The Especies escrita por Emma Patterson


Capítulo 7
Capítulo 6 - Memória Traumática




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Capítulo 6 - Memórias Traumáticas

Se é sua primeira vez em uma atividade de emboscada, ainda mais quando você é nova ou novo no lugar é até compreencivo quando você falha e é um desastre na ativida, mas quando até aqueles que já são mais experientse que você falham, bem, não é algo legal ou muito menos agradável.

Todos estavam cabisbaixos e outros com caras bem irritadas, o que era o caso da Gina, Annabeth, Rose, Carla, Edmundo, Percy e Sarah. Poucos estavam olhando para outra pessoa de seu grupo e jogando a culpa em alguém, eles sabiam seu erros, mas não era fácil aceitá-los então ficavam emburrados.

Eu não ligava muito, talvez pelo fato de não me importar ou porque sou nova mesmo sobre o assunto, mas uma coisa era certa, eu não gostava de trabalhar em equipe, isso causava falhas e era muita responsabilidade. Na minha mente, trabalhar em equipe era falha na certa, claro que estar cercada por pessoas em um grupo me mantinha protegida, porque me vinha o instinto de usá-las como escudo, para me proteger, mas eu também gostava de trabalhar sozinha, tomar minhas próprias decisões, mas eu precisava delas também para uma coisa, usar suas experiências como minhas. Isso me impedia de sofrer.

Não sabia como me lembrava tão perfeitamente disso, provavelmente durante a atividade os sentimentos vieram sutilmente. O que foi bom, nada de imagens perturbadoras ou felizes para que me fizessem triste.

_ Elena... - começou Hermione.

_ Amanhã, cinco horas no subterrâneo. Dispensados. - falou Elena apenas se virando para a mansão e entrando.

Charles deu um sorriso de escárnio e até mesmo um pouco de descosto para nós. Por fim me encarou sem expressão e seguiu Elena.

_ Droga, mais um motivo para ele se achar o melhor para cima de mim. - resmunguei bufando.

_ Ele é melhor que você. - falou Edmundo ao meu lado com seus braços sujos de terra, mas sem qualquer arranhão.

O fuzilei com o olhar. Poderia dar uma resposta infantil, mas resolvi me virar para a mansão e entrar, precisava de um banho. Quando me virei, involuntariamente meus cabelos giraram em leque e acertaram a cara de Edmundo já que eles eram longos. Escutei ele bufar de surpresa.

_ Presta atenção, idiota. - falei acenando ainda de costas e andando para a mansão. Escutei mais alguém bufar, e já imaginava quem era. Loira, perigosa, e nas palavras de Gina, vadia. Lhes apresento: Rose.

Ninguém me seguiu e também não esbarrei em outros alunos que estavam na mansão, apenas subi as escadas e fui direto para o closet indo pegar uma toalha e depois me trancando no banheiro.

O banho foi demorado e reconfortante. Tive que lavar meu cabelo novamente, mas foi bom, deu a impreção de que meus pensamentos e sentimentos estavam escorrendo pelos fios loiros. Me enrolei na toalha e sai do banheiro e vi as meninas, Hermione e Annabeth, sentadas na mesma cama, a da Annabeth, e elas deviam estar conversando porque se viraram para me encarar.

_ Hmm, oi. - falei simplesmente. Não sabia se estavam falando de mim e nem queria saber, estava cansada de mais para discussão sobre a atividade ou qualquer outra coisa.

Entrei no closet e escolhi uma roupa quente e moderna, não que eu fosse sair (o que seria inadequado no momento, já que devia estar sendo procurada pelos governantes), mas queria me sentir bonita.

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Sai do closet e Hermione não estava mais no quarto, mas eu podia ouvir o barulho do chuveiro no banheiro.

_ Ela não pegou toalha. - falei para Annabeth que estava tirando os sapatos agora. Seus cabelos estavam cobertos com pequenos gravetos e terra.

_ Ela já tinha pegado antes de você sair. - falou simplesmente.

Fiquei em silêncio por um tempo absorvendo a forma que ela estava me tratando. Bem, me veio a cabeça, não tinha outro jeito de fugir sobre o assunto "atividade de emboscada fracassada".

_ Annabeth, sobre a atividade, sinto muito ter sido individual, mas todos erramos e ficar emburrada ou seca comigo não vai resolver nada.

