As Long As You Love Me escrita por Madness


Capítulo 29
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Então, eu não sou boa com despedidas. Sou péssima com isso. Eu devo desculpa a vocês pela demora da postagens dos capítulos. Sinto muito de verdade. Bom, a Anna e o James ficaram juntos, mas como eles estão 12 anos depois? E o Dylan? Ficou com a Jean? Ele teve filhos? E o irmão da Anna, o Henry? Vocês vão saber tudo isso assim que lerem, então... Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/334117/chapter/29

12 anos depois...

Abro os olhos vagarosamente e abro um sorriso largo ao me lembrar da noite anterior. Anna dormia sobre meu peito desnudo tão serenamente que parecia um anjo. Anna era tão pequena comparada a mim, às vezes eu a abraçava só pra mostrar que eu sempre a protegeria.

Lembro que naquela manhã após a formatura, ela estava tão linda dormindo sobre meus braços, que foi naquele momento que tive certeza que queria viver aquela manhã todos os dias.

Não era costume eu acordar mais cedo que ela, ela sempre acordava primeiro e pulava em cima de mim ou simplesmente me enchia de beijos ou quando ela me chamava pela quinta ou sexta vez ela batia na minha bunda, confesso que às vezes eu fazia de propósito... Eu a olhei, seus olhos fechados, algumas mecha de seu balo castanho caiam sobre seu rosto, ela usava uma camiseta minha, era praticamente duas vezes maior que ela, mas não importava. Eu acharia ridículo se fosse com qualquer outra, mas com ela não... Ficava simplesmente perfeito e irresistível. Não sei quanto tempo fiquei a admirando enquanto ela dormia pareceu ter durado horas.

Passo a mão por seus cabelos e ela solta um sorriso, foi quando eu percebo que ela está acordada. Eu paro de fazer o cafuné e ela resmunga baixinho.

– Por que parou? – Ela disse com a voz embargada e lenta. – Estava tão bom. – Eu sorrio. Ela abre seus olhos e me encara, seus olhos eram um lindo azul claro.

– Está me enxergando? – Eu pergunto zombando de sua cara.

– Idiota – Ela diz rolando os olhos e batendo no meu braço. Ela faz menção de sair de cima de mim, mas eu a puxo pela cintura e a abraço. Ela esconde a cabeça em meu peito e eu beijo sua testa.

– EU VOU PRIMEIRO! – Eu digo quase gritando e me levantando num salto e corro para o banheiro.

– Volta aqui! – Ela diz manhosa, me fazendo parar próximo a porta. Eu a olho e ela estava com a cabeça inclinada pro lado me encarando, acho que estava tentando me enxergar ao mesmo tempo. (Não a deixem saber que eu a zoei, ok? Ok).

– Você não vai conseguir monstro, você não vai conseguir... – E digo baixando a voz e me escondendo atrás da porta deixando apenas a cabeça aparecendo. – Não dessa vez. – Eu digo confiante e tendo flashs da última vez...

Flashback on.

– EU VOU PRIMEIRO! – Eu digo quase gritando e me levantando num salto e corro para o banheiro.

– Volta aqui! – Ela diz manhosa, me fazendo parar próximo a porta. Eu a olho e ela estava com a cabeça inclinada pro lado de um jeito tão fofo que não resisti e voltei até ela. Eu me joguei na cama e ela veio até mim. Então ela me beijou. Subiu em cima de mim e minhas mãos foram direto para suas coxas, erguendo um pouco a barra da camiseta, soltei um gemido quando ela mordeu meu lábio. Ela sorriu maliciosamente e saiu de cima de mim. Estava tão tonto depois de receber seu beijo, que nem reparei que ela havia pegado o óculos na cômoda. – HÁ! PERDEU. – Ela diz e corre pro banheiro, deixando um Jay completamente atônito e completamente frustrado deitado igual morto na cama.

Flashback off.

– Seu chato! – Ela diz emburrada enquanto cruza os braços, eu rio fechando a porta. Às vezes parecia que a gente era adolescente de novo.

Escovo meus dentes e lavo meu rosto e saio do banheiro.

Anna estava deitada na cama de olhos fechados. Eu tento me aproximar vagarosamente para lhe dar um susto.

