As Long As You Love Me escrita por Madness


Capítulo 12
Capítulo 11




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Depois de uns cinco minutos o vídeo ainda rolava solto, mas acho que o juízo bateu na mente do diretor e ele ajeitou a postura e pediu para que desligasse o vídeo, todos ainda riam, alguns professores tomaram a mesma atitude do diretor e agora tentavam acalmar os alunos. Procurei com os olhos e nada de Chad por ali, ele deve ter saído é claro, quem é que aguentaria tudo isso? Eu estaria chorando no mínimo, mentira não sou chorão. Eu estaria com muita raiva e mataria qualquer um. Sem falar que provavelmente me enterraria em algum buraco muito fundo.

– Silêncio alunos! – Gritou o diretor com seu sotaque Irlandês. Não se ele realmente era Irlandês ou faria pose de um. Só sei que na sua sala era cheio de trevos e “duendes”. Como eu sei? Bom, já me encrenquei uma vez e tive que ir para lá, mas não vem ao caso. Alguns ainda cochichavam e seguravam o riso. – Espero que essa brincadeira não se torne confusão. Não quero risos e gracinhas para cima do aluno Chad Murray, ou irei suspender todos. Quero que o responsável por isso se apresente... – Ficamos em silêncio uns se olhavam e se perguntavam quem havia sido. Eu e Dylan nos olhamos cumplices e nervosos. Os cochichos aumentavam. – Silêncio! – Pediu o diretor novamente. – Espero que os culpados se apresentem em minha sala até o final da aula, ou TODOS pagarão pelo o ocorrido, com aulas extras e ficar depois da aula. – Todos começaram a gritar indignados dizendo que era injustiça todos saírem punidos. – Injustiça? Pelo que eu vi todos riram, – Ele pigarreou e disse baixo. – inclusive eu. Então é justo que todos paguem SE o responsável por isso não aparecer.

– Vocês vão se entregar? – Anna nos perguntou sussurrando. Eu olhei para Dylan e nos entendemos. Era justo nós nos entregarmos, explicaríamos a situação para o diretor as vezes ele diminua nossa pena de: expulsão para suspensão apenas. Poderíamos deixar todos pagarem por isso também, não seria incômodo, mas sei que muita gente trabalha a tarde, cuida dos irmãos ou faz outras coisas e não pode ficar até tarde.

Eu e Dylan assentimos para Anna e o diretor retomou seu discurso dessa vez não sendo interrompido por nenhum vídeo.

–x-

Era o último tempo de aula, eu estava apreensivo. Não queria ser expulso eu até gosto da escola. A verdade é que, ao mesmo tempo em que eu queria, eu também não queria me entregar, isso era frustrante.

O sino da saída tocou e todos saíram apressados, deixando apenas eu, Dylan e Anna na sala.

– Então você realmente vão se entregar? – Ela perguntou mordendo os lábios, parecia preocupada.

– É justo! – Eu disse. – Afinal realmente fizemos isso, por uma boa causa acho, espero que o diretor entenda...

– Cara, larga de ser mariquinha. Se a gente for expulso não vamos precisar mudar de escola, porque nossos pais vão nos matar antes disso. – Ele disse quebrando o clima tenso e nos fazendo rir.

– Então, vejo vocês mais tarde. – Ela disse pegando seu livro de cima da mesa e se dirigindo a saída.

– Gente boa ela, – Dylan disse a seguindo com o olhar e eu apenas afirmei. – é hora de irmos ter uma conversinha com o metido a irlandês. Vamos.

–x-

Entramos na secretaria da escola, ao fundo estava a sala do diretor, uma porta de madeira com um vidro opaco onde tinha uma plaquinha escrito “Diretor Edward Finnigans”, demos três batidas.

– Entrem.

Nós entramos. Desde a última vez em que estive ali não mudara nada. Havia quadros de potes de ouro no fim do arco-íris (Sim! Realmente havia, estranho e colorido demais para comentar), tinha uns duendes em miniatura espalhados por todo o ambiente, tinha um vaso com um trevo de quatro folhas em cima da mesa dele.

No canto direito da sala estava uma roupa irlandesa pendurada na parede (bizarro), acho que quando ele sentia falta de casa, ele usava aquela roupa e dançava alegremente. Tinha uma gaita de fole pendida atrás de sua cadeira. Na frente de sua mesa tinha duas cadeiras e no canto esquerdo um sofá de três lugares marrom de couro. As paredes por sorte ele deixou branca, pois se fosse verde iria ter dúvidas se estava numa sala ou numa floresta.

Sentamos nas cadeiras.

– Então, os senhores sabem quem fez aquilo? Ou vieram tratar outros assuntos? – Ele perguntou nos observando.

Senhor Finnigans não era muito alto, ele conseguia ser menos que por uns cinco centímetros talvez. Ele não tinha cabelo, uma careca tão lisa que chegava a brilhar, ele tinha uma barbicha estilo do Kratos, um dos personagens de meu jogo favorito, Godo of War. Só que a dele era um pouco menor, seus olhos eram castanhos escuros, podiam até ser confundidos com preto. Ele não era gordo, ele era forte. Ele sempre usava ternos risca de giz ou todo cinza, com uma gravata verde berrante. Era engraçado de se ver. Raramente ele ia com uma gravata de cor normal, ele era uma pessoa muito estranha. Ele era casada eu acho, não sei bem, na verdade nem estou interessado em saber.

– Bom, nós estamos aqui porque sim, sabemos quem fez aquilo com Chad. – Ele inclinou o corpo para frente, em sinal para que Dylan prosseguisse. – Foi eu e James que fizemos aquilo. – Ele estudou nossas feições para saber se nós estávamos mentindo, era estranho isso, não? Dois populares zoando outro popular. Ou companheiros de equipe fazendo isso.

– Nós podemos explicar senhor Finnigans, só não nos expulse. – Eu fiz a minha melhor cara de cachorro pidão e comecei a contar o ocorrido.

Expliquei tudo, desde o que vimos ele fazer com Joe até na hora de colocar o vídeo para passar no telão da quadra. Finnigans nos olhava sem expressão.

– E foi assim. – Eu disse por fim, suspirando aliviado.

– Bom meninos, entendo a boa ação que tentaram fazer, mas isso não pode ficar impune. – Eu e meu amigo nos olhamos

– Mas senhor... – Ele fez um sinal com a mão interrompendo minha fala, pedindo para que eu ficasse quieto.

– Não vou expulsá-los, muito menos o deixarem de suspensão. Vocês terão que ficar aqui depois da aula ajudando à senhora Robertha na arrumação dos livros da biblioteca depois da escola. Irei comunicar seus pais sobre isso, agora podem sair.

Dylan e eu saímos dali contentes. Acho que ficar depois da aula arrumando livros seria divertido.

– Cara nós demos sorte. – Dylan disse assim que fechei a porta.

– Sim, você quer ir lá pra casa? Jogar videogame ou sei lá fazer o que?

– Claro, mas vou logo avisando que você vai perder. – Ele disse batendo seu ombro no meu.

– Hahaha coitado. Sonhando de novo Dog? – Dylan me olhou furioso. – Só não vai latir pra mim, ok?

Dito isso eu sai correndo para a saída com Dylan logo atrás de mim, acho que seu eu parar agora eu levo uma surra, então o jeito era correr até chegar em casa, então foi isso que eu fiz.


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