Trouble escrita por Julice Smolder


Capítulo 8
Complicated


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas, eu sei que demoramos e sei também que esse cap está curto, mas prometemos que iremos recompensar no próximo que será postado ainda essa semana se tudo ocorrer bem e se esse cap merecer bastante reviews.
Obrigado pelas reviews de vocês, amamos ler e responde-las.
Bom é isso, boa leitura.
PS: Cap em pov Damon. O próximo será em pov Elena.



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Why'd you have to go and make things so complicated?

Após sair do quarto de Elena corri até o lado de fora da clinica onde cai sentado, lagrimas teimosas ousavam desabar de meus olhos, tudo o que eu mais temia aconteceu, Elena negando se aproximar de mim, como irei ajudá-la dessa forma? A dor do corte já não era mais notável comparado com a minha dor interna, pensar que estou revivendo tudo outra vez, faz toda a dor de anos atrás voltar à tona. Levantei lentamente e enxuguei a umidade das lagrimas em meus olhos, andei de um lado para o outro procurando por uma saída para toda essa bagunça. Um bip me despertou da confusão que estava em meus pensamentos, se tratava do quarto de Elena, corri por todos os corredores com o coração na mão, a adrenalina havia tomado conta de mim, abri a porta já esperando pelo pior. E lá estava Lorena segurando com dificuldade o pequeno corpo de Elena que se debatia ferozmente.

– Me ajude aqui – Lorena gritou para mim, que corri arrancando Lorena de perto do corpo de Elena, o qual eu o abracei forte até se aquietar, aos poucos Elena cedeu voltando ao seu estado normal.

– Ta se sentindo melhor? – perguntei ainda abraçado ao corpo da garota que logo tratou de se afastar de mim se encolhendo no canto de sua cama.

– Saia do meu quarto – ordenou com a voz fraca se escondendo em si mesma.

– Não até você ficar melhor – falei aceitando o seu receio, me sentei em uma das suas cadeiras de madeira a fitando de longe.

– Bom, tenho mais três pacientes para olhar ainda essa manha – Lorena disse rápida – Qualquer coisa me chame – disse para nós dois e saiu do quarto.

– Você não consegue entender não é? – Elena aumentou seu tom de voz assim que Lorena bateu a porta – Eu nunca irei melhorar! – gritou

– Você tem que aprender a acreditar mais em você mesma – disse firme a ela que desviou o olhar de mim. – Elena pare de me evitar! – gritei para a mesma que se assustou com minha atitude.

– Quero você longe de mim – bufou – Já basta eu ser um perigo para mim mesma, não preciso compartilhar isso com as pessoas que me rodeiam – disse se infiltrando dentro de suas cobertas ainda sem olhar para mim.

– Não vou a lugar algum – disse firme – Me deixe cuidar de você – falei vendo seus olhos se encherem de lagrimas.

– Cuide de si mesmo ficando longe de mim – disse fechando os olhos evitando falar comigo, em alguns minutos caiu em um sono profundo. Meu bip apitou novamente, só que desta vez me informando de que eu deveria ir até a recepção, desloquei até onde Elena estava deitada e arrumei o edredom entre seu corpo, passei meus dedos entre seu rosto, era inexplicável a minha vontade de ver essa menina longe daqui, tendo uma vida saudável, a vida que eu desejara que minha irmã tivesse. Em passos lentos andei até a recepção onde encontrei Michele perdida em meio aos seus papeis.

– Me chamou? – perguntei

– Na verdade não – disse sorrindo – Foi o Senhor Garcia, é sobre alguma de suas pacientes – Garcia era o supervisor geral daqui, supostamente queria falar comigo sobre os surtos de Elena.

– Obrigada – sorri para ela que retribuiu de volta, andei pelo corredor entrando na segunda porta a direita dando de cara com Garcia já me esperando na porta.

– Damon, quanto tempo – disse apertando minha mão, apesar de trabalharmos juntos Garcia raramente saia de sua sala o que tornava rara às vezes em que trombamos por ai.

– Garcia – sorri retribuindo seu aperto de mão – Estava procurando por mim? – perguntei passando a mão entre meus cabelos.

– Sim, entre – esticou sua mão para dentro de sua sala para que eu entrasse – Estou sabendo que uma de suas pacientes está dando muito trabalho certo? – disse mexendo entre seus papeis.

– Não necessariamente – desconversei – Teve apenas uma crise como qualquer outro paciente – conclui.

– Damon, sabe que não precisa disso certo? – falou rápido – Você tem qualificações o suficiente para estar ganhando rios de dinheiro em um grande hospital – terminou.

– Eu não trocaria o meu emprego por nada, Senhor – falei calmo

– Bom, é você quem sabe – sorriu reconfortante – Lorena disse que é a quarta crise que ela tem em dois meses, acho que seja necessário que você comece a passar as noites de vigia, pelo menos até essa fase de risco acabar – completou.

Sem pensar duas vezes deixei que as palavras trasbordassem de minha boca.

–Tudo bem senhor. –Disse já me levantando para me retirar de sua sala.

Assim que saio da sala de Garcia eu sentei-me em uma das cadeiras da sala de espera e coloquei minhas mãos entre meus cabelos negros fechando meus olhos com força. Eu não queria voltar atrás. Na verdade eu estava bem ciente da minha resposta a Garcia e sim eu passaria vinte e quatro horas por dia colado na Elena se fosse preciso. Por que se alguém tivesse feito isso pela April, talvez hoje ela ainda estivesse aqui comigo. Assim que comecei a sentir meus olhos marejarem tratei de respirar fundo e ir buscar um café para me acalmar.

