The Especies escrita por Emma Patterson


Capítulo 3
Capítulo 2 - Novo lar


Notas iniciais do capítulo

Eu tinha excluído a fic, mas resolvi voltar com ela e terminá-la, não é só porque não recebia comentários que jogaria minha ideia fora :)



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Capítulo 2- Novo lar

A viajem no jato foi rápida. Não prestei muita atenção a minha volta, apenas olhava pela janela e via as nuvens em baixo do grande avião.

Hermione não falou mais comigo, talvez percebeu minha expressão e viu o quanto eu estava confusa e até assustada. Eu sabia, acreditava que tudo que eu me lembrava era uma ilusão idiota, memórias um universo implantado na droga da minha cabeça para que pudessem me controlar e usar... Meus poderes. Sim, o único motivo para eu estar sendo mantida presa era pelo fato de que eu fazia patê de uma parte da população humana que estava evoluindo e adquirindo habilidades especiais, ou como fomos nomeados: mutantes.

Elena me lançou um olhar reconfortante, mas o máximo que consegui foi tentar dar um sorriso que pareceu mais uma careta. Ela se acomodou com aquele outro mutante, Derick. Ele me olhou uma vez curioso, assentiu com a cabeça em um sinal que me pareceu boas vindas e voltou sua total atenção para Elena. Hermione se sentou duas poltronas na minha frente e ficou lendo um livro imenso. Não consegui ler o titulo, também não me interessava.

O jato começou a descer e Hermione se virou pra mim.

_ Coloque os cintos. Estamos chegando. – e deu um sorriso imenso. Ela tinha um brilho de alivio nos olhos, uma alegria que não queria conter de maneira nenhuma. Esta aliviada.

Assenti e coloquei o cinto e olhei pela janela. As nuvens não estavam mais abaixo de nós, eu via uma pequena cidade. Pequena compara com Los Angeles e New York. Sim, em minhas memórias implantadas eu viajei para essas cidades, na verdade eu morei em New York, ou pelo menos eu achava.

Uma coisa que achei estranho foi o fato de que o jato baixava cada vez mais rápido e não produzia um som alto e as pessoas lá em baixo nem pareciam notar a chegada de um avião tão estranho para um território não “humilde”. Hermione pareceu perceber minha duvida.

_ Estamos envoltos em um campo de invisibilidade. Lilian esta impedindo que o som do jato se propague e pareça mais um ronronar de um carro novinho. Não se preocupe, ninguém na cidade sabe que somos mutantes. Acham que nós somos alunos “especiais”, alguns problemáticos, que estão fazendo intercambio ou foram mandados pelos pais para um instituto. – riu divertida. Ela parecia gostar daquele lugar. Então uma duvida se passou pela minha cabeça que não tive como segurar. Quando percebi estava perguntando:

_ E seus pais?

Hermione se calou subitamente. Mas não parecia magoada ou irritada. Seu olhar ficou longe por alguns segundos e logo abriu um sorriso gentil.

_ Estão em Paris. Eu nasci lá. Fui para Londres estudar em uma escola para pessoas muito inteligentes, mas logo comecei a chamar a atenção, então eu esbarrei em dois garotos como nós. Sai da escola e fugi com eles, até encontrarmos o professor. Meus pais ficaram preocupados, mas sabiam que se eu ficasse com eles eu seria pega e eles seriam assassinados. – ela estremeceu com o pensamento e desviou o olhar.

_ Como conseguiu esbarrar em outros mutantes? – perguntei. A curiosidade me dominava e eu estava muito interessada em como era a vida para pessoas como eu.

_ Na escola que eu frequentava fazíamos muitas visitas em museus, convenções de tecnologia. Então em uma dessas, eu esbarrei em Harry e Ron – sua voz ficou carinhosa com o ultimo nome, ignorei -, eles tinham fugido de casa, eram amigos de infância. Harry morava com os tios, pessoas horríveis, maltratavam meu amigo, então mesmo não querendo deixar Ron, ele fugiu, mas Ron o seguiu. Ron não tinha problemas, sua família toda é mutante. – sorriu – Mas tente convencer um Harry de cabeça quente a fazer a coisa certa? É como falar com a parede. Então no segundo dia em que estavam “desaparecidos” eles foram na convenção de tecnologia que minha escola foi. Eu estava sendo seguida e esbarrei neles. Se não fosse por eles eu teria sido capturada. Meu poder não era muito próprio para se defender na época. Só tinha onze anos.