– Nem pense nisso senhor Nádegas Vermelhas. – Eu a olho confuso e ela abre os olhos e aponta pra minha cueca com cara de “Dãr, isso é tão óbvio!”. Ah, agora faz sentido, eu estava de cueca boxer vermelha. Eu coço a nuca.

– Como você sabia que eu estava me aproximando?

– Apenas sabia - Ela pega seus óculos que estavam ao lado da cama e vai pro banheiro. Claro que antes, ela deu um tapa na minha bunda e eu sorri maliciosamente com isso, mas isso de fato não é tão importante, certo?

Eu me dirijo até a cama e deito cruzando os braços em cima da cabeça e fico olhando o teto, alguns minutos depois Anna sai do banheiro.

– Já disse que você fica sexy assim? – Ela me pergunta eu dou um sorriso e a olho.

– Sério? – Eu pergunto inocente. Ela encosta-se ao batente da porta.

– Sim. – Ela morde o lábio inferior. – Você quando fica assim tão concentrado ou viajando no seu mundo é sexy. – Eu sou uma risada e me sento na cama. – Na verdade... Você em si é sexy.

– Aé? – Eu arqueio a sobrancelha. Ela assente com a cabeça e se aproxima de mim. – O que em mim é sexy? – Eu deito na cama e olho para o teto.

– Hmm, seus olhos cor de chocolate, sua barra por fazer. – Ouço sua voz mais próxima. – Seu sorriso irresistível – Eu dou um sorriso largo. – Confesso que eu gostava mais do seu cabelo quando ele era um pouco maior, mas ele curto assim é sexy – Ela diz e eu rio.

– Se você diz – Eu digo dando de ombros.

– Não dê de ombros James Matthew Scott.

– Eu discordo de tudo o que você disse. – Eu digo a puxando para mim. – Eu acho que você é sexy. – Eu digo e ela ri. – Não ria. – Eu digo sério, ela para e eu continuo. – Como eu ia dizendo antes de ser interrompido, você é sexy. Seus olhos azuis me hipnotizam, sua boca me hipnotiza, seu cabelo... Você é linda, mas o que mais me chama atenção em você não é a sua beleza – Eu digo mexendo em seu cabelo. – É seu jeito, como você ajeita os óculos, como você anda, quando você franze o cenho quando está preocupada ou quando está curiosa, o jeito que você sorri, ou quando está concentrada lendo um livro, mas principalmente quando você diz meu nome. Você é sexy, Anna Scott. – Eu digo rindo e mordendo sua bochecha. Ela me encara com seus olhos azuis e me beija. Ela meio que sobe em cima de mim (Não pensem besteira galera!), eu viro ficando por cima dela. Sem fôlego nós paramos o beijo. – É com certeza isso também é sexy. – Eu digo a fazendo rir e eu rio também. Eu a beijo e ela sorri durante e eu não pude evitar sorrir também. Ela cessa o beijo e eu deito em sua barriga, ela passa a mão pelo meu cabelo e eu fecho os olhos. Depois de uns minutos assim, com ela fazendo cafuné em mim e eu quase dormindo de novo, eu sussurro.

– Amo você.

– Eu sei – Eu a encaro fazendo um bico e ela ri. – Não faz assim, você não sabe, mas parece um cachorrinho abandonado pedindo por carinho e atenção. – Dito isso eu aumento mais meu bico, fazendo uma cara que ao mesmo tempo era engraçada e fofa. – E isso senhor é muito irresistível, tenho vontade de te abraçar e morder. Agora desfaça esse bico, por favor. – Eu nego com a cabeça.

– So hold me close and say three words like you used to do… - Eu cantarolei e olhei para ela que sorria. Então ela me abraçou forte.

– Eu. Te. – Ela diz pausadamente. – Amo. – E eu sorrio vitorioso.

– Sabe do que lembrei? – Eu a olho e ela nega com a cabeça. – Daquele dia que eu cantei essa música pra você. – Ela sorri.

– Eu lembro, foi tão fofo. Eu adoro essa música, aliás, como você sabia que McFly era uma de minhas bandas favoritas? – Ela ergue a sobrancelha curiosa.

– Não sabia – Digo dando de ombros. – Eu curtia McFly, achava a música deles boa. – Ela me olha surpresa. – Que foi?

