— Fale baixo ou vai acabar acordando as crianças. – Sussurrei.

— Já entendi. Onde está a chave? – Murmurou Patrick andando com cuidado.

— Está comigo. – Peguei a chave em minha bolsa e abri a porta tentando fazer o menor barulho possível, em seguida liguei a luz da cozinha ampla e moderna e voltei para a garagem.

— Vai me dando os presentes.

— Aqui. – Patrick me deu uma pequena caixa, o presente que tanto Samantha queria: uma câmera profissional. Com seus 14 anos a menina com cor de cabelo, pele e olhos iguais aos do pai e traços iguais aos meus agora teria seu tão sonhado presente em meses. O coloquei cuidadosamente em cima da mesa e voltei para a porta. Logo depois veio o de Olívia a pequena criança de 10 meses. Esta ganhara um lindo vestido branco rendado com sapatinhos combinando, o conjunto combinaria perfeitamente com sua pele bem clara, seu cabelo ruivo e olhos castanhos escuros. Depois do procedimento de colocar em cima da mesa veio o presente de Ágata. A pequena menina de 12 anos, olhos verdes, cabelo castanho e a única com pele morena igual a minha deu todas as indiretas possíveis para conseguir um celular de última geração. Em seguida veio o presente de Noah. O segundo mais novo da família tinha 4 anos e era a cara do pai, pele branca porcelana, olhos verdes e cabelo castanho claro – que era a única coisa que ele tinha parecido comigo, já que meu cabelo é castanho escuro – estava apaixonado pelo carrinho de controle remoto que também virava avião.

— Sáfira, aparece aqui.

Fui até a garagem.

— Fala.

— Faltou o seu presente.

— O meu? Mas ele está no carro.

Nesse natal Patrick tinha comprado os sapatos que eu tinha gostado na vitrine de uma loja.

— Aqueles sapatos? Aquilo foi uma desculpa.

— Como assim?

— Foi só para despistar. Aqui está o seu presente de verdade.

Patrick me colocou em minhas mãos uma caixa rosa com fita amarela.

— Por que está me dando outro presente? – Eu disse enquanto abria a caixa com cuidado.

— Você vai entender, só abra.

Assim que abri vi 06 passagens de avião enroladas em um laço vermelho.

— Eu não acredito!

Eram as minhas tão sonhadas passagens para França. Eu desde que me casei com o neurologista Patrick sempre sonhei em conhecer minha tão amada Paris! Mas sempre tinha um problema... ou eram as crianças, ou o meu trabalho como advogada, ou o trabalho de Patrick ou por falta de dinheiro e etc. Mas por mais que eu quisesse ainda tinha um obstáculo: Olívia.

— Eu quero muito ir, mas a Lívi está tão pequena. – Eu disse triste.

— As passagens são para o natal, ela já vai estar com um ano e se esperamos ela crescer vai acabar vindo outro bebê.

Eu ri emocionada.

— A fabrica já está fechada.

— Foi o que você disse antes do Noah.

— Mas agora é pra valer.

— Mesmo assim, acho que as crianças gostariam de conhecer Paris. Samantha vai amar tirar fotos de lá com o presente dela. Ágata nem se fala. Noah vai amar o brilho daquele lugar e a Olívia vai ficar linda nas fotos com a gente.

Eu ri e limpei a lagrima que tinha escorregado até minha bochecha.

— Já disse que te amo? – O olhei nos olhos sem me importar com as outras lagrimas que caíam.

— Você quase não fala isso, diferente de mim.

— Desculpa não dizer sempre... mas eu te amo e muito!

— Eu sei disso. Eu também te amo.

Ele me beijou e assim entramos em casa e agradecemos Hallery que se encontrava segurando Olívia dormindo em seus braços. Hallery Breonna foi a única amiga que eu tinha conseguido me manter realmente íntima depois da escola. Ela tinha me ajudado muito com as crianças levando em conta que tinha filhos quase da mesma idade que os meus.

No fim eu tinha conseguido tudo que queria. Um marido quase que totalmente perfeito, filhos maravilhosos, amizades preciosas, um passado incrível e um futuro melhor ainda.