Trouble escrita por Julice Smolder


Capítulo 13
Too late to repent


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, desculpem a demora, mas aqui está mais um capitulo para vocês e eu prometo >tentar< postar o próximo essa semana. Queria fazer um dia fixo para postar a fic o problema é que com Trouble eu sempre penso demais no enredo e se eu escrever sendo pressionada contra o tempo eu deixo a história toda fora de orbita e não é o que queremos certo? Então entendam, tenham paciência, continuem comentando e recomendando por favor hahahaha.
Boa leitura.



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Depois da consulta com Rebekah, Damon me levou até o refeitório da clinica para que jantássemos, depois Lorena nos avisou para esperarmos por ela na recepção da clinica, agora era isso que estávamos fazendo, olhando as paredes pintadas de um bege velho, os sofás de um coro marrom antigo, a mobília feita de madeira, ao longe um balcão que uma mulher alta e loira estava arrumando enquanto desajeitadamente colocava seu crachá personalizado com seu nome de quatro letras sobre seu uniforme branco.

Damon estava com os braços cruzados e cabeça encostada no sofá, seus olhos azuis fixos no teto, fiquei alguns segundos analisando seu rosto, até que uma crise de espirros chamou minha atenção, eu olhei para minha direita e lá estava a loira da recepção espirrando enquanto fechava seu perfume extra doce.

-Por que ela passa um perfume que ela é alérgica? –Damon perguntou quase com um sussurro.

-Talvez para chamar a atenção de alguns médicos bonitões que vem para a recepção –Com meu cotovelo cutuquei seu braço fazendo com que o moreno revirasse os olhos.

-Eu sei que eu sou lindo, mas esse cheiro ta me deixando enjoado –Ele entortou o nariz me fazendo rir e chamando assim a atenção da loira que me olhou torto e logo depois jogou um de seus sorrisos para Damon, revirei os olhos notando a tamanha futilidade da mulher.

-O que será que Lorena quer com nós? –Murmurei chamando atenção de Damon que segundos antes estava concentrado demais em suas mãos entrelaçadas sobre o colo.

-Não sei, mas não acho que seja algo bom –Ele franziu o cenho e eu repeti seu gesto.

Realmente era muito estranho Lorena querer conversar com nós aqui no meio da recepção, quando sempre que ela tinha algo para falar ela nos chamava no quarto ou em sua sala, nunca na recepção onde naturalmente é cheio de pessoas, hoje era uma clara exceção por que o local estava deserto. Respirei fundo assim que ouvi o barulho da porta se abrir chamando a atenção para a pessoa que passava pela mesma, a pele clara, os cabelos escuros, olhos castanhos, boca vermelha e corpo pequeno, tudo naquela mulher me lembrava a pessoa que eu costumava chamar de...Isobel.

Era ela, minha mãe, bem em minha frente, mas isso era algo impossível uma vez que Isobel jamais pensou em pisar nessa clinica, todas as vezes que Jeremy falava que ela mencionava a clinica era apenas para falar mal ou dizer que era melhor pra mim ficar aqui presa. Mas agora, nesse exato momento, meu coração estava batendo desesperadamente, eu acho que por saudades de ver a figura materna que me acudiu tanto aos meus cinco anos e depois me abandonou pra virar uma figura importante da sociedade. Ela caminhou até a recepção ignorando completamente minha presença no local, mas assim que a mulher loira apontou em minha direção com suas unhas perfeitamente pintadas de rosa eu quase explodi de ansiedade, eu não sei por que, mas esperava ansiosa para que minha mãe se aproximasse de mim, mas ao mesmo tempo eu estava com medo de suas palavras ou de sua reação ao me ver.

 -Mãe? –Minha voz saiu engasgada quase como um sussurro. Isobel arregalou os olhos e abriu um sorriso quase verdadeiro.

-Elena? Filha? –Ela falou se aproximando de mim, com todo seu jeito boneca de porcelana, senti meu coração aliviar assim que senti suas mãos segurando as minhas, mas foi minutos antes de eu as puxá-las para perto do meu corpo. –Ainda se lembra de mim? –Perguntou em um tom baixo e calmo, como se estivesse falando com uma criança, revirei os olhos antes de responder.

-Isobel, eu só tenho depressão e não perca de memória –Forcei um sorriso assustando a mesma com minhas palavras um tanto estúpidas.