– Nada, é que...

– Meio difícil de se acreditar que um menino curtia uma banda como o McFly? – Ela afirma com a cabeça. – É talvez seja, sabe, minha sexualidade ainda é discutível. – Eu digo a fazendo rir.

– Concordo. – Então eu me levanto ficando de joelhos na cama. Ela me olha com um sorriso malicioso no rosto e uma sobrancelha erguida, que dizia “Duvido que você seja homem mesmo”. Como um sinal verde, eu a puxei pelos pés a fazendo deslizar até mim, ela prendeu a perna em minha cintura e eu beijei seu queixo a fazendo suspirar. Rocei nossos narizes, num famoso beijo de esquimó e ela fechou os olhos, então logo a tomei para um beijo. Suas mãos foram para meu cabelo, o bagunçando cada vez mais e me trazendo mais perto, se possível. De repente o quarto ficou mais quente.

Fiquei com falta de ar, então desci os beijos para seu pescoço e ela em resposta agarrou meus cabelos e me puxou para um beijo que dessa vez foi sensual até demais. Minhas mãos percorreram a lateral de seu corpo a procura da barra da camiseta.

– Opa, opa! – Disse uma terceira voz vinda da porta. De novo não. – Cena para maiores aqui, amor tampe os olhos de Luke. – Bufo totalmente frustrado e saio de cima de Anna, que aproveitou e foi pro banheiro tomar um banho. Peguei um short que estava jogado no chão e o vesti.

– Não sabe tocar a campainha? – Eu pergunto me dirigindo ao meu amigo, Dylan. Ele solta uma risadinha.

– Pra que esperar lá fora sendo que sei onde fica a chave reserva? – Ele ergue uma das sobrancelhas.

Já perdi a conta de quantas vezes Dylan entrou em casa e eu Anna estávamos assim, a verdade é que eu tinha que mudar o lugar da chave ou não deixa-la mais lá fora, simples.

– Que foi papai? – Um menino de uns 7 ou 8 anos apareceu na porta. Ele era muito parecido com o Dylan, os mesmos olhos azuis, o mesmo sorriso e o jeito brincalhão e travesso. Se não fosse pelos cabelos escuros e rebeldes e as covinhas, poderia dizer que Luke era a reencarnação de Dylan.

– Nada filho, só seu tio e sua tia.

– Oi tio Jay – Ele disse vindo correndo até mim, que ao me abraçar acabou me derrubando na cama. Eu ri e ele também.

– Tudo bem? – Eu digo bagunçando seu cabelo e ele faz um careta.

– To com um machucado novo olha – Ele levantou um pouco o short e me mostrou um ralado no joelho e nos cotovelos.

– Eita, o que foi isso?

– Estava andando de skate – Ele diz com um sorriso maroto – É que tem uma garota na jogada – Ele cochichou isso em meu ouvido. Eu ri.

– Sério? – Ele assentiu.

– Eu quase a atropelei, sabe, tive que dar meu jeito para não machuca-la. – Ele se sentou ao meu lado e eu sorri. Foi exatamente isso que aconteceu comigo quando eu era pequeno, preferi quebrar meu braço a fazer qualquer mal a Anna.

– Ah eu te entendo, aconteceu a mesma coisa comigo – Ele me olhou curioso. – A pessoa era sua tia Anna e eu estava de bicicleta.

Olhei para a porta e Dylan e Jean se beijavam. Quem diria que meu amigo se casaria com a professora substituta? Era engraçado de se imaginar que eles até namoraram escondido até a formatura dele. Ela era o que? Dois ou três anos mais velha, eu acho.

Ela era alguns centímetros mais baixa, seus cabelos eram castanho escuro e ao sorrir ela possuía covinhas. Suas pernas eram torneadas e seus seios eram volumosos e seus olhos eram um lindo verde claro (Anna e Dylan me matariam se vissem essa descrição, então não contem para eles). Dylan não havia mudado nada desde a adolescência, a única diferença é que ele aparentava mais velho por causa de algumas poucas rugas em seu rosto e sua barba. Ah e sobre sua mentalidade? A mesma de há 12 anos.

Anna saiu do banheiro, ela usava um moletom e um short, seu cabelo estava amarrado num coque.