Despejei o café dentro do copo de isopor em meus dedos e logo notei uma mão pequena retirando o mesmo de minha mão. Era Lorena, ela sorriu e bebeu o café. Respirei fundo, retirei outro copo e despejei o liquido dentro dele, agora levando o mesmo até minha boca. Sorri para a morena reluzente em minha frente.

–O que aconteceu Lorena? –Perguntei.

–Dam... –Ela ergueu a mão mostrando para mim o anel de noivado sobre seu dedo. Não pude deixar de sorrir e abraçar a morena.

–Parabéns Lor, fico muito feliz por você –Sorri –Mas me diga. Quando será o casamento? –Perguntei bebericando mais um gole do meu café forte.

–Daqui a dois meses –Ela suspirou e meus olhos se arregalaram. Percebendo isso ela continuou:

–Eu sei que é muito cedo –Revirou os olhos. –Mas eu o amo tanto e sei que o Tyler se sente da mesma forma por mim –Sorriu abertamente. Eu sei que ela está contendo um grito de felicidade. Sorri novamente para a garota que cantarolou alguma coisa sem nexo e voltou a me encarar seriamente. –O que o Garcia queria com você? –Perguntou mudando totalmente de assunto.

–Ele pediu para que eu tomasse conta da Elena vinte e quatro horas por dia –Suspirei. –Quer dizer, não é nenhum problema, mas no momento ela está me evitando –Abaixei meu olhar até encontrar o chão.

–O que aconteceu? –Quis saber.

–Longa historia –Dei de ombros. –Enfim, eu vou ter que me mudar para o quarto dela –Não pude deixar de sorrir ao pensar em ver Elena mais vezes que o normal.

–Parece que alguém gostou da idéia –Lorena ergueu uma sobrancelha me fazendo gargalhar. –Bom eu vou trabalhar, até mais Doutor Salvatore –Sorriu e saiu saltitando como uma adolescente pelos corredores.

Dei meu último gole e decidi ir ao encontro da fera que me esperava, contar para a Elena que irei ficar vinte e quatro horas ao seu lado não iria ser uma tarefa fácil, andei até o estacionamento tirando de dentro do meu carro o colchão e o resto das tralhas que ali eu tinha guardado após ter tirado do quarto de Elena essa manhã.

Entrei no quarto de Elena jogando todas as minhas coisas no chão. Fiz de conta que nem notei sua existência no ambiente e continuei a arrumar minhas coisas até que a morena se pronunciou:

–O que você ta fazendo? –Perguntou quase como um sussurro.Virei meu rosto na direção da garota e percebi que a mesma estava encolhida em um canto da sua cama, agarrada aos cobertores e com os olhos arregalados. Abri um sorriso torto o que fez a mesma revirar os olhos.

–Vou passar os dias aqui com você Leninha –Segurei a risada enquanto pronunciava seu novo apelido. –O senhor Garcia pediu para que eu tomasse conta de você durante todos os dias e noites também –A boca da morena se abriu e fechou diversas vezes e por fim ela bufou frustrada.

–Você não desiste mesmo né? –Cruzou os braços.

–Eu prometi que não desistiria de você –Falei agora olhando profundamente nos seus olhos castanhos. Ela suspirou profundamente e jogou seu corpo contra o colchão. O assunto estava encerrado.

Acabei de arrumar minhas coisas e me atirei no colchão encarando a janela rabiscada diversas vezes agora com desenhos de flores, e rostos tristes. No canto inferior do vidro estava escrito com letras pequenas as seguintes palavras: “não desista”. No momento em que as li, não sabia se aquilo era para mim ou apenas um mantra que a garota usava. Respirei fundo deitando minha cabeça sobre o travesseiro macio até que adormeci dentro do quarto gélido.


Quando despertei, percebi que Elena já não estava mais deitada e sua cama estava arrumada. Resmunguei alguma coisa sem nexo enquanto me sentava sobre o colchão e virava meu rosto para todos os lados a procura da morena, mas nenhum sinal dela.

–Você é um péssimo “guardião” –Ela soltou uma risada e enrolada na toalha foi em direção ao armário. –Eu sai do quarto duas vezes, e Lorena veio conversar comigo e você nem mesmo acordou –Sorriu novamente enquanto retirava do armário um pijama rosa.

–Resolveu falar comigo agora? –Ergui uma sobrancelha e cruzei os braços.

–Claro que não, só queria te avisar sobre os acontecimentos –Deu de ombros.

–Elena... –Tentei chamá-la, mas a mesma me interrompeu.

–Se importa de se virar de costas? –Virou-se em minha direção. –Eu preciso trocar de roupa e agora não tenho mais privacidade então... –Deu de ombros.

–Por que não vai ao banheiro? –Questionei.

–Tenho medo de escorregar e cair –Suspirou. –Medo idiota eu sei, mas é mais um dos meus segredos –Corou e com a mão me incentivou a virar. Revirei os olhos e me virei de costas para a garota.

Enquanto esperava a mesma acabar de se vestir eu a ouvia cantarolar alguma musica antiga que eu conhecia. Não pude deixar de sorrir.

–Pode virar, se quiser –Elena sussurrou. Me virei e sorri para a morena, ela revirou os olhos e caminhou rapidamente até a porta, abrindo a mesma. –Aonde vai? –Perguntei.

–Lorena me chamou até sua sala, disse que tem novidades

–Okay, eu vou ficar aqui –Sorri e ela assentiu.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?Odiaram? Comentem e deixem duas escritoras felizes