-Desculpa minha filha é que faz tanto tempo, não pensei que fosse me reconhecer –Sorriu maternalmente e tentou novamente segurar minhas mãos, uma missão a qual ela falhou novamente.

-Suas duzentas plásticas não conseguem esconder as linhas que só um filho memoriza –Falei fitando seus olhos que continuavam com o mesmo brilho de sempre, seus dentes ainda mais brancos e sua clara e lisa, como eu me lembrava.

-Elena... –Damon sussurrou, não sei se chamando minha atenção, mas eu me virei em sua direção fitando seu rosto que se perdia nos olhos de minha mãe.

-Isobel esse é Damon meu médico e “guardião” –Fiz aspas com os dedos, como já estou acostumada.

-Olá, Jeremy me contou que você estava com um novo médico querida, e me falou que você gostava muito dele também. –Senti minhas bochechas corarem e me fuzilei por isso. Droga, Jeremy não consegue manter a boca fechada nem para nossa mãe.

-Isso é novidade –Damon falou me encarando com seus diamantes azuis. –Não pensei que gostasse tanto assim de mim Lena –Ele abriu um sorriso malicioso e eu revirei os olhos.

-Cala a boca Damon –Falei o fazendo rir. –Então, o que está fazendo aqui Isobel? –Questionei.

-Vim te visitar, precisava conversar com você –Ela suspirou tristemente.

-Sobre? –Ergui uma sobrancelha.

-É um assunto delicado para conversar no meio da recepção de uma clinica de reabilitação –Ela falou um pouco baixo demais.

-Não culpe a mim por isso não chegar aos pés dos hotéis cinco estrelas que você costuma freqüentar –Forcei um sorriso.

-Eu estava pensando em te levar até uma cafeteria e depois passaríamos algumas horas no jardim de verão da nossa casa conversando, à noite eu te traria para a clinica novamente, o que acha? –Perguntou ignorando completamente meu comentário.

-John não vai dar um chilique e me ameaçar como fez da ultima vez? –Pedi.

-Com John eu me resolvo, alias é sobre isso um dos assuntos que tenho que tratar com você, mas claro só se aceitar ir comigo –Abriu um sorriso e seus olhos imploravam para que eu aceitasse seu pedido.

-Eu não posso ir sozinha, duvido que Lorena deixe, então preciso que Damon vá comigo –Exigi e ela pareceu encarar o moreno e em seguida esboçou um sorriso em seus lábios.

-Claro, qualquer coisa com tanto que vá comigo –Ela abriu um sorriso. –Onde está Lorena? –Pediu.

-Eu vou chamá-la –Damon levantou-se do sofá e foi em direção a porta desaparecendo pelo corredor escuro da clinica.

-Ele é muito bonito –Isobel riu. –Parece gostar de você. –Completou sentando-se na poltrona onde há poucos minutos Damon estava sentado.

-Impossível, ninguém gosta de um garota louca –Ironizei a frase abrindo um sorriso amarelo para minha mãe que mantia seus olhos arregalados.

-Lena, me de uma chance, por favor –Isobel murmurou segurando uma de minhas mãos.

-Não é tão fácil quanto parece, você tem noção da dor que é ser rotulada de louca e ser abandonada em uma clinica pela própria mãe? A pessoa que mais deveria te amar e cuidar? –Perguntei tirando minha mão da sua e encarando o chão amadeirado da sala tentando assim conter as lágrimas que pareciam me sufocar.

Antes que Isobel conseguisse responder ao meu comentário Lorena e Damon entram pela sala e param em nossa frente, eu e Isobel não mechemos um músculo até que Lorena tirou os olhos do papel preso em sua prancheta e abriu um sorriso amigável enquanto fitava minha mãe.

-Olá Isobel, o que gostaria de falar comigo? –Lor perguntou enquanto ajeitava uma mecha de seu cabelo castanho em seu coque.

-Queria pedir se teria como minha filha passar uma tarde comigo, claro com o médico dela como acompanhante –Isobel sorriu e Lorena assentiu.

-Claro, amanhã a qualquer horário –Lorena rabiscou alguma coisa em sua folha.

-Posso chegar aqui à uma hora da tarde, que tal querida? –Isobel virou-se em minha direção e esboçou um sorriso carinhoso.

-Por mim tanto faz –Dei de ombros.