– Oi – Ela murmurou ajeitando os óculos.

– Desculpe por ter entrado assim, eu ainda disse ao Dylan que era melhor a gente tocar a campainha. – Jean disse se aproximando e dando um abraço em Anna que lhe deu um sorriso.

– Normal, esse mala sempre faz isso.

– Hey, mas pelo menos eu sou uma mala linda e divertida – Ele disse dando uma piscadela nos fazendo rir.

– Ah e muito humilde também. – Anna diz rolando os olhos.

– Deixa eu contar pra vocês. Sabe o Senhor Finnigans? Aquele nosso diretor irlandês que não era tão irlandês assim? – Eu e Anna afirmamos com a cabeça. – Fui matricular o Luke numa escola e adivinhem quem era o diretor?

– Era o Finnigans? – Ele depois que foi descoberto sumiu, nunca mais ouvi falar dele.

– Mais ou menos.

– Como assim? – Anna franze as sobrancelhas levemente confusa.

– Era ele, mas não era Senhor Finnigans e ele não era irlandês. Ele era Senhor Düsthang e ele era alemão. – Fiquei surpreso. – Quando eu entrei na sala, acho que de primeira ele não me reconheceu, mas eu falei “Senhor Finnigans, é o Senhor?” quando disse isso, ele me olhou espantado e pulou a janela. Ele acabou caindo num arbusto e saiu correndo sem os sapatos.

Eu e Anna rimos. Depois de uns minutos conversando sobre qual seria o motivo do Senhor Finnigans fazer esse tipo de coisa, eu crio coragem e vou até o banheiro tomar um banho.

Depois de uns quinze minutos eu saio do banheiro vestindo uma calça de moletom e uma camiseta, por mais estranho que pareça eu de uma forma sobrenatural sentia mais frio nas pernas do que nos braços.

Fui pra sala de estar e não havia ninguém, então supus que eles estavam na sala de música, que é onde havia um piano (esse quem tocava era a Anna, eu sabia tocar, mas me fazia de desentendido apenas para vê-la tocar pra mim), tinhas duas guitarras e dois violões e ainda minha bateria (eu estava tentando ensinar Anna a tocar, ela sabia umas coisas, mas não levava jeito pra coisa).

Abri a grande porta cor de vinho e felpuda e lá estavam eles. Dylan ensinava algo pro Luke no violão, Anna e Jean estavam sentadas num sofá preto, daqueles que você senta e afunda, que ficava ali dentro encostado a parede. Entrei sorrateiramente e sem ninguém perceber me dirigi até minha bateria, peguei as baquetas que ficavam em cima do banco e sorri maquiavelicamente e fiz um solo de bateria estrondoso fazendo todos levarem um susto. Eu ri.

– JAMES! – Gritaram eles todos juntos me fazendo parar, fiz minha melhor cara de inocente.

– Que foi? – Eu perguntei enquanto girava a baqueta em meus dedos. Anna me olhou mortalmente e eu engoli em seco e soltei um sorriso torto.

– Como eu ia dizendo filho, você faz o dó menor e depois vai pro mi – Ele disse e fez isso no violão e o Luke o imitou. Luke já sabia tocar, então suponho que Dylan estava ensinando alguma música pra ele.

Já que eu estava expressamente proibido de tocar bateria, eu fui me sentar numa poltrona que ficava à parede oposta do outro sofá. Eu estava entediado, comecei a batucar meus dedos. Dylan ensinava o Luke mais uma música, Anna e Jean parecem ter uma conversa infinita e eu acabei de virar minha cabeça para baixo e deixei meus pés para cima, talvez assim dava pra ver se as coisas ficavam mais divertidas. Minha barriga roncou.

Entortei os lábios fazendo uma careta. Eu estava faminto. Minha cabeça já estava vermelha pelo tanto de tempo que eu estava de cabeça para baixo. Minha barriga pediu por alimento de novo.

– Amor, o que a gente vai comer? Estou com fome – Eu digo me sentando direito de novo.

– Que tal a gente sair pra almoçar? – Sugeriu o Dylan.

– Pode ser.

– Por mim tudo bem, mas vamos ter que esperar meu irmão Henry chegar, ele vai passar uns dias aqui em casa.