_ Não estou te culpando e não venha me dizer como tenho que agir sobre a situação. Sei no que erramos, ok?! - falou irritada. Seu olhos faiscavam de raiva para mim.

_ Bem, não está parecendo. - provoquei me irritando.

_ Porque você atrapalhou. Sabe como é dificil trabalhar com alguém que se acaba de conhecer e é instavel? Você não deve ter percebido, mas você detonou boa parte da primeira campina. Quando chegamos lá, Edmundo não te atacou porque queria te provocar, te desafiar ou porque você era uma ótima oponente para ele, mas porque você estava concentrando muito poder e fazendo o chão a sua volta virar pó, aquilo não era só areia fofa, você sugou a vida a sua volta! - exclamou. - Não percebe? Você acha que tem controle, mas nem percebeu que estava presa em um mundinho privado e que poderia machucar alguém. Mendy ainda esta desacordada e sua respiração está fraca.

Annabeth derramou as palavras sem qualquer dó sobre mim. Eu não sabia como reajir, apenas a encarava, sem qualquer expreção. Ao longe pude perceber que o chuveiro do banheiro estava fechado e com toda certeza não foi a pouco tempo.

_ Agora eu entendo porque estava sendo mantida presa em um mundo criado mentalmente, porque você já vive em um, você cria sua própria ilusão de realidade. Você não é uma mutante qualquer, você é uma nível 5. Só que você não tem conciência total, você não controla totalmente, é como se o seu poder tivesse vida própria e como não controla, você cria uma desculpa imaginaria de esta tudo bem. - falou com a voz mais moderada e um olhar assustado.

A porta do banheiro se abriu e Hermione, com os cabelos cacheados totalmente encharcados, olhava atordoada para Annabeth e para mim.

_ Annie... - começou repreendendo.

_ Ela está certa. - cortei-a. - Com licença.

Sai rapidamente do quarto e batendo a porta. Corri escada a baixo, sem me importar em quem eu esbarrava. Mantinha minha cabeça baixa e a expressão vazia.

Fleches levementes embaçados surgiam em minha cabeça.

Uma garota de uns nove anos corria de alguém, ela chorava muito, seus cabelos loiros esvoaçando com o vento que a cercava.

Alguém estava gritando seu nome:

_ Jessie! Espere! Não é sua culpa! Volta, não se desespere! Se controle! - era um garoto, ele devia ser uns dois anos mais velho do que a menina, mas não conseguia ver seu rosto, era turvo, apenas os seus olhos eram vizíveis. Um azul intenso, tão intenso quanto o de Jason.

O garoto expressava preocupação e medo em sua voz, mas não da garota, mas sim do que ela poderia fazer se continuasse se descontrolando.

_ É minha culpa sim! - berrou a menina ao vento sem se virar. O ar a sua volta estava ficando pesado e o garoto que a estava alcançando começou a ficar sem folego.

_ Je-jessie... - gaguejou, as mãos indo para a garganta. - Estou ficando sem ar...

A menina parou, seu enormes olhos claros que antes estavam brilhantes de lágrimas, agora estava levemente opacos. Tentava focar no garoto e ajudá-lo, mas ela não parecia conseguir se controlar.

_ Me desculpa... - choramingou. - Lo... - o nome sumiu no vento, não me alcançando.

Arfei surpresa, tentei me lembrar do nome, tentar repaçar a fala da menina, a minha fala, mas apenas um sussurrar indistinto era ouvido em minha mente.

_ Lo... - sussurrei preocupada com o garoto. Eu o estava machucando, eu poderia ter o matado e não me lembrava.

Não tinha um pingo de controle sobre meu poder, só que eu só quis ver agora. Era assustador e perigoso e agora eu realmente pude ver como foi a cena quando eu concentrei meu poder e soquei Mendy. Eu realmente fui descontrolada, realmente foi brutal.

_ E-eu... - gaguejei e me segurei no corrimão da escada sem equilíbrio. Eu quase matei Mendy e provavelmente fui eu que matei meu irmão, porque eu tinha quase certeza de que aquele garoto era o meu irmão!

Meu coração pesava e doía, meus pulmões latejavam pedindo por ar, mas dessa vez era eu que estava sufocando. E eu não queria ter o oxigênio de volta, eu queri morrer, queria cair na escuridão eterna ao ter que encarar a dura realidade. Queria não ser mutante, queria não ser a desgraça da minha família destruída e desequilíbrio dessa mansão. Estava bem melhor quando eu estava no mundo atacado por alienigenas, eu não tinha poderes, apenas sobrevivia sem machucar ninguém.