Eu a encarava pasma. Nossa espécie era caçada tão nova.

_ Mas ficamos bem. Não eram muitos me seguindo, já que eu não oferecia perigo. Os garotos conseguiram derruba-lo e fugimos. Ron não teve escolha se não voltar pra casa e nos arrastar. Lá seus familiares poderiam nos socorrer já que era uma família bem grande e experiente. Para se manterem escondidos por tanto tempo. Quando chegamos à mão de Ron que conhecia o professor, o mutante que nos treina, e decidiu que era hora de mandar seus filhos para treinarem e não só se esconderem. Harry era órfão então não avisou os tios, eles ficaram satisfeitos de o sobrinho não ter voltado, eu avisei meus pais, o professor resolveu tudo. Agora estamos na mansão desde aquela época. Às vezes meus pais vem me visitar ou me ligam. Eles me apoiam, me amam como eu sou. – seus olhos brilhavam, sua voz carregada de amor.

Eu sorri. Feliz por eles. Esses mutantes eram uma família eu era nova naquele lugar. Olhei novamente pela janela e o jato pousava em uma grande quadra de baste ao ar livre. Logo a sua frente ficava os fundos de uma imensa mansão. A direita uma grande piscina com vários níveis de trampolins e tobogãs. A esquerda um bosque, não, era um campo grande com algumas arvores, pistas de areias fofas, escaladas, uma delas perecia derramas de seu topo uma fumaça e logo vi que era água quente que jorrava. Desviei o olhar rapidamente e vi que da mansão saiam varias pessoas, a maioria eram adolescentes e algumas crianças menores.

O jato pousou e a porta de trás abaixou, Elena se levantou com Derick, depois o mutante que estava quieto e por ultimo Charlie que estava sério. Soltei o cinto e Hermione já se levantava ansiosa e aliviada. A porta que dava para a cabine do piloto se abriu e Lilian saiu acompanhada de um homem alto e forte. Parecia uma parede de concreto, mas um olhar amigável. Ele olhou pra mim e sorriu me dando as boas vindas. Apenas assenti.

Todos saíram, menos Lilian e eu. Hermione se virou me esperando, mas Lilian fez um sinal para que prosseguisse. Então Hermione me deu um sorriso e correu para a mansão como se sua vida dependesse disso. Vire-me pra Lilian.

_ Jessie, quero que saiba que é bem vinda, mas se quiser ir embora eu vou entender. É normal que os que conseguem sair daquele lugar resolvam se aventurar pelo mundo, ou até... – hesitou.

_ Se vingar. Procurar respostas. – terminei sua frase sem medo.

_ Sim. Porém, se for isso que quer não vamos te impedir, mas gostaria que ficasse pelos menos uns dois dias aqui, pare se alimentar e por sua mente em ordem.

_ Eu vou ficar. Não quero ir embora. – falei em disparada. Era verdade, eu não queria ir embora, eu não tinha para onde ir, eu não sabia NADA sobre minha vida e aqui era o único lugar que eu poderia ter ajuda para encontrar respostas. - Eu... Não sei nada sobre mim. Só tenho memórias implantadas, eu... Gostaria da ajuda de vocês, se não for problema.

_ Nenhum, criança. Você é mais que bem vinda, não sabe como me sinto aliviada e feliz por sua decisão. – Ela parecia uma mãe recebendo seu filho em casa. Seu rosto em forma de coração, um olhar encantador e reconfortante, só faltava rir de emoção. Não consegui deixar de rir.

Saímos juntas do jato, lado a lado. Eu mantinha a cabeça baixa, nervosa. E se eu fosse rejeitada? Eu fui a única a ser salva, e pelo que parecia eles pretendia salvar mais. Levantei cabeça hesitante. A minha frente tinha uma fileira de jovens. Reconheci apenas os que estavam no jato. Todos me olhavam com curiosidade e surpresa. Mas teve uma minoria que reparei de imediato, eles me olhavam desapontados.

