POV Bella

Estava deitada de boa no sofá quando ouço gritinhos bem conhecidos da Allie. Aquela lá não muda nunca.

– Bellinha vamos arrumar nossas malas! - Ela não estava falando sério ou estava?

– Allie sem querer ser grossa mas você não tem outra pessoa pra encher o saco não? Quantas vezes vou ter que repetir que N-Ã-O - disse dando ênfase pontuando e com todas as letras o não - estou nem aí pra essa viagem?

– Larga de ser chata, vamos viajar, não é o máximo? - Olhei pra ela com uma cara de "não, não é o máximo" - Para de ser assim tão fechada, vai ser divertido, a gente vai sair juntas, eu você e Melanie pra fazer compras, como nos velhos tempos lembra?

Aquilo foi a gota d'água pro meu stress, nem respondi. Dei as costas e saí, será que ninguém percebe que eu não quero lembrar do passado? Eu sabia que eu era muito grossa com minhas irmãs e os meus amigos. Mas eu mudei. Mudei porra! Quando será que vão se dar conta que a "Bella menininha doce" morreu?

Já que eu não tinha nada pra fazer, resolvi ir dar uma volta por Los Angeles. Estava passando em frente a uma boate quando avisto Dominic. Meu parceiro de rachas. Faz tempo que eu não participo desses eventos. Acho que seria uma boa pra me desestressar.

Estaciono minha moto e vou ao seu encontro, mas ele nem percebe pois está muito distraído, quando chego ao seu lado, sussurro em seu ouvido:

– Eaí Dominic, tentando se misturar? - Ele se assustas, mas depois vira e sorri.

– Ora ora, olha quem tá aqui. Você sumiu ... pensei que fosse abandonar meu mundo, mas quem é vivo sempre aparece, não é Bella mascarada? - Damos um aperto de mão e um rápido abraço. Senti falta dele.

– Ah mas você não perde o bom humor não é senhor Dominic 50 Cent - Alô sarcasmo.

– Vejo que você não perdeu também, senhorita engraçadona. Mas eaí o que ta fazendo por essas bandas?

– Na verdade, eu só vim dar uma volta e avistei o 50 Cent paradão aqui conversando com algumas - Olhei pras garotas que pareciam umas prostitutas e disse com ironia - meninas de respeito e resolvi pedir um autografo - disse rindo

– Fala sério - ele disse me olhando com ironia.

– Eu vim aqui pra ver se você me descola uma racha, eaí consegue essa proeza?

– Depois do que você me disse fiquei magoado, mas não sou de guardar ressentimentos então eu posso sim "descolar" - disse fazendo sinal de aspas com os dedos - um racha, contanto que você descole o dinheiro, pode ser? - E estendeu a mão.

– Pode ser, então fica aí que eu já volto - Disse saindo sem nem esperar resposta. Peguei minha volta, e tomei o rumo de casa.

Entrei silenciosamente na casa pra não acordar as bonitas que estavam dormindo. Fala sério que careta, era oito horas ainda. Fui até o quarto da minha mãe peguei sua bolsa, e peguei o seu dinheiro. Fui até meu quarto e peguei a mascara que eu sempre usava nos rachas pra fazer suspense.

Montei em minha moto e olhei uma mensagem onde falava o local onde aconteceria o racha. Fui pra lá.

Quando cheguei ao local, não fiquei nem um pouco surpresa, era bem o cenário de um lugar que iria acontecer um racha. Mulheres sem um pingo de respeito do lado de caras que apenas queriam comer elas e que ficavam se exibindo em seus carros de corrida. Muita bebida, droga e dinheiro.

Avistei Dom e fui ao seu encontro, mas antes coloquei a mascara. Enquanto eu passava todos me olhavam boquiabertos. Já estava acostumada com essa reação. Ele apenas sorriu, entreguei o dinheiro a ele.

Enfileirei minha moto na linha de partida junto com mais três pilotos. Fechei o zíper da minha jaqueta de couro e me preparei. Os gritos incentivo dos expectadores á minha volta e os ronco dos motores despertaram uma adrenalina em meu corpo.

Recolhi o descanso, girei a chave na ignição e coloquei na primeira marcha. Dei a partida e minha moto respondeu prontamente. Torci o acelerador com força, o motor roncou alto e forte.

Dominic posicinou-se a nossa frente e ergueu acima da cabeça uma pistola prateada. Todos ficaram em expectativa. Então Dominic apertou o gatilho da arma e o o barulho do tiro ecoou no ar dando inicio ao racha.

Acelerei e parti pro ataque. Diminui minha velocidade dando um falso gostinho de vitória para meus oponentes. Porém em uma curva próxima aumentei velocidade deixando todos pra trás. Só sentia a brisa do vento tocando meu rosto e brincando com meus cabelos. A adrenalina estava a mil. Nem percebi quando um dos meus oponentes apareceu ao meu lado e me empurrou para o lado fazendo com que eu derrapasse na pista e perdesse o controle. Desgraçado!

Mas isso não ia ficar assim, aproveitando sua distração ao me lançar um olhar debochado peguei uma pedra um pouco pesada e atirei em direção a moto que para minha satisfação o impediu de sair do lugar.

Já que nossas motos estavam acabadas, agora teriamos que terminar o trajeto apé. Não perdi tempo levantei e apesar de sentir uma leve tontura, corri em direção a chegada. Agora era uma questão de honra.

Corri sem rumo. Eu estava ofegante mas mesmo assim não parei de correr. Corri como se minha vida dependesse daquilo, eu tinha a sensação de que meus pés estavam quando saindo do chão.

Nem percebi quando venci. Todos me olhavam boquiabertos, até Dom, mas passada a sensação de " como você conseguiu" fizeram uma roda ao meu redor e a multidão começou a gritar e fazer a farra. Pessoas me pegaram no colo.

Era bom a sensação da vitória, mas a melhor parte era o prêmio. Quando toda aquela muvuca passou, Dominic veio me dar os parabéns e é claro o prêmio.

Apesar de estar com bastante dinheiro, minha moto estava arregaçada por causa do filho da puta que pra minha satisfação ficou me olhando com ódio de desdém.

Dominic me garantiu que arrumaria minha moto. Dei de ombros e tomei o rumo de casa. Faltando duas ruas pra chegar em casa, me deparei que estava sendo seguida. E por quem? Pelo babaca que perdeu.

Continuei andando sem me preocupar, até que parei quando o filho da puta me puxou e tampou minha boca pra eu não gritar. Quando chegamos perto de um beco ele me encostou na parede e sussurrou em meu ouvido:

– Já que não levei o prêmio, vou querer você pra compensar minha moto - Não! Eu não ia viver o passado de novo. Ele tentou me beijar, mas virei meu rosto e quando percebi sua distração, chutei aonde não bate e antes de sair dali o mais depressa possível. Torci seu braço e o empurrei. Só depois então cuspi em seu rosto e o olhei com desdém e nojo.

– Hoje não meu caro, você nunca vai encostar um dedo em mim, nem você, nem ninguém seu verme - Dito isso, saí dali.