Tinha me esquecido desse detalhe, Henry ia passar as férias da faculdade aqui. Ele morava nos Estados Unidos e fazia a faculdade por lá mesmo. Faculdade de que? De astronomia, sonho dele desde pequeno e assim que há terminasse faria a de história. Ele já tinha quase 20 anos.

Depois de quase uma hora esperando, a campainha toca. Saio da sala correndo para atendê-la. Não que eu estivesse ansioso para vê-lo e sim que minha fome era maior.

Abri a porta e lá estava ele. Ele havia crescido, tinha quase a mesma altura que eu (Anna fica indignada por isso, porque ela aparentemente é a mais baixa da família). Ele tira a touca branca que usava e seus cabelos estavam perfeitamente desarrumados e ele exibia um sorriso no rosto, igual ao da irmã. Ele ajeitou os óculos (Sim, ele também não escapou desse, acho que eles puxaram isso do pai, já que ele usa óculos também).

– Hey James – Ele diz e seu sotaque americano era quase que perceptível. Eu o puxei para um abraço.

– Como vai Henry?

– Estou muito bem.

– E a faculdade?

– Ah, está muito divertida – Ele dá um sorriso maroto. – Estou adorando.

– Com divertidas vocês quer dizer com garotas, festas e tudo o mais certo? – Eu sussurro e lhe lanço um sorriso malicioso.

– Hm, tirando a parte das garotas, não se esqueça de que namoro. Então é quase isso. – Ele responde no mesmo tom brincalhão.

– Quase isso o que Henry? – Uma voz feminina apareceu ao seu lado dele, ele soltou um sorriso fraco.

A menina era Lucy, namorada de Henry. Ela era bonita e sua pele branca era igual à de Henry, ela tinha cabelos ruivos que caiam em cachos sobre seus ombros, seus olhos eram um lindo verde claro e ela possuía sardas em suas bochechas. Ela arqueou as sobrancelhas e cruzou os braços esperando uma resposta.

– Nada demais Lucy, eu e meu cunhado aqui – Ele me abraçou de lado e bateu em meu peito. – Nós só estávamos conversando sobre a faculdade.

Ela lhe olhou desconfiada. Mulheres. Então ele foi lá e lhe deu um selinho e disse algo em seu ouvido que a fez gargalhar.

– Cadê minha irmã?

– Está lá dentro, dentro da sala de música, vamos lá. – Eu abri espaço para eles entrarem. – Deixem as malas aqui na sala mesmo, mais tarde vocês levam pro quarto, que presumo que será junto, certo? – Eu digo erguendo a sobrancelha e lhes lançando um olhar brincalhão e malicioso. Eles coraram o que eu achei fofo. Eles apenas assentiram e eu ri.

Enquanto eu os levava até a sala de música minha barriga roncou, só que dessa vez foi alto. Henry e Lucy me olharam.

– Desculpa eu estou com muita fome – Eu disse coçando a nuca sem graça. Eles riram.

– Minha irmã não anda te alimentando direito? – Ele me pergunta assim que entramos na sala. Anna levantou do sofá em um salto e veio correndo na direção do irmão e lhe abraçou quase o derrubando.

– Hey baixinha – Ele brincou e bagunçou seu cabelo, Anna bufou.

– Continuo sendo mais velha Henry Palmer. – Ela a solta com um sorriso no rosto e ela sorri de volta. – Oi Lucy – Ela foi cumprimentar a namorada de Henry, que conseguia ser uns cinco centímetros ou mais alta que Anna.

– Oi Anna.

– Gente, eu me sinto uma anã perto de vocês. – Ela disse fazendo um bico. Eu a abracei e mordi sua bochecha.

– Veja pelo lado bom, você pelo menos é mais alta que o Luke – Eu digo fazendo todos rirem, exceto Anna que me dá um tapa e cruza dos braços.

– Idiota. – Ela faz uma cara emburrada o que eu acho super fofo e eu não resisto eu me abaixo e a beijo, de início ela não correspondeu por birra, mas logo depois ela cedeu.

– Eca, isso é nojento – Luke comentou. E de propósito Henry beijou Lucy e Dylan beijou Jean. – Não sou pago pra ver isso. – Eu solto Anna e pude ver ele tampando os olhos. O que fez a gente rir.