_ Só ela? – perguntou garoto de cabelos castanhos escuros e olhos castanhos. Ele era alto e levemente musculoso. Parecia irritado e desgostoso. Senti meu estomago dar um nó e um bolo se formar na minha garganta. Não consegui evitar de virar a cara e olhar para Lilian m busca de ajuda.

_ Edmundo, eu sinto muito... – ele não deixou que Lilian terminasse.

_ Senti muito?! Sente muito?! Esbravejou dando dois passos a frente do grupo e parando alguns metros a frente de mim e Lilian. Senti o chão tremer e olhei assustada para ele achando que se abriria a qualquer momento uma rachadura imensa abaixo de mim e me engolindo, encarei Edmundo assustada. Ele percebeu meu medo e bufou, suspirou, não consegui distinguir. O tremor parou.

_ Eu sei que não aguenta mais procurar por ela, de tentar salvá-la, mas querido, ela é nível 6, esta muito bem guardada. – Lilian deu um passo em sua direção pra reconforta-lo, mas Edmundo se afastou. Olhou pra mim uma ultima vez sem expressão alguma e entrou na mansão, com os ombros largos caídos e a cabeça baixa. Pude jurar que estava com os olhos vermelhos e o rosto se retorcendo de dor.

Todos ficaram em silencio. Ate um homem que aparentava ter uns quarenta anos se pronunciou.

_ Bem, eu converso com Edmundo depois. Não podemos fazer nada por hora. – se virou para mim - Você é Jessie, certo? – eu não via outra além de mim, então. – Seja benvinda ao nosso refugio. Não sei e vai ficar...

_ Vou ficar. – mesmo depois do pequeno e tenso episódio, minha vós saiu firme e confiante. Ele sorriu.

_ Isso é ótimo. Chamo-me Bromberg Durward, sou dono daqui e fundei este lugar para ajudar nossos semelhantes. Protegendo-os ensinando a controlar seus poderes. – sua voz era grave, como de um chefe, um líder, todos os presentes pareciam respeitá-lo, adorá-lo. Ele passava confiança.

_ Obrigada. – sorri tímida.

_ Bem, acho que Hermione não se importaria de lhe mostrar o lugar. – sorriu para a garota d cabelos acajus que estava abraçada com um garoto de cabelos incrivelmente negros e olhos verdes, com óculos de aros redondos e incomuns naquela época. Hermione abriu um sorriso que parecia aqueles de comercias de pasta de dente. Sorri de volta, ainda tímida.

_ Claro. Ela poderia dividir o quarto comigo e com Annabeth. Certo? – e se virou para uma garota loira de cabelos cachados e brilhante, os olhos incrivelmente cinzas que alertava de cara que você não iria querer ser sua inimiga, mas naquele momento ela parecia amigável, doce. Ela era muito bonita e dez centímetros mais alta que eu.

Annabeth sorriu contente e isso me surpreendeu.

_ Claro que não tem problema. Seja bem vinda, Jessie. Posso ir com vocês, já acebei meus trabalhos. – ela tinha um ar e olhar inteligente e calculista, mas um rosto gentil. Parecia-me estar sendo sincera.

Todos me desejaram boas vindas e foram se dissipando em conversas paralelas, Elena acenou pra mim e sumiu pela mansão com Derick. Charlie já tinha sumido há muito tempo junto com Lilian e Bromberg. Ficaram apenas Hermione, Annabeth, o garoto de óculos, um ruivo e um de cabelos também negros, mas muito mais bonito e com olhos também verdes, muito mais intensos, como os de Annabeth.

_ Bem, estes são Harry - apresentou Hermione o garoto ao qual ela abraçava – Ron – indicou o ruivo – e este é Percy. Namorado de Annabeth. – os dois sorriram cumplices e corados. Sorri achando graça da timidez deles. – Vai conhecer todos com o decorrer dos dias. Parece difícil, mas vai lembrar de todos. – riu.

Ela me puxou para dentro da mansão e Annabeth veio atrás deixando os garotos lá fora.

Eu tinha chegado no meu novo lar.


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