-Ótimo, apareça aqui amanhã e ela estará a sua espera –Lorena passou sua mão pequena sobre meus cabelos em um carinho agradável. –Está tarde e já acabou o horário de visitas, acho melhor você ir –Lorena encarou minha mãe que ainda estava me fitando sorridente.

-Ah sim, claro, bom até amanhã querida –Ela disse e hesitou em me dar um beijo na bochecha antes de sumir pela porta da recepção.

-Como ela é falsa –Rolei os olhos e passei a manga da minha jaqueta sobre minha bochecha.

-Ela parece arrependida e tentando te reconquistar –Lorena sentou-se ao meu lado.

-Lor, se esqueceu que ela é Isobel? A pessoa que tem 50% de culpa por eu estar presa aqui? –Cruzei os braços.

-Mas sem essa clinica você há essas horas estaria morta –A morena comentou.

-Por culpa deles também, olha Lor, desculpe, mas não tem desculpa no mundo que mude o que eles me causaram, eles destruíram minha vida, eu posso tentar, mas jamais vou esquecer –Suspirei tristemente enquanto entrelaçava minhas mãos sobre meu colo.

-Mas, o que você queria conversar comigo e com Damon? –Ergui uma sobrancelha.

-Rebekah me pediu para avisá-los que a próxima sessão será em dupla, os dois precisam ir a sala dela quarta-feira para...conversar –Ela passou a mão sobre os cabelos escuros e abriu um sorriso.

Estremeci, lembro-me muito bem do ultimo assunto a qual Rebekah tocou há algumas horas atrás, se ela me lembrasse dele durante essa sessão eu não sei o que faria, com toda certeza minhas bochechas assumiriam um tom exagerado de vermelho e ficaria estampado em minha testa meus reais sentimentos por Damon. Mas isso só será na quarta, até lá consigo inventar alguma coisa para fugir desse assunto e evitar qualquer pergunta do gênero.

-Tudo bem, podemos voltar ao quarto? –Damon perguntou.

-Sim, e lembrem-se que amanhã Isobel vem buscar vocês –Lorena colocou sua prancheta embaixo de seu braço esquerdo e arrumando seu jaleco beijou minha bochecha. –Boa noite aos dois –Disse e retirou-se da sala.

Caminhamos em direção ao quarto em um silencio confortável, eu não sabia se Damon faria alguma pergunta sobre minha relação com Isobel, mas uma coisa me diz que ele perguntando ou não vai descobrir tudo sozinho amanhã ao sair comigo e minha mãe.

Minha cabeça estava latejando, cheia de perguntas que me deixavam confusa. Não entendi o motivo pelo qual Isobel decidiu finalmente aparecer na clinica e nem o porquê ela pareceu tão culpada ou carinhosa, e qual será o assunto tão importante que ela quer tratar comigo? Como se eu pudesse ajudar em alguma coisa, eu estou presa nessa clinica há anos e não poderia ser útil em nada, então não entendo seu interesse repentino por mim.

Há anos tenho o desejo de voltar a ver meu quarto, queria saber se minhas coisas continuam lá ou se elas foram jogadas foras e meu quarto servia agora como closet para Isobel, queria saber se a casa ainda tinha aquele cheiro aconchegante ou se já tinha sido substituído pelo cheiro doce dos perfumes caríssimos de Isobel, me perguntava se as rosas continuavam a crescer pelo pequeno jardim na parte de trás da minha casa ou se a piscina que eu tanto amava ainda era utilizada. Eu estava realmente muito ansiosa para rever tudo aquilo, talvez eu me decepcionasse com a vista, mas talvez aquilo me fizesse bem, afinal foi naquela casa que passei os melhores e os piores anos da minha vida, e apesar de tudo seria legal mostrar tudo aquilo a Damon.

Com esses pensamentos ansiosos em mente peguei no sono apenas esperando que as horas passassem voando para que eu pudesse rever minha casa, minha mãe, e tudo o que eu sentia falta.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Comentem, recomendem e deixem duas escritoras felizes.xx
OBS: Os ultimos comentários foram realmente muito poucos e nos fez pensar se estão realmente gostando da fanfic, eu sei que ela é bem devagar, mas é que é uma história mais delicada se pararem para pensar, porém a aproximação vai acontecer, só é preciso da paciência de vocês hahahaha, pfvr comentem :D