_ Jessie? - escutei alguém me chamar alguns degraus abaixo. - Você está mais branca do que papel... Meu Deus! - falou a pessoa assustada e preocupada. Ela não devia se preocupar, eu era um monstro que podia machucá-la!

_ Sai daqui, Gina. - falei com firmeza apesar do corpo mole.

_ Não! Você está quase desmaiando. - disse com a voz urgente. - Vou chamar o Sr. Bromberg. - se virou as pressas impedindo que eu a impedisse.

Me sentei em um dos degraus e encostei a cabeças no corrimão. Minha respiração estava pesada e meu chapéu já tinha caído ao meu lado.

Eu era uma força da natureza horrível. Fui "agraciada" com uma abilidade perigosa. Não pedi por isso, mas estava recebendo as consequências. Eu devia ter sido uma bela idiota na outra vida para receber isso nessa.

Escutei passos apreçados subindo as escadas e parando na minha frente. Só olhava para os sapatos pretos e bem polidos.

_ Venha. - disse o Sr. Bromberg me pegando no colo. Não discuti, eu só queria sumir, deixaria a vida sugar meu tempo e morreria como deveria e não machucaria mais ninguém. Ou talvez eu pudesse fazer minha morte ser mais prematura, assim não machucaria ninguém e o meu poder descontrolado não seria usado como arma mortal.

Por isso eu era tão desejada desde que estava na barriga da minha mãe. Meu poder era mortal.

Mãe... "Você morreu por culpa minha", falei mentalmente.

_ Jessie? Jessie, responda. - o Sr. Bromberg falava, mas eu não queria responder.

Olhei para ele, meus olhos estavam secos, nenhuma lágrima, mas eu sabia que estavam transbordando de dor. O Sr. Bromberg arregalou os olhos asustado.

_ O que...? - ele não terminou. Chegamos a uma sala que não me lembrava de ter visto no andar térrio, devia ser no subterraneo. Estava em um torpor de pensamentos tão grende que nem vi o caminho que me levaram. A sala era toda branca, com prateleiras de metal e cinco macas de metal forradas com um colchão bege bem fino.

_ Parece onde eu estava presa, só que com mais macas. - sussurrei.

Gina estava a alguns passos atrás do Sr. Bromberg e me olhava preocupada, seus olhos marejados. A porta da enfermaria se abriu e um Rose séria entrou seguida por Carla.

_ Reanimação? - perguntou Carla em uma voz profissional, como uma médica, olhando para o Sr. Bromberg. Não via hostilidade em sua voz ou olhar.

_ Não, vamos esperar um pouco. Vou fazer exames de sangué. - Sr. Bromberg me colocou em uma das macas e foi até um armário e pegou um seringa. Não tinha medo de agulhas, mas elas eram assustadoras agora, não lembrava as imagens, mas sabia que já me feriram muito com agulhas.

Eles podiam ter me matado de uma vez.

Senti a agulha perfurar minha pele e chegar a veia, observei o sangue escarlate ser puxado lentamente. Era um cor bonita, cheia de vida, mas eu não era merecedora dela.

Quando Sr. Bromberg tirou a agulha do meu braço e a desencaixou da seringa eu fiz um movimento rápido e inesperadamente. Puxei a agula de seus dedos e estava pretes a enfiala em minha garganta e puxar rasgando-a, mas fui pega de surpresa com uma descarga elétrica.

_ Não. - falou Carla ao meu lado. Seus dedos pareciam grudados na minha mão esquerda. Os choques vinham de lá e a agulha já caía no chão branco.

Eu queria gritar, dizer para que me deixassem morrer, que era o certo e o melhor a fazer, mas no momento Rose estava do meu outro lado e colocava sua mão sobre meu nariz e boca. Seu rosto era sério, mas ela não parecia querer me ferir ou sentir alguma satisfação com o meu sofrimento, ela parecia uma médica querendo acalmar seu paciente e curá-lo.

_ Por favor... - sussurrei - Deixe-me terminar.

_ Não vai estragar sua vida, não vou permitir, você não tem idéia da sorte que tem em ter uma e ser como nós. Sejá lá o que aconteceu, vai se resolver, tudo se resolve. - então um aroma levemente adocicado entrou em minhas narinas e boca e eu fui levada para a inconciência.


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Notas finais do capítulo

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