de surpresa! – Derek tentou justificar se – Pelo menos aquele idiota, levou um fora graças ao meu amigo aqui – Derek deu tapinhas sobre o ombro de Ben.

– Aposta feita, aposta comprida – Ben sentou se ao lado de Luke.

– GARÇOM! – Luke acenou para o cara encostado sobre o balcão – Mais uma rodada – ele voltou se aos amigos – Para comemoramos.

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