– Você diz que é nojento agora, quero ver daqui uns anos.

Luke fez que vomitava nos fazendo rir. Uma barriga roncou pedindo por comida e dessa vez não havia sido a minha.

– Desculpa, eu acho que a minha fome é maior do que eu imaginava – Dylan comentou.

– Normal, você sempre está com fome – Anna comentou.

– Ah isso é verdade – Jean concordou.

– Mas que calúnia, não mereço isso.

– Olha só o Dylan dramático do colegial voltou – Comentei e todos riram.

Dessa vez a barriga que roncou foi a minha.

– Estou começando a achar que a barriga de vocês – Anna apontou para mim e para o Dylan - Estão planejando algum tipo de plano pra dominar o mundo, porque não é possível.

– A gente só está com fome – Eu e Dylan dissemos juntos.

Então eles concordaram que já estava na hora do almoço, eu quase gritei de felicidade. Eu e a Anna trocamos de roupa e a gente foi num restaurante não muito longe de casa.

–x-

Já era mais de dez da noite. Henry e Lucy já haviam ido para o quarto deles, que ficava no fim do corredor. Eu e Anna estávamos abraçados na sala enquanto assistíamos um filme, que para mim era super chato e acho que a Anna concordava, pois ela estava mais preocupada em me beijar ou morder a manga do moletom.

– O que foi? – Eu a perguntei, sabia que algo a afligia.

– Hm, nada demais – Eu a olhei de sobrancelhas erguidas. – Está bem. Vem cá – Ela me puxou para fora do sofá e me guiou até a sala de música.

– Você quer que eu toque? – Eu perguntei assim que a gente entrou na sala. Ela confirmou com a cabeça e mordeu a manga do casaco.

– Bateria ou violão? – Eu pergunto enquanto ela se dirige pra se sentar no sofá.

– Piano. – Eu paro no meio do caminho confuso.

– Mas eu... – Ela me olhou foi quando eu percebi que ela já sabia que eu tocava. – Como...

– Eu descobri? – Eu afirmei com a cabeça me dirigindo até o banco do piano e me sentei virando de frente pra ela. – Eu ouvi você tocar, eu dia eu cheguei mais cedo do trabalho e ouvi você tocar.

– Ah.

– Só não entendo o porquê de você não ter me contado.

– É que eu amo quando você toca pra mim – Eu dou um sorriso e ela sorri de volta e vem até mim se sentando ao meu lado. Ela começa a dedilhar o começo de uma música qualquer. – Agora você é a quarta pessoa que sabe desse meu segredo.

– E quem são as outras?

– Meus pais e o Dylan. – Então ela parou de tocar.

– Há mais algum instrumento que você toca que eu não sei? – Ela me pergunta em tom brincalhão.

– Na verdade, tem sim – Eu digo coçando a nuca – Eu sei tocar um pouco de saxofone e também sei tocar violino. – Ela me olha perplexa. – Eu aprendi esses dois quando eu ainda era criança, sempre os achei lindos e tive vontade de tocar, então fiz as aulas. – Digo dando de ombro.

– Ah sim.

– Mas me favoritos são bateria, guitarra e o piano.

Então ela foi um pouco mais pro lado do banco me dando mais liberdade pra tocar.

Então eu comecei tocar a música Innocence da Avril Lavigne.

Waking up I see that everything is ok

The first time in my life and now it's so great

Slowing down I look around and I am so amazed

I think about the little things that make life great

I wouldn't change a thing about it

This is the best feeling

Eu comecei a cantar. Acho que ela já havia reconhecido a música pela primeira nota. Foi a mesma música que ela tocou quando eu descobri que ela sabia tocar piano. Ela tocou pra mim naquela tarde após a gente voltar do píer.

This innocence is brilliant

I hope that it will stay

This moment is perfect

please don't go away

I need you now

And I'll hold on to it

don't you let it pass you by

Cantei o refrão, eu sentia seu olhar sobre mim, ela me olhava atenta enquanto mordia a manga do casaco. Continuei a cantar e a tocar. As notas saíam com leveza, como se elas estivessem sussurrando algo. Anna na metade da música pousou a cabeça em meu ombro. Cantei o último refrão num murmúrio para que só ela me ouvisse.

This innocence is brilliant

I hope that it will stay

This moment is perfect

please don't go away

I need you now

And I'll hold on to it

don't you let it pass you by

Então finalizei a música. Anna ainda mantinha a cabeça repousada sobre meu ombro.

– Isso é covardia – Ela diz levantando a cabeça e me encarando. – Você fica tão lindo e sexy quando toca. Tive que me segurar pra te deixar terminar a música.

– Por que?

– Porque simplesmente minha vontade era de te agarrar. – Ela diz num tom que significava “Dãr, isso é tão óbvio”, o que me fez rir.

– Não toco tão bem.

– Toca sim. E eu te proíbo de tocar pra outra pessoa que não seja eu ou seus pais.

Eu ri de seu ciúme.

– Sim senhora. – Eu digo rindo.

– É sério.

– Ok. Mas mesmo se outras mulheres ou homens – Faço uma careta que a faz rir, mas ela volta com a posição seria rapidamente. – Me vejam tocar e tirarem as mesmas conclusões que você, sobre eu ser lindo e sexy, isso não tira o fato de que só você me tem. Sou todinho seu.

Ela envolveu seus braços em meu ombro e sorriu. Aquele sorriso que eu tanto amava.

– E eu sou todinha sua.

– Até que a gente vire múmias ou que você não me queira mais.

– Esse que é o problema James Matthew Scott, você é como uma droga, a cada minuto que passo junto a você, eu te quero mais e mais.

Então eu a beijei.

– Amo você.

– Também amo você.

–x-

Nós estávamos deitados em nossa cama. Não maliciem, nós apenas estávamos deitados e abraçados.

– O que você e a Jean conversavam hoje. – Ela hesitou em responder um pouco demais.

– É que, a gente estava conversando sobre ter filhos e essas coisas. – Ela disse um pouco tímida. Acariciei seu cabelo.

– Você quer ter filhos? – Eu a perguntei. Parei para pensar por um momento. Eu queria ter filhos, mas nunca comentei nada, pelo simples fato de não tentá-la pressioná-la a nada.

– Sim e a gente vai ter.

– Sim, em algum dia.

Ela se sentou na cama e mordeu o lábio.

– Não é isso o que eu quis dizer...

Fiquei em silêncio, meu cérebro tentava processar o que ela estava dizendo.

– Jay, eu estou grávida.

Então tudo ficou em silêncio. Anna dizia algo que eu não conseguia ouvir. Eu ia ter um filho. E isso era wow demais. Eu estou tão feliz e... acho que estou parado há muito tempo.

REAJA JAMES.

Então ela começou a chorar. Eu a puxei pra mim e a abracei.

– Desculpa, eu não....

– Hey, não tem o que se desculpar, eu estou super feliz com essa notícia. – Ela me olhou e soltou um sorriso. – A gente vai ter um filho e eu posso ensiná-lo a tocar bateria e violão. E você pode ensiná-lo a tocar piano e ler todos aqueles livros que você tanto ama enquanto ele dorme.

– Você está bem empolgado com isso.

– É claro, eu sempre quis ter um filho com você e ele ou ela vai ser tão lindo quanto você. E a gente vai ser feliz. – Eu digo olhando em seus olhos. Então dou um sorriso e ela sorri também me puxando para um beijo.

Tive um bom sonho naquela noite. Sonhei que eu e Anna envelhecíamos juntos, estávamos sentados na varanda de nossa casa e nossos filhos brincavam com seus filhos. E eu e Anna nos olhamos sorrindo. E com aquele sonho, eu tive certeza de que daquele momento em diante, eu seria feliz até meu último suspiro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

As Long As You Love chegou ao fim! foi bom escrever e não haverá sequencia, não farei segunda temporada, porque eu teria que colocar um conflito e a Anna e o Jay provavelmente se separariam, então fica à imaginação de vocês. Espero que tenham gostado e eu agradeço de todo o meu coração a vocês que leram.
Não deixem de postar seus comentários, eles valem muito para mim. Talvez eu escreva outras histórias e poste, vai depender do meu tempo, já que agora eu vou pra faculdade, vai ficar meio difícil, mas enfim. Vocês podem me achar no twitter: twitter.com/lermanics; ou no tumblr: emilyston.tumblr.com.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Long As You Love Me" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.